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Cultura Bantu de Cabinda no “Ondjango Cast”

Cultura Bantu de Cabinda no “Ondjango Cast”

O convidado do décimo episódio do “Ondjango Cast”, videocast sobre cultura ancestral angolana e africana, é o jurista, investigador e autor João Ramos Piúla Casimiro. No programa, fala sobre as origens e as características dos povos bantu. Segundo João Ramos Piúla Casimiro, as estatísticas mostram que a cultura bantu é composta por pelo menos 500 povos, presentes numa extensão territorial que vai dos oceanos Atlântico ao Índico. “Há um conjunto de elementos que une os bantu, desde as tradições, à língua, ritos e símbolos”, diz João Ramos Piúla Casimiro. “Basta ver que, quando se sai de um canto de África a outro, se conseguir identificar alguma tradição, dá-se logo a entender que está ali um povo bantu”. Idealizado a partir do conceito multiplataforma, o “Ondjango Cast” é exibido às terças-feiras na TV Girassol, às 21h00, e pode ser acessado no portal giranoticias.com. O programa traz, a cada episódio, uma conversa com um especialista em cultura angolana e africana, sempre com foco em assuntos da ancestralidade, como mitos fundadores, personagens históricos, povos originários e outras curiosidades. Entrevista apresentada a 23/07/2024.

João Ramos Piúla Casimiro

Nascido em Lândana, província de Cabinda, João Ramos Piúla Casimiro estudou filosofia no Seminário Maior de Cabinda, Teologia no Seminário Maior de Luanda e tem licenciatura em Direito pela Universidade Autónoma de Lisboa. É mestre em Direito Internacional e Relações Internacionais e em Direito Civil, pela Universidade Lusíada de Lisboa, e em Filosofia, pela Faculdade de Filosofia da Universidade Católica de Braga. Foi docente na Faculdade de Direito da Universidade “11 de Novembro”, no Instituto Superior Lusíada de Cabinda e fez carreira como técnico tributário.

João Ramos Piúla Casimiro é autor do livro “Kinthwêni na tradição e na poética — Um enquadramento filosófico” que retrata a filosofia de Cabinda alicerçada sobre predicamentos, provérbios, contos, lendas e mitos é aberta, histórica, poética, mas em “condições pré-literárias”. existe, de facto, um conjunto de informações ainda não transformadas em conhecimento. apesar disto, há estudos académicos que vão tornar esta filosofia mais cognoscível, e, com maioria da razão, ser estudada a partir de postulados, adágios, cânticos e danças. Com estas categorias de informação, consegue-se engendrar estruturas de pensamento de cunho filosófico. 

Neste prisma, a filosofia é, também, representada através de simbologias, porque o símbolo é passível de reproduzir algo e traduz o conhecimento dos bakúlu. Com efeito, um símbolo afigura qualquer conhecimento. o ramo de palmeira «cortado», por exemplo, pode significar festa ou óbito. 

Este trabalho vem, propor, um estudo filosófico da dança-música e poesia, kinthwêni, na vertente da kintuenigenia, objecto deste estudo. Partimos, neste sentido, das seguintes danças tradicionais: Kinthwêne, Matáfula e Maieia, construídas a partir da tradição e poética da cultura Binda3. Destes géneros literários tradicionais, resulta uma grande força vital que promana dos reinos de: Makongo, Mangoio e Maloango. 

Autor: João Ramos Piúla Casimiro
Editora: Perfil Criativo – Edições 
Ano de publicação 1ª edição: Agosto de 2023

ISBN: 978-989-35076-7-4

Língua: Português

Colecção: Trabalhos Académicos (Volume 1)

Volume I
Volume II

Autores de Angola apresentam-se na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra

Autores de Angola apresentam-se na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra

A Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra recebeu, esta terça-feira, 15 de outubro, às 11h no Anfiteatro IV, a apresentação do livro “Autores e Escritores de Angola 1642-2022”, de Sedrick de Carvalho e Tomás Lima Coelho, cujo título é testemunha da abrangência cronológica de uma obra que, agora numa nova edição, identifica 3031 figuras da literatura angolana.

