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Lagos: “Diálogos do sul” de 2023 traz o tema “escravatura”

Lagos: “Diálogos do sul” de 2023 traz o tema “escravatura”

DIA INTERNACIONAL PARA A ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA │ 2 DEZ. 15:30 | BIBLIOTECA MUNICIPAL DE LAGOS JÚLIO DANTAS

Encontro na Biblioteca Municipal de Lagos com os escritores e investigadores Laurentino Gomes (Brasil) e Jonuel Gonçalves (Angola) e a moderação da jornalista Fernanda Almeida, RDP África.

O que a história ainda não nos ensinou sobre a escravatura?

Será o racismo uma consequência da escravatura?

Questões deste nosso tempo para o jornalista, escritor e investigador histórico LAURENTINO GOMES, um dos mais importantes nomes na difusão contemporânea da História do Brasil, autor das trilogias sobre História do Brasil “1808”,“1822” e “1889” (2007-2013) e sobre a escravatura “Escravidão”, 3v. (2019-2022), e JONUEL GONÇALVES, economista, professor, investigador e autor de livros de ficção e não ficção centrados nas relações de economia e poder no Atlântico Sul e na presença de África no mundo. O seu último romance “E agora quem avança somos nós”, baseado em ambientes reais e fatos históricos, e onde os personagens se movem entre o Brasil, Angola e Portugal, esgrima a ideia de que raça é máscara.

Venda de livros e sessão de autógrafos no final da sessão.

LAURENTINO GOMES, paranaense de Maringá, Brasil, e detentor de oito Prémios Jabuti de Literatura, é autor dos livros “1808”, sobre a fuga da corte portuguesa de D. João para o Rio de Janeiro, eleito Melhor Ensaio de 2008 pela Academia Brasileira de Letras; “1822”, sobre a Independência do Brasil; “1889”, sobre a Proclamação da República; e “Escravidão” (em três volumes), além de “O caminho do peregrino”, em coautoria com Osmar Ludovico da Silva. Tem livros publicados no Brasil, em Portugal, nos Estados Unidos, na China e na Rússia. Formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná, com pós-graduação em Administração pela Universidade de São Paulo, é titular da cadeira dezoito da Academia Paranaense de Letras.

JONUEL GONÇALVES tem dupla nacionalidade brasileira e angolana. Envolvido na luta pela independência e democratização de Angola, teve grande parte da sua existência dividida entre o combate clandestino e os exílios. Depois do fim das guerras angolanas passou a viver em trânsito entre África, Brasil e Portugal. Doutor em Ciências pela Universidade Federal do Rio de Janeiro é Pesquisador Associado do Núcleo de Estudos Estratégicos Avançado (NEA/INEST) da Universidade Federal Fluminense (Rio de Janeiro) e Investigador no Centro de Estudos Internacionais do ISCTE-IUL (Lisboa). Em Angola é Orientador de Mestrado no Instituto Superior de Ciências da Educação de Luanda. Autor de inúmeros artigos sobre Economia e Assuntos Africanos, tem vários livros publicados, na área da ficção e do ensaio em Angola, Brasil e Portugal. Em Portugal encontram-se disponíveis os seus títulos mais recentes: os romances “E agora quem avança somos nós” (Elivulu e Perfil Criativo Edições, 2022) e “A Ilha de Martim Vaz” (Guerra & Paz, 2017) e os ensaios “Economia e Poder no Atlântico Sul” (Perfil Criativo Edições, 2022), “África no Mundo livre das imposturas identitárias” (Guerra & Paz, 2020) e “Angola: cinco séculos de guerra económica” (Mayamba e Perfil Criativo Edições, 2023)

