Ah, a Rua dos Pombeiros em Luanda, hoje conhecida como Cristiano dos Santos, traz-me tantas lembranças da nossa banda! Cada esquina, cada casa, cada som ressoava a vivacidade de tempos que deixaram saudades. A gente encontrava-se por ali, conversava, brincava… Era mais que uma rua; era um pedaço da nossa história, da nossa vida.
No próximo Domingo, 25 de Agosto de 2024, o grande destaque na Feira do Livro do Porto vai para a apresentação do livro dos editoriais do semanário “Novo Jornal“, “Há dias assim..” (Ed. 2024), de Armindo Laureano (17H30 no Lago dos Cavalinhos), e do livro “Autores e Escritores de Angola 1642-2022” (Ed. 2024), de Sedrick de Carvalho e Tomás Lima Coelho (18H30 no Lago dos Cavalinhos), alargada a uma grande sessão de autógrafos no Pavilhão 80 com todos os nossos autores presentes na Feira do Livro do Porto. Com apoio na divulgação da Porto’s África.
25 de Agosto um dia especial na Feira do Livro do Porto
11H30 — LAGO DOS CAVALINHOS
JOANA RAQUEL – “QUEDA ÁSCUA” + OFICINA “DESENHAR AO SOM”, COM CARLO GIOVANNI
CURADORIA: Porta-Jazz
Por Joana Raquel (voz), Joaquim Festas (guitarras), Teresa Costa (flauta), Rafael Santos (clarinete e guitarra), João Fragoso (contrabaixo)
Queda áscua é um projeto de Joana Raquel, cantora, compositora e improvisadora. Procurando um som acústico, este repertório acolhe a espontaneidade e assenta no conceito de canção.
15H00 — LAGO DOS CAVALINHOS
“A URGÊNCIA DA CIDADE – O PORTO E 100 ANOS DE FERNANDO TÁVORA”
Com Jorge Sobrado, Manuel Luís Real e João Rapagão
Na data do aniversário do arquiteto Fernando Távora, assinalamos o encerramento das iniciativas do Museu e das Bibliotecas do Porto nas comemorações do centenário do seu nascimento com o lançamento do livro «A Urgência da Cidade — O Porto e 100 Anos de Fernando Távora». Nesta edição desenvolvemos um olhar sobre o mestre e fundador da chamada Escola do Porto, a sua formação e a relação biográfica e profissional que estabelece com a cidade, colocando em evidência alguns dos projetos mais relevantes do seu pensamento e intervenção. A Antiga Casa da Câmara, local onde decorreu a exposição homónima, serve de mote iconográfico inicial para uma edição que toca a vida e obra deste arquiteto convocando familiares, colegas e discípulos, contando ainda com um conjunto de testemunhos inéditos de Álvaro Siza Vieira, António Menéres, Eduardo Souto de Moura e José Bernardo Távora.
15H00 — TERREIRO – JARDINS DO PALÁCIO DE CRISTAL
TRANSPARENTE – ENCONTROS COM OFICINA COMO NASCEM OS LIVROS?
Para crianças maiores de 6 anos
Entrada gratuita sujeita à lotação do espaço
Com Mariana Rio
Transparente marca a primeira incursão de Mariana Rio na escrita, apresentando-se como autora-ilustradora desta narrativa marcada por um encontro inesperado entre um homem, que vive completamente absorvido pela sua imaginação e pelos seus estudos, e um ser que, à partida, lhe parece tão diferente. Esta ligação, que o desconcerta, também o faz iniciar um caminho de autoconhecimento que o leva a uma descoberta ainda maior. Neste encontro com oficina faremos uma incursão por mundos a explorar e seremos, enfim, transparentes.
16H00 — AUDITÓRIO DA BIBLIOTECA MUNICIPAL ALMEIDA GARRETT
A SUPREMA FESTA DA LÍNGUA: EUGÉNIO DE ANDRADE E A POESIA COMO TRADIÇÃO/TRADUÇÃO
MODERAÇÃO: Luís Miguel Queirós
LEITURAS: Sofia Bodas de Carvalho
Com Daniel Jonas, Margarida Vale de Gato, Tatiana Faia, Vasco Gato
Cultor da «música magnífica» que desde os Cancioneiros molda a lírica portuguesa, Eugénio de Andrade expressou abundantemente a consciência de escrever numa língua urdida por Pero Meogo, Camões, Cesário, Pessanha, Pascoaes ou Pessoa. Dessa relação com os seus mestres, mas alimentando também afinidades com poetas de outras latitudes, chegando a traduzi-los para português, fez Eugénio parte importante do seu ofício.
