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Fragmento do espectáculo “A Terra e o Bairro” 

Fragmento do espectáculo “A Terra e o Bairro” 

Partilhamos com os nossos leitores a gravação em vídeo de um fragmento do espectáculo “La Terra y el Barrio”, de Ana Alfaro, Danilo Facelli e Hugo Martínez.

Video registado no Cabaret del Lokal de Risc do Ateneu Popular de 9Barris a 12 de fevereiro de 2022, onde é possível ouvir o poema “Tarde” e a música “Gallo Rojo Gallo Negro”.

Poema: Danilo Facelli; 

Voz: Ana Alfaro;

Guitarra: Hugo Martínez.

É uma oportunidade para seduzir os nossos leitores e amigos a conhecerem a poesia de Danilo Facelli, que publicou com a Perfil Criativo – Edições o livro “Material Inflamable. Veinte años extendiendo palabras en voz alta” (Ed. 2023).

“A Terra e o Bairro”

Espetáculo poético-musical em constante percurso, o planeta gira. A vida movimenta-se, pulsa, ocupando tudo, e todo o universo cabe numa xícara de café. Continuamos girando. Do outro lado do mundo, é noite, e alguém dança, alguém observa, alguém morre. Ao lado de casa, alguém morre, alguém observa, alguém dança, é dia.

A Terra e o Bairro é um espetáculo de poesia cénica com música e canto ao vivo, baseado no livro de poesia com o mesmo título escrito por Danilo Facelli e publicado pela Edicions Tremendes (Girona). Este livro aborda as verdades que podem ser intuídas quando se está em contato com a natureza selvagem (tanto no mundo vegetal e animal quanto na natureza selvagem das pessoas) e com o pequeno grande universo que é cada bairro. Entendendo o bairro como um terreno de resistência, comunicação e autogestão.

Gallo Rojo Gallo Negro 

Cuando canta el gallo negro
es que ya se acaba el día.
Si cantara el gallo rojo,
otro gallo cantaría
 
¡Ay! Si es que yo miento,
que el cantar de mi canto
lo borre el viento
 
¡Ay! Que desencanto,
si me borrara el viento
lo que yo canto.
 
Se encontraron en la arena
los dos gallos frente a frente.
El gallo negro era grande,
pero el rojo era valiente.
 
¡Ay! Si es que yo miento,
que el cantar de mi canto
lo borre el viento
 
Se miraron cara a cara
y atacó el negro primero.
El gallo rojo es valiente,
pero el negro es traicionero.
 
¡Ay! Si es que yo miento,
que el cantar de mi canto
lo borre el viento
 
Gallo negro, gallo negro,
gallo negro te lo advierto:
no se rinde un gallo rojo
más que cuando está ya muerto.
 
¡Ay! Si es que yo miento,
que el cantar de mi canto
lo borre el viento

“A liberdade é um requisito universal dos indivíduos e dos povos”

“A liberdade é um requisito universal dos indivíduos e dos povos”

No dia 31 de Outubro de 2023 o presidente do Movimento Internacional Lusófono, Prof. Doutor Renato Epifânio, entregou ao académico angolano, Prof. Doutor Carlos Mariano Manuel, o Prémio Personalidade Lusófona de 2023, na sede da SEDES — Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, em Lisboa.

Reproduzimos o texto do discurso do Prof. Doutor Carlos Mariano Manuel, ao qual juntámos o título “A liberdade é um requisito universal dos indivíduos e dos povos”. Segundo o autor esta intervenção foi um discurso com significado de auto de fé, pela promoção de contínuos tempos virtuosos nas relações entre as nações e as comunidades lusófonas.

Por: CARLOS MARIANO MANUEL

Introdução

A instituição em 2010 do prémio Personalidade Lusófona do Ano pelo Movimento Internacional Lusófono foi uma iniciativa virtuosa; e o facto do mesmo haver sido aceite ininterruptamente desde esse ano pelos 12 laureados, pertencentes a países ou comunidades lusófonas dos continentes onde se articula a língua portuguesa, depõe a favor da sua adopção internacional como um instrumento promotor de convergências em torno dos valores progressivos e multicêntricos da lusofonia.

Contudo, a sua relevância não deve depreender-se apenas do perfil das personalidades laureadas, dentre chefes e homens de estado, prémio nobel, cultores da ciência, cultura e acadêmicos e altas figuras do clero, mas também do esforço que se revela necessário de ser feito para transmissão inter-geracional da ontogénese, sublimar os espinhosos períodos e exaltar as componentes progressivas do processo subjacente à difusão secular da lusofonia pelo mundo.   

