Orlando Castro no “Mar de Letras”

Orlando Castro no “Mar de Letras”

Saiu de Angola, mas Angola não saiu dele e é a este país que regressa nos seus escritos. Orlando Castro está de regresso ao Mar de Letras com um livro de poesia, marcado pela dor dos tempos em que foi obrigado a deixar o seu país, e com um livro de vivências pessoais com a UNITA, incluindo com Savimbi. Uma conversa a não perder no Mar de Letras desta semana.

Episódio 11 de 47 Duração: 33 min

  • 20 Mar 2024 — 21:30 — RTP África
  • 24 Mar 2024 — 06:30 — RTP África
  • 25 Mar 2024 — 02:30 — RTP África

Registo em vídeo do lançamento do livro “Eu e a UNITA”, na Casa de Angola

Registo em vídeo do lançamento do livro “Eu e a UNITA”, na Casa de Angola

7/12/2023 — Registo em vídeo da sessão de lançamento do livro “Eu e a UNITA” (Ed. 2023), de Orlando Castro, realizado na Casa de Angola, em Lisboa..

Os jornalistas William Tonet e Sedrick de Carvalho apresentaram a obra de Orlando Castro.

Orlando Castro

Orlando Castro nasceu a 30 de Outubro de 1954 em Nova Lisboa, Huambo, Angola.

Jornalista – Carteira Profissional Nº 480ª, Director Adjunto do jornal angolano Folha 8.

HABILITAÇÕES LITERÁRIAS:
Licenciatura em História

ACTIVIDADES PROFISSIONAIS EM PORTUGAL
Jornalista e coordenador da Secção de Economia, do «Jornal de Notícias» entre 1991 e 2009.
Editor da Secção de Economia do jornal «O Primeiro de Janeiro» entre 1988 e 1991.
Chefe de Redacção da RIT – Revista da Indústria Têxtil entre 1980 e 1988.
Redactor e Chefe da Delegação no Porto do semanário «O País» entre 1977 e 1979.

ACTIVIDADES PROFISSIONAIS (Angola 1973/1975)
Redactor do diário «A Província de Angola»;
Redactor e Chefe de Redacção da revista «Olá! Boa Noite»;
Colaborador do Rádio Clube do Huambo;
Colaborador da Emissora Comercial do Huambo;
Colaborador do bi-semanário «O Planalto».


Autor dos livros:
«Algemas da Minha Traição» (1975),
«Açores – Realidades Vulcânicas» (1995)
«Ontem, Hoje… e Amanhã?» (1997).
«Memórias da Memória» (2001).
«Alto Hama – Crónicas (diz)traídas» (2006).
«Cabinda – ontem protectorado, hoje colónia, amanhã Nação» (2011).
Co-autor dos 16 volumes da colecção “Guerra Colonial – A História na Primeira Pessoa”, distribuída em 2011 pelo “Jornal de Notícias” e “Diário de Notícias”.
«António Marinho e Pinto – Mudar Portugal» (2015).
«Egosismo (o sismo de magnitude máxima que atingiu o meu ego). Poemas escritos entre fins de 1975 (saída de Angola) e 1980» (2022), «Eu e a UNITA» (2023).

William Tonet

William Tonet cresceu como “criança soldado”. O seu pai foi um dos fundadores da 1ª Região Político-Militar do MPLA. Aos 8 anos de idade já dominava as comunicações militares.

Foi dos mais novos comandantes militares, com 16 anos de idade.

Esteve na Cadeia de São Nicolau, com o seu pai, preso, quando tentavam abrir uma região político militar do MPLA, no Huambo, em 1968.

Foi um dos que implantou a organização dos pioneiros do MPLA, OPA, em Luanda, e foi um dos comandantes que levou o porta-bandeira, em 11 de Novembro de 1975, no dia da proclamação da Independência. Foi igualmente um dos impulsionadores das estruturas juvenis da JMPA, nas fábricas e locais de trabalho, em 1975/6.

Trabalhou no gabinete do então ministro da Administração Interna, comandante Nito Alves, sendo responsável das comunicações e dos assuntos juvenis.

