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Curiosidades da caminhada cultural da obra de Mafrano

Curiosidades da caminhada cultural da obra de Mafrano

Foi com enorme surpresa e alegria que observámos a mensagem de Natal de Sua Majestade o Rei Mfumu Makitu III, do Reino Bambata-Zombo, monarquia subnacional angolana integrante do Grande Congo, descendente de António Manuel Ne Vunda, marquês de Funta (Funesta) e embaixador do antigo reino e império do Congo junto da Santa Sé (1513), históricamente conhecido por “O Negrita”.

Segundo o Rei Mfumu Makitu III “em África os reinos nunca deixaram de existir, logo as tradições nunca morreram porque são mais fortes do que qualquer sistema político, por se tratar de assuntos do próprio Tata Mpungu Tulendu (Deus todo Poderoso). 

Gosta de Angola e admira Mafrano

Gosta de Angola e admira Mafrano

Vera Duarte, escritora cabo-verdiana, jurista, activista política, presidente da Assembleia Geral da Academia das Letras, define-se como “uma cabo-verdiana que gosta de Angola”, e, agora, uma grande admiradora de Mafrano.
Dentre as suas obras literárias de maior referência, poesia e prosa, figuram “Urdindo Palavras no Silêncio dos Dias”, “De Risos & Lágrimas” e “A Matriarca – Uma história de mestiçagens”.
Considerada uma das personalidades mais conhecidas de Cabo Verde, Vera Duarte foi a primeira mulher na magistratura Cabo-verdiana; ministra da educação; presidente dos Direitos Humanos ; presidente da Academia Cabo-verdiana de Letras; e recebeu grandes prémios e condecorações.
Enquanto escritora, diz-se de fonte oficial que as suas obras deram origem a várias teses de doutoramento.

A glória de Mafrano (1916-2023)

A glória de Mafrano (1916-2023)

24/12/2023 — Chama-se Maurício Francisco Caetano e nasceu aos 24 de Dezembro de 1916, completam-se hoje 107 anos.
Em Angola, escreveu, desde os anos 40’s, para os jornais e revistas mais notáveis do seu tempo, com um total de sete (7) pseudónimos até aqui já desvendados, ao lado de figuras que também fizeram História, no seu país e no mundo. Em Dezembro de 1975, foi um dos membros fundadores da União dos Escritores Angolanos (UEA).
No dia 14 de Maio de 2022, Dom Zacarias Kamwenho, o arcebispo emérito do Lubango e prémio Sakharov 2001, deslocou-se a Luanda para a apresentação da sua colectânea, «Os Bantu na visão de Mafrano – Quase Memórias», considerando-o «O antropólogo maior de Angola»!
Partiu deste mundo aos 25 de Julho de 1982 e deixou um legado com mais de mil páginas de escritos, dentre os quais, mais de 700 estão compilados em «Os Bantu na visão de Mafrano», antropologia cultural, em três volumes, que para uns constitui a visão mais moderna sobre a africanidade.

Volume I
Volume II


No dia 25 de Julho de 2023, em Luanda, o lançamento do volume II desta sua colectânea foi prestigiado com uma apresentação de luxo por Dom José Manuel Imbamba, arcebispo de Saurimo e Presidente da CEAST (Conferência Episcopal de Angola e São Tomé e Príncipe). Meses mais tarde, no dia 5 de Dezembro, na comuna do Lubango, coube à prestigiada escritora moçambicana Paulina Chiziane, fazer a apresentação da sua obra na Missão Católica da Huíla, um monumento classificado como Património Histórico, e onde estudou o seu tutor, reverendo cónego José Pereira da Costa Frotta, de origem santomense (1879-1954).
No dia 20 de Dezembro de 2023, na cidade da Praia, capital de Cabo-Verde, diz-se que Mafrano fechou o ano com chave de ouro, ao ser apresentado o seu volume II na presença de notáveis figuras da elite intelectual e da hierarquia religiosa deste pais, com merecidos destaques para Dom Arlindo Gomes Furtado Bispo e Cardeal de Santiago; a embaixadora de Angola, Júlia Machado; e um seu ex-aluno nos anos 40’s em Luanda, o médico e nacionalista Manuel Rodrigues Boal (natural da Muxima, onde nasceu em Maio de 1934). E, uma nota de destaque para a apresentadora deste volume dois da colectânea de Mafrano, a Profª Drª Antonieta Lopes, que tanto encantou os participantes, na BNCV.
No dia 10 de Novembro de 2023, o antropólogo Kabengele Munanga, professor emérito da Universidade de São Paulo, Brasil, recomendou durante uma vídeo conferência organizada pela universidade estadual do Rio de Janeiro que a obra de Mafrano seja «utilizada por novos antropólogos angolanos e africanos em salas de aulas, para explicar essas culturas [ancestrais], que hoje já não existem»
Ainda é confidencial, mas o Presidente da República de Cabo-Verde, José Maria Neves, numa das imagens abaixo, chegou a dar como certa aquela que seria a mais prestigiosa presença, na cerimónia que teve lugar na sala de conferências da Biblioteca Nacional de Cabo-Verde (BNCV), às 17:00, não fossem os seus inadiáveis compromissos de Estado para além da hora do evento. Outro ausente, foi o escritor e ex-presidente de Cabo-Verde Jorge Carlos Fonseca (presente na apresentação do primeiro volume desta coletânea no dia 5 de Agosto de 2022, também na cidade na Praia), aqui, abaixo, em duas das imagens, uma das quais quando assistia à uma reunião do Conselho da República de Cabo-Verde, realizado na semana de 21 de Dezembro, mas na altura ausente do país.
Imagens e factos que já correm o mundo, fazem História e nos permitem dizer que 2023 foi, indiscutivelmente, um ano de glória a Mafrano!