Nós pretendemos exaltar a acertada iniciativa do MIL pela vertente da ontogénese da lusofonia, na medida em que nos sentimos com méritos muito precários para merecermos a honra que nos foi concedida para integrarmos a nobre corte dos seus laureados.

Em sede desse esforço, permitimo-nos recordar que a migração e expansão dos Povos e das populações têm determinado ao longo de toda jornada da História da Humanidade não apenas a miscigenação fenotípica mas também a cultural, dos povoamentos nativos e migrados em várias coordenadas geográficas do planeta.

A associação da proximidade com os oceanos e mares com a disponibilidade do conhecimento e de tecnologia de navegação marítima ou transoceânica, bem como o proselitismo à uma fé, determinaram para algumas Nações a exequibilidade e consumação das suas aspirações à escala planetária de identificação de rotas comerciais, contacto com outras Nações e estabelecimento sucessivo de feitorias, capitanias e formas sucedâneas e expressivas da expansão nacional.

A sedentarização nas novas coordenadas geográficas dos grupos ou das comunidades emigradas manifestou-se ao longo da jornada da Humanidade, amiúde de forma anódina e sem grandes alterações nas culturas locais ou incorporativa de valores admitidos como socialmente progressivos nas comunidades aborígenes.

Assim ocorreu com a formação do Império Egípcio sob o reinado do Faraó da III Dinastia Thoutmés III (1504 – 1450 a.n.E.), no Médio Oriente, Mar Egeu e orlas mediterrânicas setentrional e meridional; do Império Helénico e dos Impérios Romanos Ocidental e Oriental (Bizantino).

Por via da dialéctica interactiva entre as comunidades ou do tipo particular de relacionamento entre indígenas e alienígenas, transferiram-se de algumas a outras partes do globo terrestre o conhecimento, a tecnologia, as religiões, a genética demográfica, a epidemiologia, as línguas e outros bensmateriais e imateriais de natureza diversa. 

A emigração e expansão dos Povos não foi consubstanciada apenas por processos nocivos e estigmatizados à luz dos paradigmas correntes de entendimento dos Direitos Humanos que, praticamente nunca existiram até ao séc. XIX com as iniciativas abolicionistas do tráfico de escravos, mas permitiram também a transmissão de valores materiais e imateriais que contribuíram para o progresso das comunidades ou povos envolvidos e da Humanidade.

Primeira edição, especial para coleccionadores

Primeira edição, de capa dura com tiragem limitada, especial para coleccionadores. Um monumental Tratado da História de Angola. Esta obra foi apresentada na antiga Fortaleza de São Miguel (Luanda), em 2022, e no Padrão dos Descobrimentos (Lisboa), em 2021.

Cada período da História apresentou desafios à Humanidade

A interacção menos ou mais virtuosa entre comunidades e povos foi sempre um elemento constante na História da Humanidade desde a migração do Homo sapiens sapiens, a partir da região dos Grandes Lagos de África, segundo a perspectiva monocêntrica da origem da Humanidade, para as coordenadas geográficas mais setentrionais (pelo Estreito de Gibraltar) e destas para outras cada vez mais orientais.

Porém, a consciência dos homens públicos não esteve sempre insensível ao humanismo, exemplificado pela circunstância de ter sido no reinado de José I e governo de Sebastião José de Carvalho e Melo (o Marquês de Pombal), em Portugal, que a partir de 1761 começou a vigorar a interdição do tráfico de escravizados na, altura, chamada metrópole.

E no preâmbulo do decreto com a pretensão abolicionista da escravaturaem todos os territórios portugueses, apresentado para promulgação à D. Maria II em 10 de dezembro de 1836 pelo Presidente do Conselho de Ministros, Bernardo de Sá Nogueira de Figueiredo, com o nome nobilísticode Marquês de Sá da Bandeira, atribuía com elevado talento eufemístico esse profícuo homem de estado português do séc. XIX a escravatura, aos “vícios do tempo” e não das pessoas, 

Não duvidamos que o “tempo” na altura estivesse, passado que haviam sido quase meio século desde o dealbar da Idade Contemporânea da História da Humanidade, muito viciado, como ocorrera, dentre muitos acontecimentos, até cerca de 15 anos e nove meses antes com a extinção do Tribunal do Santo Ofício, que se dedicara durante três séculos, especialmente, ao julgamento de heresias judaizantes.

E apenas para revisitar o quanto o léxico estava também “viciado” com o tempo, permitimo-nos citar os artigos 1º e 2º do supracitado decreto:

​Artigo 1º:

​Fica proibida a exportação de escravos, seja por mar ou por terra, em todos os Domínios Portugueses,

sem excepção, quer sejam situados ao norte, quer ao sul do equador, desde o dia em que na Capital de cada um dos ditos Domínios for publicado o presente Decreto

​Artigo 2º:

E do mesmo modo proibida a importação de escravos feita por mar, sob qualquer pretexto que se pretenda fazer.