A sessão é organizada pelas docentes Inês Amaral e Doris Wieser e contou com a presença dos autores e do editor.

A Prof. Doutora Doris Wieser realizou a apresentação da obra revelando a sua surpresa pela dimensão dos nomes e das obras registadas e pelo desconhecimento de muitos nomes com trabalhos de referência em várias áreas mas que não são promovidos nem identificados pelas instituições nacionais da República de Angola.

Autores e Escritores de Angola
Autores e Escritores de Angola em Coimbra (Portugal)

“Ossos” e “As filhas do Fogo” hoje no Nimas

“Ossos” e “As filhas do Fogo” hoje no Nimas

Hoje, 11 de Outubro, às 21 horas, o cinema Nimas em Lisboa apresenta uma sessão especial com dois filmes de Pedro Costa: “Ossos” e “As filhas do Fogo”

“Ossos”

Nas ‘’Fontainhas’’, um bairro negro dos subúrbios de Lisboa, um casal de jovens acaba de ter um filho. A criança, com poucos dias de vida, vai sobreviver a várias mortes. Tina, sua jovem mãe, desespera e abre o gás. É salva pelo pai da criança, que a leva consigo, mendigando, dormindo na rua e dando a beber à criança leite oferecido por caridade. Por duas vezes tenta vender o filho, por desespero, por amor, por qualquer coisa. Tina, que não o esquece, junta-se com a malta da rua e vai em busca de vingança. Uma assistente social perde-se no labirinto.

Argumento: Pedro Costa
Realizador: Pedro Costa
Produtor: Paulo Branco – Madragoa Filmes
Actores principais: Maria Lipkina, Vanda Duarte, Isabel Ruth, Inês de Medeiros, Zita Duarte

As Filhas do Fogo

Três irmãs são separadas pela erupção do vulcão do Pico do Fogo em Cabo Verde. Pedro Costa constrói um retrato penetrante dessas mulheres (interpretadas pelas cantoras Elizabeth Pinard, Alice Costa e Karyna Gomes) cujos rostos a erupção ilumina no seu canto pungente: um dia saberemos porque vivemos e porque sofremos.

Realização – Pedro Costa
Imagem – Leonardo Simões
Montagem – Vitor Carvalho
Gravação das vozes e Mistura de Som – Hugo Leitão
Correção de Cor – Gonçalo Ferreira
Assistente – João Guerreiro
Gravação de instrumentos- Pierre Lavoix
Produzido por Marta Mateus
Produção – Clarão Companhia

Armindo Laureano apresenta “Há Dias Assim…” no Mar de Letras

Armindo Laureano apresenta “Há Dias Assim…” no Mar de Letras

O jornalista Armindo Laureano, conhecido pelo seu trabalho na televisão, rádio e imprensa escrita, foi o mais recente convidado do programa Mar de Letras. Neste episódio, Laureano trouxe à discussão o seu mais recente livro, intitulado Há Dias Assim…, uma compilação de editoriais do semanário angolano Novo Jornal. A obra reflete sobre temas atuais, realçando a importância do jornalismo na construção de uma sociedade mais crítica e plural.

Durante os 33 minutos do programa, Laureano discutiu o papel do jornalismo como pilar essencial para a formação de uma consciência social mais informada, especialmente num contexto de diversidade cultural como o angolano. O autor destacou como os editoriais do Novo Jornal procuram questionar e iluminar os temas que afetam diretamente a vida dos cidadãos da República de Angola, sempre com uma visão crítica e independente.

Mar de Letras, um magazine temático da RTP dedicado à literatura lusófona, continua a trazer para o centro do debate a cultura e a história dos países de língua portuguesa, sem perder de vista as suas diferenças e riquezas culturais. Armindo Laureano foi o destaque do episódio 36, em exibição na RTP África e RTP Internacional, com novas transmissões programadas para os dias 12, 13, 14 e 16 de outubro de 2024.

Este encontro entre literatura e jornalismo reforça a relevância dos media na sociedade contemporânea, sublinhando o compromisso de Armindo Laureano com a liberdade de imprensa e a divulgação de ideias que promovem o diálogo e a reflexão.