FERNANDA ALMEIDA, portuguesa, nasceu em Moçambique, em 1968. Licenciada em Ciências da Comunicação, pela Universidade Autónoma de Lisboa, é Jornalista da RDP África há vinte e seis anos, sempre na área cultural, e responsável e orientadora, na RDP África, dos estágios Curriculares do 1.º Ciclo da Licenciatura em Estudos Africanos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Atualmente produz, realiza e apresenta na RDP África os programas “Manual de Instruções” (programa semanal de entrevistas na área do voluntariado);“Escrever na água” (programa semanal sobre literatura Lusófona) e “Avenida Marginal” (conversas sobre questões fraturantes da nossa sociedade). Na Antena 1 moderou, de 2018 a 2021, o programa “A Páginas Tantas”, com as escritoras Inês Pedrosa, Patrícia Reis e Rita Ferro e, em 2022, o programa literário “Biblioteca Pública”, com os escritores Afonso Reis Cabral, Dulce Maria Cardoso e Richard Zimler. Extra Rádio, coordenou, de 2012 a 2015, o jornal cultural angolano “O Chá”, trabalhou na revista “Visão” (1993-96), colaborou em várias publicações e editoras, apresentou diversos eventos musicais e colaborou na peça de teatro “Os vivos, o morto e o peixe frito” do escritor angolano Ondjaki. Em 2022 foi distinguida com uma Menção Honrosa no Prémio de Jornalismo “Os Direitos da Criança em Notícia” pelas suas reportagens na RDP África “Uma escola, um novo futuro” e “Somos o que fazemos”

Livros de Jonuel Gonçalves disponíveis na nossa plataforma online www.AUTORES.club:

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“3 em 1” apresentado em Faro

“3 em 1” apresentado em Faro

28/11/2023 — Ao fim do dia o livro de poesia “3 em 1“, de Filipe J. D. Pereira, foi apresentado no extraordinário auditório da Biblioteca Municipal de Faro. A directora da Biblioteca Municipal de Faro, Dr.ª Sandra Martins, recebeu os convidados e apresentou os intervenientes para a apresentação da obra “3 em 1“, de Filipe J. D. Pereira . O editor João Ricardo Rodrigues, da Perfil Criativo, referiu que num tempo maioritariamente tecnológico é muito importante que o autor, Filipe J. D. Pereira, com inúmeras publicações ligadas às engenharias, surpreenda o público do Algarve com uma obra de poesia de grande humanismo. O jornalista Wilton Fonseca, autor dos livros “Heróis Anónimos [1] – Jornalismo de Agência – História da Anop e da Np (1976-1986)“, “Heróis Anónimos [2] – Jornalismo de Agência – História da Lusitânia e da Ani (1944-1975)“, “Heróis Anónimos [3] – Jornalísmo de Agência – Depoimentos (1938-2017)” e “Da Monarquia ao Estado Novo: Agências Noticiosas em Portugal“, fez a apresentação da obra (ver texto abaixo). Por fim, o autor agradeceu à biblioteca e ao município de Faro, ao público presente e aos intervenientes na mesa de honra.

3 em 1

TEXTO: WILTON FONSECA, Jornalista

Boa tarde a todos. Em primeiro lugar, obrigado ao Felipe, por ter trazido até todos nós o seu “3 em 1”, que ele construiu com carinho e com a dedicação que ele aplica a tudo que faz. Obrigado também ao Ricardo Rodrigues, que publicou o livro. E agradecimentos ainda a todos os presentes, principalmente aos responsáveis por esta biblioteca. 

Penso que todos conhecerão o autor; mesmo assim, tenho aqui alguns dados da sua biografia, mas antes uma manifestação de interesse: sou amigo dele. 

Filipe Didelet Pereira é licenciado, mestre e doutor em Engenharia Mecânica e membro Conselheiro e Especialista em Manutenção da Ordem dos Engenheiros. Tem várias obras publicadas na sua área profissional, a nível nacional e internacional, mas também se dedica há anos a projetos literários, de que o presente livro é a mais recente manifestação. Conhece como poucas pessoas os transportes públicos deste país. 

3 em 1”, como o próprio nome indica, é a reunião, num só volume, de três obras diferentes. A primeira é constituída por 65 breves diálogos. Por que razão 65 diálogos? – perguntei-lhe eu. Trata-se da idade que tinha quando os reuniu num único volume – explicou-me. 

Os diálogos são subordinados ao tema geral “De entre o céu e o inferno”. Isto é, englobam tudo que não se encontra no céu ou no inferno, mas entre uma coisa e outra. A palavra “inferno” não aparece no livro, e “céu” surge apenas uma vez, para indicar a cor azul, e não propriamente o local idealizado pelos crentes católicos: 

Indica-me o nome deste país, irmão Paulo.
Seria o céu se fosse azul, irmão Pedro. 

3 EM 1

A distância entre o céu e o inferno é o percurso existencial de cada um, de todos nós e também de Pedro e de Paulo: 

— Grande terá sido o caminho desde
Que iniciei o conhecimento, Pedro.