Palavras soltas e algumas reflexões, com um abraço fraterno onde quer que estejam

Palavras soltas e algumas reflexões, com um abraço fraterno onde quer que estejam

TEXTO: GABRIEL BAGUET JR, Jornalista/Escritor

Hoje quando ouvia a última parte do Programa Negócios da autoria do jornalista José Gomes Ferreira emitido na SIC Notícias retive muitas reflexões, mas um dos Convidados do Programa mais emocionado e com razão, dizia: ” Quem é que faz a legislação?“. A pergunta é pertinente porque muitas vezes o Legislador não vai ao local onde se opera a desgraça, seja de trágicos incêndios e de outras fatalidades que acontecem ao comum dos cidadãos. Depois fala-se nas Alterações Climáticas, mas fica-se pelas boas intenções e nada acontece. Fala-se em Pobreza mas não se reduz a mesma. Fala-se em Isolamento Humano, mas permanece a inércia em reduzir assimetrias à escala global. Todos os dias há fatalidades e parece que a desgraça de uns, sustenta a felicidade de outros. Mas que paradigma. Que hipocrisia. Solidarizo-me com os Homens, as Mulheres, Jovens e Crianças que de balde na mão tentam apagar os fogos da inconsciência. Da inconsciência humana e da banalização. Percorrem-se extensões de burocracia para agir e fazer parar o sofrimento de quem sofre e ver um país a arder. Mas o jornalista José Gomes Ferreira descrevia uma história pessoal vivida devido a uma possível multa que teria que pagar a propósito de um terreno junto da localidade onde tem familiares. Descrita a situação ( seria interessante o leitor rever o Programa ) o próprio disse e cito: “Que País é este?“, reportando-se a Portugal. À pergunta do autor José Gomes Ferreira acrescentaria outras perguntas e tantas outras respostas e perguntaria como pergunto de forma constante: Que Mundo é este?

Sem soberba e sem vaidade, afirmo que é um mundo habitável mas com uma completa ausência de Valores. Vejamos os números e as questões diárias que assolam o “nosso” mundo. PobrezaFomeAlterações Climáticas profundasViolência UrbanaBulliyngViolência RuralGraves Assimetrias Sociais. Perseguição laboral. Desperdício Alimentar mundial versus Humanos sem o sabor do Nada em termos nutricionaisVemos Refugiados amputados a atravessar o mar em busca da Vida e do Sonho.

E morrem no mar. Vemos e sentimos a impotência de quem quer ajudar perante a arrogância de quem quer ser indiferente e ficar no seu próprio mundo. Indiferente. Hostilizando e fazendo sofrer quem não escolheu sofrer, nem nascer. Vemos Crianças e Mulheres violadas sem que o seu ai ecoe fundo nas consciências de quem pensa e dirige o mundo. 
Fabricamos Relatórios extraordinários à escala planetária mas não comunicamos com o idoso que sofre e caminha sozinho. Ignoramos o sofrimento humanos em prol dos números e dos negócios. Não tenho nada contra quem faz negócios desde que sejam lícitos. A produção legislativa mundial em múltiplos sectores de actividade é extensa, mas o mais elementar Direito Humano é violado. Um amigo diz-me muitas vezes e por razões de autoria faço questão de citá-lo nesta viagem de palavras soltas porque o sono não vem e questiono-me. Diz ele:” A Ignorância é mais dura que a Pobreza “. E é verdade. Esta dicotomia entre o Bem e o Mal, entre os carrilados e os descarrilados com um ousado gestor da praça tentou chamar-me, só revelou do mesmo pura ignorância e com laivos agora de Poeta como se tudo se reduzisse à Poesia.