Próximas emissões:

  • 09 de outubro de 2024, 21:33, RTP África
  • 12 de outubro de 2024, 18:30, RTP Internacional Ásia
  • 13 de outubro de 2024, 06:30, RTP África
  • 13 de outubro de 2024, 16:30, RTP Internacional Ásia
  • 14 de outubro de 2024, 02:45, RTP África
  • 16 de outubro de 2024, 23:00, RTP Internacional Ásia
  • 24 de outubro de 2024, 03:30, RTP Internacional

O jornalista angolano Armindo Laureano durante o lançamento do livro de editoriais em Lisboa

Sessão de autógrafos na Feira do Livro do Porto

Há dias assim..., de Armindo Laureano
Há dias assim…, de Armindo Laureano

PREFACE: Zacarias Kamwenho (Archbishop Emeritus of Lubango)

PREFACE: Zacarias Kamwenho (Archbishop Emeritus of Lubango)


Supporting texts for the presentation in London of the work “Os Bantu na visão de Mafrano

PREFACE: DOM ZACARIAS KAMWENHO

THE WISE MAN AND THE CHEST
“Every teacher of the law who has become a disciple of the kingdom is like the head of a household, who brings out of his storeroom new treasures as well as old.” (cf. Mt 13:52)

I
The family of Maurício Francisco Caetano “Mafrano” has undertaken the noble task of collecting the scattered texts from newspapers and private and public archives of this man who, in my view, was an upright Angolan, a transparent nationalist, a researcher of our culture, and a straightforward writer on cultural anthropology.
This is not a nostalgic exercise, but a necessary contribution to the national cultural fabric that, ultimately, concerns us all, who should collaborate in preserving the values conveyed by the various subcultures of our country.
Personally, I welcomed the initiative, and I thank you for the opportunity to do so publicly, for, as the philosopher Terence said, “whatever is human belongs to me”; in this case, everything written about the Kimbundu genius is part of me, as I am Umbundu.

II
Pope Paul VI — now St. Paul VI — known as “The Pope of Africa,” said in one of his messages to the African continent:

“Many traditions and rites once regarded as strange and primitive are now seen by ethnologists as integral parts of particular social systems that deserve to be studied and respected.”
(Apostolic Letter Africae Terrarum, 1967)

This statement is almost verbatim echoed by the Ad Gentes (AG) Decree of the Second Vatican Council, a decree we eagerly awaited to bring the much-desired breath of fresh air to the process of Evangelisation, as the same Pontiff would say: “An evangelisation that does not touch a people’s culture is a superficial decoration.”
As an elder who worked with “Mafrano,” I express my joy for this first volume and the subsequent ones on “Mafrano’s” profile and his anthropological writings. I also want to say to his family, “Well done!” for this initiative, which will allow us all to experience the joy described in the Gospel of St. Luke when the woman gathers her friends and neighbours to say, “Rejoice with me because I have found the coin I had lost.” (cf. Lk 15:8-9)

III
I will summarise in four points my simple yet profound recognition of Maurício Francisco Caetano:

Maurício and the Second Vatican Council

Pope John XXIII — now St. John XXIII, called “The Good Pope” — announced the convening of the council that would be known as Vatican II (1958–1965).
The Catholic world rejoiced. The objectives of the council were gradually outlined and clarified, as the Constitution Sacrosanctum Concilium (SC) would express in its preamble. While the general public expected the council to shake off the dust that had clung to the institutional church over five centuries (from the Council of Trent to the 20th century), and open windows for fresh air to enter, “the strong wind of the Spirit that sweeps away centuries-old mould,” as John XXIII said, it was indeed the greatest event of the century. Intellectuals were called to collaborate, directly or indirectly, and all the faithful were invited to pray and fast. Maurício Caetano was both a faithful and an intellectual: He prayed and collaborated.
At this time, we were still Portuguese. The Metropolis timidly dictated the paths of preparation. Angola was facing the Colonial War. The political power increased control over the colonies, especially after the independence of Congo-Leopoldville, now the Republic of Congo, on 30 June 1960. Oppress, repress, suppress were the verbs that weighed on intellectuals, believers or not, Catholic or Protestant. However, as St. Paul says, “the word of God is not chained” (2 Tim 2:9).
Some of the Catholic laity of the time rose to the level of their “creed,” particularly in the Capital, where prominent figures like Maurício Caetano, Mendes da Conceição, and António Burity da Silva (senior) became familiar to us, living in the Central Plateau, through the newspaper O Apostolado, or the gatherings organised by the Catholic Church in the Capital or the districts (now provinces).
During this preparation period for the council, its celebration, and its aftermath, the only reliable sources of information came to us through the French-speaking press. Since French was the foreign language taught in Angolan seminaries after Portuguese, this was of great value to Maurício and all of us in following the century’s greatest event: Vatican II. Our proximity to the two Congos helped bridge the gap left by the Metropolis. Congo-Leopoldville already had a strong Catholic University led by Belgian Jesuits, Lovanium.

