Presidente da Casa de Angola em Itália visita Belém

Presidente da Casa de Angola em Itália visita Belém

Lisboa, 29 de setembro de 2025 — O Presidente da Casa de Angola em ItáliaMatias Mesquita, esteve este fim-de-semana na Festa do Livro em Belém, onde visitou a equipa da Perfil Criativo | AUTORES.club e manifestou apoio ao trabalho de divulgação de autores e temas de Angola em Portugal. A presença ocorreu apesar de condições meteorológicas adversas, num gesto sublinhado pelos organizadores como “um ato de grande generosidade” e de compromisso com a cultura angolana.

Realizada nos jardins do Palácio de Belém, a edição de 2025 decorreu de 25 a 28 de setembro, numa iniciativa conjunta da Presidência da República e da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), dedicada à promoção de obras de autores de língua portuguesa.

Do encontro ficou a convergência quanto à necessidade de estabelecer uma cooperação estratégica entre estruturas culturais em Portugal e em Itália para valorizar e internacionalizar a cultura angolana, potenciando circulação de livros, autores e debates em língua portuguesa.

A Festa do Livro em Belém voltou a registar forte adesão do público, reforçando o papel do evento enquanto plataforma de promoção da leitura e de encontros entre agentes culturais.

Assim se faz a História

Assim se faz a História

Sexta-Feira, 26 de Setembro, o terceiro e último volume da já referenciada colectânea póstuma «OS BANTU NA VISÃO DE MAFRANO – QUASE MEMÓRIAS», de Maurício Francisco Caetano (1916-1982), chegou ao Arquivo Nacional de Angola (ANA).

O acto ocorreu à margem de uma actividade cultural alusiva às jornadas do Herói Nacional que decorrem por todo país, neste 50.º Aniversário da Independência de Angola e, serviu, também, de pretexto para se evocar que tanto Agostinho Neto como Mafrano escreveram lado a lado, nas mesmas páginas da «Revista Angola», da Liga Nacional Africa (LNA), que tinha, nessa data, Novembro de 1953, como presidente da sua assembleia geral, o Reverendo Cónego Manuel Joaquim Mendes das Neves, conforme rezam os arquivos históricos.

A foto acima traduz o preciso momento em que o director-geral adjunto do ANA, Heliodoro Abambres, recebia um dos exemplares de «OS BANTU NA VISÃO DE MAFRANO», em nome do diretor-geral dessa instituição, o Dr. Justino da Glória Ramos.

Na foto um grupo coral de da Liga Nacional Africana, no mencionado número da revista Angola (Novembro de 1953), exibe-se com o vestuário dessa época

Obra surpreendente de Maurício Francisco Caetano ” Mafrano” regressa a Cabo Verde

Obra surpreendente de Maurício Francisco Caetano ” Mafrano” regressa a Cabo Verde

Cidade de Praia, Cabo Verde, 29 de Setembro de 2025 – A Biblioteca Nacional de Cabo Verde será um vez mais o palco da apresentação do terceiro e último volume da coletânea póstuma «OS BANTU NA VISÃO DE MAFRANO – QUASE MEMÓRIAS», do etnólogo angolano Maurício Francisco Caetano ” Mafrano”, distinguido com o Prémio Nacional de Cultura e Artes 2024.

O evento está agendado para o dia 3 de Outubro, às 17h00 e terá como apresentadora a conceituada Prof. Doutora Antonieta Lopes, que já havia demonstrado reconhecido mérito académico e cultural aquando da última apresentação, realizada em Dezembro de 2023, no mesmo auditório da Biblioteca Nacional de Cabo Verde. A cerimónia deste ano enquadra-se no programa de comemorações dos 50 Anos de Independência de Angola em Cabo-Verde.

Galardoada há precisamente um ano com a mais alta distinção cultural de Angola, na categoria de Investigação em Ciências Humanas e Sociais, a monumental obra histórica de Mafrano tem vindo a consolidar-se passo a passo como marco de referência no pensamento africano contemporâneo, e destacando raízes profundas da cultura bantu na identidade e na memória colectiva dos povos.