Parágrafo único: Todo o escravo que for importado para terra deverá ser completamente manifestado à sua chegada ao território Português.

Nas duas citações anteriores reconhecemos os “vícios do tempo”, pois por um lado as pessoas eram mercadorias “exportadas e importadas”, em vez de recrutadas e transportadas; e por outro, eram portadoras da condição natural de “escravos” e não de “escravizados” a condição social que lhes era imposta. A escravatura foi uma tara, embora jamais susceptível de ser adornada nos seus fundamentos e nas suas consequências, com expressão multicêntrica e em muitas culturas à escala planetária, muito anterior às Idades Moderna e Contemporânea da História da Humanidade.

O sociólogo brasileiro Gilberto Freire analisou no seu Opus Magnum publicado em 1933, Casa Grande e Senzala, as consequências da escravatura na integridade física, psíquica e genética do escravizado, bem como os seus efeitos na história social do Brasil.

Entrega de Prémio no MIL

Entrega do Prémio do Movimento Internacional Lusófono.

A liberdade é um requisito universal dos indivíduos e dos povos

Concentrando-nos apenas nos acontecimentos ocorridos nos últimos dois séculos da História da Humanidade, não podemos deixar de reconhecer a concatenação entre aqueles e os seus efeitos tangíveis e intangíveis na contemporaneidade.

São os “vícios dos tempos”, parafraseando o legislador da Norma Abolicionista da Escravatura de 1836 nos Territórios Portugueses, que impelem os Povos a corrigi-los, de tal modo que, a 24 de Agosto de 1820 eclodiu no Porto a Revolução Liberal Portuguesa no termo da qual entre os outros resultados levou à dissolução da monarquia absolutista, convertendo-a em constitucional e foi aprovada a primeira Constituição Portuguesa; cerca de um século depois o honrado Povo Português dissolveu definitivamente a Monarquia, proclamando a República no dia 05 de Outubro de 1910 e após o advento da ditadura constitucional entre 1926 e 1974, o abnegado Povo voltou a corrigir os “vícios do tempo”, pois pelo veículo das Forças Armadas fizeram triunfar a Revolução de 25 de Abril de 1974, dissolvendo a ditadura e instaurando em Portugal o programa de democratização, descolonização e desenvolvimento.

A descolonização corrigiu os “vícios dos tempos” que faziam persistir o império colonial em África e na Ásia.

Da experiência pessoal de que somos portadores respigamos o facto de sermos provenientes da população nativa e aborígene de Angola, neto paterno de um nativo que, no contexto das iniciativas sucessivas de abolicionismo do tráfico de escravos do século XIX, esteve integrado no último grupo de cativos que esteve na iminência de embarcar para o Brasil a partir da localidade costeira do Ambriz; em substituição do embarque frustrado para o Brasil, foi integrado no grupo incumbido do trabalho compelido de desbravar o matagal de um latifúndio de uma empresa majestática nos arredores da actual cidade de Caxito, onde plantou um grande palmar de dendém, poucos anos depois convertido em fonte principal do óleo de palma que, era exportado de Angola para a ex-metrópole e outras localidades do império colonial, para fins industriais e de culinária.

O trabalho compelido dos indígenas em latifúndios e construção de itinerários rodoviários incipientes e ferroviários foi um dos severos “vícios do tempo”, que se abateram sobre os nativos em Angola no dealbar do século XX.

Somos ainda sobreviventes da violência entre as forças da autoridadeconstituída e instituída e nativos insurgidos no princípio das últimas 4 décadas do século XX, processo matizado episodicamente com abomináveis actos, mas correctivo dos “vícios do tempo” e que levou às reformas sociais do Ministro do Ultramar em funções na altura, com quem tivemos o privilégio de manter na Sociedade de Geografia de Lisboa um diálogo mútua e espiritualmente redentor, antes do seu relativamente recente falecimento, no decurso do qual ele expôs-nos com a sua autoridade nestoriana “os vícios dos tempos” da altura e nós, lhe manifestamos, humildes, gratos e regozijados, o testemunho da nossa educação se ter devido às reformas sociais por ele e tardiamente desfraldadas em Angola, com validade para todo o império colonialportuguês, a partir do mês de Abril de 1961.

