Malanje debate obra de Mafrano

Malanje debate obra de Mafrano

No próximo dia 6 de junho de 2025, a Faculdade de Medicina da Universidade Rainha Njinga a Mbande (URNM), em Malanje, acolherá a apresentação do segundo volume da coletânea “Os Bantu na Visão de Mafrano — Quase Memórias“. O evento decorrerá no Anfiteatro Professor Doutor Samuel Carlos Victorino, entre as 9h00 e as 12h00.

Esta obra póstuma do “antropólogo maior de Angola”, Maurício Francisco Caetano, conhecido pelo pseudónimo Mafrano, é uma contribuição significativa para a compreensão da cultura e sociedade bantu. O volume II aborda temas como o uso do telégrafo entre os povos bantu, topónimos angolenses e suas lendas, ética nos gémeos Kimbundu, filosofia bantu sobre a morte, origem de vocábulos nos idiomas bantu, entre outros assuntos relacionados à antropologia, arqueologia, etnografia e direito costumeiro.

A coletânea, composta por três volumes e mais de 700 páginas, reúne textos publicados por Mafrano em jornais e revistas angolanas entre 1947 e 1982, como “O Apostolado“, a revista “Angola” e o jornal “O Angolense” . Em reconhecimento à sua contribuição para as ciências humanas e sociais, Mafrano foi distinguido postumamente com o Prémio Nacional da Cultura e Artes 2024, na modalidade de Investigação em Ciências Humanas e Sociais .

A Universidade Rainha Njinga a Mbande, criada em 2020, é uma instituição pública de ensino superior sediada em Malanje, resultante da fusão de várias instituições de ensino da região . A sua Faculdade de Medicina destaca-se como a primeira instituição pública de ensino superior na província de Malanje, com autonomia científica, pedagógica e administrativa.

A apresentação do livro é aberta ao público e promete ser um momento de reflexão sobre a identidade cultural africana e a valorização das tradições dos povos bantu.

"Os Bantu na visão de Mafrano - Quase memórias"
“Os Bantu na visão de Mafrano – Quase memórias”
Prémio Nacional de Cultura
Prémio Nacional de Cultura

Há uma força mil vezes mais temível que o canhão: o pensamento

Há uma força mil vezes mais temível que o canhão: o pensamento

HONRA À MEMÓRIA DE MAFRANO

Lisboa, Angola — Junho de 2025 — PRESS RELEASE — Para divulgação imediata

A Perfil Criativo | AUTORES.club tem a honra de anunciar a publicação do terceiro volume da colectânea “Os Bantu na Visão de Mafrano – Quase Memórias“, de Maurício Francisco Caetano (1916-1982), mais conhecido pelo pseudónimo literário “Mafrano”, intelectual angolano recentemente distinguido com o Prémio Nacional de Cultura e Artes 2024, na categoria de Ciências Sociais e Humanas.

Esta obra monumental, agora concluída com o Volume III, é uma homenagem vibrante à Civilização Bantu e um retrato lúcido das complexidades religiosas, sociais e culturais. Publicada postumamente, a colectânea reúne estudos, crónicas, notas autobiográficas e reflexões que durante décadas foram redigidos pelo autor sob diversos pseudónimos como “Anateco”, “Virafro“, “Aliquis” ou “Morais Paixão” – recurso literário que lhe permitiu escapar à censura e expressar com frontalidade as suas ideias.

Este terceiro volume destaca-se por:

  • Uma abordagem interdisciplinar à civilização Bantu, à sua religiosidade e estrutura social;
  • Ensaios sobre mitologia, ética, filosofia da religião e justiça tradicional;
  • Episódios vividos que espelham a trajectória de um pensador comprometido com a libertação das consciências;
  • Uma forte crítica aos preconceitos raciais e coloniais, defendendo a dignidade humana acima de qualquer origem étnica.