— E maior se tornará, Paulo. Lamenta
apenas, comigo, que a memória não
abranja, precisamente, os passos inaugurais 
e alguns dos que se seguiram.  

3 EM 1

Os diálogos têm apenas essas duas personagens, Pedro e Paulo, eles mesmos, os dois apóstolos. Os dois conheceram em vida tudo que medeia entre o céu e o inferno. Assim aconteceu com Pedro, ou Simão Pedro, o mais velho, cujo nome evoca a pedra sobre a qual Cristo quis edificar a sua igreja, o homem que Cristo escolheu para ser pescador de homens, que abandonou tudo para seguir Jesus e que pediu para ser crucificado de cabeça para baixo, para não padecer da mesma maneira que o Messias.  

O nome de Paulo, ou Saulo, ou Paulo de Tarso, mais novo que Pedro, parece indicar alguém que era aguardado, por quem se ansiava; o seu percurso de vida é contrário ao de Pedro: de impiedoso perseguidor dos cristãos ele passa a defensor da mesma fé de Pedro e morre degolado: os romanos não usavam o martírio da cruz para castigar cidadãos romanos.   

Pedro e Paulo talvez tenham sido martirizados no mesmo dia, não se sabe. São ambos lembrados no dia 29 de junho. Aos dois apóstolos o nosso autor, narrador-criador, omnipresente, junta o seu próprio nome, o do apóstolo Filipe, do evangelista S. Filipe e a S. Filipe Néri, o santo da alegria, que dizia “afastem de mim o pecado e a tristeza”. Três Filipes e um só. Três apóstolos em diálogos atribuído a dois, mas que na realidade envolvem três. Três em um, é o título do livro. 

Tudo em “3 em 1” tem uma razão de ser. Os diálogos são propositadamente secos, económicos, ascéticos, místicos, sóbrios e austeros. Distanciam-se propositadamente da realidade. As emoções são poucas, não são extravasadas, é como se tivessem sido guardadas para a forma como os dois apóstolos se referem um ao outro: meu irmão de sempre, amigo, caro irmão, admirável companheiro, companheiro de tantos anos, velho e admirável companheiro.

A contenção das emoções faz com que apenas estados de espírito permanentes – como por exemplo a desilusão, a tristeza, a seriedade que somente o profundo conhecimento da mente humana pode trazer – sejam manifestados pelos dialogantes. Assim, o leitor não encontrará mais do que meia dúzia de adjetivos em “3 em 1”. Quando a utilização de adjetivos é absolutamente necessária, o autor transforma-os em nomes substantivos: um facto aleatório aparece como “o aleatório”; algo abrangente transforma-se em “a abrangência”; o que é grandioso surge como “a grandiosidade”.   

Para que serviriam os adjetivos, a não ser para apressar percursos, queimar etapas, retardar a chegada àquilo que se encontra inexorável e invariavelmente à espera de todos; ou conforme diz Pedro, interrogado sobre a transitoriedade da juventude: 

Eterna não será apenas a morte, irmão? 

3 EM 1

A segunda parte do “3 em 1” recebeu de Filipe o nome de “Hortu gERal”. Portugal, horto, geral. O título aponta claramente para o “Horto do Esposo” e o “Bosco Deleitoso”, marcos importantes da poesia medieval. O horto é local de isolamento, contemplação, reflexão e até de brincadeiras. Aqui, o leitor encontra a poesia experimental e concreta, que faz lembrar os melhores poetas concretos portugueses, nomeadamente Salette Tavares com o seu “Brincar, Brin Cadeiras, Brincade Iras” e António Ramos Rosa com o seu “O Deus Nu (lo)”, ou ainda Herberto Hélder com o seu “Poemacto”. Diz Filipe: 

Um poema
é uma estrutura
concisa
e organizada
que diz tudo 
sem dizer nada

3 EM 1

Brinca-se com a língua, brinca-se com o leitor, o poeta brinca consigo mesmo, aparentemente não se leva a sério. Tal como Herberto Hélder no já citado “Poemacto”:

Poemacto pacto acto poema
Poemacto poema pacto acto
Poemacto acto poema pacto
Poemacto pacto poema acto 

3 EM 1

Felipe, o poeta, sabe que é profeta:

Canta a multidão
a voz 
do poeta
que ao falar de nós
se torna em profeta

3 EM 1

Aqui há lugar para a geografia e para longínquos sentimentos, a justificar o título da  terceira parte do livro: “De mim para mil”. O tempo – seja na contemporaneidade, seja como porta do futuro, marca a sua presença. Aparecem a angústia e a política:

O país
a seco,
a saque,
a soco, a solo. 

