O ensaio do jornalista Álvaro Henriques do Vale liga, com uma abordagem inovadora e documentada, os bastidores financeiros da Primeira República Portuguesa ao colapso da Bolsa de Nova Iorque em 1929, e revela como esse evento global teve impacto direto no adiamento da autonomia de Angola, contrariando as recomendações da Sociedade das Nações.
Através de uma investigação minuciosa, o autor revela a fragilidade das finanças públicas portuguesas no pós-guerra, a especulação do Banco Nacional Ultramarino nos mercados internacionais e a pressão externa sobre os territórios ultramarinos. Figuras como Norton de Matos, Cunha Leal, Salazar, Roosevelt ou Keynes cruzam-se numa narrativa densa, que combina economia, diplomacia e geopolítica, abrindo novas perspectivas sobre o papel de Angola nas estratégias das potências ocidentais.