A essas medidas reformistas do finado Prof. Adriano Moreira, sobretudo a de ter promovido a instrução nas comunidades rurais de Angola e generalizando-a às expensas do Estado, embora impelido pelos acontecimentos empreendidos pelos nativos de correcção dos “vícios do tempo”, devemos também o privilégio de agora estarmos a partilhar com V. Exas. este redentor momento e a celebrar a lusofonia.

Entrega do Prémio Personalidade Lusófona 2023, do Movimento Internacional Lusófono.

A Lusofonia é um património comum

A lusofonia foi e tem sido construída desde há séculos com denodadaparticipação de hóspedes e hospedeiros em cada coordenada geográfica, o que também tem suscitado a partilha de afectos entre cidadãos de Nações lusófonas diferentes, extinguindo cada vez mais percepções misógenas e esculpindo progressivamente uma cidadania lusófona.

Por ocasião da participação no Congresso da SEDES de Dezembro de 2021 da actual Presidente do Parlamento de Angola, mandatada especialmente para representar o Chefe de Estado de Angola, Sua Exa. João Manuel Gonçalves Lourenço, aquela alta figura do Estado de Angola referiu a importância da língua portuguesa, especificando que ela é “mais do que um idioma de sinergias que liga mais de 280 milhões de falantes no contexto dos cinco continentes” e que ela “assume-se como factor de unidade estratégica dos nossos povos e nações e como pilar de sustentação  cultural, social, económica e até política, um potencial estratégico que Angola tem sabido preservar e promover”.

A História da Humanidade não foi isenta de elementos adversos; e tendo sido ou estando a ser a lusofonia construída por uma parte da Humanidade, nunca poderia estar dissociada de espinhos.

Mas, os seus elementos estruturantes devem servir de fonte de inspiração para alijar os “vícios dos tempos” e fazer medrar no seu lugar as “virtudes dos tempos”.

Essas “virtudes dos tempos” devem consubstanciar-se no respeito da identidade de cada Nação, na priorização intracomunitária da mobilidade em segurança física e social das pessoas, da circulação de bens materiais e imateriais, em iniciativas susceptíveis de elevar o Índice de desenvolvimento humano, a justiça, a partilha de valores culturais progressivos, o desenvolvimento social e económico, a extinção do obscurantismo endêmico e a observância dos padrões do Estado Democrático e de Direito.

Luis Vaz de Camões exaltou nos Lusíadas em 1572 a visão Henriquina de sulcar os mares e oceanos, bem como a epopeia da expedição marítima de Vasco da gama para a Índia; anos luz muito distanciados do seu singularíssimo e inemulável mérito, nós com humildade e durante 30 anos investigamos, elaboramos a narrativa científica e publicamos em 2021 o Tratado de História de Angola, o primeiro disponibilizado aos interessados no País e no estrangeiro por um autor de nacionalidade exclusiva e originária angolana.

Fizemo-lo, dentre outros propósitos que a ciência almeja desvendar, também para promover o conhecimento exacto do substracto históricopassível de ser posto ao serviço da estruturação de relações cada vez mais entrosadas e relevantes entre as Nações lusófonas.

Finalmente e por tudo que precede, aceitamos com humildade, gratidão e regozijo o Prémio de Personalidade Lusófona do Ano de 2023, concedido pelo Movimento Internacional Lusófono, pois dentre outros muitos aspectos que podem ser trazidos à liça, entendemos que o mesmo honra igualmente todos os cidadãos de Angola promotores da amizade e cooperação das sociedades e comunidades que em todo o mundo se exprimem oficial ou preferencialmente em Português e, especialmente,incita-nos e empodera-nos a contribuir, sem nos acanharmos, para o serviço da promoção de relações virtuosas e de defesa dos valores progressivos,materiais e imateriais, da parte lusófona da Humanidade.

Agradecemos, pela distinção que nos foi conferida como laureados deste prémio, o Exmo. Senhor Prof. Doutor Renato Epifánio, Presidente do Movimento Internacional Lusófono, os Excelentíssimos Senhores e Excelentíssimas Senhoras membros dos seus Órgãos Sociais, Agradecemoso Excelentíssimo Senhor Prof. Doutor Álavro Beleza, Presidente da Associação para o Desenvolvimento Económico e Social por nos haver recebido no contexto de ter abrigado esta cerimónia e agradecemos a atenção e a honra da participação que nos foi dispensada por todos os presentes.

Prémio Personalidade Lusófona: homenagem dos familiares e amigos do Prof. Doutor Carlos Mariano Manuel, na Casa de Angola (Lisboa)


A não perder: “Quem está preparado para viver?”

A não perder: “Quem está preparado para viver?”

“Quem está preparado para viver?
Qual é o limite entre a poesia e a vida?
O canto das palavras mudas, a dança… a neurociência não desvenda o mistério, embora tente.” 

