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Guia 2024: “Como Reforçar a Imunidade?”

Guia 2024: “Como Reforçar a Imunidade?”

A segunda edição actualizada do livro “Guia de Imunonutrição: Como Reforçar a Imunidade?” (ISBN 978-989-35368-5-8), de Luís Philippe Jorge. A primeira edição desta obra foi publicada com a chegada da pandemia do “COVID 19”, durante primeiros meses de 2020. Foi revista e actualizada, tem 88 páginas e o Preço de Venda ao Público é de 12,00 euros que inclui a taxa de IVA.

Como Reforçar a Imunidade?
Este livro baseia-se nos princípios bioquímicos da nutriterapia

(…) Não esquecer que o stress e a ansiedade, actualmente exacerbados, são factores que têm importante incidência na imunidade. O nosso sistema imunitário depende essencialmente do nosso estilo de vida, principalmente daquilo que praticamos em termos de cuidados corporais (higiene e actividade física) e da alimentação. Muitas pessoas já  têm mais consciência de que a nossa imunidade pode ser reforçada pela nutrição e por determinados suplementos vitamínicos e mineralógicos. 
Os especialistas em epidemiologia, virologia, infecciologia e certos eruditos no campo da micronutrição, bem como alguns em medicina geral, sabem perfeitamente que o que ingerimos e a actividade física são os principais determinantes da estabilidade do nosso sistema imunitário, bem como para evitar a síndrome metabólico e outras doenças. 
Para responder de forma esclarecedora e enriquecedora, a muitos dos leitores, parece-me importante publicar um conjunto de informações e soluções, não só para consolidar a nossa imunidade mediante a nutrição e/ou a suplementação, mas também para entrever a forma como a nutrição intervém como meio de regulação e modulação de reacções inflamatórias, as quais são um factor presente em todas as patologias, desde a simples constipação até ao espectro do cancro. 
Nessa perspectiva, este livro de bolso visa fornecer sugestões para melhorarmos a nossa qualidade de vida e, tanto quanto possível, imunizarmo-nos em relação a muitas patologias (físicas e psíquicas). Para facilitar a leitura e seleccionar o que mais vos pode interessar, distribuí o conteúdo da seguinte forma: 

Parte 1: Prevenir as infecções
Parte 2: O que é o coronavírus? 
Parte 3: 1ª questão: ‘’Porque é que sucumbimos às infecções?’’; 
Parte 4: 2ª questão: ‘’Porque é que os alimentos já não fornecem as necessidades micronutricionais?’’;
Parte 5: O estilo de vida e a imunidade (o exercício físico)
Parte 6: A imunonutrição (papel das boas gorduras e vitaminas)
Parte 7: A imunonutrição (os minerais imuno-estimulantes)
Parte 8: A reacção inflamatória
Parte 9: Alimentação pró-inflamatória e anti-inflamatória
Parte 10: Os efeitos prejudiciais dos açúcares na imunidade e na microbiótica
Parte 11: Recapitulação

Atenção: esta entrevista foi realizada em 2020, durante a chegada do COVID 19 e apresentação da primeira edição.

O Autor: Luís Philippe Jorge

Psicoterapeuta (abordagem psico-orgânica – ortomolecular), 
Certificado em Nutriterapia CFNA (Centro de Formação em Nutriterapia Aplicada – Bélgica)
Formador acreditado pelo CPFC (Conselho Cientifica-Pedagógico da Formação Continua, Braga)
Estudos em naturopatia e aromaterapia (Canadá)
Formação em digito-electro-acupunctura (Canadá)
Psicografólogo, certificado em Grafologia (1987) pelo Instituto Canadiano de Caracterologia (Canadá)


Autor dos livros: 
Da psicologia da escrita à descoberta da grafologia” (Ed. 2011)
O desapego”(Ed. 2015)
Como reforçar a imunidade”(Ed. 2020)

Gemma Almagro e Izaskun Barbarie conquistam público com palavras e música

Gemma Almagro e Izaskun Barbarie conquistam público com palavras e  música

Mais uma vez, Gemma Almagro e Izaskun Barbarie animaram o público em “Patas Arriba” na RAI-Associació Cultural, no centro de Barcelona, no dia 19 de Janeiro de 2024. Armadas, como sempre, com o melhor dos seus explosivos, a palavra e a música, conseguiram esgotar a sala e se entregar completamente a este espetáculo subversivo, divertido, crítico e profundo.