A Poesia dita e falada é bela e profunda, quando é intrinsecamente sentida e escrita com sentimento e verdade. Mas nestas palavras soltas custa ver um País a arder, Cidades sofridas com habitantes sofridos e choros escondidos por vergonha de pedir. Dói ver e sentir gritos sem ecos de Esperança. Só a Esperança faz renascer e viver. Olhemos o que se está a passar entre as intenções da ONU e os Estados em conflito e não imaginava ver tanta dor. Entre o Natal iluminado de uns há-de vir mais Escuridão.Mas não percamos a Esperança numa nova canção para o Mundo.
E os Homens e Mulheres que em diferentes lugares de Portugal e do Mundo têm a designação de Soldados da Paz, como todos os Seres Humanos do planeta que no silêncio dos seus dias, ajudam, solidarizam-se e estabelecem Pontes para um entendimento melhor entre Humanos, são dignos de receber um Abraço Solidário e Fraterno pela Coragem e Ousadia demonstrada pela acção, pela força interior de dizer o que se sentem para tocar nos poderes instalados que dizem que amam a Humanidade à luz das Televisões de todo o mundo, mas que na prática, nada fazem para melhorar o mundo. 


Os exemplos de solidariedade e sentido superior humanitário no uso mais simbólico desta expressão e do sentir do Outro (a), não precisam dos holofotes das câmaras para dizer Juntos e Unidos seremos melhores para reconstruir o mundo. É preciso reinventar o mundo. Não com falsos Poetas, nem falsos Profetas. É preciso plantar raízes sólidas de Paz e de Inteligência para que tenhamos tempo de criar uma nova Consciência Global que não assente apenas no nosso umbigo, mas que esteja suportada numa base muito sólida de sentir o Devir da Humanidade e do dia a dia de cada um em concreto. Não nos robotizemos. Porque afinal nascemos e morremos. 


Apaguemos os fogos de todo o Mundo e se construam estradas de entendimento local e global, pensando na Dignidade sempre do Outro. Homem ou Mulher. Criança ou Idoso. Doente ou Pobre. Rico ou Infeliz. Porque é preciso unir na Diferença. Na Diferença de Pensamento e de Ideias. Mas é sobretudo nas Diferenças que é preciso Humanizar. Com gestos simples, mas que brotem das entranhas do coração. Não basta teorizar. Sendo preciso, é também tempo de agir. 


Talvez possamos colorir o Mundo com mais Esperança se formos um pouco mais humildes, sem ser subserviente e ser ousado em criar caminhos de reflexão que nos ajudem a sair das zonas de conforto para avaliar o pulsar dos Dias em todos os locais do globo. Não podemos, nem devemos ser indiferentes aos ais da Humanidade e de cada Pessoa. 

Gabriel Baguet Jr, numa viagem por palavras que poderiam ser mais longas. Mas os punhos e mãos pedem descanso numa noite que já vai longa porque se ousa Pensar.


Das sementes do Bem, que possam nascer Flores de Paz, de Diálogo e Harmonia. E NUNCA a Humilhação e o Insulto. Quem usa a Humilhação, o Insulto, a Arrogância e o Desprezo como modo de Magoar que prazer sente ao fazer? Que Ser quer demonstrar Ser? Que instintos tem dentro de si? Afinal Todos temos um Dia de enfrentar o fim da Estrada da Existência Humana. Todo o resto é uma passagem de múltiplas variantes que muitas vezes não escolhemos. Humilhar, Insultar, Desprezar não é o caminho. Afinal , envelhecemos ou não e o fim da Estrada da Existência Humana anuncia-se muitas vezes sem imaginarmos o que nos está reservado.
 Pratique o BEM sempre que estiver ao seu alcance esse Belíssimo Gesto. Porque o fim da Estrada da Existência Humana é silencioso mesmo quando as Vozes se fazem ouvir e as Cidades iluminam-se para decorar e acentuar um Sentido Humano que é tão fugaz.Algo profundo para pensar e…. relembrar! Relembrar Sempre em cada instante das nossas Vidas. Dias Sempre Felizes Sempre que possível é o que Vos desejo, mesmo que não me ouçam ou leiam.

“Raça não é ser, é maneira de ser” — “Um muito obrigado a Mafrano”

“Raça não é ser, é maneira de ser” — “Um muito obrigado a Mafrano”

20/12/2023 — Intervenção de Eugénio Inocêncio no lançamento do segundo volume da obra de Francisco Maurício Caetano, Mafrano, na Biblioteca Nacional de Cabo Verde

“Um muito obrigado a Maurício Caetano, Mafrano, por esta obra de estudo obrigatório, de antropologia cultural sobre os Bantu.

Um muito obrigatório ao Cardeal Arlindo Gomes Furtado, por estar aqui connosco, na apresentação do segundo volume do livro “Os Bantu na visão de Mafrano” (Ed. 2023).

Um muito obrigado à Família de Mafrano por esta brilhante iniciativa de edição das publicações de Mafrano.

Um muito obrigado à editora Perfil Criativo, por mais esta iniciativa de ligação cultural entre Cabo Verde, Angola e Portugal.

Este segundo volume da obra traz-nos igualmente um rico conjunto de muitas tradições e ritos dos Bantu, em Angola, que nos ajuda a perceber a sociedade angolana.