Crisal Rodriguez

Com esta descrição, Crisal Rodriguez trará no dia 18 de janeiro de 2023, ao Café de Mar de Mataró (ao norte de Barcelona), o seu espectáculo com a participação do poeta Danilo Faceli, autor do livro “Material Inflamable. Veinte años extendiendo palabras en voz alta”. Danilo Faceli intervém com improvisações, poemas e factos do dia à dia, tudo acontecendo no momento em que entra em cena.

Crisal Rodriguez é uma poetisa cénica e performer. Uma neurocientista que fugiu da Academia. Reconhecida na cena da poesia cénica europeia, esta artista entrelaça a arte, a ciência e a contemplação, propondo novas narrativas mais sensíveis à vida, a partir da neurociência corporal. Actua regularmente em competições de Poetry Slam e participou em diversos festivais e exposições.

Material Inflamable. Veinte años extendiendo palabras en voz alta

Sobre esta obra Danilo Faceli afirma: “O pouco que posso dizer sobre os textos que compõem Material Inflamável é que, depois de recitá-los ou lê-los em voz alta, por um lado, me sinto melhor e, por outro, ocorre um acto comunicativo com o público que vai muito para além da troca de informações. Algo se move no grupo que formamos, e esse movimento gera uma sensação mais agradável do que a que existia antes de começar o recital. Assim, colocar em prática as palavras resulta numa melhoria colectiva. Essa é a razão principal pela qual continuo escrevendo.”

A não perder: Guerrilha poético-musical “Patas Arriba”

A não perder: Guerrilha poético-musical “Patas Arriba”

A ‘Plataforma de projectos para a transformação social’ acolhe a comédia para gente atrevida “Patas Arriba”, das surpreendentes e irreverentes artistas, Izaskun Barbàrie e Gemma Almagro, na noite de 19 de Janeiro 2024, no centro da cidade de Barcelona.

Dizem que “Patas arriba” não é um recital comum. É um espectáculo irreverente que combina as composições de piano de Izaskun Barbàrie com a rapsódia de Gemma Almagro a falar, cantar e improvisar sobre as mulheres, o ser humano, a poesia doméstica, o feminismo, o erotismo, a vida… Uma guerrilha poético-musical sem filtros nem moralismos que atinge diretamente o coração e o espírito crítico, contando com a cumplicidade do público. 

RAI – Recursos d’Animació Intercultural

A RAI é uma associação independente que actua como uma plataforma de projetos para a transformação social, cultural e educativa. Oferece uma ampla gama de recursos e iniciativas por meio da interculturalidade, antirracismo, feminismo, participação ativa, autonomia e “empoderamento” individual e colectivo.

Funciona também como um espaço de co-criação artística, mas também de reflexão e agregação capaz de criar sinergias e promover a participação.

Está instalada na C/ Carders 12 principal 08003 Barcelona 

Patas Arriba

Patas Arriba” é também um livro de poesia com a primeira edição (esgotada), publicado em 2022, ficando a segunda edição disponível em Barcelona e Lisboa a partir do primeiro dia de Fevereiro de 2024.

Lo que nos pasa es el tiempo,
el tiempo que nos ha tocado,
hermanas queridas.
Nos pasa que es tiempo de prisas
y de mostrarse
y de no saber qué somos
pero tener que aparentar.
Nos tocó un tiempo moderno,
dicen,
pero llevamos tatuados los mandatos
de un pasado hostil,
de mujeres reventadas de injusticias
que se vieron con la enorme responsabilidad
de educarnos.
A nosotras, sus crías.
A nosotras que nacimos con las venas empapadas
ya de sudor
de tanta fuerza que vinimos a hacer,
de tanto que hemos venido a luchar,
de tanto carro por empujar.
Nosotras vamos a vivir esta fiesta de disfraces
quitándonos las máscaras por vez primera.
Honraremos a nuestras preciosas madres
rompiendo a machetazos estas pesadas cadenas
y las de nuestres hijes.
Y pondremos patas arriba 
un tiempo que no nos toca.

Namibe: Quem ajuda a controlar, tanta ansiedade!

Namibe: Quem ajuda a controlar, tanta ansiedade!

Depois de uma viagem exuberante com passagens, e pequenas paragens, em Porto Amboim, Sumbe, Lobito, Bela Vista (aqui com ameaças de chuva ao pôr do Sol), Catumbela, Benguela, Quilengues e Lubango, chegou na manhã de Domingo ao Namibe o volume II da colectânea “Os Bantu na visão de Mafrano”, uma extraordinária obra de antropologia cultural, do escritor e etnólogo angolano, Maurício Francisco Caetano (1916-1982).

