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Namibe: Quem ajuda a controlar, tanta ansiedade!

Namibe: Quem ajuda a controlar, tanta ansiedade!

Depois de uma viagem exuberante com passagens, e pequenas paragens, em Porto Amboim, Sumbe, Lobito, Bela Vista (aqui com ameaças de chuva ao pôr do Sol), Catumbela, Benguela, Quilengues e Lubango, chegou na manhã de Domingo ao Namibe o volume II da colectânea “Os Bantu na visão de Mafrano”, uma extraordinária obra de antropologia cultural, do escritor e etnólogo angolano, Maurício Francisco Caetano (1916-1982).

A obra, com um total de 246 páginas de conhecimentos inéditos sobre a vida e a cultura bantu foi apresentada nesta segunda-feira, 8 de Janeiro de 2024, na Esplanada do Gabinete Provincial da Cultura do Namibe. A cerimónia fez parte das festividades do Dia Nacional da Cultura e foi aberta ao público do Sul de Angola.

A cerimónia foi prestigiada com a presença do Vice-Governador do Namibe para a Área Social, Abel Kapitango, em representação do Governador da Província, e que esteve ladeado pelo diretor Provincial da Cultura, Turismo e Ambiente, Eng.º Pedro Hangula, e outros altos responsáveis da Província da “Welwitchia Mirabilis”, a ntumbo, na língua local.

Tal como aconteceu em Luanda, em Maio de 2022; repetiu-se em Julho de 2023; e, agora, também ocorreu no Namibe, em Janeiro de 2024!

Um dos leitores convidados para o lançamento do volume II de “Os Bantu na visão de Mafrano” correu na terça-feira, 2 de Janeiro de 2024, para o local da cerimónia, na ânsia de ser o primeiro a assistir ao lançamento desta obra histórica!

No local, a resposta foi inevitável: “Não, é só no dia oito”, de Janeiro!

Sobre Mafrano ficou no ar a pergunta: Alguém ajuda a controlar tanta ansiedade?

Centro Nacional de Cultura classifica obra de Luís Gaivão um dos melhores livros de 2023

Centro Nacional de Cultura classifica obra de Luís Gaivão um dos melhores livros de 2023

O Centro Nacional de Cultura de Portugal classificou o livro “Angola e o Atlântico | Colonialismo, Colonialidade e Epistemologia Descolonial” (Ed. 2023), de Luís Gaivão, um dos melhores livros de 2023.

Este livro esteve cerca de três anos em preparação na editora antes de ser publicado em Setembro de 2023.

Luis Gaivão nasceu em Luanda, é escritor, investigador, agente cultural e humorista.

É licenciado em Filosofia e Humanidades, mestre em Lusofonia e Relações Internacionais e doutorado em Sociologia. Foi professor de Língua Portuguesa e História de Portugal e assessor pedagógico no gabinete do ministro da Educação. Foi adido cultural nas embaixadas de Portugal em Luanda, Luxemburgo e Bruxelas.

Angola e o Atlântico | Colonialismo, Colonialidade e Epistemologia Descolonial

Na segunda metade do século XX e neste século, muitos outros pensadores sul-americanos e africanos vêm estudando o fenómeno diverso dos colonialismos no Sul e vêm conseguindo reatar os laços possíveis com as epistemologias e saberes ancestrais, onde o pensamento eurocêntrico não penetrou por completo.
O intuito deste livro é refletir sobre estes colonialismos no Sul, através de pensadores do Sul, cujas realidades são bem distintas dos colonialismos do Norte e ao pensar sobre o passado dos colonialismos ibéricos conhecer o que eles transformaram na História do Atlântico, particularmente, aqui, na de Angola.
No fundo, trata-se de colocar Angola e a sua História diante de si própria, e ajudar a descobrir a união entre o que passou e o que se vai passar, preenchendo com novos padrões societais (ecologia de saberes) os espaços vazios que a permanência colonial provocou, mas aproveitando dela a entrada na modernidade. Não a eurocêntrica, mas humana e natural, do Sul, do Atlântico e de Angola.