A iniciativa desta terceira apresentação na cidade da Praia coube a uma comissão organizadora local integrada por: um ex-aluno de Mafrano em Luanda e actualmente residente em Cabo-Verde; a NOZ RAIZ, a Perfil Criativo | AUTORES.club e familiares do autor igualmente com residência nesta cidade da Praia.

A cerimónia tem todo o apoio da Biblioteca Nacional de Cabo Verde, do Instituto das Indústrias Criativas de Cabo Verde, da Biblioteca Nacional e da Embaixada de Angola. Embora tenha comunicado a sua ausência justificada por razões de trabalho, o Cardeal de Cabo-Verde, Dom Arlindo Furtado, anunciou antecipadamente que vai receber a família de Mafrano em audiência a ter lugar no dia 30, terça-feira, na Bispado da Cidade da Praia.

Publicada em três volumes depois de 14 anos de intensas pesquisas, com 800 páginas e 39 capítulos, a colectânea de Mafrano sobre os Bantu regressa a Cabo-Verde igualmente pela terceira vez, depois de ter sido apresentada respectivamente aos 5 de Agosto de 2022 e aos 20 de Dezembro de 2023, com as presenças destacadas do escritor e ex-presidente Dr. Jorge Carlos Fonseca, do Cardeal Dom Arlindo Gomes Furtado, do Dr. Manuel Lisboa Ramos, antigo representante da OMS em Angola, entre 1986-1990, e o Dr. Manuel Boal, ex-aluno de Mafrano no Colégio 28 de Maio, em 1945; do falecido escritor ex-diplomata Eugénio Inocêncio, além de Vera Duarte, outra figura proeminente das lides literárias deste território insular que se une a Angola pela mesma língua e por sólidos laços históricos e culturais.

Dividido também em três partes, o volume III da coletânea de Mafrano traz até Cabo-Verde passagens históricas universais, como é o caso de Charles Darwin, estudado atentamente pelo autor; memórias e investigações sobre a tradição bantu; religião temas sociais e episódios vividos.

A colectânea póstuma foi compilada a partir de textos que o autor deixou dispersos em revistas e jornais de Angola, entre os anos de 1947 e 1982, com ênfase para os jornais «O Apostolado», «Angola Norte», «O Angolense» e a revista «Angola» da Liga Nacional Africana de que era oficialmente colaborador, ao lado de outras figuras históricas de Angola como o primeiro presidente de Angola, António Agostinho Neto, os irmãos Mário e Joaquim Pinto de Andrade e o á falecido Cardeal Dom Alexandre do Nascimento.

Este terceiro e último volume da colectânea «Os Bantu na Visão de Mafrano» foi oficialmente apresentado em Luanda, a 12 de Agosto, na Escola Nacional da Administração e Políticas Públicas (ENAPP); em São Tomé e Príncipe aos 18 de Setembro, onde a cerimónia foi prestigiada pela presença da primeira dama desse país, Dr.ª Maria de Fátima Vila Nova; e tem já agendadas próximas apresentações para Outubro e Novembro, respectivamente na Missão Católica da Huíla, um monumento histórico do Lubango, onde estudou o cónego santomense José Pereira da Costa Frotta que o recolheu órfão aos cinco anos de idade, e numa outra província do leste de Angola, ainda sem confirmação oficial.

Figuras proeminentes em São Tomé e Príncipe, como Carlos Neves e Abdoulaye Diarra, respectivamente conceituado Historiador santomense, e Representante da OMS,
Condideram que esta obra é “digna de referência universal”.

Até à data, dentre os países que já receberam esta colectânea destacam Moçambique, Brasil, o território de Guadalupe, Portugal, Alemanha e o Reino Unido, sem mencionar entrevistas com as Rádio Vaticano e Rádio France Internacional, desde Lisboa.

