Entrega do terceiro volume da extraordinária obra de Mafrano

Entrega do terceiro volume da extraordinária obra de Mafrano

Lisboa, 22 de Junho de 2025 — No passado domingo, durante a Feira do Livro de Lisboa, realizou-se um momento simbólico e de grande significado cultural: a entrega, em nome da família de Maurício Francisco Caetano (1916-1982), de um dos primeiros exemplares do terceiro volume da obra Os Bantu na Visão de Mafrano ao Prof. Doutor José Octávio Serra Van-Dúnem, secretário do Prémio Nacional de Cultura e Artes da República de Angola.

O gesto, que decorreu no Auditório Norte, representou o agradecimento ao júri do Prémio Nacional de Cultura pelo seu trabalho e revelar que a nova edição apresenta na capa a marca do prémio recebido e que muito dignifica esta obra.

Identidade angolana

O terceiro volume de Os Bantu na Visão de Mafrano aprofunda as abordagens filosóficas, sociológicas e cosmológicas da visão bantu, tal como interpretadas por Mafrano. Esta obra centra-se em temas como a concepção do tempo e da ancestralidade, o papel da oralidade e da memória, bem como os fundamentos morais e metafísicos das comunidades bantu. Trata-se de uma reflexão crítica e contextualizada que contribui para uma compreensão mais densa da cultura angolana em diálogo com os saberes tradicionais.

O volume integra-se numa trilogia iniciada nos anos 1950, que ao longo dos últimos anos tem sido relida e reeditada com o objetivo de promover uma recuperação crítica do pensamento a partir de dentro, dando visibilidade às categorias culturais próprias da África subsaariana.

Grandes encontros em Lisboa

O encontro com o Prof. Doutor José Octávio Serra Van-Dúnem — sociólogo, professor universitário e figura central da política cultural — decorreu num dia particularmente intenso de programação angolana na Feira do Livro de Lisboa, que reuniu autores, jornalistas, investigadores e leitores em torno da literatura, da história e da identidade nacional.

A entrega do volume, feita com emoção e sentido de continuidade, reforça a importância da memória bibliográfica angolana e da sua salvaguarda para as futuras gerações.

“Nuvem Negra – O Drama do 27 de Maio de 1977” em destaque na RFI 

“Nuvem Negra – O Drama do 27 de Maio de 1977” em destaque na RFI 

No dia 11 de junho de 2025, a Rádio France Internationale (RFI) destacou a reedição em Portugal do livro Nuvem Negra – O Drama do 27 de Maio de 1977, da autoria de Miguel Francisco “Michel”. Esta obra relata, na primeira pessoa, a experiência de um sobrevivente dos campos de concentração criados após os acontecimentos de 27 de maio de 1977, em Angola.

Veja aqui a reportagem da RFI (texto e vídeo):
Reedição em Portugal de livro sobre o 27 de Maio de 1977 em Angola – RFI

Onde comprar Nuvem Negra

LivrariaPreçoDestaque
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AUTORES.club17,00 €Envio rápido (2 a 4 dias úteis)
Bertrand.pt15,30 € (PVP: 17 €)Portes grátis em Portugal
FNAC.pt17,00 €Disponível online

Uma obra essencial para a memória histórica

Nuvem Negra é mais do que um livro — é um testemunho poderoso sobre um dos períodos mais traumáticos da história recente de Angola. O autor, Michel, descreve com coragem a repressão política de 1977, as detenções arbitrárias, os campos de concentração e os desaparecimentos forçados.

A reedição desta obra pela Perfil Criativo | AUTORES.club surgiu no contexto dos 48 anos dos acontecimentos, tendo sido lançada oficialmente em Lisboa a 27 de maio de 2025, na Biblioteca Palácio Galveias, com a presença de diversas personalidades da cultura e da academia.

Sessões e destaques

Apresentação oficial: 27 de maio, Biblioteca Palácio Galveias, Lisboa

Participação na Feira do Livro de Lisboa 2025, com sessões de autógrafos e debates

Destaque na imprensa, incluindo o programa Artes da RFI

Contexto histórico — O 27 de Maio de 1977

A 27 de maio de 1977, em Luanda, uma tentativa de protesto contra o regime do MPLA resultou numa violenta repressão. Milhares de pessoas foram presas, torturadas e executadas sem julgamento. Décadas depois, o tema permanece sensível, mas cada vez mais urgente de ser discutido.

Nuvem Negra é uma contribuição fundamental para essa discussão, dando voz a quem sobreviveu para contar.

Ajude-nos a divulgar esta obra essencial!

Partilhe esta notícia e apoie a leitura de obras que preservam a memória histórica em língua portuguesa.

