Luanda — A capital angolana recebe, a 17 de Setembro (Dia do Herói Nacional), um concerto de Salif Keita, lenda viva da música, no CCB – Centro de Conferências de Belas, às 19h00. O espetáculo integra as comemorações dos 50 anos da Independência de Angola e terá participação especial de Ndaka Yo Wiñi, uma das vozes mais marcantes do afro-jazz angolano. Os bilhetes estão à venda por Kz20.000.
Música e repertório
Conhecido como a “Voz de Ouro de África”, Salif Keita funde tradições mandingas com afro-pop e jazz, num percurso que o levou da Super Rail Band aos Ambassadeurs, e a êxitos como “Madan”, “Yamore” (dueto com Cesária Évora) e “Africa”. A sua estética cruza balafon, kora e percussões com guitarras e teclados modernos, uma assinatura que promete marcar o alinhamento em Luanda.
O convidado Ndaka Yo Wiñi (Benguela) traz ao palco a pesquisa das matrizes ovimbundu e géneros como lundongo, cruzando-os com jazz, blues e folk. O seu álbum “Olukwembo” (2018) e temas recentes como “Kolongolo” (2025)consolidaram-na como referência da nova música angolana de raiz.
Enquadramento institucional
O concerto decorre num ano de efemérides e com o Ministério da Cultura a dar visibilidade às artes. À frente da pasta está Filipe Zau, músico, compositor e professor, ministro desde 2021, reforçando a ligação directa entre a governação e a prática artística.
Esta fotografia, tirada em 1973, durante uma excursão à ilha do Mussulo, regista um momento de juventude, amizade e partilha entre antigos estudantes da Escola Industrial e Comercial Sarmento Rodrigues, em Nova Lisboa–Huambo, Angola.
Mais de 50 anos passaram desde então. A História separou estes jovens: a independência de Angola, a longa e violenta guerra fratricida e a diáspora afastaram companheiros que outrora partilharam sonhos, aulas e momentos inesquecíveis.
Na imagem estão identificados, entre outros, o brigadeiro Fonseca Emanuel Chindondo, o general Alcídio dos Santos Kanjila e Hossi Mussili. Muitos outros nomes, porém, a memória já não alcança.
Se estudou na Escola Industrial e Comercial Sarmento Rodrigues no início da década de 1970, ou reconhece alguém nestas fotografias, convidamo-lo a entrar em contacto com a nossa equipa.
No passada quinta-feira 28 de agosto de 2025, a Feira do Livro do Porto recebeu a pré-apresentação do livro Meu Gastoso, Minha Gostosa, Meu Amor — Crónicas Íntimas, de Rafael Branco, cujo lançamento oficial acontecerá no próximo dia 3 de setembro, na Biblioteca Palácio Galveias, em Lisboa.
Nesta sessão especial, a Perfil Criativo | AUTORES.club esteve representada pelo poeta angolano João Fernando André, autor de Evangelho Bantu e atualmente a concluir o seu doutoramento em Literatura na Universidade de Lisboa. Em diálogo com João Fernando André e com o público, Rafael Branco partilhou as motivações que o levaram à escrita desta obra, sublinhando a dimensão pessoal e artística que marca este novo livro.
O encontro contou ainda com a participação ativa de leitores presentes na Feira do Livro do Porto, que colocaram várias questões ao autor sobre o processo criativo e a relação entre a escrita íntima e a formação académica em São Tomé e Príncipe.
Rafael Branco de São Tomé e Príncipe e João Fernando André de Angola
Meu Gastoso, Minha Gostosa, Meu Amor — Crónicas Íntimas reúne textos de forte carga emocional, em que o autor explora a intensidade do amor, do desejo e das relações humanas. As crónicas revelam um olhar intimista e poético, marcado por uma escrita sensível e visceral, onde se cruzam paixão, ternura, erotismo e contemplação da vida quotidiana.
Perfil Criativo | AUTORES.club na Feira do Livro do Porto
As novidades editoriais da Perfil Criativo | AUTORES.club estão disponíveis no stand da PromoBooks até ao próximo 7 de setembro.