Esteve preso em 1977 (na sua família estiveram quatro presos: ele, pai e dois tios, enterrados vivos)

Em 1979 entrou para os quadros da TPA, como assistente de câmara, depois de ter sido expulso do Jornal de Angola, por Costa Andrade, Ndunduma, acusado de ligações aos chamados fraccionistas.

Na Televisão teve programas de grande audiência, destacando-se o Horizonte, dedicado à juventude e com este programa contribuiu decisivamente para as transmissões em directo. Tendo um espectáculo no Sporting de Luanda, sido o primeiro directo da TPA.

Foi o primeiro delegado da TPA (Televisão Pública de Angola) em Benguela e professor do ensino secundário, no Ciclo Velho.

Criou o programa Panorama Económico no período de partido único. Constituiu uma novidade, para a época. Valeu-lhe muitos amargos de boca, tendo estado este na origem da sua saída da TPA.

Foi quadro fundador da Delegação da LUSA em Angola, com Sérgio Soares, sendo o primeiro jornalista angolano a trabalhar como tal na Voz da América e a cobrir os dois lados do conflito (período da Guerra Fria, entre UNITA e MPLA).

É o jornalista que mais se especializou na cobertura do conflito militar angolano, conhecendo e mantendo relações com os dois beligerantes.

Em 1991, fruto dessas relações privilegiadas foi o primeiro mediador do conflito angolano, colocando pela primeira vez, sentados à mesma mesa, militares das Forças Armadas governamentais e da UNITA, que rubricaram um acordo de 19 pontos, no Luena, no Alto Kauango, a 19 de Maio de 1991. Acordo esse rubricado pelo chefe do Estado Maior das Forças Militares da UNITA, FALA, general Arlindo Chenda Pena “Ben Ben” e pelo chefe das Operações das Forças Militares do MPLA, coronel Higino Carneiro. Este terá sido um acordo determinante para a assinatura dos Acordos de Bicesse.

Sem estes, talvez, em 31 de Maio de 1991, não tivesse sido possível o de Portugal, uma vez que os militares, no terreno, continuavam a lutar.

Criou a primeira produtora privada de televisão, responsável entre outras da divulgação das imagens via satélite da realidade do conflito militar e social de Angola para o mundo, nomeadamente, para a CNN, CBS e em Portugal para a SIC

Em Portugal, antes da liberalização do espectro da rádio, teve uma emissora pirata na Pontinha. Fez parte do grupo fundador da TSF com Emídio Rangel e da SIC, primeira televisão privada em Portugal.

Trabalhou no semanário “O Jornal” e na revista Visão.

É o jornalista angolano, preso mais vezes pelo regime, fruto da sua liberdade de pensamento e com mais processos judiciais: 98, até Novembro de 2014

Sedrick de Carvalho

Nasceu em Luanda, capital de Angola. Jurista, editor, jornalista e activista. Preso político condenado pelo regime angolano a quatro anos e seis meses no «Processo 15+2» (2015-2016), sob acusação de actos preparatórios de rebelião e associação de malfeitores.

Fundador e coordenador editorial da Elivulu Editora. Autor do livro Cabinda – Um território em disputa(Guerra & Paz, Lisboa, 2018) e Prisão Política (Perfil Criativo e Elivulu Editora, 2021).

Foi professor do ensino básico em Luanda. Associado da Transparência e Integridade – Associação Cívica (TI-AC). Trabalhou nos jornais Folha 8 e Novo Jornal. Tem artigos publicados em jornais em Portugal.

Lançamento oficial do livro “Eu e a UNITA”, de Orlando Castro

Lançamento oficial do livro “Eu e a UNITA”, de Orlando Castro

O autor, Orlando Castro, e o editor da Perfil Criativo têm o prazer de convidar V. Ex.ª para o lançamento oficial do livro “Eu e a UNITA” (Ed. 2023).

A apresentação desta obra será realizada pelos jornalistas William Tonet e Sedrick de Carvalho. Um grande encontro marcado na Casa de Angola, em Lisboa, amanhã, 7 de Dezembro, quinta-feira, às 17h30. Como já vem sendo habitual nos nossos encontros a encerrar a sessão de lançamento haverá debate com o público.