Maurício, the Conciliator

I will never forget this trait of our “Mafrano” as we evoke his memory.
I arrived in Luanda in 1974 as an auxiliary Bishop. I was 40 years old. A dreamer and timid, confident yet unsure, in large assemblies I sought familiar faces, which I didn’t always find. One of those faces would have been “Mafrano’s,” because in the various provincial meetings, his family, like others such as the Espírito Santo Vieira family or that of Bishop Emílio de Carvalho, welcomed me into their homes and greatly helped me navigate those who questioned the appointment of a bishop from the Central Plateau (Umbundu) to the capital city (Kimbundu).
Maurício Caetano had a special opportunity to demonstrate his conciliatory charisma. It was during my first pastoral visit to Golungo Alto in 1975, before the proclamation of Independence. We met there, providentially, I would say: he in the service of the State in the finance field, I in pastoral ministry. During the customary formal greetings, I felt relieved when I shook his hand, as I did with the others.
After dinner, he came to the parish residence. He brought a timely word and confided in me:
“Tomorrow, at the meeting with the parish’s key figures, don’t be alarmed if someone asks for a ‘point of order’ during the Q&A session. It’s a group of ‘revolutionary youth’ who will ask permission for a parish consultation point, which is a polite way of saying, a public trial of the parish priest. When the young man finishes speaking, I too will request a ‘point of order’ so that you won’t have to respond.”

No sooner said than done. When he spoke, with the authority recognised by the older catechists and the youth who knew him well, “Mafrano” drew upon tradition, the history of the MPLA, without forgetting biblical arguments. He finished with two or three questions that silenced the so-called “revolutionary” group. Relief for the elders who had no courage to contradict the youth and risk being called reactionary, obscurantist, etc.
After the silence that followed this layman’s committed exposition, I had little more to say than to thank everyone for coming to meet the new Pastor and to give them the final blessing.

Maurício, the Christian Scribe

Inspired by Vatican II, “Mafrano” read and implemented the Gaudium et Spes (GS) Constitution, particularly where it says: “More and more men and women of every group and nation are becoming aware that they are the artisans and authors of their own community’s culture.” (Gaudium et Spes, 1965, n. 55).
“Mafrano” answered, “present!” Although he did not leave us a book, what he left scattered in newspapers and archives forms a collection now published in four volumes, of which we are currently presenting the first.
A distinguished student of the Luanda Seminary, where he studied Philosophy and Theology, colleagues and teachers nicknamed him the “library rat.” He once confided in me that for him, the long holidays were a continuation of his formation. “The library continued in listening to the ‘elders’, and they too felt gratified and entrusted me without hesitation with their secrets,” he said.