Destaquei algumas das ideias, muitas, recolhidas da leitura da obra.

Destaco as seguintes, a começar pela preocupação de Mafrano pelos jovens.

Citando um ditado Bantu, ele diz,

Aos jovens… Rumo às terras onde encontrareis sapatos. A estes calçai-os, mas sem perder de vista as sandálias. 

O valor desta citação aumenta quando Mafrano nos dá o significado de Bantu.

Ele diz,

Bantu é o plural de munto, que significa pessoa. Bantu significa, pois, pessoas.

E destaco um conjunto de outras ideias que tornam o pensamento do autor universal,

Raça não é ser, é maneira de ser. Surpreendente o fenómeno de osmose entre as fronteiras étnicas, tão permeáveis elas são.

Em Angola existem os Bantu, os pré Bantu e os não Bantu

Os Bantu distribuem-se em Angola por 9 ramos, que se subdividem em diversos grupos.

Particularidades antropológicas da vida Bantu

Prestígio: Progenitor de numerosa prole.

Os cuidados dos vizinhos da criança recém nascida e da mãe

O caso dos gémeos que despertam a atenção de toda aldeia

A circuncisão nos Bantu é um rito de passagem

Da leitura para esta apresentação, assaltou-me o seguinte pensamento:

(Ao ler o livro sobre os Bantu na perspectiva da antropologia cultural veio-me à mente o seguinte pensamento em relação ao passado mais distante, nomeadamente da época colonial, e que julgo ser válido também para os dias de hoje)

O contacto súbito ou a convivência prolongada entre seres humanos de proveniências diferentes DEVE OBEDECER A PRINCÍPIOS que procurem corrigir os males que têm afligido os seres humanos no passado e, infelizmente, no presente.

Os comportamentos humanos têm sido basicamente do seguinte tipo: 

Os que têm uma vantagem, geralmente dada pela história, procuram usar essa vantagem para se sobreporem e subordinarem os que não a detém.

Essa sobreposição e subordinação acontece independentemente dos bons costumes e valores praticados no seio do grupo que se passa a considerar vencedor.

O conceito que passou a dominar a fundamentação desta excepção de valores e comportamentos é o conhecido PRAGMATISMO.

Em nome do pragmatismo, isto é, de resultados geralmente materiais considerados relevantes, prescinde-se de variáveis que passam a ser consideradas descartáveis, tais com as que dizem respeito ao respeito pela natureza, ao respeito pelas diferenças culturais ou outras, ao respeito pelos princípios humanistas, ao respeito pelo equilíbrio social e outros.

O pragmatismo passou a ser a ideologia dominante dos nossos dias (com quantos séculos de predomínio?).

Ao ler os ensinamentos trazidos por Mafrano sobre a antropologia cultural dos Bantu, tentei visualizar a extraordinária riqueza cultural e material que o encontro entre comunidades com abordagens diferentes da vida poderiam trazer ao encaminhamento da humanidade.

Seguramente os resultados teriam sido imensamente superiores aos que hoje a humanidade exibe.

Em todos os domínios, tanto os de ordem cultural, como os de ordem material. Da ciência. Do espiritual. 

Obrigado Mafrano e obrigado família Mafrano por esta oportunidade.

Um obrigado muito especial a José Caetano, filho de Mafrano, com quem me encontrei hoje, pela primeira vez, na sequência de outros encontros, pela via da Internet, em outras lides de ordem cultural.”

«Cultura Bantu não se limita à colecção de obras de arte, ou danças»

«Cultura Bantu não se limita à colecção de obras de arte, ou danças»

0/12/2023 — A historiadora cabo-verdiana, Antonieta Lopes, disse quarta-feira na cidade da Praia que a abrangência da obra de Mafrano sobre os bantu, e não bantu, faz-nos compreender que a cultura destes povos não se limita apenas à descrição de máscaras, tatuagens, danças, objectos de uso doméstico ou de artesanato, mas à compreensão da sua língua, cultura, vivências e actos.

Antonieta Lopes fez estas declarações quando apresentava o volume II da colectânea «Os Bantu na visão de Mafrano», numa audiência que incluiu nomes como o Cardeal de Cabo-Verde, Dom Arlindo Gomes Furtado; a embaixadora de Angola, Júlia Machado; a representante do presidente da Academia de Letras, Vera Duarte, e o reitor do seminário de São José da cidade da Praia, Pe. José Álvaro Borja, acompanhar por um grupo de seminaristas; o ex-representante da OMS em Angola entre 1986-1990, Dr. Lisboa Ramos, e outros convidados de renome.

Mafrano deixou-nos exemplos claros segundo os quais a compreensão dos povos bantu passa necessariamente pelas suas vivências, o conhecimento da língua, da psicologia, contos fábulas e lendas que são como bibliotecas contendo tratados de direito, filosofia e história», disse a apresentadora, citando passagens da obra do escritor angolano.