O público passou das gargalhadas a uma verdadeira emoção com a poesia de trincheira de Gemma Almagro e ovacionou a grande pianista Izaskun Barbarie nos seus extraordinários e originais solos no piano. “Patas Arriba” demonstrou, mais uma vez, que o circuito emotivo com que envolve os espectadores é capaz de combinar com o lado guerrilheiro e violento com a ternura e a emoção mais pura.

Patas Arriba – Alta comédia para pessoas ousadas” tornou-se uma sátira moderna sem precedentes, e suas duas integrantes formam, sem dúvida, a dupla mais sincrónica e disparatada do momento. Siga-as nas redes para não perder seus vídeos mais divertidos! @patasarriba21

Para saber mais aconselhamos a leitura, em castelhano, dos livros de Gemma Almagro:

Poesía de Trinchera – Altamar

Patas Arriba

António Pinto (1937-2024)

António Pinto (1937-2024)

Por JOÃO RICARDO RODRIGUES

É com profunda tristeza que comunicamos o desaparecimento físico do autor, advogado, jornalista e professor angolano, António Pinto.

António Pinto nasceu na Gabela-Amboim, na província do Cuanza-Sul, a 11 de Dezembro  de 1937, foi aluno no Liceu Salvador Correia, licenciou-se em Direito com distinção, pela Universidade Independente de Angola (UnIA), em 2010. Faleceu a 29 de Janeiro de 2024, o funeral está marcado para hoje, 1 de Fevereiro de 2024, no Cemitério de Santana (Luanda).

Como jornalista, António Pinto, publicou mais de 500 peças no Correio da Semana, Jornal de Angola e Semanário Agora, entre 1998 e 2012.

Foi docente universitário, consultor jurídico e advogado, inscrito na Ordem dos Advogados de Angola.

António Pinto foi traído pela má interpretação das palavras do título de um livro

Publicou em 1974 o livro “13 Anos de Luta Armada. Porquê?” Um extraordinário “best-seller” (livro mais vendido), entre 1974 e 1975. Após o 25 de Abril de 1974, a população em Angola, maioritariamente sem cultura política, queria perceber o que se estava a passar. Mesmo por aqueles nativos, de origem portuguesa, que estavam a ser encaminhados para uma diáspora forçada na África do Sul, Brasil e Portugal, nas vésperas da independência.

O livro começa com uma declaração de António Agostinho Neto, em 1968, em Dar-es-Salan: “Para o MPLA nunca a existência de uma grande comunidade branca em Angola constituiu um problema em si, pois o nosso partido é por princípio anti-racista.

Segundo António Pinto, nunca ficaram devidamente esclarecidas as reais motivações políticas que em 1976 ditaram que o livro “13 Anos de Luta Armada. Porquê?” Fosse retirado das livrarias angolanas. 

Em 1977, em tempo de caça às bruxas que se prolongou até 1979, durante a construção da República Popular na sua fase mais acalorada e empenhada num socialismo radical, não surpreendeu que esta obra viesse a desagradar alguns sectores que consideraram este pequeno livro contrário à linha política e ideológica.

Anteriormente em 1976, durante a presidência do Doutor António Agostinho Neto, o livro foi objecto de uma análise promovida pela Comissão Directiva do MPLA e o autor, já militante do Movimento Popular de Libertação de Angola, foi chamado a depor, o que fez com a entrega de um extenso relatório justificativo de 38 páginas.

Capa do livro publicado em 1974, a imagem é da Associação TCHIWEKA de Documentação (ATD)

Fica a saudade

O nosso ponto de encontro era na marginal de Luanda, junto à fortaleza, e sou testemunha da tenacidade de António Pinto na construção da República, na verticalidade, no humanismo e acima de tudo no seu empenho em ser um homem melhor. Nunca desistiu, exemplo disso é ter concluído com êxito os seus estudos académicos aos 73 anos. Uma proeza que é também um exemplo para todos nós. À família e amigos de António Pinto desejamos muita coragem e muita força nesta hora difícil.

Jornal Cultura: “Obra de Mafrano compara lendas ocidentais e lendas africanas”

Jornal Cultura: “Obra de Mafrano compara lendas ocidentais e lendas africanas”

Cultura – Jornal Angolano de Artes e Letras dedica duas páginas à obra de Mafrano, na edição nº 207, de 17 de Janeiro de 2024.

