Gemma Almagro e Magalí Germain apresentam no próximo dia 9 de Maio, às 21h00, no Espai Culinari Cafè de Mar, em Mataró (Barcelona), um original espectáculo organizado pelo Perifèric Poetry Mataró, com entrada livre.
No dia seguinte, 10 de Maio, às 20h00, Gemma Almagro apresenta, no @mamaloa.espaieducatiu (Torrent de l’Olla, 161, Barcelona), a estreia internacional do monólogo mais maldito: Señora, ¿tiene hora? – Experiencias premenopáusicas 2.0.
Guiado pelo seu crescente distúrbio hormonal e pelo impulso, Gemma Almagro fará um passeio existencial pela sociedade e pelo mundo pós-moderno no qual deixou de se encaixar: “Las Señoras existimos y reivindicamos un espacio público y social en el que poder sacarnos de encima los estereotipos que llevamos cargando desde hace tantos años. Necesitamos poder cagarnos en todo, que nos escuchen y, si es posible, que nos paguen por ello.”
12/4/2024 — Livraria Kiela, em Luanda, acolhe emotiva homenagem a Manuel Fonseca da Victória Pereira e apresenta a obra poética “Versos Sacanas” (Ed. 2024), de Frei Maneco.
Na mesa de honra estiveram os antigos colegas de Manuel Fonseca da Victória Pereira na Escola Primária nº 55, Victor Torres, Mário Ferrão e Mário Vaz, responsáveis pela edição deste irreverente livro.
Agradecemos à equipa da livraria Kiela e à Cristina Pinto Lara o generoso apoio recebido, fundamental para o sucesso deste encontro tão especial.
O teatro levou-o aos versos cantarolados e só depois veio a poesia. O primeiro livro chegou 30 anos após os primeiros escritos. Depois das páginas de jornal e das antologias, “Correntes da Utopia” é a obra sonhada por Ngongongo, um pseudónimo literário de homenagem à avó materna.
Ngongongo é o pseudónimo literário de António Baptista. Nasceu no Marçal, em Luanda. Entrou nas artes no grupo de teatro Horizonte Nzinga Mbandi e no Oásis d’Angothel, na província do Namibe. É o convidado desta semana no programa “Mar de Letras“ na RTP África.
No próximo 12 de Abril, às 17h30, a livraria Kiela, em Luanda, vai apresentar o mais recente volume da colecção “Poesia no Bolso“, a obra de Frei Maneco, “Versos Sacanas” (Ed. 2024). Frei Maneco é pseudónimo de Manuel Fonseca de Victória Pereira.
A entrada é livre e estão convidados para um momento especial todos os “kambas” do Frei Maneco. Será uma conversa aberta sobre “Versos Sacanas” e as “sacanices” da Vida. Está de parabéns Manuel Fonseca de Victória Pereira!
“Versos sacanas de Frei Maneco é um livro espontâneo, que vibra ao ritmo do seu autor, na sua relação permanentemente crítica (no sentido filosófico do termo) com a vida contemporânea do nosso burgo.
Sem dúvidas que estes seus poemas rítmicos, bem dispostos e de um humor inteligente e fino, a que alguns estariam tentados a chamar de canções de escárnio e maldizer, são a expressão poética de uma forma de estar e ser do seu autor, na pessoa do seu heterónimo: Frei Maneco.
Certa é, no entanto, a paixão do autor pelas formas populares de fazer cultura, em geral, e literatura, em particular. Entendidas mais no sentido prático que erudito, sem que essa literatura possa ser homologada como de cordel.”
E. Bonavena in “Uma Poesia Distópica Para Míopes”
A livraria Kiela está instalada no bairro de Alvalade, na Rua Ramalho Ortigão, nº 1.
Aos 28 anos é o mais jovem membro da União de Escritores Angolanos. João Fernando André é também Kalunga, um poeta que gosta de ampliar a noção de texto para todos os campos da Arte. O Mar de Letras (RTP África) desta semana dá-lhe a conhecer o percurso do jovem autor de “Evangelho Bantu” e “Lumbu – A Alquimia das Palavras“.