Morada da Casa de Angola: Travessa da Fábrica das Sedas 7, 1250-096 Lisboa

A Orla de Orlando que não é Jesus 

A Orla de Orlando que não é Jesus 

WILLIAM TONET*

O livro começa, quando a leitura nos aloja nas nuvens! 

É uma sublime lufada de ar fresco de e para Angola! 

Um verdadeiro selo de povoamento, parido nas entranhas da Rua 66, zona alta de Nova Lisboa (Huambo), onde estão enterradas as secundinas do autor, sob o olhar cúmplice do “gavião”** que as não consegue resgatar.

1975, emerge como marco do pico identitário dos ventos de mudança, que não se endeusam em si mesmo, porque o horizonte está aí. 

“Ao longo dos anos defendo aquilo que considero o mais correcto para a minha terra, Angola. Consigo não agradar nem a gregos (MPLA) nem a troianos (UNITA)”, assegura.

O autor coloca a carruagem, nos trilhos do Caminho de Ferro, percorrendo todos os interiores até ao litoral, visionando, em cada apeadeiro a euforia e o declínio de ideologias, responsáveis pelo descarrilamento da soberania de sonhos de uma multirracialidade, nunca desembarcada no hoje/futuro.

“Sou angolano, nasci em Angola, lá estudei, brinquei, cresci e me fiz homem. Mesmo que tenha sido obrigado pelos acontecimentos históricos a abandonar o país onde nasci, e a utilizar a nacionalidade portuguesa dos meus pais, o meu coração esteve lá, está lá e estará sempre lá”.

As letras dedilhadas não merecem embaciamento de quem no fim de um princípio, também, se comove, com a maestria do “EU” do autor, qual túnica de uma bíblia, na mão “apostólica” de quem nos faz desfilar, em “vários livros”, de um só, cuja geografia de uma longa língua de terra informativa, faz desabrochar, em cada borda, suculentas realidades vivenciais. 

“A transparência política é uma das premissas a serem implantadas desde já, para que os angolanos acreditem que a UNITA não pactua com a corrupção e cumpre as promessas eleitorais, colocando em primeiro lugar os interesses dos desfavorecidos e controlando os que ocupam cargos públicos para que estes sirvam o povo e não usem as suas funções em proveito próprio”.    

“EU E A UNITA” é lida com a mesma sensação, da mulher que estava doente havia 12 anos, segundo a Bíblia, acreditando que se tocasse na orla (túnica) de Jesus se curaria… 

Qualquer leitor, acredito, ante a intensidade narrativa banhar-se-á nas águas termas, “curando-se” com as ondas informativas sobre os épicos momentos da história de Angola, tão sublimemente esmerados na obra.  

“Não se sabe, embora eles saibam, onde é que o regime do MPLA (por sinal no poder desde 1975) quis e quer chegar ao construir monumentos que enaltecem os contributos dos angolanos que consideram de primeira (todos os que são do MPLA) e, é claro, amesquinham todos os outros. Mas agora que as comadres (do MPLA) se zangaram – ou parece que se zangaram – talvez venhamos a saber a verdade”. 

A verdade que me leva a agradecer a escolha amiga, para tão hercúlea tarefa de não fechar o infinito…

Uma verdade que esvoaça sobre as nuvens montanhosas do Mbave (Huambo) espalhando-se desse centro geográfico numa “KANAF” (hebraico), ASA, para os judeus, significando, ainda e também, ORLA, que quem a toca se cura da saudade e utopia dos húmus identitários, muitas vezes arredios da biblioteca mental, de cada um de nós, pese a vigorosidade da nossa terra prometida: ANGOLA! 

Ler é terapia. Ler é cura para se entranhar nas profundezas cúmplices de um passado/presente, que destruiu (ontem), destrói (hoje), mas não apaga a força de acreditar que os impios não vencem, não vencerão, todas as intempéries, porque no amanhã dos povos, estes, dedilharão, como nesta obra, o irreversível hino da MUDANÇA.

