Os Bantu de Mafrano na Missão Católica da Huíla, com Paulina Chiziane

Os Bantu de Mafrano na Missão Católica da Huíla, com Paulina Chiziane

Lubango (Angola), 27 de Novembro de 2023  – A presença da escritora moçambicana Paulina Chiziane na capital da Huíla, entre os dias 4 e 6 de Dezembro deste ano,  vai ser  um pretexto  para se acelerar a apresentação do Volume II da colectânea «Os Bantu na visão de Mafrano», a ter lugar na Missão Católica da Huíla, a 16 quilómetros do Lubango.


Contactos neste sentido foram desenvolvidos entre a família do autor e as autoridades eclesiásticas da Província da Huíla, culminando com a escolha do dia 5 de Dezembro, às 17:00, como a data e hora indicadas para um evento preparado em estreita coordenação com a equipa da escritora Paulinha Chiziane e os demais intervenientes. 
A escolha da Missão Católica da Huíla justifica-se pelo seu duplo significado histórico: por um lado, foi aí onde estudou o cónego José Pereira da Costa Frotta, o sacerdote santomense que foi tutor de Maurício Francisco Caetano, “Mafrano”, e, por outro lado, trata-se de um Monumento Histórico e Património Nacional, além de ser um Seminário! Espera-se também que a apresentação da obra de Mafrano coloque lado a lado a escritora moçambicana, laureada com o prémio Camões 2021, e Dom Zacarias Kamwenho, laureado com o prémio Sakharov 2001 e autor do prefácio da colectânea «Os Bantu na visão de Mafrano».


A apresentação da obra de Mafrano na Huíla esteve inicialmente agendada para Julho deste ano, mas foi sucessivamente adiada por coincidir com o Festival Mundial da Juventude, realizado na mesma altura, em Lisboa, e no qual a diocese da Huíla também se fez representar. De Julho até à data, uma série acontecimentos e compromissos, de ambas as partes, acabaram por adiar a apresentação desta obra póstuma que já se transformou num novo ícone da antropologia social em Angola e além fronteiras.


A escritora moçambicana chegou domingo à noite, dia 26, a Luanda como convidada do Congresso da Ordem dos Engenheiros de Angola. Paulina Chiziane havia já acolhido com muito interesse um projecto para se levar o volume II da colectânea póstuma de Mafrano até  Maputo, numa iniciativa que envolve amigos da família do autor e a Associação dos Escritores Moçambicanos (AEMO).


Paulina Chiziane, 68 anos, iniciou a sua atividade literária em 1984, com histórias publicada na imprensa do seu país, muitas das quais sobre assuntos sociais polémicos como é o caso da poligamia em Moçambique e, «grosso modo», em África. A sua bibliografia inclui outras obras como «Balada de amor ao vento» (1990), «Ventos do apocalipse» (1993), «O Sétimo Juramento» (2000), «O Alegre Canto da Perdiz» (2008) e  «As Andorinhas» (2009).


Em 2003, a escritora moçambicana conquistou o prémio José Craveirinha da Literatura, com o romance «Niketche», e em 2021, tornou-se a primeira mulher a ser distinguida com o Prémio Camões, a mais prestigiosa distinção conferida a escritores de Língua Portuguesa.
Maurício Caetano, “Mafrano”, era um menino órfão, com seis anos, quando o Cónego José Pereira da Costa Frotta levou-o para a Escola da Missão Católica do Dondo e, mais tarde, para o Seminário de Luanda, onde completou os seus estudos. Depois de concluir os estudos em terras angolanas, o Cónego José Frotta, foi ordenado sacerdote, em 1905, em São Tomé e Príncipe, e regressou novamente para Angola para onde trabalhou até aos seus últimos dias, falecendo em Luanda aos 29 de junho de 1954. José Pereira da Costas Frotta foi pároco da Muxima e da Igreja do Carmo, em Luanda, fundador da freguesia de Cambambe e da escola da Missão Católica do Dondo (Província do Cuanza-Norte).