O Cultura – Jornal Angolano de Artes e Letras foi lançado, a 5 de Abril de 2012, numa cerimónia realizada na União dos Escritores Angolanos (UEA), cumprindo o desígnio de perpetuar o legado deixado pelas grandes publicações de pendor cultural, como a revista “Cultura”, da Sociedade Cultural de Angola. Na sua linha de continuidade, busca as directrizes da revista “Novembro” e do suplemento “Vida e Cultura”, ambos editados pela Edições Novembro. Durante a pandemia regressou às bancas (2020) e custa 50,00 Kz  

Luciana Livongue Cunha apresenta segundo volume de Mafrano

Sobre a obra de Mafrano a professora Luciana Livongue Cunha escreveu no Cultura: “Esta colectânea mostra-nos sobretudo como Mafrano dedicou parte de sua vida à observação e estudo de manifestações culturais, com o intuito de desmistificar os preconceitos ocidentais sobre a inteligência e a cultura bantu. Numa diversidade de temas antropológicos, etnográficos, arqueológicos, filosóficos e também ligados ao Direito Costumeiro, Mafrano fez-nos conhecer e entender profundamente os mistérios do pensamento bantu; esclarece premissas falsas; e agrega diferentes opiniões, comparando lendas ocidentais e lendas africanas para valorizar, no seu tempo, a cultura de nossos povos.

Durante séculos e até anos mais recentes, as histórias e mitos ocidentais faziam-nos acreditar que a Cultura Bantu, era apenas baseada em mitos e superstições em detrimento da ciência, para desacreditar a inteligência do homem africano. Mas, Mafrano, com sua visão ampla, desde tenra idade, mostrou com os seus textos, dispersos em vários jornais da sua época, que era necessário e importante estudar e conhecer os fenómenos culturais bantu, para compreender tais causas e ideais e só assim ultrapassar todas as dúvidas.”

Jonuel Gonçalves: Aula aberta com lançamento de livro no ISCTE

Jonuel Gonçalves: Aula aberta com lançamento de livro no ISCTE

Na próxima segunda-feira, 5 de Fevereiro, entre as 18h00 e as 20h00, no Auditório B1.03 no edifício 1 do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, na avenida das Forças Armadas, em Lisboa, será realizado o lançamento oficial do livro “Angola: Cinco Séculos de Guerra Económica“, do Prof. Doutor José Manuel Gonçalves, em aula aberta (entrada livre) no âmbito do mestrado e doutoramento em Estudos Africanos.

O catedrático José Manuel Gonçalves, investigador do CEI-ISCTE (Portugal) e NEA/UFF (Brasil) conhecido como Jonuel Gonçalves, lutou pela independência e democratização de Angola, teve a maior parte da sua existência dividida entre o combate clandestino e o exílio. Aproveitou estes afastamentos para, aos solavancos, chegar até ao mestrado. Quando o fim das guerras angolanas do século XX permitiu, fez o doutoramento. A partir daí dedicou-se à docência (agora numa universidade brasileira), a escrever coisas diferentes das que escrevia nos anos de chumbo e a nomadizar entre África, Brasil e Portugal. Publicou vários livros.

Livro: “Angola cinco séculos de guerra económica”

Publicado no final de 2023, o livro “Angola cinco séculos de guerra económica” tem 254 páginas e o ISBN 978-989-35368-2-7, pode ser encomendado em www.AUTORES.club.

“O colonialismo e a cleptocracia são dois regimes de guerra económica permanente. Ambos visam a captura de recursos com base em posições de privilégio ou de força nos centros de poder, mantendo-se pela repressão. Angola teve três séculos da sua construção como território sob regime de captura de escravos. A sua construção como país independente tem sido marcada pela captura de recursos financeiros do Estado, tanto das reservas em moeda convertível, como em favoritismo estrutural no acesso a contratos públicos e comissões para concessão dos mesmos.”

Este livro é o primeiro no projeto de estudo sobre Guerras Económicas, conduzido pelo autor.

O segundo focará o Brasil perante efeitos do mesmo problema no século XXI. A escolha dos dois países decorre da ligação entre ambos na criação de economias sob várias formas de violência, como aliás fica patente no presente texto.