Lançamento Oficial – Ensaios I, de Eugénio Costa Almeida Biblioteca Palácio Galveias 3 de setembro, 20h00
No próximo dia 3 de setembro, às 20h00, a Biblioteca Palácio Galveias acolhe o lançamento oficial de Ensaios I, de Eugénio Costa Almeida.
A obra reúne uma seleção de textos, conferências e intervenções entre 2007 e 2018, abordando temas centrais da política, economia e sociedade africanas, bem como o papel da diáspora e da lusofonia. Trata-se de uma reflexão crítica e académica, mas também profundamente comprometida com o futuro.
O surpreendente prefácio é assinado pelo sociólogo Celso D. J. Malavoloneke, que sublinha a singularidade do olhar do autor — um “voo de humbihumbi antropológico”, capaz de cruzar rigor académico com uma visão enraizada na experiência angolana e na vivência da diáspora.
Eugénio Costa Almeida, académico e investigador, é uma das vozes mais atentas às dinâmicas africanas contemporâneas, com uma obra que se distingue pelo equilíbrio entre análise científica e intervenção cívica.
Uma oportunidade para conhecer, refletir e dialogar sobre os caminhos de Angola, de África e do espaço lusófono no século XXI.
A editora Perfil Criativo | AUTORES.club convida para o lançamento oficial do primeiro livro do jovem investigador angolano, Domingos Cúnua Alberto, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, que reconstrói um dos episódios mais sensíveis da história contemporânea de Angola e Portugal: o conturbado processo de reconhecimento oficial da independência de Angola por parte do Estado português, concluído apenas em fevereiro de 1976.
Destaques da obra
Três partidos, três visões: Como PS, PPD/PSD e PCP interpretaram e influenciaram a política externa portuguesa face a Angola no rescaldo da Revolução dos Cravos.
Bastidores diplomáticos: O que revelam os debates do Conselho da Revolução, os impasses nos Conselhos de Ministros e as posições contraditórias dos partidos em relação ao MPLA.
Geopolítica da Guerra Fria: A influência da conjuntura internacional no atraso do reconhecimento, com pressões da URSS, EUA, Brasil e da ONU.
Fontes inéditas: A obra baseia-se em documentação até agora pouco explorada, incluindo atas militares, imprensa partidária e arquivos diplomáticos.
Sobre o autor:
Domingos Cúnua Alberto é investigador angolano, doutorando em História Contemporânea no ISCTE-IUL. Especializa-se nos processos de descolonização africana, com foco nas relações político-diplomáticas entre Portugal e Angola no período pós-25 de Abril. Esta é a sua primeira obra publicada, fruto de pesquisa meticulosa que cruza fontes portuguesas e angolanas.
Uma oportunidade para refletir
Este lançamento constitui uma oportunidade para refletir sobre o papel determinante da política interna portuguesa nas decisões de política externa no período pós-revolucionário, compreender o reconhecimento diplomático como um ato político e simbólico de grande alcance, e revisitar as raízes históricas que moldaram as complexas e duradouras relações entre Portugal e Angola.
Padrão dos Descobrimentos, Belém – Lisboa 29 de Outubro de 2025 (quarta-feira), 16h30 Entrada livre (sujeita a reserva)
No coração da História de África, há uma travessia épica que o tempo tentou apagar. Dois homens africanos sob bandeira portuguesa, Pedro João Baptista e Anastácio Francisco, pombeiros angolanos, atravessaram o continente, de Malange a Tete, entre 1802 e 1814. Fizeram-no sem mapas, sem tecnologias modernas, mas com conhecimento profundo das rotas, povos e geografia do interior africano. Foram os primeiros a realizar e a documentar uma travessia completa da África Austral, de ida e volta.
Curiosamente, exploradores europeus como o escocês David Livingstone ou o português Francisco de Lacerda e Almeida, cujos nomes foram imortalizados na História oficial, beneficiaram das informações, rotas e registos produzidos por estes dois africanos — cuja memória, porém, foi injustamente silenciada. Este livro vem corrigir essa omissão histórica, devolvendo a Pedro João Baptista e Anastácio Francisco o lugar que lhes pertence.
PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS
O lançamento contará com a presença de personalidades de relevo de Portugal, Angola e Moçambique, num momento simbólico de reencontro entre os dois países e de justa homenagem ao protagonismo africano na História.
SOBRE O LIVRO
A Primeira Travessia da África Austral (Ed. 2025) propõe uma leitura crítica e rigorosa da expansão portuguesa em África, desde os mitos europeus sobre o continente até à instalação do sistema colonial. O autor percorre os episódios fundamentais das descobertas, da ocupação e do contacto entre civilizações, culminando na epopeia dos dois pombeiros, baseada em fontes documentais e análises historiográficas.
A obra inclui ainda um prefácio deUina yo Nkuau Mbuta (Prof. Doutor Carlos Mariano Manuel), médico patologia, investigador e Prémio Personalidade Lusófona 2023, que sublinha a relevância histórica e política desta recuperação da memória.
SOBRE O AUTOR
José Bento Duarte, natural de Moçâmedes, é ensaísta e investigador, com um percurso dedicado ao estudo da História de Angola e Portugal. Autor de três livros que aliam rigor e sensibilidade humanista, tem sido uma voz ativa na divulgação de episódios esquecidos da História Portugal em África.
Em A Primeira Travessia da África Austral, José Bento Duarte recupera com lucidez e profundidade uma narrativa que honra a coragem de dois luso-angolanos e reequilibra o olhar sobre o passado comum, revelando os fundamentos de uma História partilhada que urge ser contada com verdade.
A entrada é livre, mas o espaço é limitado. Reserve com antecedência através do telefone: 214 001 788 Ou envie um e-mail para: encomendas@autores.club
Organização: Autores.club | com o apoio do Padrão dos Descobrimentos Data: Quarta-feira, 29 de Outubro de 2025 Hora: 16h30 Local: Auditório do Padrão dos Descobrimentos, Belém – Lisboa
O jornal O País, na sua edição desta quinta-feira, 14 de agosto, dedicou destaque de página inteira ao lançamento do volume III da obra Os Bantu na Visão de Mafrano, de Maurício Francisco Caetano, realizado na última terça-feira, 12, no auditório da Escola Nacional de Administração e Políticas Públicas (ENAPP), em Luanda.
Segundo a reportagem do diário angolano, o evento reuniu familiares, amigos, académicos, representantes de instituições culturais e membros da Igreja Católica, confirmando a relevância e o impacto cultural da obra. O livro retrata a civilização bantu, seus valores e tradições, bem como episódios da era colonial, numa análise profunda e reflexiva.
Com mais de 800 páginas e 28 capítulos, a publicação foi concluída pela família após a morte do autor, em 2011, mantendo-se fiel ao propósito de Mafrano de preservar e valorizar a cultura africana. O jornal O País sublinha que o pensamento do autor, marcado por princípios de solidariedade, justiça e dignidade, continua atual e inspirador.
Na cerimónia, Dom Filomeno Vieira Dias, arcebispo de Luanda, recordou Mafrano como “um bom fiel da Igreja Católica”, destacando a coerência entre fé e vida. O O País também relembra o percurso multifacetado de Mafrano como economista, funcionário público, jornalista e cronista em importantes órgãos de comunicação social angolanos.
Prémio Nacional de Cultura Artes 2024
O jornal O País é um diário angolano fundado em 2008 e editado pelo Grupo Medianova, um dos principais grupos privados de comunicação social do país. Com circulação nacional e presença online, o periódico cobre temas de política, economia, sociedade, cultura, desporto e atualidade internacional, distinguindo-se pela atenção dedicada a acontecimentos culturais e académicos relevantes. O destaque dado ao lançamento do volume III de Os Bantu na Visão de Mafrano confirma o interesse da imprensa angolana em valorizar o património histórico e intelectual do país.