Um exemplo, disse ela, citando o autor, é a palavra «Tata» em Kimbundu, sinónimo de «Pai», em Português, que para o bantu abrange não apenas o progenitor, mas também o tio materno ou paterno cujo termo, equivalente, (tio), não existe na sua língua. «Por isso – explicou – o autor explica que os patrões alimentavam preconceitos sobre os empregados bantu dizendo que estes choravam a morte dos pais (na verdade tios) duas ou mais vezes…»

«É aqui que Mafrano nos diz então que para compreendermos o Bantu, na forma e no fundo, é necessário conhecermos a sua língua e a sua cultura, tal como conhecemos a línguas e culturas universais», explicou.

Antonieta Lopes valorizou ainda a “carga de argumentos” do autor angolano sobre uma variedade questões antropológicas, incluindo os hábitos alimentares, cuidados de saúde, a circuncisão e o lembamento (o dote tradicional anterior ao casamento), antes de contar uma lenda sobre a origem do homem, segundo a qual uns ficaram brancos supostamente por tomar banho no rio, e outros continuaram negros porque se teriam limitado a molhar as palmas mãos e as plantas dos pés na mesma água. E, concluiu: «Mafrano diz-nos, com esta lenda bantu, que no fundo as nossas diferenças são externas porque somos os mesmos seres humanos».

A Historiadora comentou ainda as criticas de Mafrano às teses de Charles Darwin, sobre a suposta descendência humano do macaco, recordando que o naturalista e biólogo britânico iniciou as suas pesquisas, na Ilha de Santiago, em Cabo Verde, 1832, aos 22 anos. «Darwin passou por aqui,», recordou Antonieta Lopes, ao mesmo tempo que citou as críticas de Mafrano em este contesta as teses naturalistas com argumentos bem estruturados, quer concordemos quer não.

Por fim, Antonieta Lopes interrogou a assistência sobre a importância desta colectânea sobre antropologia cultural bantu nos dias de hoje e no valor dos textos desta natureza, escritos há varias décadas, entre 1947 e 1982, que foi o tempo em que o autor mais escreveu. «Esta colectânea tem o valor do seu conhecimento histórico e intelectual e o seu autor mostra ser um homem de grande cultura», concluiu Antonieta Lopes numa dissertação de aproximadamente sessenta minutos.

A cerimónia foi assistida por cerca de quarenta pessoas, dentre as quais se destacou ainda a presença da directora geral da cultura de Cabo-Verde, Drª Vandrea Monteiro, o médico e nacionalista angolano, Manuel Rogrigues Boal, ex-aluno de Mafrano anos 40’s, em Luanda, académicos, estudantes angolanos e cabo-verdianos na cidade da Praia e amigos da família.

Cabo Verde encerrou as nossas actividades em 2023

Cabo Verde encerrou as nossas actividades em 2023

20/12/2023 — No encerramento das nossas actividades culturais em 2023 a família Cetano e a NOS RAIZ, representante da plataforma AUTORES.club e da editora Perfil Criativo,  homenagearam Maurico Francisco Caetano na cidade da Praia, em Cabo Verde, com a apresentação do segundo volume Os Bantu – Na Visão de Mafrano – Quase Memorias(Ed. 2023), uma edição da Perfil Criativo, nos ciclos de encontros de autores angolanos realizados na Biblioteca Nacional de Cabo Verde (BNCV).

O encontro foi conduzido por Argentina Tomar, iniciando-se com os agradecimentos da família de Maurício Francisco Caetano dirigidos por Sueli Moura aos presentes:  Cardeal de Cabo-Verde, Dom Arlindo Gomes Furtado , Dra. Júlia Machado Embaixadora de Angola em Cabo Verde ; Ministério da Cultura e Indústrias Criativas de Cabo Verde representado pela diretora-geral das artes e indústrias criativas Dra. Vandrea Monteiro, equipa da Biblioteca Nacional de Cabo Verderepresentante do presidente da Academia de Letras, escritora Dra. Vera Duarte, o reitor do Seminário de São José da cidade da Praia, padre José Álvaro Borja acompanhado por um grupo de seminaristas, comunicação social e público presente.

O encontro prosseguiu com a mensagem do representante da editora Ricardo Leote, seguindo com a análise da obra produzida pela historiadora Professora Antonieta Lopes que declarou durante a sua intervenção que “.. a abrangência da obra de Mafrano sobre os bantu, e não bantu, faz-nos compreender que a cultura destes povos não se limita apenas à descrição de máscaras, tatuagens, danças, objectos de uso doméstico ou de artesanato, mas à compreensão da sua língua, cultura, vivências e actos”

Este encontro contou ainda com a participação do nosso autor Eugénio Inocêncio trazendo trechos da obra numa abordagem filosófica, seguindo com o momento de conversa e debate entre o filho do autor José Caetano, o conhecido jornalista e escritor que assina como Tazuary Nkeita, com o público de Cabo Verde.