A família de Maurício Francisco Caetano e a NOZ RAIZ | AUTORES.club têm o maior prazer de convidar V. Ex.” para a homenagem a Maurício Francisco Caetano e apresentação do terceiro volume da colecção “Os Bantu na visão de Mafrano — Quase memórias” que terá lugar na Biblioteca Nacional de Cabo Verde, no dia 3 de Outubro, às 17:00

“Pedrada no charco” em Lisboa

“Pedrada no charco” em Lisboa

25 de setembro de 2025 — Jovens angolanos surpreenderam os cidadãos lisboetas ao explicarem, com notável lucidez, as dificuldades enfrentadas pelas autoridades governamentais portuguesas em 1975 no processo de reconhecimento da República Popular de Angola. O momento ocorreu durante o lançamento do livro O “Reconhecimento” do Governo Angolano pelo Estado Português (1976) — As visões político-partidárias do PS, PPD/PSD e PCP, da autoria de Domingos Cúnua Alberto, jovem investigador académico angolano. A obra lança luz sobre o conturbado percurso das relações entre Portugal e Angola até ao reconhecimento formal da República Popular de Angola, em 1976.

A apresentação deste livro foi uma enorme e surpreendente pedrada no charco”, afirmou o escritor Tomás Lima Coelho que esteve presente no lançamento. Ver reportagem integral de Victor Hugo Mendes (retirado do directo).

O lançamento teve lugar no Auditório Sedas Nunes, no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, e contou com a intervenção do prefaciador, Professor Doutor Daniel Marcos.

O evento contou com uma performance poética e artística e entre os presentes estiveram representantes da Embaixada da República de Angola em Portugal, de instituições portuguesas e de partidos políticos convidados e a família do autor. A assistência incluiu ainda vários membros da Associação 25 de Abril e o histórico militar do 25 de Abril, Pezarat Correia.

Jornal de Angola revela segredo “42.4 – A Voz dos Dibengo”

Jornal de Angola revela segredo “42.4 – A Voz dos Dibengo”

Assim se faz a História – Um (re) encontro histórico e emotivo

POR TAZUARY NKEITA

Quarta-feira, dia 10 de Setembro, tive um encontro verdadeiramente histórico, na Clínica Girassol, em Luanda.

JOAQUIM FÉLIX, na foto ao lado, conversava animadamente na sala de espera com um suposto conhecido seu… E, recordava os anos de escola na então Dom João II, adjacente ao EX-LICEU SALVADOR CORREIA DE SÁ E BENEVIDES… como ele próprio pronunciava, com o indescritível prazer e alegria, claramente envaidecido por haver lá estudado desde os tempos de caloiro!

Durante a conversa, recordava que vivia nas imediações do extinto «Ngola Cine»; que frequentava assiduamente o antigo «Cinema São Domingos»; evocou muitos dos filmes que havia lá visto, tais como o «Adivinha quem vem jantar?», «Sete contra todos», etc., etc.; e relatava também para o seu interlocutor:

«Eu ia e vinha a pé da escola para casa, todos os dias….».

Não resisti.

Levantei-me e fui cumprimentá-lo, apresentando-me. Tudo batia certo e muitos dos factos coincidiam com o que eu tinha na memória.

Joaquim Félix tinha sido meu colega de Escola, precisamente na ex-«Dom João II», naqueles saudosos anos 60’s…, em Luanda!!!

No fim da longa conversa, antes de entrar para a sua consulta de CARDIOLOGIA, o Félix, 71 anos, completados no passado dia 16 de Junho, hoje morador no bairro Benfica e ex-jogador do Sporting da Maianga, disse-me energicamente:

«Afinal, somos amigos há muitos anos…!!!»

Emocionado, convidei-o para o próximo lançamento da segunda edição do meu primeiro livro «42.4 – A VOZ DOS DIBENGO», editado pela primeira vez em Junho 2001, mês do seu aniversário, a partir de crónicas posteriormente romanceadas que fui publicando no «Jornal de Angola» e no extinto semanário «ANGOLENSE», ao longo dos anos 1976 e 2001.