Luanda, 12 de agosto de 2025 – A trilogia póstuma Os Bantu na Visão de Mafrano – Quase Memórias, do escritor e antropólogo angolano Maurício Francisco Caetano, conhecido como “Mafrano”, chegou ao seu encerramento com a apresentação do terceiro e último volume, revelado ao público nesta terça-feira na Escola Nacional de Administração e Políticas Públicas (ENAPP), em Luanda. A cerimónia contou com a apresentação do Arcebispo de Luanda, Dom Filomeno Vieira Dias e a editora Perfil Criativo | AUTORES.club foi representada pelo psicólogo clínico e escritor Fernando Kawendimba.
Dom Filomeno Vieira Dias
Intervenção de Fernando Kawendimba em representação do editor
Apresentação da obra de Mafrano em Luanda
Este volume final, com 327 páginas distribuídas em 18 capítulos, organiza os escritos inéditos do autor entre 1947 e 1982 em três partes temáticas: (i) Civilização Bantu, (ii) Temática Religiosa, e (iii) Questões Sociais e Episódios Vividos — mantendo, assim, a abrangência e profundidade características dos volumes anteriores.
A coletânea foi reconhecida com o Prémio Nacional da Cultura e Artes 2024, na categoria de Investigação em Ciências Humanas e Sociais, atribuída pelo Ministério da Cultura da República de Angola.
“Enquanto houver palavras, haverá sempre liberdade” esta frase, que atravessa as páginas do livro Ecos da Liberdade, resume o espírito de uma obra que é ao mesmo tempo testemunho histórico e manifesto pessoal. Joaquim Sequeira, sobrevivente do 27 de Maio de 1977 em Angola, leva o leitor às entranhas da repressão, relatando, com emoção crua e rigor de memória, os anos de prisão e resistência na temida Casa de Reclusão.
Escrito com a força de quem viveu para contar, o livro transporta-nos para o interior das celas, onde o silêncio podia gritar mais alto do que qualquer tortura, e onde a esperança se alimentava de pequenos gestos: o partilhar de um pedaço de pão, a construção de um fogareiro improvisado, ou a cumplicidade de um olhar. É um relato de dor, mas também de dignidade e humanidade, que nos lembra que a verdadeira liberdade nasce primeiro dentro de nós.
“A liberdade não é apenas a ausência de grilhões; é a presença do que é possível. Ela encontra-se em cada acto de resistência, em cada sopro de dignidade que conseguimos manter quando tudo ao nosso redor tenta silenciar-nos.”
O lançamento desta nova edição ocorre num momento de reflexão sobre os cinquenta anos da independência de Angola, resgatando um episódio tantas vezes silenciado e dando voz a quem foi marcado por ele.
Sobre o Autor
Joaquim Sequeira nasceu em Angola e cresceu numa terra onde “o silêncio pesava mais do que o tempo”. Detido pelo regime após o 27 de Maio de 1977, sobreviveu a anos de encarceramento, isolamento e tortura. Encontrou na escrita e na poesia não só refúgio, mas arma de resistência. Hoje, livre, mantém o compromisso de preservar a memória e defender a liberdade como património comum.
Público-alvo
Leitores interessados em História Contemporânea de Angola e de África, Direitos Humanos, testemunhos de resistência política, literatura memorialista e ensaística. A obra é igualmente relevante para investigadores, estudantes e todos aqueles que procuram compreender as marcas do 27 de Maio de 1977 e os seus ecos no presente.
“Memórias das FALA” (Ed. 2025), do Brigadeiro Fonseca Chindondo, um livro que será apresentado brevemente em Lisboa e que já está disponível para encomendar.
A famosa Batalha do Cuito Cuanavale… aconteceu mesmo ou foi apenas uma criação do laboratório de propaganda das forças governamentais? Na página 255 o autor revela: “Os arquivos do Gabinete Central do Estado-Maior Geral das FALA não tem nenhum vestígio nem registo de uma ocorrência do género. Tudo dá a entender que, como tal, parece não ter existido”. Um testemunho direto, sem filtros, que desafia a história oficial e convida o leitor a rever o que pensava saber sobre um dos episódios mais marcantes do conflito angolano.