Maurício, the Artisan of our Culture

In weeks of study or in specific conferences on cultural anthropology, Maurício Caetano had to be present. Father Raul Assua, a Basque priest and author of the book A Cultura Bantu, admired “Mafrano” and enjoyed discussing topics of mutual interest with him.
It was interesting to hear them, especially when the discussion heated up: one would refer to an African author, the other would confirm the phenomenon in question with firsthand experience. In the end, we all benefited.
I witnessed this in 1977. I invited Maurício to lead the study topic at our Diocesan Pastoral Assembly. The theme was: Traditional Marriage and Its Implications in Canonical Marriage.
We received a masterful and interesting presentation that lasted an entire day, and the following morning, we drew conclusions and recommendations to apply throughout the pastoral year.
“Mafrano” proved himself to be a master, a scribe who, as St. Matthew says, took old and new treasures from his chest, illuminating them with the light of the Gospel. Starting from the “Alambamento” (traditional dowry), he guided us through to the “Separation of Spouses” by divorce or death.
He provoked dialogue: accepted criticism like a wise man, clarified the doubts and prejudices of listeners like a teacher and educator. We saw him take notes of opinions different from his own, and the more he admitted his limitations, the more he won everyone’s admiration. We were in the presence of an artisan of our culture.
Father César Viana (from Kibala), a young and dynamic member of the Pastoral Secretariat, delivered a heartfelt and deserved tribute to the speaker in his closing remarks.
“Mafrano,” true to himself, replied with a proverb common to many African subcultures that, when translated, roughly says:

“We, the elders, the scholars, prepare for you, the young, rustic sandals for you to walk toward the land where you will find everything, including shoes; wear these shoes, but never forget the sandals.”

CONCLUSION
I conclude, happily, by bearing witness to someone whose memory I personally wish to be eternal.

— Eternal like the word munthu, mu- (person) + -nthu (being), which once appeared in history and left (and continues to leave) traces, like a river that does not change its name but whose waters flow to the sea (kalunga), giving life from generation to generation;
— Eternal, for these “sandals” that the “Mafrano” family has now gathered. They were forgotten in the corners of our house (Angola), but they still speak of the anthropologist and his time;
— Eternal, for the contribution made to implementing the great lines of Vatican II and other post-conciliar documents like Evangeli Nuntiandi (1975), through articles and conferences.

Well, my friends: in the global city, we know there are winners, losers, and survivors. Like Maurício Caetano, however, we will know how to say: Present! National reconstruction depends on the reconstruction of each one’s identity (the awakening to munthu), in our case within Lusophony.
In the history of the Catholic Church in Angola, there were men who believed in that munthu. On a religious level, I would recall the name of Ernesto Lecomte, a French Spiritan priest, who, in becoming “black with the blacks,” as advised by the founder of his congregation, managed to translate into some of our languages the catechism of St. Pius X, which guided us to the current Catechism of the Catholic Church.
For all this, and keeping in mind the social and anthropological studies emerging throughout Angola, I place on Maurício Caetano’s lips the words with which Pope Francis ends his Apostolic Exhortation, Christus Vivit, addressed to young people and the entire people of God:

“The Church needs your enthusiasm, your intuitions, your faith. We need you. And when you arrive where we have not yet reached, have the patience to wait for us.”
(Post-Synodal Apostolic Exhortation Christus Vivit, 2019, n. 299)

Lubango, 4 March 2020

Volume I
Maurício Francisco Caetano em Londres
Maurício Francisco Caetano in London

Umunthu (1)

Umunthu (1)

EDITOR’S NOTE BY JOÃO RICARDO RODRIGUES

This Editor’s Note was published in the first volume (2022).

According to the Portuguese news agency LUSA, a team has mapped the genetic trail of Bantu populations from their region of origin, at the current border between Nigeria and Cameroon, through their process of expansion across Sub-Saharan Africa and their migration to North America. The article “Dispersals and genetic adaptation of Bantu-speaking populations in Africa and North America,” published by Science Magazine (a scientific journal from the USA) in May 2017, reveals that almost all populations of Sub-Saharan Africa, below the Equator, descend from this ethnic group, which migrated there five thousand years ago.