«A VOZ DOS DIBENGO – Crónicas Romanceadas» vai ser reeditado em 2025, ano do 50º Aniversário da Independência de Angola, pela Editora «Perfil Criativo» por sugestão e insistência do escritor Tomás Lima Coelho. Nele, falo precisamente, dentre outros temas, da «MEMÓRIA DOS ANOS 60’S» e das idas à escola, naqueles tempos, com os famosos ténis «Dibengo» nos pés …, suportando os insultos, dia a dia, por usar calçado sem fama nem classe!!!

E mostrei, ao Joaquim Félix, a capa desse livro, com essa extraordinária pintura que foi uma oferta generosa da artista plástica angolana Marcela Costa.

Assim se faz a História!

Domingo Literário de Victor Hugo Mendes entrevista investigador Domingos Cúnua Alberto

Domingo Literário de Victor Hugo Mendes entrevista investigador Domingos Cúnua Alberto

O programa literário ganha destaque com o lançamento do primeiro livro do investigador angolano Domingos Cúnua Alberto e uma conversa aprofundada sobre o reconhecimento da República Popular de Angola

No mais recente episódio do Domingo Literário, apresentado pelo mediático Victor Hugo Mendes, o convidado foi Domingos Cúnua Alberto, cujo primeiro livro, editado pela Perfil Criativo | AUTORES.club, será lançado esta semana.

Durante a conversa, o investigador angolano abordou os acontecimentos históricos que inspiraram a obra, centrada nos 300 dias de impasse entre a proclamação da independência de Angola, a 11 de novembro de 1975, e o reconhecimento do governo da República Popular de Angola por Portugal.

Victor Hugo Mendes, conhecido pelo seu compromisso com a difusão literária e cultural, lança Domingo Literário como plataforma de entrevistas, resenhas e incentivos à leitura, um espaço que “fala, promove livros e incentiva os seguidores a ganhar o hábito pela leitura”.

O "Reconhecimento do Governo Angolano pelo Estado Português (1976) As Visões Político-Partidárias do PS, PPD/PSD e PCP
O “Reconhecimento do Governo Angolano pelo Estado Português (1976) As Visões Político-Partidárias do PS, PPD/PSD e PCP

Entre Diplomacia e Defesa: Arquivo Nacional de Angola acolhe lançamento de obra reveladora

Entre Diplomacia e Defesa: Arquivo Nacional de Angola acolhe lançamento de obra reveladora

O autor Zeferino Pintinho e o editor da Perfil Criativo | AUTORES.club têm a honra de convidar para a cerimónia oficial de lançamento do livro Angola e os desafios da estabilidade em África – lições da Missão de Cooperação para a Reforma das Forças Armadas da Guiné-Bissau (MISSANG), que terá lugar no Arquivo Nacional de Angola, no próximo dia 5 de novembro de 2025, às 16h00.

Fruto de um trabalho académico rigoroso e da experiência direta do autor, a obra aborda os bastidores da segurança e da política externa angolana em África, revelando informações inéditas sobre a Missão Militar Angolana na Guiné-Bissau (MISSANG, 2007-2022) e o papel de Angola como potência regional na construção da paz e estabilidade no continente.

Combinando teoria, análise documental e entrevistas a protagonistas, este livro oferece uma leitura essencial para académicos, diplomatas, militares, decisores políticos e todos os que procuram compreender as dinâmicas da defesa, segurança e diplomacia.

O livro estará disponível para compra no local ao preço oficial de 13.000 Kz.

Data: 5 de novembro de 2025
Hora: 16h00
Local: Arquivo Nacional de Angola

São Tomé e Príncipe aplaude Mafrano

São Tomé e Príncipe aplaude Mafrano

18 de Setembro de 2025, no Auditório da Universidade de São Tomé e Príncipe, a cerimónia de apresentação do terceiro e último volume da coletânea póstuma “Os Bantu na Visão de Mafrano – Quase Memórias” contou com a presença especial da Primeira-Dama da República de São Tomé e Príncipe, Maria de Fátima Vila Nova, convidada de honra do evento.

A sua presença reforçou a dimensão cultural e institucional desta obra, que foi galardoada com o Prémio Nacional de Cultura e Artes 2024, e integra o Panteão dos Grandes Pensadores Africanos do Século XX.