Eugénio Inocêncio: “daqui a 200 anos ainda haverá leitores”

Eugénio Inocêncio: “daqui a 200 anos ainda haverá leitores”

23/11/2023 — A NOS RAIZ representante da plataforma AUTORES.club e da editora Perfil Criativo em Cabo Verde realizou na Biblioteca Nacional de Cabo Verde (BNCV) um encontro com o autor angolano Victor Torres para apresentação do livro “Caraculo – A Minha Paixão | Deserto de Moçâmedes (Namibe) | Álbum Fotográfico do século XIX e XX” (Ed. 2020).

O encontro iniciou-se com um momento de agradecimentos dirigidos pelo orador Ricardo Leote aos presentes: Embaixada de Angola em Cabo Verde representada pela Dra. Carla Boaventura; Embaixada de Portugal em Cabo Verde representada pela Dra. Andreia Mendes; equipa da Biblioteca Nacional de Cabo Verde; Dra. Odete Almeida coordenadora pedagógica Plano Nacional de Leitura de Cabo Verde ; comunicação social RTP África; Dra. Nadine Rodrigues e à jornalista Patrícia Macedo pelo apoio na divulgação e a todo o publico em geral pela presença.

O encontro decorreu com a intervenção da jornalista Susana Gonçalves que nos trouxe o seu testemunho sobre elaboração da obra e enalteceu o trabalho extraordinário do editor da Perfil Criativo,

Durante o debate com o autor Victor Torres o também nosso autor Eugénio Inocêncio (Múrcia, 2017, Depois das Mangas Vêm os Abacates (Duplo Laço), 2019, Figueira Gorda. A procura da quarta dimensão (o eterno triângulo amoroso), um dos convidados especiais para a apresentação desta obra de memórias do Sul de Angola afirmou que foi surpreendido com a qualidade deste livro. “Daqui a 200 anos ainda haverá leitores e investigadores a lerem estas memórias de Angola“, afirmou. O debate foi muito participativo com um público muito emocionado.

O próximo encontro com autores de Angola está agendado para o dia 20 Dezembro 2023 às 17h na Biblioteca Nacional de Cabo Verde para apresentação do segundo volume da colecção “Os Bantu na visão de Mafrano — Quase memórias — Volume II“, de Maurício Francisco Caetano (1916-1982).

Esta obra póstuma é fundamental para conhecer o grande grupo étnico linguístico africano Bantu. Um acontecimento maior nas relações culturais entre Angola e Cabo Verde.

Estes encontros na cidade da Praia têm o apoio do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas e da Biblioteca Nacional de Cabo Verde

De Lisboa o editor da Perfil Criativo | AUTORES.club felicitou a NOS RAIZ e Ricardo Leote pelo arranque com muito sucesso das actividades culturais na cidade da Praia.

“Os Bantu na visão de Mafrano” no 53º aniversário da Comunidade Católica Francófone de Angola

“Os Bantu na visão de Mafrano” no 53º aniversário da Comunidade Católica Francófone de Angola

O momento solene em que os dois volumes da coletânea «Os Bantu na visão de Mafrano» eram oferecidos ao padre Samuel Helena Tumbula, na Paróquia São Joaquim, Praia do Bispo, em Luanda, no domingo, dia 26 de Novembro.  

A Paróquia São Joaquim comemorou nesse dia o 53º aniversário (1970-2023) da criação da Comunidade Católica Francófone de Angola. Registando uma forte participação de pessoas de várias nacionalidades de África, Américas e Europa, o evento decorreu entre as 10:30 e as 17:00, com uma missa acompanhada pelo grupo coral da paróquia e um encontro final de confraternização.

Lançamento do segundo volume “Os Bantu na visão de Mafrano – Quase Memórias” na cidade da Praia

Lançamento do segundo volume “Os Bantu na visão de Mafrano – Quase Memórias” na cidade da Praia

PRESS RELEASE — O Segundo volume da colectânea póstuma sobre antropologia cultural «Os Bantu na visão de Mafrano – Quase Memórias», do escritor e etnólogo angolano Mauricio Francisco Caetano, “Mafrano”, será apresentado no dia 20 de Dezembro, quarta-feira, na Biblioteca Nacional de Cabo-Verde (BNCV), cidade da Praia, às 17:00. Recorde-se que o primeiro volume desta mesma obra havia sido já apresentado no mesmo lugar, em Agosto do ano passado.