Irmã Isabel Mata, memória viva de O Apostolado, reencontra-se com a família de Mafrano aos 95 anos

Irmã Isabel Mata, memória viva de O Apostolado, reencontra-se com a família de Mafrano aos 95 anos

Coimbra, junho de 2025 – Um momento emocionante e histórico marcou o recente encontro entre a Irmã Isabel Mata, hoje com 95 anos, e dois dos filhos de Maurício Francisco Caetano, conhecido pelo pseudónimo “Mafrano”. A religiosa, figura discreta mas fundamental na história da imprensa católica em Angola, fez parte da equipa de redação do jornal O Apostolado, em Luanda, durante décadas. Nas imagens, a Irmã Isabel Mata aparece em sua residência em Coimbra, rodeada por exemplares da obra Os Bantu na visão de Mafrano, que revisita o pensamento e o legado de Maurício Francisco Caetano, de quem foi colega na redação do jornal da Conferência Episcopal de Angola. Apesar de já não ir a tempo de ser incluída no Volume III da coleção dedicada a Mafrano, os organizadores já garantem: “Fica para a próxima coleção.” O reencontro, carregado de simbolismo, reforça os laços históricos e afetivos entre antigos colaboradores do jornal católico e as novas gerações empenhadas em preservar a memória cultural e intelectual angolana. Na ficha técnica de O Apostolado, constam nomes como P. Pedro Luís, Padre António Morais, Maurício Caetano e Maria Isabel Mata, que assumiu também funções técnicas e de ilustração, sob a direção de Manuel Franklin da Costa.

Este gesto de homenagem e reconhecimento serve também como apelo à valorização dos protagonistas muitas vezes esquecidos da história da comunicação social em Angola.

Escrita, memória e liberdade em cinquenta anos de República

Escrita, memória e liberdade em cinquenta anos de República

As celebrações do cinquentenário da independência de Angola, ocorrida a 11 de novembro de 1975, incluem uma série de eventos e homenagens a personalidades que desempenharam papéis fundamentais na história do país. A Medalha Comemorativa dos 50 Anos da Independência Nacional foi instituída para reconhecer cidadãos cujas ações contribuíram significativamente para a conquista e consolidação da independência, bem como para o desenvolvimento e a paz em Angola

A distinção de seis autores da editora PERFIL CRIATIVO | AUTORES.club, Marcolino Moco, António Alberto Neto, Lopito Feijó, Fragata de Morais, Carlos Mariano ManuelInguila João, é um reconhecimento não apenas das suas contribuições individuais, mas também do papel de relevo na construção da República de Angola.

Controvérsia

A cerimónia de condecoração gerou debates e críticas devido à exclusão de figuras históricas como Holden Roberto, fundador da FNLA, e Jonas Malheiro Savimbi, fundador da UNITA. Ambos foram signatários do Acordo de Alvor, que estabeleceu as bases para a independência de Angola.

O deputado da UNITAAlcides Sakala, declinou a medalha oferecida, justificando a sua decisão com “omissões no reconhecimento da memória nacional”.

A Assembleia Nacional, dominada pelo MPLA, rejeitou propostas para incluir estes líderes na lista de condecorados, argumentando que apenas António Agostinho Neto, primeiro Presidente de Angola e líder do MPLA, preenche os requisitos para tal distinção .

27 de Maio de 1977 no “Causa e Efeito” da RTP África

27 de Maio de 1977 no “Causa e Efeito” da RTP África

No episódio 20 do programa “Causa e Efeito“, transmitido pela RTP África a 23 de maio de 2025, Michel Francisco (Michel) e Henda Vieira Lopes participaram num breve encontro dedicado à memória e justiça sobre os trágicos acontecimentos de 27 de Maio de 1977 em Angola.

Michel Francisco (Michel), sobrevivente desse episódio histórico e autor do livro Nuvem Negra, compartilhou o seu testemunho pessoal, destacando as dificuldades enfrentadas pelos sobreviventes e familiares das vítimas na procura de reconhecimento e justiça. Michel criticou a Comissão para a Reconciliação pela falta de credibilidade e transparência no processo de identificação das ossadas das vítimas.

Nuvem Negra – O Drama do 27 de Maio de 1977
Nuvem Negra – O Drama do 27 de Maio de 1977

Henda Vieira Lopes, representante da Associação M27, abordou o papel da sociedade civil na preservação da memória coletiva e na promoção da reconciliação nacional. Ela enfatizou a importância de iniciativas que garantam a verdade histórica e a justiça para as vítimas e seus familiares.