O ato decorreu no quadro das comemorações do Dia do Herói Nacional, em memória do Presidente António Agostinho Neto, reunindo académicos, diplomatas, estudantes, autoridades locais e membros da comunidade cultural lusófona, sublinhando o valor da obra de Mafrano como referência para os estudos africanos contemporâneos.

O evento contou com a participação do Embaixador de Angola em São Tomé e Príncipe, Fidelino Peliganga “Menha”, e da Embaixatriz Ana Paula Corrêa Victor.

​A cerimónia foi uma iniciativa conjunta da Embaixada de Angola em São Tomé e Príncipe, da Editora Perfil Criativo | AUTORES.club e da família do autor.

A plateia, composta por membros do Governo de São Tomé e Príncipe, deputados, diplomatas, acadêmicos, intelectuais, estudantes e o público em geral, aplaudiu efusivamente a relevância dos temas abordados.

José Soares Caetano com o Representante da OMS em São Tomé e Príncipe, Dr. Abdoulaye Diarra. A Primeira Dama da República de São Tomé e Príncipe, Fátima Vila Nova, foi convidada de honra da cerimónia de apresentação do terceiro e último volume da colectânea póstuma de Mafrano sobre os Bantu.

Prémio Nacional de Cultura
Prémio Nacional de Cultura

A apresentação do volume III da colectânea «Os Bantu na visão de Mafrano» foi um evento tremendo, espectacular e extraordinário!

O sorriso nos olhos e no rosto da Primeira Dama de São Tomé e Príncipe

A Voz e o Som de Ébano de Lhé-Lhé Galiano

A Voz e o Som de Ébano de Lhé-Lhé Galiano

POR GABRIEL BAGUET JR

Escrever é simultaneamente tão profundo e gerador de contentamento, como é igualmente triste quando as circunstâncias das perdas de uma vida que conhecemos por narrativas de tantas Memórias vividas e partilhadas sai da Vida e do alcance do nosso seio fisico e nosso Olhar quotidiano fica a Saudade permanente, mas o acumular agregador de todas as vivências. Nesta reflexão de Vida e de opinião sentida falo do Parente, do Amigo de Infância e Juventude, do Colega dos Tempos do Liceu, dos Tempos familiares, da vivencia pessoal e familiar vivida, mas dos jogos de basquetebol sob a orientação do histórico treinador Mário Palma a par das de outras Historias igualmente marcantes para descrever um Ser Humano bom, fraterno, entendedor de diferenças, conciliador e a sua Voz era e serã (porque existem Arquivos com programas seus gravados) audivel como uma Marca forte e simbólica do seu SER. Esta minha visão não assenta numa visão baujuladora.Jamais seria e o Lhé-Lhé sabia disso. Mas falo do Inesquecível Lhé-Lhé no conjunto de partilhas concretas em diferentes dias, horas, espaços que estabeleciam pontes sólidas no nosso relacionamento pessoal e profissional. E essa experiência tão rica e genuina só pode ser equacionada por quem como eu entre outros, absorveu a postura de Saber Ser Amigo , um grande Camarada na luta da Vida e da paixão por Angola e do Mundo .Era um excelente Kamba.

E falo da Vida e do Olhar de alguém que jamais se esquece e foi tão especial como foi o Lhé-Lhé para os mais intimos e o Guilherme Galiano no seu modo tão peculiar de ser. Às seis e meia da manhã tinha acabado de saber que o Lhé-Lhé tinha falecido infelizmente depois de um longo periodo de internamento hospitalar.

A noticia triste, angustiante chegou via mensagem Whatsap pelos parentes e amigos Mira e João Carlos Pataca, filho do Saudoso Tio Pataca e que se cruzou com o Lhé-Lhé na Lisboa de várias estradas da vida, juntando parentes e amigos como Zé Octácio Van-Dunem, Quim Van-Dunem, Ruy Espirito Santo, Zé Lito, Saudoso FéFé Antunes ( Paz à sua Alma ), Toni Queluz, Dejó de Sousa, Gito Fonseca e onde eu me incluia também. Era o inicio de destinos de vida depois de chegarmos a Portugal e perante invernos rigorosos, os sonhos, as opções de vida como jovens que éramos, viviamos entre a saudade da terra e das avenidas a percorrer.