Twanpandula sekulu…

* In Prefácio. William Tonet é jornalista e director do jornal “Folha 8”

**Gavião (águia)


Orlando Castro nasceu em 1954 em Nova Lisboa, Huambo, Angola.
Jornalista, licenciado em História, é autor dos livros:

«Algemas da Minha Traição» (1975),
«Açores – Realidades Vulcânicas» (1995)
«Ontem, Hoje… e Amanhã?» (1997).
«Memórias da Memória» (2001).
«Alto Hama – Crónicas (diz)traídas» (2006).
«Cabinda – ontem protectorado, hoje colónia, amanhã Nação» (2011).

Co-autor dos 16 volumes da colecção “Guerra Colonial – A História na Primeira Pessoa”, distribuída em 2011 pelo “Jornal de Notícias” e “Diário de Notícias”.

«António Marinho e Pinto – Mudar Portugal» (2015).
«Egosismo» (2022).
«Eu e a UNITA» (2023).

Biblioteca Almeida Garrett recebe poeta desterrado

Biblioteca Almeida Garrett recebe poeta desterrado

5/9/2022 — Ontem o livro “Egosismo (o sismo de magnitude máxima que atingiu o meu ego). Poemas escritos entre fins de 1975 (saída de Angola) e 1980” (Ed. 2022), de Orlando Castro, integrado na colecção “Poesia no Bolso“, e publicado pela Alende (Angola) e Perfil Criativo (UE – Portugal) foi apresentado na Biblioteca Almeida Garrett, nos jardins do Palácio de Cristal, um evento integrado na Feira do Livro do Porto 2022.

Orlando Castro nasceu em 1954 em Nova Lisboa, Huambo, Angola. Jornalista com carteira profissional nº 480, é actualmente director adjunto do jornal Folha 8. Autor de várias obras como:

— “Algemas da Minha Traição” (Ed. 1975),
— “Açores – Realidades Vulcânicas” (Ed. 1995)
— “Ontem, Hoje… e Amanhã?” (Ed.1997).
— “Memórias da Memória” (Ed. 2001).
— “Alto Hama – Crónicas (diz)traídas” (Ed. 2006).
— “Cabinda – ontem protectorado, hoje colónia, amanhã Nação” (Ed. 2011).
Co-autor dos 16 volumes da colecção “Guerra Colonial – A História na Primeira Pessoa”, distribuída em 2011 pelo “Jornal de Notícias” e “Diário de Notícias”.
— “António Marinho e Pinto – Mudar Portugal” (Ed. 2015).

Durante o encontro na Feira do Livro do Porto foi apresentada esta nova e desconhecida faceta, de Poeta, de Orlando Castro ao mesmo tempo que foi sublinhado a importância do trabalho realizado pelo jornal Folha 8, e a necessidade de existir na República de Angola uma Comunicação Social profissional e independente do poder político. O editor agradeceu também a oportunidade que o jornal tem dado aos jovens na publicação de artigos originais.

A Biblioteca Municipal Almeida Garrett é uma biblioteca pública situada nos Jardins do Palácio de Cristal, na freguesia de Massarelos, na cidade do Porto, Portugal. O edifício, da autoria do arquitecto José Manuel Soares aloja, para além da biblioteca, uma galeria, uma cafetaria com esplanada e um pequeno auditório.

Participaram neste encontro o interventivo Dr. Paulo Morais, presidente da Frente Cívica, responsável por trazer o tema da corrupção para a agenda mediática, e o juiz Dr Rui Moura, natural do planalto central em Angola.

O presidente da Frente Cívica, Dr. Paulo Morais, visitou o pavilhão 76 da Feira do Livro do Porto 2022 e ficou regozijado com os surpreendentes livros de autores angolanos

Sinais de tempestade acordam o “Pensador”

Sinais de tempestade acordam o “Pensador”

4/9/2022 — Hoje a cidade do Porto acordou com um forte vento e nuvens carregadas de tempestade. Os gloriosos e inéditos volumes da História de Angola, do Prof. Doutor Carlos Mariano Manuel, são “Livro do Dia” na Feira do Livro do Porto, em condições muito especiais, motivos para trazer ao nosso pavilhão (76) o “Pensador de Angola”. Mais logo, pelas 19h45, na Biblioteca Almeida Garrett a poesia de Orlando Castro vai cantar Angola. A biblioteca está a 100 metros do nosso pavilhão.”