“O colonialismo e a cleptocracia são dois regimes de guerra económica permanente. Ambos visam a captura de recursos com base em posições de privilégio ou de força nos centros de poder, mantendo-se pela repressão. Angola teve três séculos da sua construção como território sob regime de captura de escravos. A sua construção como país independente tem sido marcada pela captura de recursos financeiros do Estado, tanto das reservas em moeda convertível, como em favoritismo estrutural no acesso a contratos públicos e comissões para concessão dos mesmos.”

Este livro é o primeiro no projeto de estudo sobre Guerras Económicas, conduzido pelo autor.

O segundo focará o Brasil perante efeitos do mesmo problema no século XXI. A escolha dos dois países decorre da ligação entre ambos na criação de economias sob várias formas de violência, como aliás fica patente no presente texto.

ÍNDICE
Capítulo I
INTRODUÇÃO

Na vertente íngreme dos conceitos
Fases, períodos, atalhos e desvios

Capítulo II
ANGOLA NAS GUERRAS DO MERCANTILISMO

Formatação do território
Entre ocidente e oriente
Primeira corrida aos minerais
Prática e teoria mercantil
Njinga e as rivalidades europeias
“E sem Angola não há pretos”
O fator inglês

Capítulo III
A COLONIAL-ESTAGNAÇÃO
Economia entre repressão e incompetência

Transição sem rumo
Capital e trabalho
Partilha e ocupação de África
Operacionalização da partilha em Angola
Imprensa e vida económica
Fraude de impacto internacional

Capítulo IV
O ULTRA-COLONIALISMO (1934-1974)

Reforço material do sistema no curto prazo
A guerra pela independência
Custos coloniais da guerra e transição para a independência

Capítulo V
PÓS COLONIAL: LUTAS PELO ACESSO ÁS FONTES DE RIQUEZA

Digressão pela economia do avesso
Exemplos na justiça e da justiça
Contexto macro-económico 2002-2017
Face às crises externas
2017 – mudança de Presidente

CONCLUSÃO PROVISÓRIA

Anexos
Bibliografia

Fragmento do espectáculo “A Terra e o Bairro” 

Fragmento do espectáculo “A Terra e o Bairro” 

Partilhamos com os nossos leitores a gravação em vídeo de um fragmento do espectáculo “La Terra y el Barrio”, de Ana Alfaro, Danilo Facelli e Hugo Martínez.

Video registado no Cabaret del Lokal de Risc do Ateneu Popular de 9Barris a 12 de fevereiro de 2022, onde é possível ouvir o poema “Tarde” e a música “Gallo Rojo Gallo Negro”.

Poema: Danilo Facelli; 

Voz: Ana Alfaro;

Guitarra: Hugo Martínez.

É uma oportunidade para seduzir os nossos leitores e amigos a conhecerem a poesia de Danilo Facelli, que publicou com a Perfil Criativo – Edições o livro “Material Inflamable. Veinte años extendiendo palabras en voz alta” (Ed. 2023).

“A Terra e o Bairro”

Espetáculo poético-musical em constante percurso, o planeta gira. A vida movimenta-se, pulsa, ocupando tudo, e todo o universo cabe numa xícara de café. Continuamos girando. Do outro lado do mundo, é noite, e alguém dança, alguém observa, alguém morre. Ao lado de casa, alguém morre, alguém observa, alguém dança, é dia.

A Terra e o Bairro é um espetáculo de poesia cénica com música e canto ao vivo, baseado no livro de poesia com o mesmo título escrito por Danilo Facelli e publicado pela Edicions Tremendes (Girona). Este livro aborda as verdades que podem ser intuídas quando se está em contato com a natureza selvagem (tanto no mundo vegetal e animal quanto na natureza selvagem das pessoas) e com o pequeno grande universo que é cada bairro. Entendendo o bairro como um terreno de resistência, comunicação e autogestão.

Gallo Rojo Gallo Negro 

Cuando canta el gallo negro
es que ya se acaba el día.
Si cantara el gallo rojo,
otro gallo cantaría
 
¡Ay! Si es que yo miento,
que el cantar de mi canto
lo borre el viento
 
¡Ay! Que desencanto,
si me borrara el viento
lo que yo canto.
 
Se encontraron en la arena
los dos gallos frente a frente.
El gallo negro era grande,
pero el rojo era valiente.
 
¡Ay! Si es que yo miento,
que el cantar de mi canto
lo borre el viento
 
Se miraron cara a cara
y atacó el negro primero.
El gallo rojo es valiente,
pero el negro es traicionero.
 