Estas referências traduzem um Tempo único vivencial para o nosso Saudoso Lhé-Lhé e para todos nós nos laços de Fraternidade vivida.

E se desta referência a Lisboa e aos destinos que se começaram a desenhar, Luanda e Angola e por via das circunstancias da Guerra Civil, também ocupavam sempre o nosso Pensamento. Falar do Lhé-Lhé para além do já referido e que não se esgota neste texto de Homenagem , é lembrar o nato e talentoso Realizador,a sua Voz unica e num Programa Radiofónico intitulado chamado ” SOM de ÉBANO”, emitido a partir dos Estúdios da Rádio Comercial em Lisboa e emissão nacional. Entre as 13 e 14 horas, ouvia-se em Portugal o primeiro Programa de Música Africana. Era uma vitória do mérito do Saudoso e Inesquecível Lhé-Lhé.

A partir de Lisboa ele ia conquistando ouvintes e eu na cidade do Porto onde trabalhava no republicano Jornal o ” Primeiro de Janeiro ” na secção de Espectáculos e Cultura. Começavam os nossos passos na Comunicação Social em Portugal e na trilha do tempo começam a surgir outras oportunidades . Eu começava em paralelo ao Jornal a trabalhar na RTP-Porto no primeiro Programa da manhã na TV portuguesa como Produtor Executivo de Programas e o Nosso Estimado e Talentoso Lhé-Lhé começava a abraçar outras áreas da Conunicação, da Publicidade, da excelente Animação Musical. e por mérito próprio torna-se sócio e Administrador de uma das mais emblemáticas discotecas africanas que foi o ” AI UÉ”.

Era um amante profundo da Arte da Música. Tinha um excelente gosto musical e nas manhãs diárias do canal das Antenas Internacionais do Serviço Público de Rádio e Televisão de Portugal, nomedamente no Canal RDP-ÁFRICA que de fomos co-fundadores entre outros para as Emissões FM 101.5, a sua Voz mais do que a capacidade vocal, permitia que ele espelhasse a Diversidade Musical de cada Geografia do Mundo. Tendo inatas condições para ser Director de Programas da RDP-ÁFRICA nuncam o deixaram ser. Mas a sua brilhante condição de Realizador deixou Memórias que o Tempo jamais apagará. E prova disso eram os nivéis de audiência que os seus Programas tinham.

Em declarações ao site Horizontes Viver Angola, o Escritor cabo-verdiano e africano Wladimir Romano da Cruz ( filho do célebre Compositor Francisco Xavier da Cruz e no plano musical conhecido por B.Léza) referiu e cito que” quando em 2003, na zona das Amoreiras a RDP-África dali emitia emissões, foi viver de alma aberta no primeiro instante quando conheci Guilherme Galiano, Gabriel Baguet Jr., entre outros colaboradores e colaboradoras, pelos anos que tenho fora de Cabo Verde, Portugal ou em viajantes cruzadas pelo mundo desta informação, embora tivesse passado vários anos pelos documentários e coberturas de conflitos.Da comunicação e da poltica voltei a ser marítimo cobrindo essa aventura 22 anos depois de haver abandonado os navios, correndo riscos apenas para despertar deputados do Parlamento Europeu e sindicatos da marinha mercante para os perigos, desastres ambientais, ilegalidades e bandeiras de conveniência numa destruição sem precedentes e ficaram na memória de Guilherme Galiano, histórias que lhe contei. E mais recentemente, já preocupado com a doença e voltando a Lisboa, foi para mim uma enorme alegria depois de alguns anos sem nos vermos, apenas pelo telefone ou correio eletrónico íamos sabendo das coisas e o meu abraço sempre fraterno com profundo prazer daquela voz inconfundível… lembro, dos meus primeiros dias em Lisboa ao chegar de mais uma viagem, a primeira coisa era saber dos dois mais profundos, dedicados, talentos e geniais Guilherme Galiano e Gabriel Baguet Jr., verdadeiros manos e homens de luta sinceros e transparentes como das águas mais cristalinas, no estrangeiro sempre lhes divulguei através das entrevistas, tarefas e depoimentos essa missão trazida no peito, ficaram conhecidos como os “2 icónicos da Rádio África de Lisboa”, junto das nossas comunidades onde quer eu tivesse a viajar, quer nas emissoras comunitárias, já que eram bem conhecidos e apreciados como as maiores referências da “Rádio África de Lisboa”.