3 EM 1

Ou então:

Lisboa que olhas o rio
cansada de o ver correr
para um mar sem regresso.
Lisboa, o teu casario 
que a gente vê morrer
Em nome desse progresso.

3 EM 1

A política e os sentimentos levam a uma verdadeira irritação, que poderia ter sido escrita hoje mesmo:

Que é isto?
Qu’ é isto?
Quisto
Ministro
Sinistro!!

3 EM 1

Ou ainda:

Corriam tempos de ilusão,
Para todos crescia a visão
De um mundo já libertado.
Mas eis de novo a maldição
de uma peste em transmissão
pondo o mundo acorrentado

3 EM 1

A maldição tem um nome, infelizmente bem familiar a todos nós:

Ser 
convidado 
a
confinado
para não ser
covidado

O novo normal
anormal
é o novo mal
e como tal
vai correr mal
se não voltar
a haver 
um normal 
que tem de ser
como era habitual 

Com máscaras
mascaras
más caras.
mas, caras,
de caras,
com máscaras
só há más caras.

3 EM 1

O que temos nesta vertente da poesia de Filipe? Num primeiro momento, dá-se a explosão da palavra – de um grafema – que é reconstituída sob diversas formas, inclusivamente com novas formas gráficas, permanecendo o som como reminiscência do primeiro. Daí que muitos dos nomes da poesia concreta e experimental tenham sido também revelados como artistas plásticos de grande valor. Neles, a palavra transborda o espaço exíguo da folha de papel. Ana Hartley chegou a fazer bordados com a sua poesia, e António Ramos Rosa fez experiências com vídeos. 

Estou convencido que Felipe vai a caminho deste movimento de trasbordo. A terceira parte do “3 em 1” parece indicá-lo, de mil maneiras. Aqui surge um hino à vida, aqui se encontram as etapas para a sua transição como ser humano – o filho, a filha, o neto -, aqui estão os amigos e a mensagem de esperança para a construção do futuro e para a eternidade. 

Já passei pelos dias curtos,
já passei por anos compridos.
Saudades pelos tempos idos,
Paixão pelos novos futuros.
Agora são dias compridos,
agora os anos são curtos.
Regozijo pelos tempos vividos 
e espera por serenos augúrios. 

3 EM 1

Obrigado pelo teu “3 em 1”, Filipe. A todos os presentes, obrigado pela paciência com que me ouviram.

Eugénio Inocêncio: “daqui a 200 anos ainda haverá leitores”

Eugénio Inocêncio: “daqui a 200 anos ainda haverá leitores”

23/11/2023 — A NOS RAIZ representante da plataforma AUTORES.club e da editora Perfil Criativo em Cabo Verde realizou na Biblioteca Nacional de Cabo Verde (BNCV) um encontro com o autor angolano Victor Torres para apresentação do livro “Caraculo – A Minha Paixão | Deserto de Moçâmedes (Namibe) | Álbum Fotográfico do século XIX e XX” (Ed. 2020).

O encontro iniciou-se com um momento de agradecimentos dirigidos pelo orador Ricardo Leote aos presentes: Embaixada de Angola em Cabo Verde representada pela Dra. Carla Boaventura; Embaixada de Portugal em Cabo Verde representada pela Dra. Andreia Mendes; equipa da Biblioteca Nacional de Cabo Verde; Dra. Odete Almeida coordenadora pedagógica Plano Nacional de Leitura de Cabo Verde ; comunicação social RTP África; Dra. Nadine Rodrigues e à jornalista Patrícia Macedo pelo apoio na divulgação e a todo o publico em geral pela presença.