Já estamos em 2024

Já estamos em 2024

A equipa da Perfil Criativo deseja a todos os nossos Amigos, Leitores e Autores um excelente Ano Novo, com muita Saúde e Sucesso.

Nestes primeiros dias de Janeiro entram em produção tipográfica duas segundas edições, actualizadas, que entretanto tinham esgotado:

Como Reforçar a Imunidade?

“(…) Para responder de forma esclarecedora e enriquecedora, a muitos dos leitores, parece-me importante publicar um conjunto de informações e soluções não só para consolidar a nossa imunidade mediante a nutrição e/ou a suplementação, mas também para entrever a forma como a nutrição intervém como meio de regulação e modulação de reacções inflamatórias, as quais são um factor presente em todas as patologias, desde a simples constipação até ao espectro do cancro. (…)”


Patas Arriba

Gemma Almagro a Izaskun Barbarie apresentam-se em palco com a guerrilla poético-musical “Patas Arriba“, que ganhou, em 2022, corpo em formato de livro com os poemas da Gemma Almagro.

A primeira edição, desta obra rara, esgotou com os espectáculo em Barcelona. A segunda edição entrou em impressão com uma versão actualizada.

Para a autora “Patas Arriba” é um espetáculo irreverente que combina as composições para piano de Izaskun Barbarie com a rapsódia de Gemma Almagro, para falar, cantar e improvisar sobre os dons dos seres humanos, a poesia doméstica, o feminismo, o erotismo, a vida… numa intervenção em formato de guerrilha poético-musical sem filtros nem moralismos que se atira directamente no âmago e na expectativa crítica mas obedecendo sempre à cumplicidade com o público.

Quem assistiu a esta performance artística ficou muito bem impressionado. Segundo o editor da Perfil Criativo “É um espectáculo a não perder que gostávamos de trazer a Lisboa nas comemorações do meio século do 25 de Abril de 74. Vamos ver se é possível!”

Lo que nos pasa es el tiempo,
el tiempo que nos ha tocado,
hermanas queridas.
Nos pasa que es tiempo de prisas
y de mostrarse
y de no saber qué somos
pero tener que aparentar.
Nos tocó un tiempo moderno,
dicen,
pero llevamos tatuados los mandatos
de un pasado hostil,
de mujeres reventadas de injusticias
que se vieron con la enorme responsabilidad
de educarnos.
A nosotras, sus crías.
A nosotras que nacimos con las venas empapadas
ya de sudor
de tanta fuerza que vinimos a hacer,
de tanto que hemos venido a luchar,
de tanto carro por empujar.
Nosotras vamos a vivir esta fiesta de disfraces
quitándonos las máscaras por vez primera.
Honraremos a nuestras preciosas madres
rompiendo a machetazos estas pesadas cadenas
y las de nuestres hijes.
Y pondremos patas arriba 
un tiempo que no nos toca.

Por aqui arranca o nosso 2024.

2024: Cultura no dia da Cultura em Angola

2024: Cultura no dia da Cultura em Angola

Arrancamos o ano novo de 2024 conscientes da importância do trabalho realizado e do que queremos executar na promoção dos valores culturais, científicos e artísticos. Mantendo um posicionamento independente, humanista, descomplexado e aberto às novas ideias, queremos continuar a disponibilizar aos nossos leitores e amigos, um leque alargado de autores e surpreendentes livros.

Na agenda fica marcado o primeiro grande encontro de 2024, no Namibe (Angola). A não perder!

Agradecemos ao Governo Provincial do Namibe (Angola) a disponibilidade para acolher esta nossa obra no dia da Cultura e relembramos os nossos leitores que comprar um livro é também apoiar um autor.