Nuvem Negra – O Drama do 27 de Maio de 1977
Nuvem Negra – O Drama do 27 de Maio de 1977

Manuel Homem compartilha reflexões sobre Angola

Manuel Homem compartilha reflexões sobre Angola

Jornal ÉME – Luanda – 21.05.2025 (Texto e Fotografia)

Uma obra literária intitulada “Crónicas do Homem, Pensamentos sobre a Nossa Sociedade e o Nosso País” foi lançada nesta quarta-feira (21/05/2025), no Memorial Dr. António Agostinho Neto, em Luanda, pelo ministro do Interior, Manuel Homem.

O evento de lançamento contou com a presença de figuras proeminentes como da vice-presidente do MPLA, Mara Quiosa e do secretário-geral, Paulo Pombolo que ressaltaram a relevância da obra, que aborda a coragem e a resiliência do autor que no silêncio da sua caminhada, transforma ideias em escrita.

Segundo a vice-presidente a publicação da obra literária, surpreendeu a sociedade de forma positiva e “nos remete sempre à necessidade de continuarmos a promover a escrita, sobretudo o hábito de leitura no seio das crianças e da juventude”.

 “Estamos muito felizes por estar aqui, e aproveito esta soberana ocasião para parabenizar o autor pela pertinência da obra, porque para além das funções que exerce no executivo, nos demonstra que tem muito a nos oferecer por intermédio da literatura”, salientou.

O autor, Manuel Homem, descreveu o processo de escrita como um “exercício de memória”, resultado de diálogos e reflexões sobre os mais variados temas que abrangem a política, família, engenharia, cultura, desporto e a própria sociedade angolana. O livro narra os diversos momentos e desafios que o autor enfrentou na sua trajectória.

Uma iniciativa notável é a destinação dos lucros da venda do livro, já que todos os valores serão doados ao Colégio de Polícia “Comandante José Alfredo Ekuikui”, uma instituição dedicada à formação de órfãos de agentes da polícia que perderam as suas vidas em serviço.

Com 89 páginas e 48 crónicas, o livro da editora Perfil Criativo | AUTORES.club oferece uma análise aprofundada da sociedade angolana, abordando a sua evolução social, os desafios económicos, a importância da educação e o papel crescente da tecnologia no desenvolvimento do País.

Manuel Gomes da Conceição Homem, nasceu em 24 de Novembro de 1979, é engenheiro e uma figura política influente, membro do Bureau Político do Comité Central do MPLA.

A sua trajectória profissional e política é marcada por posições de destaque, incluindo a de governador de Luanda e ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social.

O lançamento foi prestigiado por diversas personalidades, como o ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida, além de governantes, deputados, efectivos dos órgãos de defesa e segurança, membros do Comité Central do MPLA, familiares, amigos, colegas e convidados ilustres.

Crónicas do Homem
Crónicas do Homem

Da pena jornalística à literatura: Armindo Laureano reconhecido pelo Camões

Da pena jornalística à literatura: Armindo Laureano reconhecido pelo Camões

O Camões – Centro Cultural Português em Luanda apresenta mais uma sessão da rubrica Escritor do mês. A edição de Maio contará com a participação do jornalista, autor do livro “Há dias assim…” e apresentador Armindo Laureano.

Camões – Centro Cultural Português: 27 de Maio – Terça-feira, 18h00
Entrada Gratuita

Há dias assim..., de Armindo Laureano
Há dias assim…, de Armindo Laureano

Sobre o autor


Armindo Fragoso Laureano, também conhecido pelo pseudónimo Salambende Mucari, nasceu em Luanda a 2 de Janeiro de 1976. É jornalista, autor e apresentador angolano. Iniciou a sua carreira na comunicação social em 2009, na TV Zimbo, onde se destacou como apresentador do programa Zimbando e, mais tarde, como repórter da direcção de informação.

Criador do programa Vivências e fundador da plataforma Vivências Press, tem promovido iniciativas editoriais, radiofónicas e formativas em Angola e na diáspora. É também autor de livros e audiolivros, tendo recebido o Prémio Maboque de Jornalismo em 2015. Desde Março de 2020, é o director do semanário generalista angolano Novo Jornal.

Esta é uma rubrica mensal dedicada à promoção de autores que escrevem em língua portuguesa, com o objectivo de reunir estudantes, escritores, leitores e amantes da literatura em torno de discussões enriquecedoras.

“Ensaio de um Crime”: Espetáculo de teatro que desafia o óbvio

“Ensaio de um Crime”: Espetáculo de teatro que desafia o óbvio

O grupo de teatro Cenas de Alvalade estreia nos dias 30 e 31 de maio às 21h15 e 1 de junho às 16h00, no Auditório da Escola Secundária Padre António Vieira, a sua mais recente produção: “Ensaio de um Crime (em Alvalade)”. O espetáculo promete surpreender e envolver o público com uma abordagem original e provocadora sobre o mistério e a condição humana.