O encontro decorreu com a intervenção da jornalista Susana Gonçalves que nos trouxe o seu testemunho sobre elaboração da obra e enalteceu o trabalho extraordinário do editor da Perfil Criativo,

Durante o debate com o autor Victor Torres o também nosso autor Eugénio Inocêncio (Múrcia, 2017, Depois das Mangas Vêm os Abacates (Duplo Laço), 2019, Figueira Gorda. A procura da quarta dimensão (o eterno triângulo amoroso), um dos convidados especiais para a apresentação desta obra de memórias do Sul de Angola afirmou que foi surpreendido com a qualidade deste livro. “Daqui a 200 anos ainda haverá leitores e investigadores a lerem estas memórias de Angola“, afirmou. O debate foi muito participativo com um público muito emocionado.

O próximo encontro com autores de Angola está agendado para o dia 20 Dezembro 2023 às 17h na Biblioteca Nacional de Cabo Verde para apresentação do segundo volume da colecção “Os Bantu na visão de Mafrano — Quase memórias — Volume II“, de Maurício Francisco Caetano (1916-1982).

Esta obra póstuma é fundamental para conhecer o grande grupo étnico linguístico africano Bantu. Um acontecimento maior nas relações culturais entre Angola e Cabo Verde.

Estes encontros na cidade da Praia têm o apoio do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas e da Biblioteca Nacional de Cabo Verde

De Lisboa o editor da Perfil Criativo | AUTORES.club felicitou a NOS RAIZ e Ricardo Leote pelo arranque com muito sucesso das actividades culturais na cidade da Praia.

“Os Bantu na visão de Mafrano” no 53º aniversário da Comunidade Católica Francófone de Angola

“Os Bantu na visão de Mafrano” no 53º aniversário da Comunidade Católica Francófone de Angola

O momento solene em que os dois volumes da coletânea «Os Bantu na visão de Mafrano» eram oferecidos ao padre Samuel Helena Tumbula, na Paróquia São Joaquim, Praia do Bispo, em Luanda, no domingo, dia 26 de Novembro.  

A Paróquia São Joaquim comemorou nesse dia o 53º aniversário (1970-2023) da criação da Comunidade Católica Francófone de Angola. Registando uma forte participação de pessoas de várias nacionalidades de África, Américas e Europa, o evento decorreu entre as 10:30 e as 17:00, com uma missa acompanhada pelo grupo coral da paróquia e um encontro final de confraternização.

Ser humano que exerce a função de poeta a tempo inteiro celebra 20 anos do seu primeiro recital

Ser humano que exerce a função de poeta a tempo inteiro celebra 20 anos do seu primeiro recital

Está de parabéns o poeta Danilo Facelli Fierro, por distribuir e apresentar a sua obra nas ruas desde 2004.

É com muito exaltação que a editora Perfil Criativo, na celebração deste vigésimo aniversário, publica o pequeno livro de poesia “Material Inflamable. Veinte años extendiendo palabras en voz alta” (Ed. 2023), que vai conquistar o coração dos leitores espanhóis e portugueses.

Este livro já está disponível na loja online www.AUTORES.club e estará em breve nas principais plataformas de comercio de livros digitais: FNAC, Bertrand, Wook e Worten.

Biografia de um poeta de intervenção

Entre 2005 e 2010, Danilo Facelli Fierro fez parte das companhias aQúTeatro e Los Estupendos Estúpidos. Em 2007, cria “Vivir del Bolo“, um projeto cénico que combina poesia, teatro e música ao vivo. Em 2016, dirige o espetáculo de circo “(In)*finit” da companhia Zero. Em 2017, publica o livro de poemas “Soñando Con” e, em 2018, o livro de aforismos “Chupitos“. Em 2019, apresenta a verbena poética do Festival Barcelona Poesía e é selecionado para criar e representar “Aldarri“, uma obra de teatro de rua criada para o Festival Eztena em Rentería, Gipúzkoa.

Em 2013, o poeta projeta os conteúdos da formação teatral intensiva “La Palabra Viva“, que continua ministrando até hoje. Desde 2014, coordena o ciclo de poesia cénica “Perifèric Poetry Mataró” e, entre 2017 e 2021, foi apresentador, junto com Marc Rodrigo, do “Lokal de Risc“, um cabaré trimestral realizado no Ateneu Popular de 9 Barris.