A colectânea póstuma de Maurício Francisco Caetano (1916-1982), contem registos inéditos sobre a ancestralidade da vida, hábitos e costumes da cultura bantu, incluindo a pré-história, organização social, a estrutura política dos Bantu, a origem da vida humana e animal, lendas e fábulas sobre a morte, iniciações relativas aos casamentos, a religião e outros temas de interesse antropológico.

Formado em instituições de ensino da igreja católica na cidade do Dondo, sua terra natal, e em Luanda, o autor foi oficial de impostos, secretário da Fazenda e director Nacional de Finanças em Angola de até 1982, o ano da sua morte. Maurício Caetano foi ainda membro fundador da União dos Escritores Angolanos (UEA), colaborador de proeminentes jornais e revistas da sua época, como o Jornal «O Apostolado» e a «Revista Angola», da Liga Nacional Africana, além de professor de Português e de Filosofia, em prestigiados estabelecimentos de ensino, nomeadamente no Liceu Ngola Kiluanji, o Instituto PIO XII, o ICRA (Instituto de Ciências Religiosas de Angola) e o Instituto Comercial de Luanda.

A sua obra ganhou notoriedade e tem sido recomendada como referência académica pelo facto de “Mafrano” ter apresentado pesquisas originais cujos temas eram, até então abordados apenas por estudiosos ocidentais, como Franz Boas, León Frobenius, Carlos Esterman e outros. Mauricio Francisco Caetano destacou-se com artigos dispersos na imprensa angolana, o mas antigo dos quais tem como titulo «O Perfil Etnográfico do Negro Jinga», com data de Agosto de 1947. O seu vasto espólio literário está agora a ser compilado nesta colectânea a sair em três volumes e que inclui “Crónicas ligeiras”, “Notas a lápis”, “Episódios Vividos”, “Tertúlias”, contos tradicionais e outros textos.

O primeiro volume desta obra foi apresentado Abril de 2022, no Seminário Maior Padre Sikufinde, do Lubango, Província da Huíla, por Dom Zacarias Kamuenho, arcebispo-emérito do Lubango e prémio Sakharov 2001m e dias mais tarde em Luanda.

Segundo a mais recente opinião do antropólogo Kabengele Munanga, professor Emérito da Universidade de São Paulo (USP), Brasil, esta colectânea e as outras obras a serem publicadas sobre Mafrano «são livros que podem ser utilizados por antropólogos angolanos e africanos, em salas de aulas, para explicar essas culturas ancestrais de origem bantu que hoje já não existem».

A publicação do terceiro e último volume de «Os Bantu na visão de Mafrano» está prevista para 2024, mas a família do autor tenciona trazer a público mais duas outras obras, sobre antropologia religiosa e outros temas sociais.

Além da Biblioteca Nacional de Cabo-Verde, a apresentação do volume dois da colectânea de Mafrano sobre os Bantu está a ter o envolvimento das editoras NOS RAIZ (Cabo Verde) e Perfil Criativo (Portugal), a Diocese de Santiago, na Praia, a Fundação Amílcar Cabral, a Academia de Letras de Cabo-Verde, o Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, Académicos Universitários e de um grupo que integra leitores, ex-alunos e amigos da família do autor.

INFORMAÇÕES: +238.520.28.13 | nosraiz.caboverde@gmail.com | info@autores.club

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Cabo Verde: Descobrir a História, a Geografia e as Nações de Angola

Cabo Verde: Descobrir a História, a Geografia e as Nações de Angola

PRESS RELEASE — Na próxima quinta-feira, 23 de Novembro, às 17 horas, a Biblioteca Nacional de Cabo Verde em conjunto com a NOS RAIZ vão apresentar na cidade da Praia o livro “Caraculo, a Minha Paixão | Deserto de Moçâmedes (Namibe) | Álbum Fotográfico do Século XIX E XX” (Ed. 2021), de Victor Torres. 