A cerimónia foi assistida por cerca de cinquenta pessoas, dentre as quais se destacou a presença o médico e nacionalista angolano, Dr. Manuel Rogrigues Boal, antigo aluno de Mafrano nos anos quarenta, em Luanda, o antigo representante da OMS em Angola, entre 1986-1990, Dr. Lisboa Ramos, académicos, estudantes angolanos e cabo-verdianos na cidade da Praia e amigos da família.

Registo em vídeo do lançamento do livro “Sul”, na Casa de Angola

Registo em vídeo do lançamento do livro “Sul”, na Casa de Angola

16/12/2023 — O “Sul” fez encher a Casa de Angola, em Lisboa. O lançamento oficial da obra de Álvaro Poeira realizou-se na tarde de hoje num grande encontro em que Angola foi o tema central.
As cadeiras disponíveis não foram suficientes para a quantidade de amigos que compareceram neste encontro.
Para a apresentação deste pequeno livro foram convidados a Drª Paula Catarino, os nossos autores angolanos, Victor Torres e João Fernando André.


A Drª Paula Catarino apresentou o perfil criativo de António Manuel Monteiro Mendes, o poeta angolano, João Fernando André, analisou a prosa poética de Álvaro Poeira e o memorialista, Victor Torres, fez uma referência aos violentos acontecimentos da expulsão do seu grupo étnico em Angola, no ano de 75, abordou também o seu percurso como refugiado longe da terra natal e narrou o regresso a casa e ao deserto.
A terminar o autor do pseudónimo Álvaro Poeira, António Manuel Monteiro Mendes, agradeceu a presença de todos os amigos e leitores, revelando o plano de actividades de promoção da obra em Portugal e a possibilidade de apresentar este trabalho literário a Sul, no deserto do Namibe e em Moçâmedes, a cidade mais antiga do Sul de Angola.

Cardeal de Cabo-Verde confirma presença na apresentação do Volume II de «Os Bantu na visão de Mafrano» na cidade da Praia

Cardeal de Cabo-Verde confirma presença na apresentação do Volume II de «Os Bantu na visão de Mafrano» na cidade da Praia

Cidade da Praia, 18 de Dezembro de 2023 — O Cardeal de Cabo-Verde, Dom Arlindo Gomes Furtado, confirmou na manhã desta segunda-feira, dia 18, que vai estar presente à cerimónia de apresentação do Volume II da colectânea póstuma «Os Bantu na visão de Mafrano», do escritor e etnólogo angolano Maurício Francisco Caetano.
A confirmação foi feita durante uma audiência prestada a familiares do autor e membros da organização do evento, agendado para as 17:00 do dia 20 de Dezembro, na Biblioteca Nacional de Cabo Verde, na cidade da Praia.
Na oportunidade, Dom Arlindo Furtado recebeu da família de Mafrano dois exemplares do volume II desta colectânea sobre antropologia cultural Bantu, além do convite formal para a referida cerimónia. A audiência contou ainda com a presença do Eng. Ricardo Leote, da NOS RAIZ, a representante em Cabo Verde da plataforma cultural AUTORES.club, editora da colectânea de Mafrano, e do médico, nacionalista e escritor angolano Dr. Manuel Boal, um ex-aluno de Mafrano, nos anos 40’s, em Luanda, actualmente a residir na cidade da Praia.
No final da audiência, a delegação de Angola teve um segundo encontro com o reitor do seminário da Praia, o reverendo padre José Álvaro Borja, que também confirmou presença e interesse pela obra de Mafrano.
Também a embaixadora de Angola em Cabo-Verde, Júlia Machado, fez saber que estará presente na apresentação do volume II da colectânea de Mafrano sobre os Bantu.
Segundo comentou o Cardeal Dom Arlindo Furtado, “Mafrano teve o mérito de iniciar nos anos 40’s um processo de conhecimento e valorização da cultura bantu que há-de ser continuado de geração em geração”.
Na manhã do mesmo dia, a comitiva visitou o Memorial Amílcar Cabral, a Fundação Amílcar Cabral e Biblioteca Nacional Cabo-Verde, no âmbito da organização do mesmo evento.
Lançada ao público em 2022, a colectânea de Maurício Francisco Caetano (1916-1982), contém registos inéditos sobre a ancestralidade, hábitos e costumes da cultura bantu, incluindo a pré-história, organização social, a estrutura política bantu, lendas e fábulas sobre a origem da vida humana e animal, e a morte; iniciações relativas aos casamentos, à religião e outros temas de interesse antropológico.
Formado na escola da Missão Católica da cidade do Dondo, sua terra natal, e no Seminário Maior de Luanda, o “Mafrano” trabalhou sucessivamente como professor, aspirante administrativo, oficial de impostos, secretário da Fazenda e director Nacional de Finanças em Angola, entre 1944 e 1982, o ano da sua morte. O autor foi membro fundador da União dos Escritores Angolanos (UEA), colaborador de proeminentes jornais e revistas da sua época, como o Jornal «O Apostolado» e a «Revista Angola», da Liga Nacional Africana, além de professor de Língua Portuguesa e de Filosofia em prestigiados estabelecimentos de ensino, nomeadamente no Colégio 28 de Maio, Liceu Ngola Kiluanji, o Instituto PIO XII, o ICRA (Instituto de Ciências Religiosas de Angola) e no Instituto Comercial de Luanda.
A obra de Maurício Francisco Caetano, “Mafrano”, tem estado a ganhar notoriedade e foi já recomendada como referência académica. A seu favor, está o facto de ter realizado pesquisas originais cujos temas eram, até então, abordados apenas por estudiosos ocidentais, como Franz Boas, León Frobenius, Carlos Esterman e outros. Maurício Francisco Caetano destacou-se com artigos dispersos na imprensa angolana, o mais antigo dos quais tem como titulo «O Perfil Etnográfico do Negro Jinga», com data 23 de Agosto de 1947. O seu vasto espólio literário, agora compilado nesta colectânea póstuma em três volumes e mais de 700 páginas, inclui epígrafes como “Crónicas ligeiras”, “Notas a lápis”, “Episódios Vividos”, “Tertúlias”, contos tradicionais e outros textos.
O primeiro volume desta obra foi apresentado na cidade da Praia, em Agosto de 2022, a exemplo de países como Moçambique, São Tomé e Príncipe e Portugal, assim como nas cidades do Rio de Janeiro e Curitiba, no Brasil, por vídeo-conferências.
Segundo a mais recente opinião do antropólogo Kabengele Munanga, Professor emérito da Universidade de São Paulo (USP), Brasil, esta colectânea e as outras obras a serem publicadas sobre Mafrano «são livros que podem ser utilizados por antropólogos angolanos e africanos, em salas de aulas, para explicar essas culturas ancestrais de origem bantu que hoje já não existem».
Também o Padre José Álvaro Borja, reitor do Seminário da cidade da Praia e um dos convidados de honra a este evento, considera que a figura de Mafrano e a sua obra «fazem antever um momento rico de encontro cultural multifacetado em que se cruzam história, literatura e antropologia, entre outras áreas do saber».