Referindo essa minha passagem pelo mundo dos marítimos, depois de vários saudosos anos sem nos vermos, traz-me debaixo do braço envelope e, Guilherme, numa voz ainda repleta daquele timbre Imbondeiro quando abraça o vento: «…Anda cá meu crioulo, filho do Mindelo, anda cá que te trago um presente que vais adorar. Vem ao meu cuidado que te manda o nosso ministro da Cultura.»; Filipe Zau, conhecedor desta vida do mar que deu luz a uma não só saudosa situação, homenageando estes nobres marítimos do Canto e quando com Filipe Mukenga tomou tamanha e feliz ideia.

Apontamento magnífico [“Marítimos” na comemoração dos 46 anos da Independência e nos 67 anos da Fundação do Clube Marítimo], mal sabendo que seria a última de muitas imagens entre calorosos abraços e sincera amizade do nosso querido “irmão da alma”: Guilherme Galiano, junto com Gabriel Baguet Jr., tenham eles marcaram com muita honra, talento e dedicação, das melhores vibrações, pessoais e companheirismo profissional jamais vivida tanto em Portugal como na marcante memória deste passo existencial por onde nós vamos existindo, sim, até o adeus nos dizer que ele tem o seu amanhã… não o corpo, apenas como referência espiritual, mas a alma, como eterna Luz suprema, eleva-se abrindo caminhos no eterno Astral, parceira do Cosmos”.

E acrescentou o Escritor Veladimir Romano da Cruz que ” das quantas mais conversas em torno da Poesia quando recordamos personagens, muito abordámos pensamentos e da universalidade das pessoas sem olhar a quem, desde Tomaz Vieira da Cruz, Óscar Ribas, Fernandes de Oliveira, Manuel Lima, António Cardoso, etc., mas essencialmente lembro Agostinho Neto no seu poema: “O Caminho das Estrelas”… quando procurámos a seu tempo e a título de curiosidade, decompor nas palavras do poeta, este pensamento. Ele agora sabe, mas eu ainda estarei por saber até chegar a esse secreto amanhã que o nosso Irmão foi um exemplo vivo de de resistência e de sonho” disse Veladimir Romano da Cruz.

Quando em 2009 somos convidados pelo nosso Saudoso e Querido Parente João Van-Dúnem ( Paz à sua Alma e como Presidente do Conselho de Administração do Grupo Medianova ) ambos sentimos a Esperança e o justo desejo de abraçarmos um novo Projecto de Comunicação mais transversal e é justo reconhecer pela mão do nosso Inesquecível João Van-dúnem que esse sonho aconteceu. E nos últimos anos , Angola e o Projexto TV ZIMBO foram o seu mar de vida pessoal e profissional onde exerceu vários cargos entre os quais o de Administrador.

À sua querida e doce Mãe a quem sempre tratei por Tia Alzira Galiano, sua esposa Bela, a Irmã Arlete , e todos os seus filhos que vi nascer, demais Família, Parentes, Amigos e Colegas, curvo-me perante a sua Memória e expressar as minhas profundas Condolências. Meu Querido e Saudoso Lhé-Lhé estaràs como Sempre estiveste no meu Coração.

No Velório que ontem começou exprimo a minha singular Emoção e Gratidão pelos gestos do nosso Zequinha Van-Dunem , Mira, Natu Mamede, Nazaré Van-Dúnem, Ruy Espírito Santo, Many Azancot, Didi Leitão , Vadinho de Sousa e mais outros dois e respeitavéis Compatriotas, que entre a Tristeza profunda, também recordou-se a Voz do Lhé-Lhé, o seu contagiante sorriso, a sua Luta pela Vida e dos Sonhos vividos.