Neste evento inédito a jornalista Susana Gonçalves em parceria com o antigo jornalista e actual empresário cabo-verdiano, Eugénio Inocêncio [autor dos livros “Múrcia” (Ed. 2017), “Depois das Mangas Vêm os Abacates (Duplo Laço)”(Ed. 2019) e “Figueira Gorda. A procura da quarta dimensão (o eterno triângulo amoroso)” (Ed. 2024)], vão debater e revelar, juntos com o autor angolano, esta surpreendente obra. Victor Torres é já hoje considerado por muitos como um importante memorialista e responsável por um grande êxito da editora Perfil Criativo, disponível nas principais livrarias de Portugal. 

O Sul de Angola, em especial o deserto do Namibe (o mais antigo do mundo com mais de 55 milhões de anos) chegam de uma forma detalhada e vivida à cidade da Praia. Uma oportunidade única para conhecer melhor a História, a Geografia e as Nações de Angola, desde o tempo colonial, passando pela independência nacional até aos dias de hoje.

A magia da miragem

“(…) E eu continuei a regressar ao Sul, sempre na sua companhia. E ao mesmo tempo que a província do Namibe se impôs como destino turístico destacado em Angola, o Victor revelou-me os principais argumentos desta terra, simultaneamente inóspita e acolhedora. Visitámos antigas e férteis fazendas da Bibala e Kapangombe, logo ali, ao descer as estradas serpenteantes da Leba ou da Chela e onde o verde ainda domina, aproveitando a água que escorre dos precipícios do planalto; as belíssimas praias isoladas da costa que começam agora a ser exploradas por irresistíveis e originais resorts; o vasto vale do Caraculo, com as suas formações rochosas que se habituou a admirar desde pequenino a partir da varanda da casa da fazenda da família; o oásis da Lagoa dos Arcos, já a caminho da cidade do Tombwa onde termina a estrada que percorre toda a costa do país, desde o Soyo. E cumpriu a promessa de me levar ao Parque Nacional do Iona, no deserto do Namibe. Esse deserto onde a paisagem muda a cada instante (…)”

Susana Gonçalves, in “A magia da miragem”

Os mucubais

“Das muitas narrativas contadas, recordo que sendo Moçâmedes uma espécie de ilha, de um lado o deserto do outro o mar, o seu comércio era feito por barco na ilha de Santa Helena e no Congo, territórios distantes dos portos das cidades costeiras de Benguela e Luanda. Uma outra memória que retive foi a relação da família com os Mucubais, os verdadeiros “donos” da terra que foram assassinados e deportados pelo Estado Português, em 1940.

Estas são algumas das histórias incríveis de uma família, no tempo Colonial, que temos o privilégio de publicar e às quais juntámos uma pequena parte do seu álbum fotográfico do século XIX e XX. Do acervo publicado revelam-se fotografias inéditas de um dos mais estudados fotógrafos portugueses do século XIX, Cunha Morais, também ele membro da família Torres.”

João Ricardo Rodrigues, editor


Autor: Victor Torres

EditoraAlende – Edições (Angola) | Perfil Criativo – Edições (Portugal)

Ano de publicação: Janeiro 2021

Edição de Angola – ISBN: 978-989-54797-5-7

Edição de Portugal – ISBN: 978-989-54937-3-9

Ler Artigo: De onde venho, quem sou?

Língua: Português

Formato: 170 x 240 mm

Número de páginas: 214

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Lançamento oficial do livro “Angola e o Atlântico – Colonialismo, colonialidade e epistemologia descolonial”

Lançamento oficial do livro “Angola e o Atlântico – Colonialismo, colonialidade e epistemologia descolonial”

PRESS RELEASE — O Centro Nacional de Cultura, em Lisboa, vai acolher, no dia 4 de Dezembro, às 18h00,  o lançamento oficial do livro “Angola e o Atlântico – Colonialismo, colonialidade e epistemologia descolonial” (Ed. 2023), de Luís Gaivão. 