Nesta conversa procuramos refletir sobre o gesto “genealógico” de Eugénio de Andrade e inquirir sobre as linhagens ou constelações de poetas contemporâneos que, sintomaticamente, são também tradutores de poesia
17H00 — AVENIDA DAS TÍLIAS
OS GATOS VAGUEIAM PELOS POEMAS DE EUGÉNIO DE ANDRADE
ESPETÁCULO DEAMBULANTE
Para todos
Entrada gratuita sujeita à lotação do espaço
Com Teatro E Marionetas De Mandrágora
“A beleza vira-nos a alma do avesso e vai-se embora”.
Gatos. Como Eugénio de Andrade, tantos poetas olharam e contemplaram os gatos. Quantos de nós não se espantam por essas tão delicadas criaturas com os seus movimentos ágeis, que nos aparecem vindos de todos os lados nas suas altivas sete vidas?
O Teatro e Marionetas de Mandrágora decidiu tornar gigante esse felino que nos seduz. Assim, quatro gatos gigantes povoam as ruas, como se quisessem encantar quem passa com a sua beleza, o seu olhar, a sua subtileza, que tão ardilosamente nos sabe seduzir no seu miar, no seu ronronar
19H00 — CONCHA ACÚSTICA
MANUEL DE OLIVEIRA — CICLO “É A MÚSICA, ESTE ROMPER DO ESCURO”
CURADORIA: Tiago Andrade + Bruno Rocha
A música é assim: pergunta,
insiste na demorada interrogação
– sobre o amor?, o mundo?, a vida?
(…)
“É assim, a música”, in Os Lugares do Lume.
Sabemos, porque ele o escreveu, que para Eugénio de Andrade poesia e música nascem juntas, prolongadas no mesmo mistério. Foi sempre, para o poeta, «como se ambas jorrassem da mesma fonte», delas fazendo também parte o silêncio, o «espesso, turvo silêncio das criaturas».
Desde a melodia do harmónio, que acariciava o seu corpo de rapaz nos Verões da aldeia, à preferência adulta por Bach, Mozart e Schubert, passando pela «música magnífica» dos poemas que amava, foi sempre sonoro o fio que guiou Eugénio na busca pela beleza, e a nós com ele.
21H00 — AUDITÓRIO DA BIBLIOTECA MUNICIPAL ALMEIDA GARRETT
CINEMA: PASOLINI
De Abel Ferrara
Com Willem Dafoe, Riccardo Scamarcio, Maria de Medeiros, Ninetto Davoli
Este biopic de Pasolini por Ferrara, onde Willem Dafoe tem uma interpretação melancólica e intensa (e tão próxima do poeta e realizador, que chega a vestir a sua roupa, utiliza os seus objetos, a máquina de escrever, os livros, as cartas que nunca tinham sido mostradas), atenta sobretudo aos factos, à sua relação com a mãe e a irmã, com as pessoas com quem trabalhou, os engates, a escrita e o cinema, a sua morte brutal.
Durante a apresentação da obra de Maurício Francisco Caetano, Os Bantu na visão de Mafrano — Quase Memórias, no Café Santa Cruz, em Coimbra, o público foi convidado a fazer perguntas, uma prática comum da editora. Para surpresa de todos, um dos nossos amigos, ao abrir o primeiro volume nas páginas 208 e 209, onde está publicada uma fotografia de página dupla da época de estudante de Mafrano (1916-1982), lançou a seguinte questão: “Será que, nos anos 30, esta fotografia poderia ter sido tirada nos Estados Unidos, na República da África do Sul ou no Sudoeste Africano?”
Quarta-feira, dia 14 de Agosto, no Café Santa Cruz, em Coimbra a colectânea «Os Bantu na visão de Mafrano», antropologia cultural, uniu-se ao «Fado», num adeus a Portugal, dizendo claramente que a CULTURA é o melhor laço de união entre povos. As novas e actuais gerações têm nestas imagens o desafio, e também um exemplo, de como podem continuar a consolidar estes laços que nos unem, com a vantagem de sermos povos que já partilham a mesma Língua: – o Português.
Homenagem a Mafrano
Depois de Lisboa e Porto, Coimbra encerrou com “chave de ouro” a apresentação dos dois primeiros volumes da obra de Maurício Francisco Caetano (Mafrano) em Portugal.
Na mesa de honra esteve o Dr. Bento Monteiro da Casa de Angola em Coimbra, responsável pela organização do evento, a família de Mafrano, a neta Luisíndia Caetano e o filho José Caetano (Tazuary Nkeita), e o editor da Perfil Criativo. Este encontro em Coimbra contou com a participação especial do poeta angolano João Fernando André e do músico angolano Jorge Rosa.
Com esta iniciativa o Café Santa Cruz abraçou um momento inédito e muito bonito de afirmação dos valores culturais da República de Angola em Portugal.