O livros vão estar disponíveis para compra nas livrarias da cidade da Praia e na plataforma cultural www.AUTORES.club (envios para todo o mundo).

Ricardo Leote, da NOS RAIZ, Padre José Álvaro Borja, Reitor do Seminário da cidade da Praia, e José Caetano, filho de Maurício Caetano

Ricardo Leote com Manuel Boal, médico e nacionalista angolano

Dom Arlindo Gomes Furtado com a família de Mauricio Francisco Caetano

Memorial Amílcar Cabral

Registo em vídeo do lançamento do livro “Eu e a UNITA”, na Casa de Angola

Registo em vídeo do lançamento do livro “Eu e a UNITA”, na Casa de Angola

7/12/2023 — Registo em vídeo da sessão de lançamento do livro “Eu e a UNITA” (Ed. 2023), de Orlando Castro, realizado na Casa de Angola, em Lisboa..

Os jornalistas William Tonet e Sedrick de Carvalho apresentaram a obra de Orlando Castro.

Orlando Castro

Orlando Castro nasceu a 30 de Outubro de 1954 em Nova Lisboa, Huambo, Angola.

Jornalista – Carteira Profissional Nº 480ª, Director Adjunto do jornal angolano Folha 8.

HABILITAÇÕES LITERÁRIAS:
Licenciatura em História

ACTIVIDADES PROFISSIONAIS EM PORTUGAL
Jornalista e coordenador da Secção de Economia, do «Jornal de Notícias» entre 1991 e 2009.
Editor da Secção de Economia do jornal «O Primeiro de Janeiro» entre 1988 e 1991.
Chefe de Redacção da RIT – Revista da Indústria Têxtil entre 1980 e 1988.
Redactor e Chefe da Delegação no Porto do semanário «O País» entre 1977 e 1979.

ACTIVIDADES PROFISSIONAIS (Angola 1973/1975)
Redactor do diário «A Província de Angola»;
Redactor e Chefe de Redacção da revista «Olá! Boa Noite»;
Colaborador do Rádio Clube do Huambo;
Colaborador da Emissora Comercial do Huambo;
Colaborador do bi-semanário «O Planalto».