Esta obra, é o segundo volume da colecção “Trabalhos Académicos” publicada pela Perfil Criativo — Edições e será apresentada neste evento pelo jurista e político, Prof. Doutor Guilherme d’Oliveira Martins. O editor estará representado pelo escritor Tomás Lima Coelho.

Segundo o autor “o intuito deste livro é refletir sobre estes colonialismos no Sul, através de pensadores do Sul, cujas realidades são bem distintas dos colonialismos do Norte e ao pensar sobre o passado dos colonialismos ibéricos conhecer o que eles transformaram na História do Atlântico, particularmente, aqui, na de Angola. No fundo, trata-se de colocar Angola e a sua História diante de si própria, e ajudar a descobrir a união entre o que passou e o que se vai passar, preenchendo com novos padrões societais (ecologia de saberes) os espaços vazios que a permanência colonial provocou, mas aproveitando dela a entrada na modernidade. Não a eurocêntrica, mas humana e natural, do Sul, do Atlântico e de Angola.”

Luís Gaivão nasceu em Luanda, em 1948. É licenciado em Filosofia e Humanidades, mestre em Lusofonia e Relações Internacionais e doutor em Sociologia: Pós-colonialismos e Cidadania Global. É agente cultural de inúmeras intervenções quase sempre sobre temática angolana.

AutorLuís Gaivão

EditoraPerfil Criativo – Edições

Ano de publicaçãoSetembro de 2023 – 1ª edição

ISBN978-989-35076-8-1

Colecção: Trabalhos Académicos (Volume 2)

LínguaPortuguês

Nº de páginas: 148 páginas

P.V.P: 17,00 euros

Livro disponível para encomenda: https://shop.autores.club/pt/inicio/371-angola-e-o-atlantico-colonialismo-colonialidade-e-epistemologia-descolonial.html

Índice

  • Introdução
  • O começo das coisas
  • Colonialismo
  • Ferramentas do colonialismo: fixidez e estereótipo
  • Colonialismo ibérico no Atlântico: de exploração, de povoamento e periférico
  • Colonialismo periférico português em Angola: subcolonização
  • ou sobrecolonização? Especificidades
  • Transculturação nos espaços do colonialismo português – o caso de Angola
  • Colonialismo e guerra fria na África Austral
  • A longa temporalidade do colonialismo português – dessincronia e rutura do modelo eurocêntrico e a particularidade angolana
  • Colonialismo português e o retorno do “império”: colonialismo orgânico de Eduardo Lourenço e o império desterritorializado
  • Colonialismo e modernidade ­— África às escuras e a Conferência de Berlim 
  • América “iluminada” e o “ponto zero” racionalista
  • Consequências da colonização ibérica na América Latina: colonialidade e hierarquia das raças
  • Culturas atlânticas (do Sul)
  • Fronteiras, culturas fronteiriças e novas dinâmicas dos limites
  • Tradução cultural, hibridação e entre-espaço
  • “Esquecimento” da colonialidade pelo pensamento eurocêntrico
  • Colonialismo interno e marginalidade
  • Pensamento ameríndio e africano e a perversa sedução deste último pelo colonialismo
  • Teoria do “pensamento abissal”
  • “Este lado da linha”
  • O “outro lado da linha”
  • Ecologia de saberes, pensamento pós-abissal, cosmopolitismo subalterno
  • Angola, um Estado moderno pós-colonial e a guerra civil
  • Neocolonialismo
  • Eurocentrismo: capitalismo e materialismo histórico
  • Guerra civil, nomenclatura e corrupção
  • O Estado ineficaz e o neocolonialismo – a herança que é necessário mudar
  • Desadaptação do Estado-nação em África – colonialidade e Estado quase falhado
  • Conclusão
  • Glossário
  • Referências bibliográficas

Morada do lançamento: Centro Nacional de Cultura – Galeria Fernando Pessoa, Largo do Picadeiro, n° 10 – 1º (porta do lado esquerdo da esplanada do Café no Chiado)