¡Ay! Si es que yo miento,
que el cantar de mi canto
lo borre el viento
 
Gallo negro, gallo negro,
gallo negro te lo advierto:
no se rinde un gallo rojo
más que cuando está ya muerto.
 
¡Ay! Si es que yo miento,
que el cantar de mi canto
lo borre el viento

“A liberdade é um requisito universal dos indivíduos e dos povos”

“A liberdade é um requisito universal dos indivíduos e dos povos”

No dia 31 de Outubro de 2023 o presidente do Movimento Internacional Lusófono, Prof. Doutor Renato Epifânio, entregou ao académico angolano, Prof. Doutor Carlos Mariano Manuel, o Prémio Personalidade Lusófona de 2023, na sede da SEDES — Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, em Lisboa.

Reproduzimos o texto do discurso do Prof. Doutor Carlos Mariano Manuel, ao qual juntámos o título “A liberdade é um requisito universal dos indivíduos e dos povos”. Segundo o autor esta intervenção foi um discurso com significado de auto de fé, pela promoção de contínuos tempos virtuosos nas relações entre as nações e as comunidades lusófonas.

Por: CARLOS MARIANO MANUEL

Introdução

A instituição em 2010 do prémio Personalidade Lusófona do Ano pelo Movimento Internacional Lusófono foi uma iniciativa virtuosa; e o facto do mesmo haver sido aceite ininterruptamente desde esse ano pelos 12 laureados, pertencentes a países ou comunidades lusófonas dos continentes onde se articula a língua portuguesa, depõe a favor da sua adopção internacional como um instrumento promotor de convergências em torno dos valores progressivos e multicêntricos da lusofonia.

Contudo, a sua relevância não deve depreender-se apenas do perfil das personalidades laureadas, dentre chefes e homens de estado, prémio nobel, cultores da ciência, cultura e acadêmicos e altas figuras do clero, mas também do esforço que se revela necessário de ser feito para transmissão inter-geracional da ontogénese, sublimar os espinhosos períodos e exaltar as componentes progressivas do processo subjacente à difusão secular da lusofonia pelo mundo.   

Nós pretendemos exaltar a acertada iniciativa do MIL pela vertente da ontogénese da lusofonia, na medida em que nos sentimos com méritos muito precários para merecermos a honra que nos foi concedida para integrarmos a nobre corte dos seus laureados.

Em sede desse esforço, permitimo-nos recordar que a migração e expansão dos Povos e das populações têm determinado ao longo de toda jornada da História da Humanidade não apenas a miscigenação fenotípica mas também a cultural, dos povoamentos nativos e migrados em várias coordenadas geográficas do planeta.

A associação da proximidade com os oceanos e mares com a disponibilidade do conhecimento e de tecnologia de navegação marítima ou transoceânica, bem como o proselitismo à uma fé, determinaram para algumas Nações a exequibilidade e consumação das suas aspirações à escala planetária de identificação de rotas comerciais, contacto com outras Nações e estabelecimento sucessivo de feitorias, capitanias e formas sucedâneas e expressivas da expansão nacional.

A sedentarização nas novas coordenadas geográficas dos grupos ou das comunidades emigradas manifestou-se ao longo da jornada da Humanidade, amiúde de forma anódina e sem grandes alterações nas culturas locais ou incorporativa de valores admitidos como socialmente progressivos nas comunidades aborígenes.

Assim ocorreu com a formação do Império Egípcio sob o reinado do Faraó da III Dinastia Thoutmés III (1504 – 1450 a.n.E.), no Médio Oriente, Mar Egeu e orlas mediterrânicas setentrional e meridional; do Império Helénico e dos Impérios Romanos Ocidental e Oriental (Bizantino).

Por via da dialéctica interactiva entre as comunidades ou do tipo particular de relacionamento entre indígenas e alienígenas, transferiram-se de algumas a outras partes do globo terrestre o conhecimento, a tecnologia, as religiões, a genética demográfica, a epidemiologia, as línguas e outros bensmateriais e imateriais de natureza diversa. 

A emigração e expansão dos Povos não foi consubstanciada apenas por processos nocivos e estigmatizados à luz dos paradigmas correntes de entendimento dos Direitos Humanos que, praticamente nunca existiram até ao séc. XIX com as iniciativas abolicionistas do tráfico de escravos, mas permitiram também a transmissão de valores materiais e imateriais que contribuíram para o progresso das comunidades ou povos envolvidos e da Humanidade.