Autor dos livros:
«Algemas da Minha Traição» (1975),
«Açores – Realidades Vulcânicas» (1995)
«Ontem, Hoje… e Amanhã?» (1997).
«Memórias da Memória» (2001).
«Alto Hama – Crónicas (diz)traídas» (2006).
«Cabinda – ontem protectorado, hoje colónia, amanhã Nação» (2011).
Co-autor dos 16 volumes da colecção “Guerra Colonial – A História na Primeira Pessoa”, distribuída em 2011 pelo “Jornal de Notícias” e “Diário de Notícias”.
«António Marinho e Pinto – Mudar Portugal» (2015).
«Egosismo (o sismo de magnitude máxima que atingiu o meu ego). Poemas escritos entre fins de 1975 (saída de Angola) e 1980» (2022), «Eu e a UNITA» (2023).

William Tonet

William Tonet cresceu como “criança soldado”. O seu pai foi um dos fundadores da 1ª Região Político-Militar do MPLA. Aos 8 anos de idade já dominava as comunicações militares.

Foi dos mais novos comandantes militares, com 16 anos de idade.

Esteve na Cadeia de São Nicolau, com o seu pai, preso, quando tentavam abrir uma região político militar do MPLA, no Huambo, em 1968.

Foi um dos que implantou a organização dos pioneiros do MPLA, OPA, em Luanda, e foi um dos comandantes que levou o porta-bandeira, em 11 de Novembro de 1975, no dia da proclamação da Independência. Foi igualmente um dos impulsionadores das estruturas juvenis da JMPA, nas fábricas e locais de trabalho, em 1975/6.

Trabalhou no gabinete do então ministro da Administração Interna, comandante Nito Alves, sendo responsável das comunicações e dos assuntos juvenis.

Esteve preso em 1977 (na sua família estiveram quatro presos: ele, pai e dois tios, enterrados vivos)

Em 1979 entrou para os quadros da TPA, como assistente de câmara, depois de ter sido expulso do Jornal de Angola, por Costa Andrade, Ndunduma, acusado de ligações aos chamados fraccionistas.

Na Televisão teve programas de grande audiência, destacando-se o Horizonte, dedicado à juventude e com este programa contribuiu decisivamente para as transmissões em directo. Tendo um espectáculo no Sporting de Luanda, sido o primeiro directo da TPA.

Foi o primeiro delegado da TPA (Televisão Pública de Angola) em Benguela e professor do ensino secundário, no Ciclo Velho.

Criou o programa Panorama Económico no período de partido único. Constituiu uma novidade, para a época. Valeu-lhe muitos amargos de boca, tendo estado este na origem da sua saída da TPA.

Foi quadro fundador da Delegação da LUSA em Angola, com Sérgio Soares, sendo o primeiro jornalista angolano a trabalhar como tal na Voz da América e a cobrir os dois lados do conflito (período da Guerra Fria, entre UNITA e MPLA).

É o jornalista que mais se especializou na cobertura do conflito militar angolano, conhecendo e mantendo relações com os dois beligerantes.

Em 1991, fruto dessas relações privilegiadas foi o primeiro mediador do conflito angolano, colocando pela primeira vez, sentados à mesma mesa, militares das Forças Armadas governamentais e da UNITA, que rubricaram um acordo de 19 pontos, no Luena, no Alto Kauango, a 19 de Maio de 1991. Acordo esse rubricado pelo chefe do Estado Maior das Forças Militares da UNITA, FALA, general Arlindo Chenda Pena “Ben Ben” e pelo chefe das Operações das Forças Militares do MPLA, coronel Higino Carneiro. Este terá sido um acordo determinante para a assinatura dos Acordos de Bicesse.

Sem estes, talvez, em 31 de Maio de 1991, não tivesse sido possível o de Portugal, uma vez que os militares, no terreno, continuavam a lutar.

Criou a primeira produtora privada de televisão, responsável entre outras da divulgação das imagens via satélite da realidade do conflito militar e social de Angola para o mundo, nomeadamente, para a CNN, CBS e em Portugal para a SIC

Em Portugal, antes da liberalização do espectro da rádio, teve uma emissora pirata na Pontinha. Fez parte do grupo fundador da TSF com Emídio Rangel e da SIC, primeira televisão privada em Portugal.

Trabalhou no semanário “O Jornal” e na revista Visão.

É o jornalista angolano, preso mais vezes pelo regime, fruto da sua liberdade de pensamento e com mais processos judiciais: 98, até Novembro de 2014

Sedrick de Carvalho

Nasceu em Luanda, capital de Angola. Jurista, editor, jornalista e activista. Preso político condenado pelo regime angolano a quatro anos e seis meses no «Processo 15+2» (2015-2016), sob acusação de actos preparatórios de rebelião e associação de malfeitores.

Fundador e coordenador editorial da Elivulu Editora. Autor do livro Cabinda – Um território em disputa(Guerra & Paz, Lisboa, 2018) e Prisão Política (Perfil Criativo e Elivulu Editora, 2021).

Foi professor do ensino básico em Luanda. Associado da Transparência e Integridade – Associação Cívica (TI-AC). Trabalhou nos jornais Folha 8 e Novo Jornal. Tem artigos publicados em jornais em Portugal.