Imagem da capa em alta resolução: https://acrobat.adobe.com/link/review?uri=urn:aaid:scds:US:716dab66-4144-309c-a3a7-d6a5360e050d

NOS RAIZ: Encontros, com autores angolanos e portugueses, na cidade da Praia

NOS RAIZ: Encontros, com autores angolanos e portugueses, na cidade da Praia

Grande encontro com Victor Torres, a 23 de Novembro de 2023, às 17h00, na Sala de Conferências da Biblioteca Nacional de Cabo Verde com lançamento do livro “Caraculo, a minha paixão | Deserto de Moçâmedes (Namibe) | Álbum Fotográfico do Século XIX e XX” (Ed. 2021).

A organização deste evento está a cargo do Eng. Ricardo Leote da NOS RAIZ, representante da PERFIL CRIATIVO – EDIÇÕES.

O autor, Victor Torres, o Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, a Biblioteca Nacional de Cabo Verde, os editores Ricardo Leote (NOS RAIZ) e João Ricardo Rodrigues (PERFIL CRIATIVO – EDIÇÕES) têm o prazer de convidar os leitores da cidade da Praia, em Cabo Verde, para a apresentação e lançamento do livro “Caraculo, a minha paixão | Deserto de Moçâmedes (Namibe) | Álbum Fotográfico do Século XIX e XX”, marcado para 23 de Novembro de 2023, às 17h00.

A 20 de Dezembro a família de Maurício Francisco Caetano e a NOS RAIZ irão apresentar na Biblioteca Nacional de Cabo Verde, os dois primeiros volumes da colecção “Os Bantu na visão de Mafrano — Quase memórias ” de Maurício Francisco Caetano.

Kabengele Munanga exorta académicos angolanos e africanos a explorarem a obra antropológica de Mafrano

Kabengele Munanga exorta académicos angolanos e africanos a explorarem a obra antropológica de Mafrano

Fotografia: Pedro Seno (Bienal do Livro de Alagoas)

Rio de Janeiro (Brasil), 14 de Novembro de 2023 – O antropólogo brasileiro Kabengele Munanga, professor emérito da Universidade de São Paulo, Brasil, considerou no passado fim de semana que a obra antropológica de Maurício Caetano, “Mafrano”, deveria ser recuperada e re-utilizada por académicos e demais estudiosos angolanos e africanos que se ocupam desta área da cultura, línguas e civilizações Bantu.

O Prof. Dr. Kabengele Munanga fez este apelo durante uma vídeo-conferência sobre o espólio literário do escritor e etnólogo angolano “Mafrano”, cuja colectânea sobre os Bantu foi objecto de um debate organizado pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), numa iniciativa que coincidiu igualmente com o 48º aniversario da independência de Angola.

«Os dois volumes de “Os Bantu na visão de Mafrano” não teriam sido conhecidos sem este trabalho minucioso, de escavação arqueológica, para encontrar textos dispersos de sua autoria em vários jornais do tempo colonial e em algumas publicações missionárias, como foi o caso da Arquidiocese de Luanda e seus arquivos», realçou ele ao aplaudir a publicação desta obra em três volumes e mais de 700 páginas.

Kabengele Munanga citou ainda uma frase histórica do historiador maliano Hampaté Bá, segundo a qual «a morte de um ancião africano é como se fosse uma biblioteca queimada», antes de salientar que «Os escritos de Mafrano, em plena colonização portuguesa de Angola, salvaram grande parte dessas bibliotecas vivas que teriam sido queimadas e perdidas com a morte dos sábios conhecedores da história, cultura e tradições dos povos angolanos»

Sublinhando várias vezes a importância e riqueza de «Os Bantu na visão de Mafrano», Kabengele Munanga, defendeu com vigor o estudo da mesma, sublinhando que caso ainda lecionasse usaria os textos deste autor como «a origem do homem, da mulher e da natureza através das lendas e dos mitos que existem em todas as culturas», para explicar aos estudantes «as raízes das culturas africanas de origem bantu».