No ano de 2020, co-dirige “Toca Toc” da companhia Pakí Payá e ganha o prémio Zirkólika de melhor espetáculo de circo em tenda. Também publica o livro de poemas “La Tierra y el Barrio” e junta-se ao “Laboratorio de los imposibles“, um grupo de performers que se reúne para realizar ações artísticas em diferentes cidades da Catalunha. Em 2021, actua como apresentador virtual do “Vociferio“, Festival de poesia de Valência, participa na performance têxtil “Kapada” de Georgina Marqués e actua no espetáculo de circo-teatro “Shake, Shake, Shake” da companhia Pakí Payá.

Em 2022, estreou os espetáculos “La Tierra y el Barrio” em março e “La Vida es una Fuerza Oscura” em outubro. Em 2023, dirigiu o “Combinat de Circ 59” do Ateneu Popular de 9 Barris e celebra os vinte anos do seu primeiro recital de poesia.

NOS RAIZ: Encontros, com autores angolanos e portugueses, na cidade da Praia

NOS RAIZ: Encontros, com autores angolanos e portugueses, na cidade da Praia

Grande encontro com Victor Torres, a 23 de Novembro de 2023, às 17h00, na Sala de Conferências da Biblioteca Nacional de Cabo Verde com lançamento do livro “Caraculo, a minha paixão | Deserto de Moçâmedes (Namibe) | Álbum Fotográfico do Século XIX e XX” (Ed. 2021).

A organização deste evento está a cargo do Eng. Ricardo Leote da NOS RAIZ, representante da PERFIL CRIATIVO – EDIÇÕES.

O autor, Victor Torres, o Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, a Biblioteca Nacional de Cabo Verde, os editores Ricardo Leote (NOS RAIZ) e João Ricardo Rodrigues (PERFIL CRIATIVO – EDIÇÕES) têm o prazer de convidar os leitores da cidade da Praia, em Cabo Verde, para a apresentação e lançamento do livro “Caraculo, a minha paixão | Deserto de Moçâmedes (Namibe) | Álbum Fotográfico do Século XIX e XX”, marcado para 23 de Novembro de 2023, às 17h00.

A 20 de Dezembro a família de Maurício Francisco Caetano e a NOS RAIZ irão apresentar na Biblioteca Nacional de Cabo Verde, os dois primeiros volumes da colecção “Os Bantu na visão de Mafrano — Quase memórias ” de Maurício Francisco Caetano.

Kabengele Munanga exorta académicos angolanos e africanos a explorarem a obra antropológica de Mafrano

Kabengele Munanga exorta académicos angolanos e africanos a explorarem a obra antropológica de Mafrano

Fotografia: Pedro Seno (Bienal do Livro de Alagoas)

Rio de Janeiro (Brasil), 14 de Novembro de 2023 – O antropólogo brasileiro Kabengele Munanga, professor emérito da Universidade de São Paulo, Brasil, considerou no passado fim de semana que a obra antropológica de Maurício Caetano, “Mafrano”, deveria ser recuperada e re-utilizada por académicos e demais estudiosos angolanos e africanos que se ocupam desta área da cultura, línguas e civilizações Bantu.

O Prof. Dr. Kabengele Munanga fez este apelo durante uma vídeo-conferência sobre o espólio literário do escritor e etnólogo angolano “Mafrano”, cuja colectânea sobre os Bantu foi objecto de um debate organizado pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), numa iniciativa que coincidiu igualmente com o 48º aniversario da independência de Angola.

«Os dois volumes de “Os Bantu na visão de Mafrano” não teriam sido conhecidos sem este trabalho minucioso, de escavação arqueológica, para encontrar textos dispersos de sua autoria em vários jornais do tempo colonial e em algumas publicações missionárias, como foi o caso da Arquidiocese de Luanda e seus arquivos», realçou ele ao aplaudir a publicação desta obra em três volumes e mais de 700 páginas.

Kabengele Munanga citou ainda uma frase histórica do historiador maliano Hampaté Bá, segundo a qual «a morte de um ancião africano é como se fosse uma biblioteca queimada», antes de salientar que «Os escritos de Mafrano, em plena colonização portuguesa de Angola, salvaram grande parte dessas bibliotecas vivas que teriam sido queimadas e perdidas com a morte dos sábios conhecedores da história, cultura e tradições dos povos angolanos»

Sublinhando várias vezes a importância e riqueza de «Os Bantu na visão de Mafrano», Kabengele Munanga, defendeu com vigor o estudo da mesma, sublinhando que caso ainda lecionasse usaria os textos deste autor como «a origem do homem, da mulher e da natureza através das lendas e dos mitos que existem em todas as culturas», para explicar aos estudantes «as raízes das culturas africanas de origem bantu».