Entre os textos mais marcantes incluem-se:

“O Perfil Etnográfico do Negro Jinga”, “Faces Mascaradas no Poliedro Social”, “O Problema Demográfico e a Tese de Malthus”, e o comovente ensaio “Mãe, Por Que Nos Mataste?”, que aborda o aborto e a vulnerabilidade social com notável sensibilidade.

Como sublinha Dom Zacarias Kamwenho, arcebispo emérito do Lubango, “Mafrano foi um Antropólogo Maior“. A publicação deste volume vem reafirmar essa afirmação, inscrevendo Maurício Francisco Caetano no panteão dos grandes pensadores africanos do século XX.

A edição contou com o apoio incondicional da família do autor. Desde o seu início, a colectânea tem vindo a ser apresentada em palcos internacionais — Alemanha, Portugal, Brasil, Cabo Verde, Moçambique e Reino Unido — sendo hoje uma referência incontornável para estudiosos da cultura africana e leitores atentos à memória de Angola.

Prémio Nacional de Cultura
Prémio Nacional de Cultura

Público-alvo

Académicos e Investigadores

  • Áreas: Antropologia Cultural, História de África, Filosofia Africana, Sociologia, Etnografia, Estudos Pós-Coloniais.
  • Interesse: A obra oferece um corpus raro e valioso de conhecimento produzido a partir da vivência e da reflexão interna sobre o mundo Bantu, abordando questões sociais, religiosas e identitárias sob uma perspectiva não-europeia.

Estudantes Universitários

  • Especialmente de universidades em Angola, Brasil, Portugal, Moçambique, e outras instituições interessadas em programas de Estudos Africanos e Ciências Sociais.

Leitores engajados com a história e cultura africanas

  • Leitores que valorizam memórias históricas, literatura de intervenção social e textos que desafiam a narrativa colonial dominante.
  • Pessoas interessadas na valorização do património imaterial africano, identidades negras e heranças culturais marginalizadas.

Activistas e agentes culturais

  • Envolvidos em movimentos de valorização da memória africana, descolonização do saber e justiça social.
  • O conteúdo é uma ferramenta poderosa para promover reflexão crítica sobre racismo, exclusão e construção de narrativas históricas alternativas.

Comunidade angolana e diáspora

  • Aqueles que buscam reencontrar-se com suas raízes culturais, compreender melhor os alicerces da sociedade Bantu e homenagear a obra de um dos grandes intelectuais angolanos do século XX.

Formadores de opinião e líderes religiosos

  • Mafrano aborda profundamente a questão da fé, da missão católica, da ética social e da relação entre espiritualidade e justiça – temas sensíveis e pertinentes para líderes que buscam compreender a espiritualidade no contexto africano.
Os Bantu na Visão de Mafrano – Quase Memórias
Os Bantu na Visão de Mafrano – Quase Memórias

Nuvem Negra apresentado em Lisboa

Nuvem Negra apresentado em Lisboa

A Sala Polivalente da Biblioteca Palácio Galveias encheu na apresentação do dramático livro “Nuvem Negra — O Drama do 27 de Maio de 1977“, de Miguel Francisco “Michel”, na terça-feira, 27 de maio de 2025.

Estiveram presentes membros das associações de órfãos e dos sobreviventes do 27 de Maio, um acontecimento histórico em Angola que ao fim de 48 anos ainda não se encontra encerrado. Michel, o autor do livro, reclamou mais uma vez a criação de uma Comissão da Verdade de modo a descobrir quem são os verdadeiros responsáveis pela morte dos comandantes assassinados nas barrocas do bairro do Sambizanga, nas primeiras horas do dia 28 de Maio.

O livro pode ser encomendado nas lojas online da FNAC, Bertrand e Wook e vai estar disponível na Feira do Livro de Lisboa no stand D-48 – POENTE 4,  PROMOBOOKS.NET | PAPA-LETRAS.