A Perfil Criativo – Edições inscreveu dois títulos publicados durante o ano de 2023 na edição 2024 do Oceanos – Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa.
Este prémio selecciona anualmente obras editadas em qualquer lugar do mundo, desde que escritas originalmente em língua portuguesa, nos géneros: poesia, romance, conto, crónica e dramaturgia.
Com o objectivo de valorizar os nossos autores e os novos títulos publicados em 2023, o editor da Perfil Criativo seleccionou dois livros de poesia para representar a editora neste importante prémio internacional:
Autor: Filipe J. D. Pereira Editora: Perfil Criativo – Edições Ano de publicação 1ª edição: Maio de 2023 Edição de Portugal – ISBN: 978-989-35076-2-9
3 em 1 é um conjunto de 3 obras com características diferentes. Assim, De entre o céu e o inferno apresenta-nos os “diálogos”, que pretendem remeter quem lê para Pedro, o mais velho, e Paulo, o mais novo, esses mesmo, os primeiros em que pensamos quando ouvimos estes nomes. Estão primeiro porque foram enviados na frente, são os apóstolos. O restante é a forma de ver o que está à volta e de retratar um percurso. Hortu gERal é um olhar sobre a nossa sociedade neste canto ocidental e De mim para mil é uma forma de partilha com todos os que o queiram da individualidade e de algum sentimento mais intimista. Em ambos surgem o trocadilho, o jogo de palavras levado à decomposição delas próprias e ao papel do gráfico na própria apresentação de que o próprio título “Horto gERal” pretende ser um exemplo.
Autor: Álvaro Poeira (pseudónimo de António Manuel Monteiro Mendes) Editora: Perfil Criativo – Edições Ano de publicação 1ª edição: Outubro de 2023 Edição de Portugal – ISBN: 978-989-35368-0-3
“(…) Foram assim os últimos tempos. Os que nunca julgámos que iam acontecer.
E que nos serviram para os outros tempos na terra dos outros. E que nos ensinaram a sobreviver na chamada civilização e a ter uma capacidade de resiliência, a que chamo mais de teimosia, que nos levou a vencer as dificuldades da vida material, mas não da espiritual ou a do sonho.
Porque esse ficou lá, na terra, no sítio onde nascemos, onde brincámos, onde nos formámos moralmente, sim, lá na nossa terra, a que temos cá dentro e a que nunca nos podem tirar do nosso sentimento, pois lá está por amor, é esse o segredo. (…)”
VICTOR TORRES In Prefácio II
“Tem gente que levita na duna
que nunca comprou,
Tem alma que almeja areia ou grão
que nunca doou…
Tem ser humano que sabe de cor a corrente
do rio onde se banha a lágrima
e onde se brinca com o crocodilo,
Tem mulher Himba que no calor
do meu ser é minha sem a ter,
É bebé, é mãe, avó, é a natureza
que me serena… nem que seja num dia já
deitado, num livro pleno de frases sem hiena, leões, palancas, zebra, macaco, planta ou seca, mesmo sem pó…
Saiu de Angola, mas Angola não saiu dele e é a este país que regressa nos seus escritos. Orlando Castro está de regresso ao Mar de Letras com um livro de poesia, marcado pela dor dos tempos em que foi obrigado a deixar o seu país, e com um livro de vivências pessoais com a UNITA, incluindo com Savimbi. Uma conversa a não perder no Mar de Letras desta semana.
Vacarisses, Mataró, Blanes, Zaragoza, Santa Coloma de Gramanet, Barcelona, Sant Boi de Llobregat, Caldes de Montbuí e Logroño vão receber Danilo Facelli e apresentar o mais recente livro “Material Inflamable. Veinte años extendiendo palabras en voz alta” (Ed. 2023)
24/02/2024 — Cinquenta anos após o 25 de Abril de 1974, o poeta António Manuel Monteiro Mendes apresentou o seu mais recente livro de poesia “Sul“, na Figueira da Foz. Terra que acolheu o autor como refugiado, em fuga à violência que escalou o processo de independência de Angola entre 1974 e 1975.