Primeira edição, especial para coleccionadores

Primeira edição, de capa dura com tiragem limitada, especial para coleccionadores. Um monumental Tratado da História de Angola. Esta obra foi apresentada na antiga Fortaleza de São Miguel (Luanda), em 2022, e no Padrão dos Descobrimentos (Lisboa), em 2021.

Cada período da História apresentou desafios à Humanidade

A interacção menos ou mais virtuosa entre comunidades e povos foi sempre um elemento constante na História da Humanidade desde a migração do Homo sapiens sapiens, a partir da região dos Grandes Lagos de África, segundo a perspectiva monocêntrica da origem da Humanidade, para as coordenadas geográficas mais setentrionais (pelo Estreito de Gibraltar) e destas para outras cada vez mais orientais.

Porém, a consciência dos homens públicos não esteve sempre insensível ao humanismo, exemplificado pela circunstância de ter sido no reinado de José I e governo de Sebastião José de Carvalho e Melo (o Marquês de Pombal), em Portugal, que a partir de 1761 começou a vigorar a interdição do tráfico de escravizados na, altura, chamada metrópole.

E no preâmbulo do decreto com a pretensão abolicionista da escravaturaem todos os territórios portugueses, apresentado para promulgação à D. Maria II em 10 de dezembro de 1836 pelo Presidente do Conselho de Ministros, Bernardo de Sá Nogueira de Figueiredo, com o nome nobilísticode Marquês de Sá da Bandeira, atribuía com elevado talento eufemístico esse profícuo homem de estado português do séc. XIX a escravatura, aos “vícios do tempo” e não das pessoas, 

Não duvidamos que o “tempo” na altura estivesse, passado que haviam sido quase meio século desde o dealbar da Idade Contemporânea da História da Humanidade, muito viciado, como ocorrera, dentre muitos acontecimentos, até cerca de 15 anos e nove meses antes com a extinção do Tribunal do Santo Ofício, que se dedicara durante três séculos, especialmente, ao julgamento de heresias judaizantes.

E apenas para revisitar o quanto o léxico estava também “viciado” com o tempo, permitimo-nos citar os artigos 1º e 2º do supracitado decreto:

​Artigo 1º:

​Fica proibida a exportação de escravos, seja por mar ou por terra, em todos os Domínios Portugueses,

sem excepção, quer sejam situados ao norte, quer ao sul do equador, desde o dia em que na Capital de cada um dos ditos Domínios for publicado o presente Decreto

​Artigo 2º:

E do mesmo modo proibida a importação de escravos feita por mar, sob qualquer pretexto que se pretenda fazer.

Parágrafo único: Todo o escravo que for importado para terra deverá ser completamente manifestado à sua chegada ao território Português.

Nas duas citações anteriores reconhecemos os “vícios do tempo”, pois por um lado as pessoas eram mercadorias “exportadas e importadas”, em vez de recrutadas e transportadas; e por outro, eram portadoras da condição natural de “escravos” e não de “escravizados” a condição social que lhes era imposta. A escravatura foi uma tara, embora jamais susceptível de ser adornada nos seus fundamentos e nas suas consequências, com expressão multicêntrica e em muitas culturas à escala planetária, muito anterior às Idades Moderna e Contemporânea da História da Humanidade.

O sociólogo brasileiro Gilberto Freire analisou no seu Opus Magnum publicado em 1933, Casa Grande e Senzala, as consequências da escravatura na integridade física, psíquica e genética do escravizado, bem como os seus efeitos na história social do Brasil.

Entrega de Prémio no MIL

Entrega do Prémio do Movimento Internacional Lusófono.

A liberdade é um requisito universal dos indivíduos e dos povos

Concentrando-nos apenas nos acontecimentos ocorridos nos últimos dois séculos da História da Humanidade, não podemos deixar de reconhecer a concatenação entre aqueles e os seus efeitos tangíveis e intangíveis na contemporaneidade.