Nuvem Negra – O Drama do 27 de Maio de 1977
Nuvem Negra – O Drama do 27 de Maio de 1977
Nuvem Negra – O Drama do 27 de Maio de 1977
Nuvem Negra – O Drama do 27 de Maio de 1977

27 de Maio de 1977 no “Causa e Efeito” da RTP África

27 de Maio de 1977 no “Causa e Efeito” da RTP África

No episódio 20 do programa “Causa e Efeito“, transmitido pela RTP África a 23 de maio de 2025, Michel Francisco (Michel) e Henda Vieira Lopes participaram num breve encontro dedicado à memória e justiça sobre os trágicos acontecimentos de 27 de Maio de 1977 em Angola.

Michel Francisco (Michel), sobrevivente desse episódio histórico e autor do livro Nuvem Negra, compartilhou o seu testemunho pessoal, destacando as dificuldades enfrentadas pelos sobreviventes e familiares das vítimas na procura de reconhecimento e justiça. Michel criticou a Comissão para a Reconciliação pela falta de credibilidade e transparência no processo de identificação das ossadas das vítimas.

Nuvem Negra – O Drama do 27 de Maio de 1977
Nuvem Negra – O Drama do 27 de Maio de 1977

Henda Vieira Lopes, representante da Associação M27, abordou o papel da sociedade civil na preservação da memória coletiva e na promoção da reconciliação nacional. Ela enfatizou a importância de iniciativas que garantam a verdade histórica e a justiça para as vítimas e seus familiares.

Nuvem Negra – O Drama do 27 de Maio de 1977
Nuvem Negra – O Drama do 27 de Maio de 1977

Manuel Homem compartilha reflexões sobre Angola

Manuel Homem compartilha reflexões sobre Angola

Jornal ÉME – Luanda – 21.05.2025 (Texto e Fotografia)

Uma obra literária intitulada “Crónicas do Homem, Pensamentos sobre a Nossa Sociedade e o Nosso País” foi lançada nesta quarta-feira (21/05/2025), no Memorial Dr. António Agostinho Neto, em Luanda, pelo ministro do Interior, Manuel Homem.

O evento de lançamento contou com a presença de figuras proeminentes como da vice-presidente do MPLA, Mara Quiosa e do secretário-geral, Paulo Pombolo que ressaltaram a relevância da obra, que aborda a coragem e a resiliência do autor que no silêncio da sua caminhada, transforma ideias em escrita.

Segundo a vice-presidente a publicação da obra literária, surpreendeu a sociedade de forma positiva e “nos remete sempre à necessidade de continuarmos a promover a escrita, sobretudo o hábito de leitura no seio das crianças e da juventude”.

 “Estamos muito felizes por estar aqui, e aproveito esta soberana ocasião para parabenizar o autor pela pertinência da obra, porque para além das funções que exerce no executivo, nos demonstra que tem muito a nos oferecer por intermédio da literatura”, salientou.

O autor, Manuel Homem, descreveu o processo de escrita como um “exercício de memória”, resultado de diálogos e reflexões sobre os mais variados temas que abrangem a política, família, engenharia, cultura, desporto e a própria sociedade angolana. O livro narra os diversos momentos e desafios que o autor enfrentou na sua trajectória.

Uma iniciativa notável é a destinação dos lucros da venda do livro, já que todos os valores serão doados ao Colégio de Polícia “Comandante José Alfredo Ekuikui”, uma instituição dedicada à formação de órfãos de agentes da polícia que perderam as suas vidas em serviço.

Com 89 páginas e 48 crónicas, o livro da editora Perfil Criativo | AUTORES.club oferece uma análise aprofundada da sociedade angolana, abordando a sua evolução social, os desafios económicos, a importância da educação e o papel crescente da tecnologia no desenvolvimento do País.

Manuel Gomes da Conceição Homem, nasceu em 24 de Novembro de 1979, é engenheiro e uma figura política influente, membro do Bureau Político do Comité Central do MPLA.