Kabengele Munanga classificou Mafrano de «um rebelde e divergente», dizendo que na sua época (anos 40’s), este autor reconheceu a importância da Cultura e do Património Cultural Bantu, tentando registá-los para as gerações futuras. «Mafrano rompeu os obstáculos impostos pelo processo de lavagem de cérebros africanos que negavam a ancestralidade africana e a sua História, assim como a sua plena humanidade», realçou ele, acrescentando logo a seguir:

«Maurício Caetano tenta, de modo original, fazer uma Etnografia de alguns povos ou etnias, de angolanos, onde viveu e passou parte da sua infância, com registos inéditos, que não encontraríamos hoje, sobre vários aspectos das culturas originais, incluindo a sua História ancestral, organização social, sistema de parentesco, nascimento, vida, morte, relações matrimoniais e religião, no olhar de um africano baseado na sua própria experiência de vida diferente da cultura ocidental, fazendo o que a escritora brasileira Conceição Evaristo chama de «escrivivências», o que quer dizer «escrever a partir da sua experiencia de vida», e não escrever a partir de observações externas de alguém que vem de fora, como pesquisador», disse Kabengele Munanga.

O professor Munanga não escondeu a sua emoção ao recordar que foi o primeiro antropólogo formado na Universidade oficial do Congo (RDC), quando disse: «No meu caso, que nasci e fui socializado numa dessas culturas do Povo Bantu, eu encontrei o meu rosto, o rosto da minha cultura, nestes textos que constituem os dois primeiros volumes da colectânea «Os Bantu na visão de Mafrano – Quase Memórias»; Descobri nestes dois primeiros livros coisas que não sabia interpretar dentro da visão colonial em que fui formado»

«A obra de Mafrano veio preencher lacunas e ajuda a recuperar um património que teria sido perdido e que precisamos para construir a nossa identidade.», disse finalmente

Kabengele Munanga nasceu em 1942, na República Democrática do Congo (antigo Zaire), naturalizando-se brasileiro aos 43 anos. Professor titular do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo, onde se doutorou em 1977, realiza pesquisas nas áreas de Antropologia Africana e Antropologia da População Afro-Brasileira. Escreveu, entre outras obras, Negritude: usos e sentidos (1986) e Estratégias e Políticas de combate à discriminação racial (1996).

O livro “Os bantu na visão de Mafrano – Volume II” apresenta uma série de capítulos que abordam diversos temas relacionados à antropologia cultural dos bantu. O livro começa com uma introdução sobre o padre Carlos Estermann e sua relação com a antropologia cultural de Mafrano. Em seguida, são exploradas a história do “Xiriva-Zuba” e os problemas da biogênese, com uma interpretação aborígene bantu. Os capítulos subsequentes tratam de tópicos como o telégrafo bantu, os topônimos angolenses e a ética bantu, a arbitragem filosófica sobre a origem do homem, a filosofia bantu sobre a morte, os idiomas bantu, a influência de uma superstição biológica no direito sucessório bantu, lendas e mitos bantu, a gênese temporal das raças humanas e a história de Mafrano através do testemunho de Dom Zacarias Kamuenho. O livro também inclui um álbum fotográfico e homenagens a figuras importantes relacionadas com Mafrano.


22 de Novembro de 2023 | Jornal Angolano de Artes e Letras

Diálogo Brasil com África: homenagem a Angola

Diálogo Brasil com África: homenagem a Angola

Lançamento do livro “Os bantu na visão de Mafrano: quase memórias“, do escritor e etnólogo angolano Maurício Caetano. Mediado pela Norma Sueli Rosa Lima, professora da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), juntamente com a presença do Kambegele Munanga, antropólogo e professor brasileiro-congolês da USP (Universidade de São Paulo). Além de termos a ilustre presença do filho de Mafrano, José Caetano, que é jornalista. “Os Bantu na Visão de Mafrano” é uma coletânea sobre a antropologia cultural, que realça os valores da cultura bantu e de todo o continente africano. A obra criada por um sacerdote são-tomense que viveu em Angola, reflete as ideias de um dos principais cientistas africanos das décadas de 40 e 50, o angolano Maurício Francisco Caetano, Mafrano.