São os “vícios dos tempos”, parafraseando o legislador da Norma Abolicionista da Escravatura de 1836 nos Territórios Portugueses, que impelem os Povos a corrigi-los, de tal modo que, a 24 de Agosto de 1820 eclodiu no Porto a Revolução Liberal Portuguesa no termo da qual entre os outros resultados levou à dissolução da monarquia absolutista, convertendo-a em constitucional e foi aprovada a primeira Constituição Portuguesa; cerca de um século depois o honrado Povo Português dissolveu definitivamente a Monarquia, proclamando a República no dia 05 de Outubro de 1910 e após o advento da ditadura constitucional entre 1926 e 1974, o abnegado Povo voltou a corrigir os “vícios do tempo”, pois pelo veículo das Forças Armadas fizeram triunfar a Revolução de 25 de Abril de 1974, dissolvendo a ditadura e instaurando em Portugal o programa de democratização, descolonização e desenvolvimento.

A descolonização corrigiu os “vícios dos tempos” que faziam persistir o império colonial em África e na Ásia.

Da experiência pessoal de que somos portadores respigamos o facto de sermos provenientes da população nativa e aborígene de Angola, neto paterno de um nativo que, no contexto das iniciativas sucessivas de abolicionismo do tráfico de escravos do século XIX, esteve integrado no último grupo de cativos que esteve na iminência de embarcar para o Brasil a partir da localidade costeira do Ambriz; em substituição do embarque frustrado para o Brasil, foi integrado no grupo incumbido do trabalho compelido de desbravar o matagal de um latifúndio de uma empresa majestática nos arredores da actual cidade de Caxito, onde plantou um grande palmar de dendém, poucos anos depois convertido em fonte principal do óleo de palma que, era exportado de Angola para a ex-metrópole e outras localidades do império colonial, para fins industriais e de culinária.

O trabalho compelido dos indígenas em latifúndios e construção de itinerários rodoviários incipientes e ferroviários foi um dos severos “vícios do tempo”, que se abateram sobre os nativos em Angola no dealbar do século XX.

Somos ainda sobreviventes da violência entre as forças da autoridadeconstituída e instituída e nativos insurgidos no princípio das últimas 4 décadas do século XX, processo matizado episodicamente com abomináveis actos, mas correctivo dos “vícios do tempo” e que levou às reformas sociais do Ministro do Ultramar em funções na altura, com quem tivemos o privilégio de manter na Sociedade de Geografia de Lisboa um diálogo mútua e espiritualmente redentor, antes do seu relativamente recente falecimento, no decurso do qual ele expôs-nos com a sua autoridade nestoriana “os vícios dos tempos” da altura e nós, lhe manifestamos, humildes, gratos e regozijados, o testemunho da nossa educação se ter devido às reformas sociais por ele e tardiamente desfraldadas em Angola, com validade para todo o império colonialportuguês, a partir do mês de Abril de 1961.

A essas medidas reformistas do finado Prof. Adriano Moreira, sobretudo a de ter promovido a instrução nas comunidades rurais de Angola e generalizando-a às expensas do Estado, embora impelido pelos acontecimentos empreendidos pelos nativos de correcção dos “vícios do tempo”, devemos também o privilégio de agora estarmos a partilhar com V. Exas. este redentor momento e a celebrar a lusofonia.

Entrega do Prémio Personalidade Lusófona 2023, do Movimento Internacional Lusófono.

A Lusofonia é um património comum

A lusofonia foi e tem sido construída desde há séculos com denodadaparticipação de hóspedes e hospedeiros em cada coordenada geográfica, o que também tem suscitado a partilha de afectos entre cidadãos de Nações lusófonas diferentes, extinguindo cada vez mais percepções misógenas e esculpindo progressivamente uma cidadania lusófona.

Por ocasião da participação no Congresso da SEDES de Dezembro de 2021 da actual Presidente do Parlamento de Angola, mandatada especialmente para representar o Chefe de Estado de Angola, Sua Exa. João Manuel Gonçalves Lourenço, aquela alta figura do Estado de Angola referiu a importância da língua portuguesa, especificando que ela é “mais do que um idioma de sinergias que liga mais de 280 milhões de falantes no contexto dos cinco continentes” e que ela “assume-se como factor de unidade estratégica dos nossos povos e nações e como pilar de sustentação  cultural, social, económica e até política, um potencial estratégico que Angola tem sabido preservar e promover”.

A História da Humanidade não foi isenta de elementos adversos; e tendo sido ou estando a ser a lusofonia construída por uma parte da Humanidade, nunca poderia estar dissociada de espinhos.

Mas, os seus elementos estruturantes devem servir de fonte de inspiração para alijar os “vícios dos tempos” e fazer medrar no seu lugar as “virtudes dos tempos”.