A sua trajectória profissional e política é marcada por posições de destaque, incluindo a de governador de Luanda e ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social.

O lançamento foi prestigiado por diversas personalidades, como o ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida, além de governantes, deputados, efectivos dos órgãos de defesa e segurança, membros do Comité Central do MPLA, familiares, amigos, colegas e convidados ilustres.

Crónicas do Homem
Crónicas do Homem

Da pena jornalística à literatura: Armindo Laureano reconhecido pelo Camões

Da pena jornalística à literatura: Armindo Laureano reconhecido pelo Camões

O Camões – Centro Cultural Português em Luanda apresenta mais uma sessão da rubrica Escritor do mês. A edição de Maio contará com a participação do jornalista, autor do livro “Há dias assim…” e apresentador Armindo Laureano.

Camões – Centro Cultural Português: 27 de Maio – Terça-feira, 18h00
Entrada Gratuita

Há dias assim..., de Armindo Laureano
Há dias assim…, de Armindo Laureano

Sobre o autor


Armindo Fragoso Laureano, também conhecido pelo pseudónimo Salambende Mucari, nasceu em Luanda a 2 de Janeiro de 1976. É jornalista, autor e apresentador angolano. Iniciou a sua carreira na comunicação social em 2009, na TV Zimbo, onde se destacou como apresentador do programa Zimbando e, mais tarde, como repórter da direcção de informação.

Criador do programa Vivências e fundador da plataforma Vivências Press, tem promovido iniciativas editoriais, radiofónicas e formativas em Angola e na diáspora. É também autor de livros e audiolivros, tendo recebido o Prémio Maboque de Jornalismo em 2015. Desde Março de 2020, é o director do semanário generalista angolano Novo Jornal.

Esta é uma rubrica mensal dedicada à promoção de autores que escrevem em língua portuguesa, com o objectivo de reunir estudantes, escritores, leitores e amantes da literatura em torno de discussões enriquecedoras.

“Michel” chega a Lisboa para partilhar o seu testemunho dramático sobre os campos de concentração

“Michel” chega a Lisboa para partilhar o seu testemunho dramático sobre os campos de concentração

Lisboa, 19/05/2025 — Acaba de chegar a Lisboa Miguel Francisco, conhecido pelo pseudónimo literário Michel, sobrevivente dos campos de concentração em Angola e autor do impactante livro Nuvem Negra – O Drama do 27 de Maio de 1977. O autor desloca-se à capital portuguesa para participar no lançamento da nova edição da obra, que terá lugar no próximo dia 27 de maio de 2025, às 19h00, na Biblioteca Palácio Galveias.

Mais do que um livro, Nuvem Negra é um grito de memória. É o relato cru, vivido e doloroso de um homem que sobreviveu à violência política desencadeada após os acontecimentos do 27 de Maio de 1977, data marcada por uma insurreição popular em Angola seguida de uma repressão em massa, prisões arbitrárias, execuções sumárias e detenções em campos secretos como o da Calunda, no Moxico.

“A morte já não é algo que me faça temer. Já estou morto”, escreve Michel, descrevendo os dias de terror sob vigilância armada, fome, tortura e abandono.

Nascido a 27 de setembro de 1955, em Dala-Cachibo, Província do Kuanza-Sul, Miguel Francisco é licenciado em Direito pela Universidade Agostinho Neto, advogado e professor universitário. Militante do MPLA desde a juventude, viu-se acusado de envolvimento com a chamada “Intentona Fraccionista” e foi preso sem julgamento. O que viu, ouviu e viveu durante o seu cativeiro transformou-se num poderoso testemunho histórico, com potencial de esclarecer e comover leitores de várias gerações.

“Nunca, por nada deste mundo, aceitarei silenciar a existência daquele Campo”, escreve o autor, que dedicou o livro à memória dos companheiros que “não puderam regressar”.