Estamos eternamente Juntos pelos Caminhos varios de mais 60 anos de Vida e pelo histórico ” SOM de ÉBANO”.

“Simples nota musical

indispensável átomo da harmonia

partícula

germe

cor

na combinação múltipla do humano…”,

Gabriel Baguet Jr

Gabriel Baguet Jr: Entre a Pena e a Verdade

Gabriel Baguet Jr: Entre a Pena e a Verdade

Iniciamos um espaço de opinião e reflexão do angolano Gabriel Baguet JR, amante profundo da cultura nacional e do mundo. O portal.AUTORES.club apresenta Gabriel Baguet JR através do olhar de Santos Monteiro, fundador do Portal de Angola

Por Santos Monteiro 29/08/2025 – Reino Unido

Falar de Gabriel Baguet Jr é falar de um homem que fez da palavra o seu maior instrumento de luta, da verdade o seu compromisso inabalável, e da literatura e do jornalismo o seu campo de batalha.
Nascido em Angola, num tempo em que o país ainda se debatia com as marcas profundas da colonização e da guerra, Baguet Jr cedo percebeu que a escrita não era apenas arte, mas também arma. Cresceu num contexto em que a informação era poder, e em que narrar a realidade significava escolher entre a cumplicidade do silêncio e a coragem da denúncia. Ele escolheu a coragem.
Como jornalista, Gabriel Baguet Jr construiu-se no rigor e na ética. A sua pena nunca foi cúmplice da manipulação. Ele investigou, questionou, expôs e explicou a realidade angolana sem ceder ao medo ou à conveniência. Foi — e é — um jornalista que entende que informar não é apenas relatar factos, mas dar voz aos que não têm voz, iluminar aquilo que o poder gostaria de manter na sombra.
A sua escrita jornalística é marcada por clareza, profundidade analítica e um sentido crítico que desafia os leitores a pensar além da superfície. Ler Baguet Jr é confrontar-se com verdades duras, mas necessárias.
Para além do jornalismo, a literatura abriu-lhe outra dimensão: a da reflexão mais ampla, filosófica, cultural e humana. Como escritor, Gabriel Baguet Jr constrói narrativas que dialogam com a identidade angolana, com a memória coletiva e com os dilemas universais da condição humana.
Ele não escreve apenas sobre Angola — escreve sobre o ser humano em Angola, com as suas dores, esperanças, derrotas e vitórias. É um escritor que entende que a literatura é também um ato político, no sentido mais nobre da palavra: o de pensar o destino da comunidade, de interrogar o tempo presente e de sonhar futuros possíveis.
Gabriel Baguet Jr não pertence apenas ao jornalismo, nem apenas à literatura. Ele pertence àqueles raros intelectuais que fazem da vida uma obra, e da obra um compromisso com o seu povo. Num mundo cada vez mais marcado pela pressa, pela superficialidade e pela desinformação, ele insiste na profundidade, no rigor, na responsabilidade.
É, por isso, uma referência para as novas gerações. Um farol para os jovens jornalistas que, muitas vezes desanimados, encontram nele um exemplo de perseverança. Um mestre para os escritores que desejam unir sensibilidade artística com consciência social.
Falar de Gabriel Baguet Jr é falar de uma vida dedicada à verdade e à escrita. É falar de um homem que não se rendeu às pressões do poder, nem se deixou seduzir pelo conforto da neutralidade. É falar de alguém que compreende que as palavras, quando honestas, podem mover consciências e transformar realidades.
Se o jornalismo é a primeira versão da História, Gabriel Baguet Jr é, sem dúvida, um dos cronistas mais fiéis do nosso tempo. E se a literatura é a memória viva de um povo, então a sua obra será, certamente, parte indelével da memória angolana.
Gabriel Baguet Jr não é apenas um jornalista e escritor. É um testemunho vivo de que a verdade, a coragem e a palavra continuam a ser as maiores forças de um povo.

FONTE: Horizontes Viver Angola