Kabengele Munanga classificou Mafrano de «um rebelde e divergente», dizendo que na sua época (anos 40’s), este autor reconheceu a importância da Cultura e do Património Cultural Bantu, tentando registá-los para as gerações futuras. «Mafrano rompeu os obstáculos impostos pelo processo de lavagem de cérebros africanos que negavam a ancestralidade africana e a sua História, assim como a sua plena humanidade», realçou ele, acrescentando logo a seguir:

«Maurício Caetano tenta, de modo original, fazer uma Etnografia de alguns povos ou etnias, de angolanos, onde viveu e passou parte da sua infância, com registos inéditos, que não encontraríamos hoje, sobre vários aspectos das culturas originais, incluindo a sua História ancestral, organização social, sistema de parentesco, nascimento, vida, morte, relações matrimoniais e religião, no olhar de um africano baseado na sua própria experiência de vida diferente da cultura ocidental, fazendo o que a escritora brasileira Conceição Evaristo chama de «escrivivências», o que quer dizer «escrever a partir da sua experiencia de vida», e não escrever a partir de observações externas de alguém que vem de fora, como pesquisador», disse Kabengele Munanga.

O professor Munanga não escondeu a sua emoção ao recordar que foi o primeiro antropólogo formado na Universidade oficial do Congo (RDC), quando disse: «No meu caso, que nasci e fui socializado numa dessas culturas do Povo Bantu, eu encontrei o meu rosto, o rosto da minha cultura, nestes textos que constituem os dois primeiros volumes da colectânea «Os Bantu na visão de Mafrano – Quase Memórias»; Descobri nestes dois primeiros livros coisas que não sabia interpretar dentro da visão colonial em que fui formado»

«A obra de Mafrano veio preencher lacunas e ajuda a recuperar um património que teria sido perdido e que precisamos para construir a nossa identidade.», disse finalmente

Kabengele Munanga nasceu em 1942, na República Democrática do Congo (antigo Zaire), naturalizando-se brasileiro aos 43 anos. Professor titular do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo, onde se doutorou em 1977, realiza pesquisas nas áreas de Antropologia Africana e Antropologia da População Afro-Brasileira. Escreveu, entre outras obras, Negritude: usos e sentidos (1986) e Estratégias e Políticas de combate à discriminação racial (1996).

O livro “Os bantu na visão de Mafrano – Volume II” apresenta uma série de capítulos que abordam diversos temas relacionados à antropologia cultural dos bantu. O livro começa com uma introdução sobre o padre Carlos Estermann e sua relação com a antropologia cultural de Mafrano. Em seguida, são exploradas a história do “Xiriva-Zuba” e os problemas da biogênese, com uma interpretação aborígene bantu. Os capítulos subsequentes tratam de tópicos como o telégrafo bantu, os topônimos angolenses e a ética bantu, a arbitragem filosófica sobre a origem do homem, a filosofia bantu sobre a morte, os idiomas bantu, a influência de uma superstição biológica no direito sucessório bantu, lendas e mitos bantu, a gênese temporal das raças humanas e a história de Mafrano através do testemunho de Dom Zacarias Kamuenho. O livro também inclui um álbum fotográfico e homenagens a figuras importantes relacionadas com Mafrano.


22 de Novembro de 2023 | Jornal Angolano de Artes e Letras

Diálogo Brasil com África: homenagem a Angola

Diálogo Brasil com África: homenagem a Angola

Lançamento do livro “Os bantu na visão de Mafrano: quase memórias“, do escritor e etnólogo angolano Maurício Caetano. Mediado pela Norma Sueli Rosa Lima, professora da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), juntamente com a presença do Kambegele Munanga, antropólogo e professor brasileiro-congolês da USP (Universidade de São Paulo). Além de termos a ilustre presença do filho de Mafrano, José Caetano, que é jornalista. “Os Bantu na Visão de Mafrano” é uma coletânea sobre a antropologia cultural, que realça os valores da cultura bantu e de todo o continente africano. A obra criada por um sacerdote são-tomense que viveu em Angola, reflete as ideias de um dos principais cientistas africanos das décadas de 40 e 50, o angolano Maurício Francisco Caetano, Mafrano.