Com apoio do Consulado-Geral de Portugal em Luanda, foi possível viabilizar a vinda do autor a Lisboa, garantindo a sua participação num evento que promete marcar a agenda literária e cultural do ano.

NUVEM NEGRA não é apenas um livro sobre Angola. É uma narrativa urgente sobre a necessidade de verdade, justiça e reconciliação, que toca em temas universais como os abusos de poder, a memória coletiva e a dignidade humana.

O lançamento será aberto ao público. Uma oportunidade rara para ouvir, em primeira mão, um dos testemunhos mais intensos da história contemporânea africana, agora revisitado e apresentado no coração de Lisboa.

Nuvem Negra – O Drama do 27 de Maio de 1977
Nuvem Negra – O Drama do 27 de Maio de 1977

David Capelenguela em Lisboa

David Capelenguela em Lisboa

19/05/2025 — A Perfil Criativo | AUTORES.club teve a honra de receber a visita do escritor David Capelenguela, que recentemente deixou o cargo de Secretário-Geral da União de Escritores Angolanos (UEA). Reconhecido pelo seu papel ativo na promoção da literatura angolana, Capelenguela mantém actualmente um muito interessante programa de entrevistas com escritores na TPA – Televisão Pública de Angola.

Nesta visita especial, veio acompanhado do poeta angolano Kalunga — nome literário de João Fernando André, nosso embaixador cultural de Angola. Durante o encontro, David Capelenguela abordou a sua experiência à frente da UEA, partilhando ideias.

O editor João Ricardo Rodrigues revelou os principais projectos editoriais da Perfil Criativo que estão no prelo, com lançamento previsto ao longo de 2025. O encontro foi marcado por entusiasmo, diálogo e partilha.

Manuel Homem apresenta reflexões sobre Angola

Manuel Homem apresenta reflexões sobre Angola

Luanda prepara-se para um encontro com o pensamento de um dos protagonistas da nova geração de líderes angolanos. No próximo 21 de Maio de 2025, às 17h00, será lançado o livro Crónicas do Homem – Pensamentos sobre a nossa sociedade e o nosso país, da autoria de Manuel Homem, no Memorial Dr. António Agostinho Neto (MAAN).

O livro reúne dezenas de textos que abordam temas transversais à vida nacional: as relações humanas, a juventude, o papel da educação, os desafios da governação, o valor da cidadania, a fé, e o impacto da tecnologia no futuro de Angola. Com uma linguagem clara e directa, Manuel Homem convida o leitor à reflexão crítica sobre o país e o seu tempo.

Engenheiro de formação e político em exercício, actualmente Ministro do Interior, o autor percorreu uma trajectória pública marcada por cargos de grande responsabilidade, como Governador de Luanda e Ministro das Telecomunicações e Comunicação SocialCrónicas do Homem marca a sua estreia na comunicação escrita, revelando um lado introspectivo e atento às grandes questões que moldam a sociedade angolana.

O prefácio é assinado por Luís Fernando, jornalista e escritor, que sublinha a coragem do autor em não se esconder “em cima do muro”, mesmo diante de um mundo em crise de valores.

Para além da dimensão artística e política, o evento terá também um forte carácter solidário: todas as receitas obtidas com a venda do livro serão destinadas ao Colégio de Polícia Comandante José Alfredo Ekuikui, uma instituição dedicada à formação e reintegração social de descendentes de efectivos da corporação.

editora Perfil Criativo | AUTORES.club, responsável pela publicação do livro Crónicas do Homem – Pensamentos sobre a nossa sociedade e o nosso país, estará representada no lançamento por Wylsony dos Santos, profissional de comunicação e marketing e autor do livro Comunicação, o Espelho de um País, publicado em maio de 2017. Uma obra de reflexão crítica sobre o papel da comunicação na construção de uma sociedade mais consciente.