Com encenação de Lina Paula Pinto e texto desenvolvido em criação coletiva, a peça é interpretada por um elenco dinâmico composto por Ana Cardoso, Bruno Quaresma, Carmo Vasconcelos, Filomena Caxias, José Barreto, Pedro Antunes, Raquel Guiomar, Rute Coelho e Sofia Paredes. A atmosfera do espetáculo é enriquecida pelo desenho de luz de António Milheirão, que contribui para a tensão dramática e para a experiência imersiva.

Ensaio de um Crimenão é um drama qualquer — como salienta a própria ficha técnica. Trata-se de um exercício teatral que convida o público a refletir sobre os limites entre a encenação e a realidade, o planeamento e o acaso, a culpa e a responsabilidade.

Os bilhetes têm o custo de 5,00€ e a classificação etária é de M/12. As reservas podem ser feitas através dos contactos da Estrelas São João de Brito: 218 482 386 / 933 392 213 ou no site https://estrelas-sjb.pt.

Promovido pela Associação Centro Cultural e Desportivo Estrelas São João de Brito e apoiado pela Escola Secundária Padre António Vieira, este espetáculo é uma oportunidade imperdível para os amantes do teatro do bairro de Alvalade e para quem procura uma experiência cultural autêntica no coração de Lisboa.

Elivulu lança “Saudades dos Tempos que Não Vivemos”, de Sedrick de Carvalho

Elivulu lança “Saudades dos Tempos que Não Vivemos”, de Sedrick de Carvalho

Lisboa será palco do lançamento do novo livro Saudades dos Tempos que Não Vivemos, de Sedrick de Carvalho, numa sessão marcada para 22 de maio, às 19h00, na Biblioteca Palácio Galveias, na sala polivalente.

O evento conta com a apresentação de Branca Clara das Neves e é promovido pela Elivulu Editora, sob o mote “Ler com liberdade!”. A entrada é gratuita, sendo uma excelente oportunidade para os leitores conhecerem de perto o autor e sua obra mais recente.

Ministro da Cultura de Angola reforça laços culturais em Cabo Verde

Ministro da Cultura de Angola reforça laços culturais em Cabo Verde

O Ministro da Cultura de Angola, Filipe Zau, esteve em Cabo Verde entre os dias 10 e 13 de março de 2025, a convite do seu homólogo cabo-verdiano, Augusto Veiga, para fortalecer as relações culturais e explorar novas oportunidades de cooperação no setor das indústrias criativas.

Durante a sua estadia, Filipe Zau manteve um encontro de cortesia com Ricardo Leote, na presença da Conselheira da Embaixada de Angola em Cabo Verde, Carla Boaventura. No encontro, foi reforçada a presença e disponibilidade da NOS RAIZ, representante da plataforma cultural AUTORES.club, para acolher autores angolanos e promover atividades culturais nas áreas da literatura, cinema, música e artes plásticas em Cabo Verde.

A conversa permitiu recordar o lançamento do CD “Canto Terceiro da Sereia – O Encanto“, desenvolvido em parceria com Filipe Mukenga. Com uma outra peça o livro/disco “Marítimos”, também disponível na loja www.AUTORES.club, revelamos uma obra que traz uma abordagem única à história marítima africana, destacando documentos do Arquivo Lúcio Lara que revelam figuras históricas como Amílcar Cabral e Agostinho Neto.

Outro ponto de destaque foi a referência ao texto “O quinto neto da Rainha Ginga”, publicado no Jornal de Angola em 2010. O ensaio inspirou uma parceria entre Filipe Zau e o editor/construtor de imagens, João Ricardo, culminando na exposição “Aqui é proibido falar!“, onde a peça central aborda a trajetória de Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal, explorando suas conexões históricas e culturais com o passado africano.

Além das reuniões estratégicas, a agenda do ministro incluiu visitas a centros culturais e locais históricos cabo-verdianos, reforçando o intercâmbio entre os dois países lusófonos. A presença de Filipe Zau sublinha a crescente cooperação entre Angola e Cabo Verde no campo da cultura, consolidando parcerias que promovem a valorização e divulgação das artes e da literatura no espaço da língua portuguesa.

Esta visita representa mais um passo na construção de uma ponte cultural entre Angola e Cabo Verde, refletindo o compromisso mútuo com o fortalecimento da identidade e da diversidade artística da região.

“Marítimos” um livro para descobrir


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