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Académico angolano galardoado com Prémio Personalidade Lusófona de 2023

Académico angolano galardoado com Prémio Personalidade Lusófona de 2023

31/10/2023 – O presidente do Movimento Internacional Lusófono, Prof. Doutor Renato Epifânio, entregou ao académico angolano, Prof. Doutor Carlos Mariano Manuel, o Prémio Personalidade Lusófona de 2023, na sede da SEDES — Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, em Lisboa, pelas 19h00.

Sobre este prémio o presidente do MIL (Movimento Internacional Lusófono) referiu: “por decisão unânime dos vários Órgãos Sociais do MIL, decidimos entregar o Prémio MIL Personalidade Lusófona 2023 ao Doutor Carlos Mariano Manuel, ex-Presidente da Liga Africana – em reconhecimento de todo o seu trabalho à frente da Liga em prol da cooperação lusófona entre Angola, Portugal e todos os demais povos de língua portuguesa.”

Foram igualmente premiados pelo MIL: Lauro Moreira (2010), Ximenes Belo (2011), Adriano Moreira (2012), Domingos Simões Pereira (2013), Ângelo Cristóvão (2014), Gilvan Müller de Oliveira (2015), Duarte de Bragança (2016), Ruy Mingas (2017), Manuel de Araújo (2018), Manuel Pinto da Costa (2019), Alarcão Troni (2020), Francisco Ribeiro Telles (2021), Jorge Carlos da Fonseca (2022) e Carlos Mariano Manuel (2023).

Movimento Internacional Lusófono

É um movimento cultural e cívico registado notarialmente no dia quinze de Outubro de 2010, que conta já com mais de uma centena de milhares de adesões de todos os países e regiões do espaço lusófono. Entre os nossos órgãos, eleitos em Assembleia Geral, inclui-se um Conselho Consultivo, constituído por mais de meia centena de pessoas, representando todo o espaço da lusofonia.

Defende o reforço dos laços entre os países e regiões do espaço lusófono – a todos os níveis: cultural, social, económico e político –, assim procurando cumprir o sonho de Agostinho da Silva: a criação de uma verdadeira comunidade lusófona, numa base de liberdade e fraternidade.

Agostinho da Silva

George Agostinho Baptista da Silva (Porto, Bonfim, 13 de fevereiro de 1906 – Lisboa, São Francisco Xavier, 3 de abril de 1994) foi um filósofo, poeta, ensaísta, professor, filólogo, pedagogo e tradutor português. O seu pensamento combina elementos de panteísmo, milenarismo e ética da renúncia, afirmando a Liberdade como a mais importante qualidade do ser humano. Agostinho da Silva pode ser considerado um filósofo prático empenhado, através da sua vida e obra, na mudança da sociedade. Passou considerável tempo de sua vida no Brasil.

SEDES – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social

A SEDES é uma das mais antigas associações cívicas portuguesas.

Constituída em 1970, os seus fundadores eram oriundos de diferentes formações académicas, estratos sociais, actividades profissionais e opções políticas. Unia-os uma grande vontade de mudança e uma prática de militância social diversificada: associativismo académico, prática de contestação política contra o sistema, participação em organizações cristãs e actividade sindical.

Um denominador comum animava os fundadores da SEDES: o humanismo, o desenvolvimento sócio-cultural e a democracia.

Realizou encontros, estruturou-se em grupos de trabalho, animou debates em diversos pontos de Portugal, foi a primeira organização a proclamar as vantagens de uma aproximação à Comunidade Europeia e foi uma escola de Educação Cívica pluralista.

Com o advento da democracia em 25 de Abril de 1974, muitos dos seus associados deram o seu contributo à vida social e política para o progresso do País em diferentes partidos políticos. Talvez não tenha havido um único Governo, desde o 25 de Abril, que não contasse entre os seus membros com associados da SEDES.

A SEDES foi e continua a ser uma escola de cidadania. As suas tomadas de posição e análises políticas constituíram referências para a comunicação social e traduziram o pluralismo das intervenções e o respeito pela diversidade política aos seus membros.


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