Jorge Rosa no fecho do encontro de homenagem a Maurício Francisco Caetano (Mafrano) em Coimbra
Passou quase uma década desde que na tarde da sexta-feira de 30 de Outubro de 2015, na desaparecida livraria Bulhosa de Entrecampos (Lisboa), em conjunto com a editora Vivências Press, concretizámos, com muito sucesso, o lançamento do nosso primeiro livro “Essências e Vivências” (Ed. 2015), do jornalista Armindo Laureano.
Esta foi uma edição comemorativa do 40º aniversário da República de Angola, depois de o autor ter recebido o Prémio Maboque de Jornalismo em 2014, na categoria de Entrevista. Nessa altura, escrevi na Nota do Editor: “Este é o nosso contributo para conhecermos uma outra face do país irmão, mas também para sentir aquilo que nos une, redescobrindo nas palavras de lá, a nossa própria identidade.”
Foi um primeiro passo com o Laureano que me levou a palmilhar Portugal de Norte a Sul, e a capital de Angola, com o objectivo de promover a(s) cultura(s) dos dois países, em grandes encontros de apresentação de novos autores e de muitas obras inéditas.
Na memória colectiva ficou registado o inesquecível lançamento do livro “Autores e Escritores de Angola (1642-2015)”, de Tomás Lima Coelho, (Ed. 2016), que encheu a União dos Escritores Angolanos. Partimos os dois para Luanda numa altura em que este livro estava envolvido numa artificial polémica racialista e política, alimentada pelos mais radicais do partido-estado.
Recordo outro grande encontro, na Casa da Imprensa (Lisboa), onde lançámos o livro “Comunicação, o Espelho de um País” (Ed. 2017), de Wylsony dos Santos. Estávamos nas vésperas da chegada ao poder de um novo inquilino, e este surpreendente livro era uma reflexão pluralista e actual sobre os limites profissionais dos diferentes sectores da Comunicação Social.
Entretanto, o Armindo Laureano assumiu a direcção do semanário “Novo Jornal”, revelando verticalidade, cultura, qualidade e principalmente uma assunção dos princípios do jornalismo livre, tornando este semanário num exemplo maior de liberdade de expressão.
Para melhor compreender esta caminhada, apresentamos o segundo volume da Colecção Novo Jornal, que integra um conjunto alargado dos últimos editoriais.
Como diz o director “Entre nós há sempre histórias para contar…”
9/8/2024 — A Casa Comum da Universidade do Porto acolheu a apresentação da edição atualizada da obra Autores e Escritores de Angola 1642-2022, de Sedrick de Carvalho e Tomás Lima Coelho, uma publicação da Perfil Criativo, em Portugal, e da editora Elivulu, em Angola.
Perante uma audiência que lotou completamente o auditório da Casa Comum na Reitoria da Universidade do Porto, Sedrick de Carvalho sublinhou que este trabalho inédito não deveria cair no esquecimento. Por isso, decidiu dar um passo em frente e tornar-se também autor, com o objetivo de manter viva esta obra na sua versão atualizada. Cinco anos após a última edição, a mais recente, de 2024, está agora disponível ao público, numa versão ampliada, e o trabalho de registo continua permanentemente.
Sedrick de Carvalho destacou ainda que as instituições públicas e privadas não devem ser meras espectadoras deste projeto inédito no espaço da CPLP. Os centros de investigação devem tornar-se parceiros desta iniciativa, onde a partilha de conhecimento é a metodologia de trabalho.
O grande desafio, segundo o editor da Elivulu e coautor da obra, é o financiamento. Produzir livros é caro, e é fundamental angariar apoios que permitam reduzir o preço de venda ao público.
Quem merece fazer parte desta obra?
Sedrick de Carvalho esclareceu que a inclusão de autores na obra não é uma questão de discussão pessoal. O critério definido por Tomás Lima Coelho é claro: nascer em Angola e publicar um livro em formato físico. Avaliar a qualidade do que foi publicado também não é uma discussão para nós. Nesta edição, foram integrados 10 autores que, apesar de não terem nascido em Angola, possuem uma obra que é uma grande referência para o país, como é o caso de Castro Soromenho.
Sobre este tema, o poeta angolano João Fernando André, crítico literário e membro da União de Escritores Angolanos, presente na mesa de honra, confirmou que esta publicação é única entre os países de língua portuguesa e que os críticos literários devem avaliar as obras incluídas.
João Fernando André afirmou ainda que a relevância da obra é mais importante do que a naturalidade dos autores, citando os exemplos de Luandino Vieira e Rui Duarte de Carvalho, que muito contribuíram para a memória coletiva de Angola.
Ao concluir, João Fernando André lembrou que publicar um livro não é suficiente para se ser considerado escritor; todos são autores, mas apenas alguns alcançam a categoria de escritores.