Namibe acolhe volume II da colectânea sobre antropologia cultural Bantu

Namibe, 30 de Dezembro de 2023 – A cidade do Namibe acolhe a 8 de Janeiro, Dia Nacional da Cultura (Angola), o volume II da colectânea póstuma «Os Bantu na visão de Mafrano», antropologia cultural, do escritor e etnólogo Maurício Francisco Caetano, no quadro das celebrações do Dia Nacional da Cultura. A cerimónia terá lugar na Esplanada do Gabinete Provincial da Cultura, Cultura, Turismo e Ambiente, com inicio previsto para as 9:00.
O volume I desta obra havia sido lançado no mesmo local, no primeiro dia de Outubro de 2022 depois de apresentadas pela primeira vez nos meses de Abril e Maio, desse mesmo ano, nas cidades do Lubango e de Luanda, respectivamente.
A colectânea de Maurício Francisco Caetano, “Mafrano”, (1916-1982), contém registos inéditos sobre a ancestralidade, hábitos e costumes da cultura bantu, incluindo a pré-história, organização social, a estrutura política bantu, lendas e fábulas sobre a origem da vida humana e animal, e a morte; iniciações relativas aos casamentos, à religião e outros temas de interesse antropológico.
Formado na escola da Missão Católica da cidade do Dondo, sua terra natal, e no Seminário Maior de Luanda, o “Mafrano” trabalhou sucessivamente como professor, aspirante administrativo, oficial de impostos, secretário da Fazenda e director Nacional de Finanças em Angola, entre 1944 e 1982, o ano da sua morte.
O autor foi membro fundador da União dos Escritores Angolanos (UEA), colaborador de proeminentes jornais e revistas da sua época, como o Jornal «O Apostolado» e a «Revista Angola», da Liga Nacional Africana, além de professor de Língua Portuguesa e de Filosofia em prestigiados estabelecimentos de ensino, nomeadamente no Colégio 28 de Maio, Liceu Ngola Kiluanji, o Instituto PIO XII, o ICRA – Instituto de Ciências Religiosas de Angola e no Instituto Comercial de Luanda.
A obra de Maurício Francisco Caetano, “Mafrano”, tem estado a ganhar notoriedade e foi já recomendada como referência académica. A seu favor, está o facto de ter realizado pesquisas originais cujos temas eram, até então, abordados apenas por estudiosos ocidentais, como Franz Boas, León Frobenius, Carlos Estermann e outros. Maurício Francisco Caetano destacou-se com artigos dispersos na imprensa angolana, o mais antigo dos quais tem como titulo «O Perfil Etnográfico do Negro Jinga», com data 23 de Agosto de 1947. O seu vasto espólio literário, agora compilado nesta colectânea póstuma em três volumes e mais de 700 páginas, inclui epígrafes como “Crónicas ligeiras”, “Notas a lápis”, “Episódios Vividos”, “Tertúlias”, contos tradicionais e outros textos.
Além de Luanda, Lubango e Namibe, a colectânea «Os Bantu na visão de Mafrano» foi igualmente apresentada até esta data nas cidades de Ndalatando e Cabinda (em Angola), assim como em Moçambique, São Tomé e Príncipe, Cabo-Verde, Portugal e no Brasil, nestes dois últimos países em exposições literárias e por vídeo-conferências, realizadas com universidades do Rio de Janeiro e de Curitiba.
Segundo a mais recente opinião do antropólogo Kabengele Munanga, professor emérito da Universidade de São Paulo (USP), Brasil, esta colectânea e as outras obras a serem publicadas sobre Mafrano «são livros que podem ser utilizados por antropólogos angolanos e africanos, em salas de aulas, para explicar essas culturas ancestrais de origem bantu que hoje já não existem».
Também além fronteiras, o Padre José Álvaro Borja, reitor do Seminário da cidade da Praia, em Cabo-Verde, considerou que obra de Mafrano «faze antever um momento rico de encontro cultural multifacetado em que se cruzam história, literatura e antropologia, entre outras áreas do saber».
Em Angola, Dom Zacarias Kamwenho, o arcebispo emérito do Lubango e prémio Sakharov 2001, considerou-o «O antropólogo maior de Angola». Mafrano faleceu aos 25 de Julho de 1982.