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Biblioteca Municipal de Faro — António Ramos Rosa apresenta livro de Filipe J. D. Pereira

Biblioteca Municipal de Faro — António Ramos Rosa apresenta livro de Filipe J. D. Pereira

3 em 1 é um conjunto de 3 obras com características diferentes. Assim, De entre o céu e o inferno apresenta-nos os “diálogos”, que pretendem remeter quem lê para Pedro, o mais velho, e Paulo, o mais novo, esses mesmo, os primeiros em que pensamos quando ouvimos estes nomes. Estão primeiro porque foram enviados na frente, são os apóstolos. O restante é a forma de ver o que está à volta e de retratar um percurso. Hortu gERal é um olhar sobre a nossa sociedade neste canto ocidental e De mim para mil é uma forma de partilha com todos os que o queiram da individualidade e de algum sentimento mais intimista. Em ambos surgem o trocadilho, o jogo de palavras levado à decomposição delas próprias e ao papel do gráfico na própria apresentação de que o próprio título “Horto gERal” pretende ser um exemplo.

O autor, Filipe J. D. Pereira, e o editor da Perfil Criativo – Edições têm o gosto de convidar V: Ex.ª para a apresentação do livro 3 em 1.

O jornalista Wilton Fonseca irá apresentar esta obra literária, na segunda-feira, 28 de Novembro, às 18h00, na Biblioteca Municipal de Faro.

Biblioteca Municipal de Faro — António Ramos Rosa

A Biblioteca Municipal de Faro situa-se entre a rua Carlos Porfírio e o jardim da Alameda, no local do antigo matadouro – um imóvel construído entre 1896 e 1899. Em 1999, devido ao abandono e estado de degradação do matadouro, foi iniciada uma intervenção que visou a instalação da nova Biblioteca Municipal.

A solução desenvolvida, a partir da manutenção da fachada neo-árabe do antigo matadouro municipal e da criação de uma alternativa de acesso ao parque urbano, traduz-se num edifício desenvolvido em U, integrando um pátio interior, com uma cércea equivalente a dois pisos.

O seu interior contempla os seguintes espaços: auditório, setores infanto-juvenil, audiovisuais e de adultos, balcão de empréstimos possuindo ainda um serviço de apoio às bibliotecas escolares e equipamento informático destinado à consulta do catálogo e internet.

Morada:

Rua pintor Carlos Porfírio, 8000-241 Faro — 37º0’51.1”N 7º55’32.23”W

Tel: (+351) 289 870 000

O nosso Top de Vendas na FNAC durante a 3ª e 4ª semana de Outubro

O nosso Top de Vendas na FNAC durante a 3ª e 4ª semana de Outubro

08/11/2023 — Top de vendas das nossas edições nas lojas FNAC durante a terceira e quarta semana de Outubro revelam grande interesse dos leitores portugueses pela história de Angola:

3ª semana de Outubro – Top Vendas nas lojas da FNAC

1º (Primeiro Classificado)

Senhores do Sol e do Vento — Histórias verídicas de Portugueses, Angolanos e outros Africanos”, de José Bento Duarte;

2º (Segundos Classificados)

Caraculo, a Minha Paixão | Deserto de Moçâmedes (Namibe) | Álbum Fotográfico do Século XIX E XX”, de Victor Torres.

Da Monarquia ao Estado Novo: Agências Noticiosas em Portugal“, de Wilton Fonseca

Crónica da fundação do Huambo | Nova Lisboa — 5ª edição,”, de Xavier de Figueiredo


4ª semana de Outubro – Top Vendas nas lojas da FNAC

1º (Primeiro Classificado)

Angola: desde antes da sua criação pelos portugueses até ao êxodo destes por nossa criação – 2ª Edição Vol. I”, de Carlos Mariano Manuel;

2º (Segundos Classificados)

Angola: desde antes da sua criação pelos portugueses até ao êxodo destes por nossa criação – 2ª Edição Vol. II”, de Carlos Mariano Manuel;

Angola: desde antes da sua criação pelos portugueses até ao êxodo destes por nossa criação – 2ª Edição Vol. III”, de Carlos Mariano Manuel;

Silenciocracia, jornabófias e outras mazelas“, de Luzia Moniz


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