A obra, com um total de 246 páginas de conhecimentos inéditos sobre a vida e a cultura bantu foi apresentada nesta segunda-feira, 8 de Janeiro de 2024, na Esplanada do Gabinete Provincial da Cultura do Namibe. A cerimónia fez parte das festividades do Dia Nacional da Cultura e foi aberta ao público do Sul de Angola.

A cerimónia foi prestigiada com a presença do Vice-Governador do Namibe para a Área Social, Abel Kapitango, em representação do Governador da Província, e que esteve ladeado pelo diretor Provincial da Cultura, Turismo e Ambiente, Eng.º Pedro Hangula, e outros altos responsáveis da Província da “Welwitchia Mirabilis”, a ntumbo, na língua local.

Tal como aconteceu em Luanda, em Maio de 2022; repetiu-se em Julho de 2023; e, agora, também ocorreu no Namibe, em Janeiro de 2024!

Um dos leitores convidados para o lançamento do volume II de “Os Bantu na visão de Mafrano” correu na terça-feira, 2 de Janeiro de 2024, para o local da cerimónia, na ânsia de ser o primeiro a assistir ao lançamento desta obra histórica!

No local, a resposta foi inevitável: “Não, é só no dia oito”, de Janeiro!

Sobre Mafrano ficou no ar a pergunta: Alguém ajuda a controlar tanta ansiedade?

Centro Nacional de Cultura classifica obra de Luís Gaivão um dos melhores livros de 2023

Centro Nacional de Cultura classifica obra de Luís Gaivão um dos melhores livros de 2023

O Centro Nacional de Cultura de Portugal classificou o livro “Angola e o Atlântico | Colonialismo, Colonialidade e Epistemologia Descolonial” (Ed. 2023), de Luís Gaivão, um dos melhores livros de 2023.

Este livro esteve cerca de três anos em preparação na editora antes de ser publicado em Setembro de 2023.

Luis Gaivão nasceu em Luanda, é escritor, investigador, agente cultural e humorista.

É licenciado em Filosofia e Humanidades, mestre em Lusofonia e Relações Internacionais e doutorado em Sociologia. Foi professor de Língua Portuguesa e História de Portugal e assessor pedagógico no gabinete do ministro da Educação. Foi adido cultural nas embaixadas de Portugal em Luanda, Luxemburgo e Bruxelas.

Angola e o Atlântico | Colonialismo, Colonialidade e Epistemologia Descolonial

Na segunda metade do século XX e neste século, muitos outros pensadores sul-americanos e africanos vêm estudando o fenómeno diverso dos colonialismos no Sul e vêm conseguindo reatar os laços possíveis com as epistemologias e saberes ancestrais, onde o pensamento eurocêntrico não penetrou por completo.
O intuito deste livro é refletir sobre estes colonialismos no Sul, através de pensadores do Sul, cujas realidades são bem distintas dos colonialismos do Norte e ao pensar sobre o passado dos colonialismos ibéricos conhecer o que eles transformaram na História do Atlântico, particularmente, aqui, na de Angola.
No fundo, trata-se de colocar Angola e a sua História diante de si própria, e ajudar a descobrir a união entre o que passou e o que se vai passar, preenchendo com novos padrões societais (ecologia de saberes) os espaços vazios que a permanência colonial provocou, mas aproveitando dela a entrada na modernidade. Não a eurocêntrica, mas humana e natural, do Sul, do Atlântico e de Angola.

Já estamos em 2024

Já estamos em 2024

A equipa da Perfil Criativo deseja a todos os nossos Amigos, Leitores e Autores um excelente Ano Novo, com muita Saúde e Sucesso.

Nestes primeiros dias de Janeiro entram em produção tipográfica duas segundas edições, actualizadas, que entretanto tinham esgotado:

Como Reforçar a Imunidade?

“(…) Para responder de forma esclarecedora e enriquecedora, a muitos dos leitores, parece-me importante publicar um conjunto de informações e soluções não só para consolidar a nossa imunidade mediante a nutrição e/ou a suplementação, mas também para entrever a forma como a nutrição intervém como meio de regulação e modulação de reacções inflamatórias, as quais são um factor presente em todas as patologias, desde a simples constipação até ao espectro do cancro. (…)”


Patas Arriba

Gemma Almagro a Izaskun Barbarie apresentam-se em palco com a guerrilla poético-musical “Patas Arriba“, que ganhou, em 2022, corpo em formato de livro com os poemas da Gemma Almagro.

A primeira edição, desta obra rara, esgotou com os espectáculo em Barcelona. A segunda edição entrou em impressão com uma versão actualizada.