Para mais informações contactar:

Pedro Hangula, Director do Gabinete Provincial da Cultura, Turismo e Ambiente
Telef: +244 931 732 211

José Soares Caetano, Jornalista, escritor e filho do autor,
Telef: +244 912220543; +244 926546698;
E-mail: tazuary@gmail.com;

Oficina: primeiro escrevemos, depois lemos!

Oficina: primeiro escrevemos, depois lemos!

Oficina de escrita criativa com sessão final de leitura encenada.

Dinamização: Lina Paula Pinto

A atividade terá a seguinte estrutura:

  • 10 sessões de escrita
  • 10 sessões de ensaios
  • 1 apresentação final

Informações adicionais:

  • Sugerida para adultos.
  • Máximo: 10 participantes.
  • Às sextas-feiras.
  • Das 16h00 às 17h30

A participação é gratuita e com marcação prévia.

Para mais informações / marcações através do email/telefone: bib.corucheus@cm-lisboa.pt ou T. 218 172 049

A atividade terá início em janeiro e realiza-se na Biblioteca dos Coruchéus.

Nota: Datas sujeitas a alteração.

No decorrer desta atividade, são captadas imagens e som para divulgação pela CML, entidade parceira ou promotora, nos respetivos meios de comunicação, como redes sociais e sites institucionais.

As escolhas dos leitores das livrarias FNAC

As escolhas dos leitores das livrarias FNAC

Na penúltima semana do ano os livros sobre a história de Angola são “Top de Vendas” das nossas edições, nas livrarias FNAC.

Semana do Natal – Top Vendas nas lojas da FNAC

1º (Primeiro Classificado)

Caraculo, a Minha Paixão | Deserto de Moçâmedes (Namibe) | Álbum Fotográfico do Século XIX E XX”, de Victor Torres.

2º (Segundos Classificados)

Angola: desde antes da sua criação pelos portugueses até ao êxodo destes por nossa criação – 2ª Edição Vol. I”, de Carlos Mariano Manuel;

Angola: desde antes da sua criação pelos portugueses até ao êxodo destes por nossa criação – 2ª Edição Vol. III”, de Carlos Mariano Manuel;

3º (Terceiro Classificado)

Senhores do Sol e do Vento — Histórias verídicas de Portugueses, Angolanos e outros Africanos”, de José Bento Duarte;

4º (Quarto Classificado)

Crónica da fundação do Huambo | Nova Lisboa — 5ª edição,”, de Xavier de Figueiredo

Curiosidades da caminhada cultural da obra de Mafrano

Curiosidades da caminhada cultural da obra de Mafrano

Foi com enorme surpresa e alegria que observámos a mensagem de Natal de Sua Majestade o Rei Mfumu Makitu III, do Reino Bambata-Zombo, monarquia subnacional angolana integrante do Grande Congo, descendente de António Manuel Ne Vunda, marquês de Funta (Funesta) e embaixador do antigo reino e império do Congo junto da Santa Sé (1513), históricamente conhecido por “O Negrita”.

Segundo o Rei Mfumu Makitu III “em África os reinos nunca deixaram de existir, logo as tradições nunca morreram porque são mais fortes do que qualquer sistema político, por se tratar de assuntos do próprio Tata Mpungu Tulendu (Deus todo Poderoso). 

Gosta de Angola e admira Mafrano

Gosta de Angola e admira Mafrano

Vera Duarte, escritora cabo-verdiana, jurista, activista política, presidente da Assembleia Geral da Academia das Letras, define-se como “uma cabo-verdiana que gosta de Angola”, e, agora, uma grande admiradora de Mafrano.
Dentre as suas obras literárias de maior referência, poesia e prosa, figuram “Urdindo Palavras no Silêncio dos Dias”, “De Risos & Lágrimas” e “A Matriarca – Uma história de mestiçagens”.
Considerada uma das personalidades mais conhecidas de Cabo Verde, Vera Duarte foi a primeira mulher na magistratura Cabo-verdiana; ministra da educação; presidente dos Direitos Humanos ; presidente da Academia Cabo-verdiana de Letras; e recebeu grandes prémios e condecorações.
Enquanto escritora, diz-se de fonte oficial que as suas obras deram origem a várias teses de doutoramento.