Álvaro Poeira é um pseudónimo de António Manuel Monteiro Mendes. O poeta nasceu no Mavoio, muito próximo de Maquela do Zombo e de Mbanza Kongo (São Salvador do Congo).
Na apresentação do livro “Sul” na Escola Secundária Dr. Joaquim de Carvalho, estiveram na mesa de honra para além do autor e do editor da Perfil Criativo, os antigos colegas São Simão, José Veríssimo e Carlos Santos, director deste estabelecimento de ensino. Os antigos colegas do liceu encheram a sala e levaram praticamente todos os exemplares disponíveis.
O autor, António Manuel Monteiro Mendes, e o editor da Perfil Criativo – Edições têm o gosto de convidar V. Ex.ª para a apresentação do livro “SUL“, de Álvaro Poeira, na Escola Secundária Dr. Joaquim de Carvalho, no Sábado, 24 de Fevereiro de 2024, às 15h00.
O Outro Lado da Poesia
Nasci entre paredes cobertas no Miombo,
numa casa muito simples de cor branca,
colocaram-me num cesto de verga em colchão
almofadado, num país de Vales Verdes,
Mandioca, Penhascos de Arenito, Imbondeiro, Múcua seu fruto inteiro.
*
Ali nascido, como diria mais tarde a poetisa,
“de eu te dar sem tu dares(…)
morre o florir de mil pomares(…)
*
Cresci sem ver as Rosas de porcelana,
fendas do Bimbe, o Morro Maluco
só vi de longe nas viagens
para Capunda-Cavilongo.
Nunca aspirei a brisa molhada
das Quedas de Kalandula nem vi,
na copa das árvores
o Macaco azul, nem as pedras
em Pungoandongo.
*
Ali crescido, ainda não lido, como escreveu
outro poeta, “não me deixes perder o que me é,
acrescento eu, que por amor do outro lado,
me foi dado”.
*
Depois, numa madrugada ou manhã,
de avião aterrei, num local onde meu pai e mãe
foram gerados, cada um em praias e rios,
montes e montanhas separados…
*
Me abraçaram sem culpa nos seus olhos e,
o poeta, de novo me deu alento, acenando-me que,
os meus pais o que queriam era um outro eu,
o do outro lado da poesia, dito agora sem alarde
ao senhor, “que por eles, sim,
vim decorar as águas dos seus rios com folhas
deste Continente, agora, meu outono
para sempre perturbado(…)
*
A Serra do Pingano, Rio Curoca, as halófitas,
Dunas brancas, Lírios d’agua da Lagoa
dos Arcos, a Palanca Negra Gigante, Golungo
e Boi-Cavalo, Zebra e Pacaças, que chegavam mortas,
Todos os textos são da autoria de António Manuel Monteiro Mendes, bem como os seus pseudónimos.
Nasceu em 1959. Numa pequena povoação no norte de Angola. Mavoio. Junto ao rio Tetelo. Filho de pais sem posses, mãe doméstica e pai serralheiro mecânico, viajou com eles e sua irmã, por Angola. Pouco tempo foi.
Em 1974, foi expulso da sua terra Natal.
Não conheceu a casa nem a terra onde a sua mãe o deu à luz. Veio como refugiado para Portugal. Quebrado.
Em estilhaços que ainda hoje tenta colar.
Tem três filhas de dois casamentos.
Viveu em tantas casas que só algumas retêm a sua memória.
Escreve desde sempre. Este é um pequeno grito de outros milhares que redigiu. Sabe, tem consciência que outros contos, lendas, prosas poéticas e poemas barafustar sob um Embondeiro,aclamando na sua justiça, pela identidade do autor, que aqui teriam lugar.
Não dá… Um dia, todas letras voarão por lá…
*Alberto Poeira e Álvaro Poeira, são pseudónimos de António Manuel Monteiro Mendes