Essas “virtudes dos tempos” devem consubstanciar-se no respeito da identidade de cada Nação, na priorização intracomunitária da mobilidade em segurança física e social das pessoas, da circulação de bens materiais e imateriais, em iniciativas susceptíveis de elevar o Índice de desenvolvimento humano, a justiça, a partilha de valores culturais progressivos, o desenvolvimento social e económico, a extinção do obscurantismo endêmico e a observância dos padrões do Estado Democrático e de Direito.

Luis Vaz de Camões exaltou nos Lusíadas em 1572 a visão Henriquina de sulcar os mares e oceanos, bem como a epopeia da expedição marítima de Vasco da gama para a Índia; anos luz muito distanciados do seu singularíssimo e inemulável mérito, nós com humildade e durante 30 anos investigamos, elaboramos a narrativa científica e publicamos em 2021 o Tratado de História de Angola, o primeiro disponibilizado aos interessados no País e no estrangeiro por um autor de nacionalidade exclusiva e originária angolana.

Fizemo-lo, dentre outros propósitos que a ciência almeja desvendar, também para promover o conhecimento exacto do substracto históricopassível de ser posto ao serviço da estruturação de relações cada vez mais entrosadas e relevantes entre as Nações lusófonas.

Finalmente e por tudo que precede, aceitamos com humildade, gratidão e regozijo o Prémio de Personalidade Lusófona do Ano de 2023, concedido pelo Movimento Internacional Lusófono, pois dentre outros muitos aspectos que podem ser trazidos à liça, entendemos que o mesmo honra igualmente todos os cidadãos de Angola promotores da amizade e cooperação das sociedades e comunidades que em todo o mundo se exprimem oficial ou preferencialmente em Português e, especialmente,incita-nos e empodera-nos a contribuir, sem nos acanharmos, para o serviço da promoção de relações virtuosas e de defesa dos valores progressivos,materiais e imateriais, da parte lusófona da Humanidade.

Agradecemos, pela distinção que nos foi conferida como laureados deste prémio, o Exmo. Senhor Prof. Doutor Renato Epifánio, Presidente do Movimento Internacional Lusófono, os Excelentíssimos Senhores e Excelentíssimas Senhoras membros dos seus Órgãos Sociais, Agradecemoso Excelentíssimo Senhor Prof. Doutor Álavro Beleza, Presidente da Associação para o Desenvolvimento Económico e Social por nos haver recebido no contexto de ter abrigado esta cerimónia e agradecemos a atenção e a honra da participação que nos foi dispensada por todos os presentes.

Prémio Personalidade Lusófona: homenagem dos familiares e amigos do Prof. Doutor Carlos Mariano Manuel, na Casa de Angola (Lisboa)


A não perder: “Quem está preparado para viver?”

A não perder: “Quem está preparado para viver?”

“Quem está preparado para viver?
Qual é o limite entre a poesia e a vida?
O canto das palavras mudas, a dança… a neurociência não desvenda o mistério, embora tente.” 

Crisal Rodriguez

Com esta descrição, Crisal Rodriguez trará no dia 18 de janeiro de 2023, ao Café de Mar de Mataró (ao norte de Barcelona), o seu espectáculo com a participação do poeta Danilo Faceli, autor do livro “Material Inflamable. Veinte años extendiendo palabras en voz alta”. Danilo Faceli intervém com improvisações, poemas e factos do dia à dia, tudo acontecendo no momento em que entra em cena.

Crisal Rodriguez é uma poetisa cénica e performer. Uma neurocientista que fugiu da Academia. Reconhecida na cena da poesia cénica europeia, esta artista entrelaça a arte, a ciência e a contemplação, propondo novas narrativas mais sensíveis à vida, a partir da neurociência corporal. Actua regularmente em competições de Poetry Slam e participou em diversos festivais e exposições.

Material Inflamable. Veinte años extendiendo palabras en voz alta

Sobre esta obra Danilo Faceli afirma: “O pouco que posso dizer sobre os textos que compõem Material Inflamável é que, depois de recitá-los ou lê-los em voz alta, por um lado, me sinto melhor e, por outro, ocorre um acto comunicativo com o público que vai muito para além da troca de informações. Algo se move no grupo que formamos, e esse movimento gera uma sensação mais agradável do que a que existia antes de começar o recital. Assim, colocar em prática as palavras resulta numa melhoria colectiva. Essa é a razão principal pela qual continuo escrevendo.”