Interestingly, in studying a population from Angola for the first time, researchers found that this region played an important role in the dispersal of this large group. They confirmed the “late split” model, meaning that migration first moved toward the region that is now the Republic of Angola, where it split into two waves: one that continued south along the west coast to South Africa, and another that first moved east toward the Great Lakes region, and then southward along the east coast, reaching Mozambique and, eventually, also South Africa. The study’s results revealed that Eastern and Southern Bantu populations have more genetic similarity to Angolan populations than they do with each other or with the original population further north. (2)

We recall that at the end of last year (2021), we presented the art exhibition BOBA KANA MUTHU WZELA | Here It Is Forbidden to Speak!, at the National Museum of Ancient Art in Lisbon, where we revealed a Bantu genetic presence in the Portuguese population and strong Angolan roots in the city of Lisbon since the 15th century. Despite the ties that have united them for over five hundred years, Bantu and Portuguese people have not, in our time, created exchanges that could enhance their past or future cultural interactions. Proof of this is the profound lack of knowledge within European societies about these intercultural relations. (3)

It is in this context that we publish and present this year (2022), in Angola and Portugal, the first volume of a collection of four books on our Bantu cultural heritage, organised from short articles by a prominent figure in 20th-century Angolan society, Maurício Francisco Caetano (1916-1982) — known as Mafrano, originally published in the old Catholic Church newspaper, O Apostolado.

We take this opportunity to applaud the desire and perseverance of the author’s family in bringing the memory of a man of Culture like Maurício Francisco Caetano to light in our time, allowing for a deeper understanding of Bantu civilisation.

(1) See foreword by Zacarias Kamwenho in this edition
(2) Portuguese news agency Lusa, 5 May 2017
(3) Catalogue of the exhibition BOBA KANA MUTHU WZELA | Here It Is Forbidden to Speak!, p. 14, Perfil Criativo Edition, Lisbon, 2021, ISBN 978-989-53348-1-0

Maurício Francisco Caetano in London
Maurício Francisco Caetano in London

Novo Livro de António Feijó Júnior Explora o Mercado de Derivados do Petróleo e o Papel dos Biocombustíveis

Novo Livro de António Feijó Júnior Explora o Mercado de Derivados do Petróleo e o Papel dos Biocombustíveis

PRESS RELEASE 03 OUTUBRO 2024

O engenheiro químico e especialista em petróleo, António Feijó Júnior, lança a sua mais recente obra, “Refinação, Armazenagem, Distribuição e Comercialização de Derivados do Petróleo: O Papel dos Biocombustíveis” (Ed. 2024). O livro oferece uma análise abrangente das atividades relacionadas ao downstream da indústria petrolífera, explorando desde a refinação e distribuição de derivados do petróleo até as crescentes oportunidades e desafios dos biocombustíveis na matriz energética global.

Com prefácio do renomado Prof. Doutor Engenheiro António Chivanga Barros, o livro é uma fonte essencial para estudantes, profissionais da indústria, reguladores e decisores políticos. Combina o rigor técnico com acessibilidade, destacando a importância dos produtos refinados no papel vital no quotidiano e na economia global.

A obra está estruturada em 8 capítulos, cobrindo temas como:

— Indústria Petrolífera: Uma visão geral do upstream, midstream e downstream.

— Refinação como Negócio: Análise da lucratividade, desafios ambientais e segurança na refinação de petróleo.

— Precificação dos Combustíveis: Fundamentos e métodos para a definição de preços dos derivados do petróleo.

— Negociações Internacionais: Estratégias de compra e venda de derivados no mercado global.

— Regulação e Fiscalização: A importância da regulamentação no setor e a qualidade dos combustíveis.

— Petroquímica e Biocombustíveis: Considerações sobre a produção petroquímica e a relevância dos biocombustíveis para o futuro energético.

O autor aborda também os desafios ambientais e as oportunidades proporcionadas pelos biocombustíveis, como o etanol e o biodiesel, destacando seus benefícios sociais e económicos. A obra inclui ainda um glossário de termos da indústria, disponível em inglês e português, para facilitar a compreensão de conceitos técnicos.

António Feijó Júnior, com uma carreira de mais de 30 anos no setor, apresenta uma abordagem detalhada e prática, interligando refinação, logística e comercialização de derivados, além de oferecer insights sobre a regulação e a transição para fontes de energia mais sustentáveis.

Lançamento e Disponibilidade

O lançamento oficial será em 2025, em Luanda (data e local a indicar), com a obra disponível nas principais plataformas de venda de livros de África, América do Norte, América do Sul, Ásia, Oceania e Europa. O livro, que será apresentado em Lisboa a 3 de Janeiro de 2025, é uma contribuição essencial para o entendimento do sector petrolífero, com foco no futuro dos biocombustíveis e na sustentabilidade do sector de energia.