A glória de Mafrano (1916-2023)

A glória de Mafrano (1916-2023)

24/12/2023 — Chama-se Maurício Francisco Caetano e nasceu aos 24 de Dezembro de 1916, completam-se hoje 107 anos.
Em Angola, escreveu, desde os anos 40’s, para os jornais e revistas mais notáveis do seu tempo, com um total de sete (7) pseudónimos até aqui já desvendados, ao lado de figuras que também fizeram História, no seu país e no mundo. Em Dezembro de 1975, foi um dos membros fundadores da União dos Escritores Angolanos (UEA).
No dia 14 de Maio de 2022, Dom Zacarias Kamwenho, o arcebispo emérito do Lubango e prémio Sakharov 2001, deslocou-se a Luanda para a apresentação da sua colectânea, «Os Bantu na visão de Mafrano – Quase Memórias», considerando-o «O antropólogo maior de Angola»!
Partiu deste mundo aos 25 de Julho de 1982 e deixou um legado com mais de mil páginas de escritos, dentre os quais, mais de 700 estão compilados em «Os Bantu na visão de Mafrano», antropologia cultural, em três volumes, que para uns constitui a visão mais moderna sobre a africanidade.

Volume I
Volume II


No dia 25 de Julho de 2023, em Luanda, o lançamento do volume II desta sua colectânea foi prestigiado com uma apresentação de luxo por Dom José Manuel Imbamba, arcebispo de Saurimo e Presidente da CEAST (Conferência Episcopal de Angola e São Tomé e Príncipe). Meses mais tarde, no dia 5 de Dezembro, na comuna do Lubango, coube à prestigiada escritora moçambicana Paulina Chiziane, fazer a apresentação da sua obra na Missão Católica da Huíla, um monumento classificado como Património Histórico, e onde estudou o seu tutor, reverendo cónego José Pereira da Costa Frotta, de origem santomense (1879-1954).
No dia 20 de Dezembro de 2023, na cidade da Praia, capital de Cabo-Verde, diz-se que Mafrano fechou o ano com chave de ouro, ao ser apresentado o seu volume II na presença de notáveis figuras da elite intelectual e da hierarquia religiosa deste pais, com merecidos destaques para Dom Arlindo Gomes Furtado Bispo e Cardeal de Santiago; a embaixadora de Angola, Júlia Machado; e um seu ex-aluno nos anos 40’s em Luanda, o médico e nacionalista Manuel Rodrigues Boal (natural da Muxima, onde nasceu em Maio de 1934). E, uma nota de destaque para a apresentadora deste volume dois da colectânea de Mafrano, a Profª Drª Antonieta Lopes, que tanto encantou os participantes, na BNCV.
No dia 10 de Novembro de 2023, o antropólogo Kabengele Munanga, professor emérito da Universidade de São Paulo, Brasil, recomendou durante uma vídeo conferência organizada pela universidade estadual do Rio de Janeiro que a obra de Mafrano seja «utilizada por novos antropólogos angolanos e africanos em salas de aulas, para explicar essas culturas [ancestrais], que hoje já não existem»
Ainda é confidencial, mas o Presidente da República de Cabo-Verde, José Maria Neves, numa das imagens abaixo, chegou a dar como certa aquela que seria a mais prestigiosa presença, na cerimónia que teve lugar na sala de conferências da Biblioteca Nacional de Cabo-Verde (BNCV), às 17:00, não fossem os seus inadiáveis compromissos de Estado para além da hora do evento. Outro ausente, foi o escritor e ex-presidente de Cabo-Verde Jorge Carlos Fonseca (presente na apresentação do primeiro volume desta coletânea no dia 5 de Agosto de 2022, também na cidade na Praia), aqui, abaixo, em duas das imagens, uma das quais quando assistia à uma reunião do Conselho da República de Cabo-Verde, realizado na semana de 21 de Dezembro, mas na altura ausente do país.
Imagens e factos que já correm o mundo, fazem História e nos permitem dizer que 2023 foi, indiscutivelmente, um ano de glória a Mafrano!