Para a autora “Patas Arriba” é um espetáculo irreverente que combina as composições para piano de Izaskun Barbarie com a rapsódia de Gemma Almagro, para falar, cantar e improvisar sobre os dons dos seres humanos, a poesia doméstica, o feminismo, o erotismo, a vida… numa intervenção em formato de guerrilha poético-musical sem filtros nem moralismos que se atira directamente no âmago e na expectativa crítica mas obedecendo sempre à cumplicidade com o público.

Quem assistiu a esta performance artística ficou muito bem impressionado. Segundo o editor da Perfil Criativo “É um espectáculo a não perder que gostávamos de trazer a Lisboa nas comemorações do meio século do 25 de Abril de 74. Vamos ver se é possível!”

Lo que nos pasa es el tiempo,
el tiempo que nos ha tocado,
hermanas queridas.
Nos pasa que es tiempo de prisas
y de mostrarse
y de no saber qué somos
pero tener que aparentar.
Nos tocó un tiempo moderno,
dicen,
pero llevamos tatuados los mandatos
de un pasado hostil,
de mujeres reventadas de injusticias
que se vieron con la enorme responsabilidad
de educarnos.
A nosotras, sus crías.
A nosotras que nacimos con las venas empapadas
ya de sudor
de tanta fuerza que vinimos a hacer,
de tanto que hemos venido a luchar,
de tanto carro por empujar.
Nosotras vamos a vivir esta fiesta de disfraces
quitándonos las máscaras por vez primera.
Honraremos a nuestras preciosas madres
rompiendo a machetazos estas pesadas cadenas
y las de nuestres hijes.
Y pondremos patas arriba 
un tiempo que no nos toca.

Por aqui arranca o nosso 2024.

2024: Cultura no dia da Cultura em Angola

2024: Cultura no dia da Cultura em Angola

Arrancamos o ano novo de 2024 conscientes da importância do trabalho realizado e do que queremos executar na promoção dos valores culturais, científicos e artísticos. Mantendo um posicionamento independente, humanista, descomplexado e aberto às novas ideias, queremos continuar a disponibilizar aos nossos leitores e amigos, um leque alargado de autores e surpreendentes livros.

Na agenda fica marcado o primeiro grande encontro de 2024, no Namibe (Angola). A não perder!

Agradecemos ao Governo Provincial do Namibe (Angola) a disponibilidade para acolher esta nossa obra no dia da Cultura e relembramos os nossos leitores que comprar um livro é também apoiar um autor.

