Kalunga inspirou performance colectiva na noite de 4 de Fevereiro

Kalunga inspirou performance colectiva na noite de 4 de Fevereiro

A noite de 4 de fevereiro de 2025 na Biblioteca Palácio Galveias, situada no Campo Pequeno, em Lisboa, foi palco do lançamento do livro de poemas “Evangelho Bantu“, da autoria de Kalunga (pseudónimo de João Fernando André). A obra, publicada e apresentada pela primeira vez em Luanda, em 2019, pela editora Perfil Criativo | AUTORES.club, é descrita como uma surpreendente obra de arte que oferece uma jornada actual e profunda.

O evento contou com a presença do escritor João Fernando André (Doutorando em Literaturas Artes e Culturas Modernas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa), que convidou o público para participar de uma forma criativa nesta celebração literária. A resposta foi uma surpreendente performance colectiva, de poetas presentes na sala, que surpreendeu a assistência e a equipa da biblioteca.

A apresentação da obra pela escritora Luísa Fresta, autora do posfácio, ocorreu na Sala Polivalente da biblioteca, proporcionando uma introdução ao conjunto de poemas publicados proporcionando uma celebração única para os amantes da Literatura. Por fim o poeta do “Evangelho Bantu” dominou as culturas e agarrou o publico de Lisboa ao usar palavras contundentes, verdadeiras mas acima de tudo ao não esquecer nas suas construções literárias os angolanos invisíveis (os que não existem formalmente). 

Membros da União dos Escritores Angolanos, com sede em Luanda, estiveram presentes nesta reunião cultural.

Jose Manuel Barroso escreveu: “É um homem inteligente e gentil este jovem poeta angolano, que adotou o nome literário de Kalunga. E a sua poesia é seu retrato. Um olhar certeiro sobre a realidade, sobre as pessoas, sobre o feminino da sua Angola e do mundo. Olhar tanto terno quanto por vezes ácido. Que provoca. Ontem ele esteve inteiro na apresentação do seu livro em Lisboa.

Regina Correia: Parabéns a Luísa Fresta pela excelente apresentação do teu igualmente excelente “Evangelho Bantu“, meu Poetamano João Fernando André a quem estou grata por esta “minha figurinha” e por nos avisares que “não se vive de amor”

João Fernando André: “Gratidão! Foi à grande e à afro-ibero-americana! Um dia vocês vão me matar de amor! Amo-vos muito! Obrigado a todos que apareceram física e espiritualmente!”

Na porta da Biblioteca Palácio Galveias o editor da obra acabou por afirmar que “a poesia e o espírito de Kalunga surpreenderam a Biblioteca e conquistaram Lisboa. Foi um grande e intenso encontro de uma outra Angola no 4 de Fevereiro de 2025. Angola está de parabéns!

Convite Especial:  “Ser Bantu é ser Humano”

Convite Especial:  “Ser Bantu é ser Humano”

A poesia angolana encontra-se com o coração de Lisboa num dia histórico. É com imensa alegria que o(a) convidamos para a apresentação oficial de Evangelho Bantu” (Ed. 2019), surpreendente obra poética de Kalunga (João Fernando André).

Evangelho Bantu é mais do que poesia – é uma jornada profunda pela identidade africana, um tributo à angolanidade e à africanidade, onde amor, espiritualidade e crítica social se entrelaçam em versos de resistência e esperança.

Local: Biblioteca Palácio Galveias, Sala Polivalente (Campo Pequeno, Lisboa)
Data: 4 de fevereiro de 2025
Hora: 20h00

Colecção: Nova Poesia de Angola, volume 7

Venha sentir a força do verbo que exalta a mulher como símbolo de criação, que denuncia injustiças sociais e celebra a essência do ser bantu. Será uma noite de palavras e emoções, onde poesia e reflexão se unem para celebrar a nossa humanidade comum.