Este importante evento na cidade do Porto contou com o apoio da Universidade do Porto, da Porto’s África, e teve a presença de representantes oficiais da República de Angola em Portugal.
Considero o candongueiro o meio de transporte mais democrático do mundo. Nele não há níveis ou classes. Todos viajam ao lado uns dos outros. É democrático porque o professor, o médico, o trabalhador da construção civil, o advogado, a empregada de limpeza, o estudante, o artista, o político, o administrativo e o desempregado estão todos ao mesmo nível e passam todos pela condição única de passageiro. Estão todos juntos e misturados. Todos numa viagem com destinos e propósitos diferentes. Uma viagem livre, mas nem sempre leve e solta. Com alguns apertos e solavancos, mas sempre democrática.
Está de parabéns a família de Mafrano! O enorme esforço empreendido na divulgação internacional da obra de Maurício Francisco Caetano e dos valores culturais africanos começa a marcar a agenda nas cidades europeias.
A Embaixada da República de Angola na República Federal da Alemanha vai realizar uma grande homenagem a Maurício Francisco Caetano (Mafrano) e apresentar os dois primeiros volumes de “Os Bantu na visão de Mafrano — Quase Memórias“, no dia 16 de Agosto de 2024, às 17h00.
Embaixada da Republica de Angola — Werderscher Markt 10, 10117 Berlim.
Escola Nzinga Mbandi, em Luanda, ai que saudades! Esse nome evoca memórias de dias ensolarados e risos compartilhados. Era mais do que uma escola; era um espaço de aprendizado e de amizades que ficaram para sempre gravadas em nossos corações. Cada canto, cada corredor, traz lembranças de momentos inesquecíveis e lições que nos acompanharão por toda a vida. Saudades imensas dessa época dourada!
Viaje no tempo e no Sambizanga (Luanda) através da voz e da imagem de Chiquinho Pantera. Embarque em uma jornada única pelas ruas e sons deste icónico bairro angolano, guiado pelo carisma e talento de Chiquinho Pantera. Sua voz potente e suas imagens cativantes trazem à vida as histórias, figuras e a vibrante cultura do Sambizanga, conectando o passado ao presente de forma mágica e inesquecível.
Leituras sobre a memória do Sambizanga
“Numa altura em que faltava tudo e mais alguma coisa; em que até nos centros urbanos só se ouviam o silvo das balas e o ribombar dos canhões, com o pretexto de saudar a proclamação da Independência, um jovem que atendia pela alcunha de “Vadiago” decidiu quebrar a monotonia e organizar uma prova de futebol envolvendo várias equipas do Bairro Sambizanga e arredores”.
Revista “O Progresso” – Edição de Novembro/Dezembro 2008
“Falar do Juba é falar da alegria do futebol que agitava os musseques de Luanda nos idos anos de 1960 e 70 aquando da realização do Torneio Popular Cuca. Este torneio movimentava a par da equipa do Juba outras grandes equipas como as do Escola do Zangado, Bangú FC, Onze Perdidos da Bola, GD do Cazenga, Naturais FC e Benfica do Calumbunze para citar apenas estas.
Vale lembrar que em todas as equipas do futebol suburbano, se destacavam excelentes futebolistas como Jacinto João (JJ) dos Onze Perdidos da Bola, Joaquim Dinis do Escola do Zangado, Karicungú do Santos de Calomboloca, Ginguma e Augusto Pedro ambos do Juba.
O Juba arrastava multidões e sempre que se deslocava para outros campos fora do Sambizanga, movimentava a sua claque que nunca a deixou desamparada.”
Autor: Francisco Van Dúnem “Vadiago” Editora: Perfil Criativo – Edições Ano de publicação 1ª edição: Maio de 2023 Edição de Portugal – ISBN: 978-989-35076-0-5
“Em quase todos os países do mundo, assim como no nosso país, o futebol é a modalidade desportiva que goza de maior popularidade e aceitação.
É também conhecido como o “ópio do povo” e paixão das multidões. É uma indústria de dimensão global que envolve somas fabulosas.
É também ciência, um desporto apaixonante que requer arte e engenho e envolve nessa paixão os pobres e os ricos que quer no campo ou nas telas da televisão, expressam o seu clubismo ou simpatia. É escola onde os jovens e adultos acabam por estabelecer relações sociais, que contribuem para o seu desenvolvimento físico e intelectual na base do respeito mútuo e do “fair play”. O futebol é bandeira política para muitos estados e governos. E como disse Nelson Mandela: “O futebol tem o poder de mudar o mundo”.”
Autor: Domingos Inguila João e Francisco Van Dúnem “Vadiago” Editora: Perfil Criativo – Edições Ano de publicação 1ª edição: Maio de 2023 Edição de Portugal – ISBN: 978-989-53574-9-9