Namibe acolhe volume II da colectânea sobre antropologia cultural Bantu

Namibe, 30 de Dezembro de 2023 – A cidade do Namibe acolhe a 8 de Janeiro, Dia Nacional da Cultura (Angola), o volume II da colectânea póstuma «Os Bantu na visão de Mafrano», antropologia cultural, do escritor e etnólogo Maurício Francisco Caetano, no quadro das celebrações do Dia Nacional da Cultura. A cerimónia terá lugar na Esplanada do Gabinete Provincial da Cultura, Cultura, Turismo e Ambiente, com inicio previsto para as 9:00.
O volume I desta obra havia sido lançado no mesmo local, no primeiro dia de Outubro de 2022 depois de apresentadas pela primeira vez nos meses de Abril e Maio, desse mesmo ano, nas cidades do Lubango e de Luanda, respectivamente.
A colectânea de Maurício Francisco Caetano, “Mafrano”, (1916-1982), contém registos inéditos sobre a ancestralidade, hábitos e costumes da cultura bantu, incluindo a pré-história, organização social, a estrutura política bantu, lendas e fábulas sobre a origem da vida humana e animal, e a morte; iniciações relativas aos casamentos, à religião e outros temas de interesse antropológico.
Formado na escola da Missão Católica da cidade do Dondo, sua terra natal, e no Seminário Maior de Luanda, o “Mafrano” trabalhou sucessivamente como professor, aspirante administrativo, oficial de impostos, secretário da Fazenda e director Nacional de Finanças em Angola, entre 1944 e 1982, o ano da sua morte.
O autor foi membro fundador da União dos Escritores Angolanos (UEA), colaborador de proeminentes jornais e revistas da sua época, como o Jornal «O Apostolado» e a «Revista Angola», da Liga Nacional Africana, além de professor de Língua Portuguesa e de Filosofia em prestigiados estabelecimentos de ensino, nomeadamente no Colégio 28 de Maio, Liceu Ngola Kiluanji, o Instituto PIO XII, o ICRA – Instituto de Ciências Religiosas de Angola e no Instituto Comercial de Luanda.
A obra de Maurício Francisco Caetano, “Mafrano”, tem estado a ganhar notoriedade e foi já recomendada como referência académica. A seu favor, está o facto de ter realizado pesquisas originais cujos temas eram, até então, abordados apenas por estudiosos ocidentais, como Franz Boas, León Frobenius, Carlos Estermann e outros. Maurício Francisco Caetano destacou-se com artigos dispersos na imprensa angolana, o mais antigo dos quais tem como titulo «O Perfil Etnográfico do Negro Jinga», com data 23 de Agosto de 1947. O seu vasto espólio literário, agora compilado nesta colectânea póstuma em três volumes e mais de 700 páginas, inclui epígrafes como “Crónicas ligeiras”, “Notas a lápis”, “Episódios Vividos”, “Tertúlias”, contos tradicionais e outros textos.
Além de Luanda, Lubango e Namibe, a colectânea «Os Bantu na visão de Mafrano» foi igualmente apresentada até esta data nas cidades de Ndalatando e Cabinda (em Angola), assim como em Moçambique, São Tomé e Príncipe, Cabo-Verde, Portugal e no Brasil, nestes dois últimos países em exposições literárias e por vídeo-conferências, realizadas com universidades do Rio de Janeiro e de Curitiba.
Segundo a mais recente opinião do antropólogo Kabengele Munanga, professor emérito da Universidade de São Paulo (USP), Brasil, esta colectânea e as outras obras a serem publicadas sobre Mafrano «são livros que podem ser utilizados por antropólogos angolanos e africanos, em salas de aulas, para explicar essas culturas ancestrais de origem bantu que hoje já não existem».
Também além fronteiras, o Padre José Álvaro Borja, reitor do Seminário da cidade da Praia, em Cabo-Verde, considerou que obra de Mafrano «faze antever um momento rico de encontro cultural multifacetado em que se cruzam história, literatura e antropologia, entre outras áreas do saber».
Em Angola, Dom Zacarias Kamwenho, o arcebispo emérito do Lubango e prémio Sakharov 2001, considerou-o «O antropólogo maior de Angola». Mafrano faleceu aos 25 de Julho de 1982.

Para mais informações contactar:

Pedro Hangula, Director do Gabinete Provincial da Cultura, Turismo e Ambiente
Telef: +244 931 732 211

José Soares Caetano, Jornalista, escritor e filho do autor,
Telef: +244 912220543; +244 926546698;
E-mail: tazuary@gmail.com;

Oficina: primeiro escrevemos, depois lemos!

Oficina: primeiro escrevemos, depois lemos!

Oficina de escrita criativa com sessão final de leitura encenada.

Dinamização: Lina Paula Pinto

A atividade terá a seguinte estrutura:

  • 10 sessões de escrita
  • 10 sessões de ensaios
  • 1 apresentação final

Informações adicionais:

  • Sugerida para adultos.
  • Máximo: 10 participantes.
  • Às sextas-feiras.
  • Das 16h00 às 17h30

A participação é gratuita e com marcação prévia.

Para mais informações / marcações através do email/telefone: bib.corucheus@cm-lisboa.pt ou T. 218 172 049

A atividade terá início em janeiro e realiza-se na Biblioteca dos Coruchéus.

Nota: Datas sujeitas a alteração.

No decorrer desta atividade, são captadas imagens e som para divulgação pela CML, entidade parceira ou promotora, nos respetivos meios de comunicação, como redes sociais e sites institucionais.

As escolhas dos leitores das livrarias FNAC

As escolhas dos leitores das livrarias FNAC

Na penúltima semana do ano os livros sobre a história de Angola são “Top de Vendas” das nossas edições, nas livrarias FNAC.

Semana do Natal – Top Vendas nas lojas da FNAC

1º (Primeiro Classificado)

Caraculo, a Minha Paixão | Deserto de Moçâmedes (Namibe) | Álbum Fotográfico do Século XIX E XX”, de Victor Torres.

2º (Segundos Classificados)

Angola: desde antes da sua criação pelos portugueses até ao êxodo destes por nossa criação – 2ª Edição Vol. I”, de Carlos Mariano Manuel;

Angola: desde antes da sua criação pelos portugueses até ao êxodo destes por nossa criação – 2ª Edição Vol. III”, de Carlos Mariano Manuel;

3º (Terceiro Classificado)

Senhores do Sol e do Vento — Histórias verídicas de Portugueses, Angolanos e outros Africanos”, de José Bento Duarte;

4º (Quarto Classificado)

Crónica da fundação do Huambo | Nova Lisboa — 5ª edição,”, de Xavier de Figueiredo