Palavras soltas e algumas reflexões, com um abraço fraterno onde quer que estejam

Palavras soltas e algumas reflexões, com um abraço fraterno onde quer que estejam

TEXTO: GABRIEL BAGUET JR, Jornalista/Escritor

Hoje quando ouvia a última parte do Programa Negócios da autoria do jornalista José Gomes Ferreira emitido na SIC Notícias retive muitas reflexões, mas um dos Convidados do Programa mais emocionado e com razão, dizia: ” Quem é que faz a legislação?“. A pergunta é pertinente porque muitas vezes o Legislador não vai ao local onde se opera a desgraça, seja de trágicos incêndios e de outras fatalidades que acontecem ao comum dos cidadãos. Depois fala-se nas Alterações Climáticas, mas fica-se pelas boas intenções e nada acontece. Fala-se em Pobreza mas não se reduz a mesma. Fala-se em Isolamento Humano, mas permanece a inércia em reduzir assimetrias à escala global. Todos os dias há fatalidades e parece que a desgraça de uns, sustenta a felicidade de outros. Mas que paradigma. Que hipocrisia. Solidarizo-me com os Homens, as Mulheres, Jovens e Crianças que de balde na mão tentam apagar os fogos da inconsciência. Da inconsciência humana e da banalização. Percorrem-se extensões de burocracia para agir e fazer parar o sofrimento de quem sofre e ver um país a arder. Mas o jornalista José Gomes Ferreira descrevia uma história pessoal vivida devido a uma possível multa que teria que pagar a propósito de um terreno junto da localidade onde tem familiares. Descrita a situação ( seria interessante o leitor rever o Programa ) o próprio disse e cito: “Que País é este?“, reportando-se a Portugal. À pergunta do autor José Gomes Ferreira acrescentaria outras perguntas e tantas outras respostas e perguntaria como pergunto de forma constante: Que Mundo é este?

Sem soberba e sem vaidade, afirmo que é um mundo habitável mas com uma completa ausência de Valores. Vejamos os números e as questões diárias que assolam o “nosso” mundo. PobrezaFomeAlterações Climáticas profundasViolência UrbanaBulliyngViolência RuralGraves Assimetrias Sociais. Perseguição laboral. Desperdício Alimentar mundial versus Humanos sem o sabor do Nada em termos nutricionaisVemos Refugiados amputados a atravessar o mar em busca da Vida e do Sonho.

E morrem no mar. Vemos e sentimos a impotência de quem quer ajudar perante a arrogância de quem quer ser indiferente e ficar no seu próprio mundo. Indiferente. Hostilizando e fazendo sofrer quem não escolheu sofrer, nem nascer. Vemos Crianças e Mulheres violadas sem que o seu ai ecoe fundo nas consciências de quem pensa e dirige o mundo. 
Fabricamos Relatórios extraordinários à escala planetária mas não comunicamos com o idoso que sofre e caminha sozinho. Ignoramos o sofrimento humanos em prol dos números e dos negócios. Não tenho nada contra quem faz negócios desde que sejam lícitos. A produção legislativa mundial em múltiplos sectores de actividade é extensa, mas o mais elementar Direito Humano é violado. Um amigo diz-me muitas vezes e por razões de autoria faço questão de citá-lo nesta viagem de palavras soltas porque o sono não vem e questiono-me. Diz ele:” A Ignorância é mais dura que a Pobreza “. E é verdade. Esta dicotomia entre o Bem e o Mal, entre os carrilados e os descarrilados com um ousado gestor da praça tentou chamar-me, só revelou do mesmo pura ignorância e com laivos agora de Poeta como se tudo se reduzisse à Poesia.