Lisboa recebe testemunho brutal de sobrevivente dos campos de concentração em Angola

Lisboa recebe testemunho brutal de sobrevivente dos campos de concentração em Angola

A obra Nuvem Negra – O Drama do 27 de Maio de 1977, da autoria de Michel (pseudónimo de Miguel Francisco), será apresentada no dia 27 de maio de 2025, às 19h00, na Biblioteca Palácio Galveias, em Lisboa. Esta nova edição, publicada pela Perfil Criativo | AUTORES.club, resgata um dos testemunhos mais pungentes da história recente de Angola.

O evento contará com a presença do autor, que atravessou um dos capítulos mais sombrios do pós-independência angolano: os campos de concentração resultantes da repressão desencadeada após os acontecimentos do 27 de Maio de 1977. Michel, ele próprio um sobrevivente desses campos, dará voz ao seu relato dramático — um grito de memória, dignidade e denúncia.

“A morte já não é algo que me faça temer. Já estou morto.” — escreve Michel, numa das passagens mais cruas e comoventes do livro, descrevendo os dias de terror, tortura e medo vividos no campo da Calunda, no Moxico.

A sessão de lançamento é aberta ao público e integra-se num conjunto de iniciativas culturais voltadas para a preservação da memória histórica, com especial foco na justiça, reconciliação e direitos humanos.

Perfil Criativo | AUTORES.club agradece publicamente ao Consulado-Geral de Portugal em Luanda pelo apoio prestado no processo de concessão de visto ao autor, viabilizando assim a sua deslocação a Lisboa. Este gesto permitiu que Michel pudesse estar presente e dar o seu testemunho vivo, num momento que se antevê como altamente simbólico.

“Nunca, por nada deste mundo, aceitarei silenciar a existência daquele Campo”, afirma o autor num trecho onde recorda as atrocidades cometidas contra milhares de jovens militantes e cidadãos, muitos dos quais nunca mais regressaram.

Este lançamento será, além de um marco editorial, um momento de reflexão sobre as feridas do passado e sobre o valor da liberdade e da memória.

Nuvem Negra – O Drama do 27 de Maio de 1977
Nuvem Negra – O Drama do 27 de Maio de 1977

Michel (Miguel Francisco)

Michel é o pseudónimo de Miguel Francisco, advogado e professor universitário, nascido em 1955 na província do Kuanza-SulAngola. A sua tragédia pessoal nos campos de concentração e o compromisso em preservar a verdade histórica fazem deste livro um documento essencial para a memória coletiva de Angola e de África.

Miguel Francisco, vulgarmente conhecido por “Michel”, contrariamente ao que reza no seu Bilhete de identidade, que diz ser natural de Calulo, Município do Libolo, nasceu na aldeia de Mussaulo, Comuna de Dalacachibo, Município da Quibala, Província do Cuanza-Sul, no dia 26 de Setembro de 1955. Libolo é apenas o local de nascimento dos seus progenitores, onde também viveu a infância desde os cinco anos, depois ter regressado à Calulo, por força do desaparecimento do seu pai nos acontecimentos de 15 de Março de 1961.
É licenciado em Direito pela Universidade Agostinho Neto. É Advogado, inscrito na Ordem dos Advogados de Angola com o número 500. Leccionou as cadeiras de Direito Administrativo nas universidades Jean, Lusíadas e Instituto de Relações Internacionais do Ministério das Relações Exteriores, tendo também leccionado a cadeira de Contencioso Administrativo nas Universidades Lusíada e Metodista de Angola, respectivamente.
Foi membro da Comissão Nacional de Eleições, no período compreendido entre 2015 a 2021, por indicação da extinta Coligação CASA-CE.
Para além do livro que agora se reedita, é também autor dos livros:
REFLEXÃO – O Racismo Como Cerne da Tragédia de 27 de Maio de 1977, a CHAGA, e ainda os KANDIMBAS, o CHEFE e a PÁTRIA, todos retratando os trágicos acontecimentos de 27 de Maio.

Biblioteca Palácio Galveias