Sobre o Autor

António Feijó Júnior é engenheiro químico industrial, mestre e doutor em Gestão Estratégica, com uma vasta experiência no setor petrolífero, incluindo passagens por empresas como Texaco e Sonangol. Atualmente, é Diretor Geral Adjunto do Instituto Regulador dos Derivados do Petróleo em Angola.

Para mais informações, entrevistas e detalhes sobre o lançamento entre em contato pelo e-mail: info@autores.club 

Este livro promete preencher uma lacuna na literatura técnica sobre derivados do petróleo, unindo aspectos técnicos e de negócio, com destaque para a transição energética e o papel dos biocombustíveis.

“La vida es una fuerza oscura”, teatro em Torrelavega (Barcelona)

“La vida es una fuerza oscura”, teatro em Torrelavega (Barcelona)

Espetáculo que mistura o pensamento crítico com o humor, combinando performance e política. Leva os conceitos à ação de forma pública, fazendo o público refletir e rir ao mesmo tempo.

O ponto de partida é o desconforto provocado pelo excesso de luz nos dias de hoje (restaurantes, lojas, supermercados, escritórios, hospitais, bibliotecas, casas, ruas…). A partir daqui, o espetáculo aborda o mundo em que vivemos, onde a realidade se confunde plenamente com o capitalismo.

O espetáculo é concebido como um ritual, uma maneira de tentar abandonar este mundo, para deixar de ser o que a realidade nos obriga a ser.

Dirigida por Piero Steiner, a peça é inspirada nos textos de Xalvador Petit, especialmente no seu livro Filhos da Noite. Foi estreada em Barcelona.

X e Z são filhos da noite. Cansados do desconforto que a luz artificial lhes provoca, decidem passar à ação. Transformam-se em sombras, atravessando os limites para viver num mundo onde possam ver as estrelas.

Não Sócios: 12 € / Sócios: 10 €. Proibido a menores de 13 anos. La Libre (Santander) / DLibros (Torrelavega) / Bilheteira Associação Cultural Outubro

Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra apresenta livro “Autores e Escritores de Angola 1642-2022”

Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra apresenta livro “Autores e Escritores de Angola 1642-2022”

A Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra realizará a apresentação do livro Autores e Escritores de Angola 1642-2022 (Edição 2024) no Anfiteatro IV. O evento contará com a presença dos autores Sedrick de Carvalho e Tomás Lima Coelho, além do editor João Ricardo Rodrigues. Esta obra, uma colaboração entre a editora Perfil Criativo, de Portugal, e a Elivulu, de Angola, revela mais de três séculos da rica tradição literária angolana.

Convite

A Elivulu Editora e a Perfil Criativo, os autores Sedrick de Carvalho e Tomás Lima Coelho e o editor João Ricardo Rodrigues convidam V/ Exa para a apresentação da terceira edição actualizada da obra «Autores e Escritores de Angola 1642 – 2022» (Ed. 2024), a ter lugar no dia 15 de Outubro de 2024, às 11H, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

Local: Anfiteatro IV da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra | Largo da Porta Férrea, 3004-530 Coimbra.

Mafrano reveals Angola’s ancestral culture in London

Mafrano reveals Angola’s ancestral culture in London

The family of Mauricio Francisco Caetano and the editor of Perfil Criativo – AUTORES.club are delighted to invite you for the presentation of the collection «The Bantu in Mafrano’s vision – Almost memories» which will take place on Saturday, 9th November 2024 at Birkbeck University of London, at 3:00 pm.

Location: BIRKBECK UNIVERSITY OF LONDON, Malet Street, Bloomsbury, WC1E 7HY.

Date: 9th November 2024

Arrival: 2:30 pm

Start: 3:00 pm

The Portuguese collection «Os Bantu na visão de Mafrano – Quase memórias» (The Bantu in Mafrano’s vision – Almost Memories), a posthumous cultural anthropological trilogy, with more than 700 pages, will be presented on Saturday, 09th November 2024, at the Birkbeck University of London, Malet Street, Bloomsbury, WC1E 7HY, from 14:30-18:00.