A Poesia dita e falada é bela e profunda, quando é intrinsecamente sentida e escrita com sentimento e verdade. Mas nestas palavras soltas custa ver um País a arder, Cidades sofridas com habitantes sofridos e choros escondidos por vergonha de pedir. Dói ver e sentir gritos sem ecos de Esperança. Só a Esperança faz renascer e viver. Olhemos o que se está a passar entre as intenções da ONU e os Estados em conflito e não imaginava ver tanta dor. Entre o Natal iluminado de uns há-de vir mais Escuridão.Mas não percamos a Esperança numa nova canção para o Mundo.
E os Homens e Mulheres que em diferentes lugares de Portugal e do Mundo têm a designação de Soldados da Paz, como todos os Seres Humanos do planeta que no silêncio dos seus dias, ajudam, solidarizam-se e estabelecem Pontes para um entendimento melhor entre Humanos, são dignos de receber um Abraço Solidário e Fraterno pela Coragem e Ousadia demonstrada pela acção, pela força interior de dizer o que se sentem para tocar nos poderes instalados que dizem que amam a Humanidade à luz das Televisões de todo o mundo, mas que na prática, nada fazem para melhorar o mundo. 


Os exemplos de solidariedade e sentido superior humanitário no uso mais simbólico desta expressão e do sentir do Outro (a), não precisam dos holofotes das câmaras para dizer Juntos e Unidos seremos melhores para reconstruir o mundo. É preciso reinventar o mundo. Não com falsos Poetas, nem falsos Profetas. É preciso plantar raízes sólidas de Paz e de Inteligência para que tenhamos tempo de criar uma nova Consciência Global que não assente apenas no nosso umbigo, mas que esteja suportada numa base muito sólida de sentir o Devir da Humanidade e do dia a dia de cada um em concreto. Não nos robotizemos. Porque afinal nascemos e morremos. 


Apaguemos os fogos de todo o Mundo e se construam estradas de entendimento local e global, pensando na Dignidade sempre do Outro. Homem ou Mulher. Criança ou Idoso. Doente ou Pobre. Rico ou Infeliz. Porque é preciso unir na Diferença. Na Diferença de Pensamento e de Ideias. Mas é sobretudo nas Diferenças que é preciso Humanizar. Com gestos simples, mas que brotem das entranhas do coração. Não basta teorizar. Sendo preciso, é também tempo de agir. 


Talvez possamos colorir o Mundo com mais Esperança se formos um pouco mais humildes, sem ser subserviente e ser ousado em criar caminhos de reflexão que nos ajudem a sair das zonas de conforto para avaliar o pulsar dos Dias em todos os locais do globo. Não podemos, nem devemos ser indiferentes aos ais da Humanidade e de cada Pessoa. 

Gabriel Baguet Jr, numa viagem por palavras que poderiam ser mais longas. Mas os punhos e mãos pedem descanso numa noite que já vai longa porque se ousa Pensar.


Das sementes do Bem, que possam nascer Flores de Paz, de Diálogo e Harmonia. E NUNCA a Humilhação e o Insulto. Quem usa a Humilhação, o Insulto, a Arrogância e o Desprezo como modo de Magoar que prazer sente ao fazer? Que Ser quer demonstrar Ser? Que instintos tem dentro de si? Afinal Todos temos um Dia de enfrentar o fim da Estrada da Existência Humana. Todo o resto é uma passagem de múltiplas variantes que muitas vezes não escolhemos. Humilhar, Insultar, Desprezar não é o caminho. Afinal , envelhecemos ou não e o fim da Estrada da Existência Humana anuncia-se muitas vezes sem imaginarmos o que nos está reservado.
 Pratique o BEM sempre que estiver ao seu alcance esse Belíssimo Gesto. Porque o fim da Estrada da Existência Humana é silencioso mesmo quando as Vozes se fazem ouvir e as Cidades iluminam-se para decorar e acentuar um Sentido Humano que é tão fugaz.Algo profundo para pensar e…. relembrar! Relembrar Sempre em cada instante das nossas Vidas. Dias Sempre Felizes Sempre que possível é o que Vos desejo, mesmo que não me ouçam ou leiam.