Aguardamos por si!
Ser bantu é ser humano

Entrada livre

Evangelho Bantu (Ed. 2019) esta obra foi apresentada com muito sucesso em 2019 na Biblioteca Nacional de Angola, em Luanda

Gonçalves Handyman

Gonçalves Handyman

JORNAL DE ANGOLA

Foi a enterrar no cemitério da Camama, o escritor Gonçalves Handyman Kizela, pseudónimo de Gonçalo Domingos Salvador Quizela, falecido aos 27 anos de idade por afogamento numa das praias de Luanda.

À família consternadíssima juntaram-se no cemitério escritores da geração do malogrado e membros da União dos Escritores Angolanos, que, em nota, já havia exprimido “profunda dor e consternação” pela morte do jovem escritor, professor, designer, editor e animador cultural.

Enquanto editor e designer gráfico Gonçalves Handyman deu mostras do seu talento nos livros-homenagem a Lopito Feijó e João Tala, poetas por cuja obra ele nutria grande admiração. Como escritor publicou no jornal Cultura da Edições Novembro e em antologias digitais da editora Palavra & Arte. Como a maioria dos seus contemporâneos, tinha um enorme domínio das plataformas digitais, onde era bastante activo e deixou uma grande variedade de textos literários.

Gonçalves Handyman Kizela era o símbolo de uma geração de novos escritores que luta pelo reconhecimento do seu talento em meio a enormes dificuldades de publicação e existenciais. Estudante finalista da Faculdade de Humanidades da Universidade Agostinho Neto, era um empreendedor, preocupando-se não só com a publicação dos seus originais mas também de outros escritores, tendo criado a Editora Handyman. Leitor apaixonado e escritor promissor, chegou a participar na oficina literária promovida pelo escritor membro da UEA Gociante Patissa. Era membro do movimento literário Litteragris.

Último encontro no Palácio de Ferro com o falecido Gonçalves Handyman na apresentação do livro "Evangelho Bantu", de Kaluga
Último encontro no Palácio de Ferro com o falecido Gonçalves Handyman na apresentação do livro “Evangelho Bantu”, de Kaluga. O editor João Ricardo Rodrigues escreveu “Ontem estivemos juntos e não chegámos a falar, são estranhos estes encontros e desencontros da nossa Vida. À Família e Amigos de Gonçalves Handyman Kizela, muita força nesta hora difícil. Estaremos sempre juntos!”

“Venho do Sul, quero conhecer o Norte”

“Venho do Sul, quero conhecer o Norte”

Apresentação do poemário “Evangelho Bantu” (Ed.2019), de Kalunga (João Fernando André), pelo escritor e crítico literário Fernando Dhyakafunda, no Palácio de Ferro, em Luanda, na exposição “BOBA KANA MUTHU WZELA | Aqui é Proibido Falar!” de João Ricardo Rodrigues.

O crítico literário Fernando Dhyakafunda revelou que a poesia de Kalunga “carrega no ventre o manifesto Angolano (Africano), mas com os olhos ligados ao universo”, e que “assenta no surrealismo e simbolismo”

Do surrealismo poético de João Fernando André (Kalunga) até ao surrealismo visual de João Ricardo num grande encontro de homenagem à Poesia Angolana, com a crítica do livro “Evangelho Bantu” realizada feita pela estudiosa Edmira Cariango. “Venho do Sul, quero conhecer o Norte” palavras de Kalunga.

Kaluga também ele “objecto” da exposição
“A Liberdade guiando o Povo” (1830) de Eugène Delacroix é a inspiração para a “Liberdade” (2015) em exposição no Palácio de Ferro. “Delacroix retratou a Liberdade, como figura alegórica de uma deusa e como uma robusta mulher do povo. O monte de cadáveres funciona como uma espécie de pedestal, do qual a Liberdade se lança, descalça.” Ontem a República e o papel da Língua foi o tema de início de conversa com um dos participantes mais-velhos.