Prepared since February 2024, this cultural event aims at gathering a significant audience, including representatives of the Community of Portuguese Speaking Countries (CPLP), African culture experts, academics, Linguists, literary agents, cultural institutions, and media players interested in African culture.

 «Os Bantu na visão de Mafrano – Quase Memórias» is centered on the life, culture, and pre-history of the Bantu people of this southern African country, compiled from newspapers and magazines published from 1947 to 1982.

The city of London was elected to hold this event because of its well-known historical and cultural relevance and to also explore possibilities of a potential translation of this anthropological trilogy into English. The family of the late Mauricio Caetano “Mafrano” believe that the English version will allow a wider dissemination in the United Kingdom, as well as in other countries, that could access this historical and cultural publication.

In Africa, Bantu people spread across 24 countries and approximately 200 ethnic groups, including South Africa, Angola, Botswana, Burundi, Cameroon, the Congos (DRC and Brazzaville), Gabon, Lesotho, Mozambique, Kenya, Rwanda, Tanzania, Zambia and Zimbabwe,

The first volume of this collection was launched in April 2022 in Lubango City, Huila Province, Angola, by Dom Zacarias Kamwenho, the Emeritus Catholic Archbishop of Lubango and winner of the «Sakharov Prize 2001,» who wrote the preface. One month later, the book was also launched in the capital, Luanda.

This collection includes themes like the use of “ngolokele” (the telegraph) among the Bantu peoples since ancient times; ancestral writing; professional training; marriage rituals; political tradition; Bantu place names and their legend; the Bantu philosophy on death and the origin of man; reports from Cabinda; dietary habits and beliefs, and other topics on anthropology, archaeology, and Customary Law based on traditional structures.

 Born in the city of Dondo, Province of Cuanza-Norte, in Angola, Mauricio Caetano, “Mafrano”, was educated since his childhood by an African Canon José Pereira da Costa Frotta, from São Tomé and Principe, who admitted him in a catholic school, after discovering he was an orphan boy of only five years.

Along 36 years of vast literary production and research activities, “Mafrano” wrote about the bantu civilization, including similar contact points with the classical Greco-Roman mythologies. He also built comparative dialogues, shared experiences, and scientific views to enable readers to travel in a comparative regard through various countries, such as Germany, China, the United States of America, France, Italy, Portugal, and the United Kingdom. The American anthropologist Franz Boas (1858-1942) and the spanish Raul Ruiz de Asua Altuna (?-2004) are two of the experts quoted by Mafrano in his studies and research.

Before the independence of Angola, on 11th November 1975, Maurício Caetano worked as a teacher and a tax officer, starting a long professional career in General Finance and Accounting Services until being appointed National Director at the Ministry of Finance. “Mafrano”, as he was mostly known, was also one of the founding members of the Union of Angolan Writers (UEA). He was also a teacher of Portuguese and Philosophy in prestigious educational institutions, such as the «Liceu Ngola Kiluanji,» the «Makarenko Institute,» the «PIO XII Institute,» and the Institute of Religious Sciences of Angola (ICRA).

According to historical writings, the author initiated his literary activity in 1947 at the Independent Newspaper «Angola Norte,» published in the Northern Province of Malanje. Mafrano. He also published his studies and reflections in «Revista ANGOLA», a magazine from the African National League in Angola, and in other national newspapers such as «O FAROLIM,» «O APOSTOLADO», «O ANGOLENSE», «TRIBUNA dos Musseques» among others. He worked closely with the first President of Angola, António Agostinho Neto, the Cardinal Dom Alexandre do Nascimento, and siblings, Mário and Joaquim Pinto de Andrade, who were leading figures of Angolan nationalism.

Dom Zacarias Kamwenho, Emeritus Archbishop of Lubango and Sakharov prize winner, prefaced this collection in 2001. As of today, the «Os Bantu na visão de Mafrano» has been presented in Mozambique, São Tomé and Príncipe, Cape Verde, Portugal, and by video conferences at the universities of Curitiba and Rio de Janeiro, in Brazil.

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