A editora independente Perfil Criativo convida os seus autores a participarem numa sessão de autógrafos na Festa do Livro em Belém 2024, que decorrerá de 5 a 8 de setembro, nos encantadores Jardins do Palácio Nacional de Belém.
Este evento, organizado pela APEL com o alto patrocínio da Presidência da República, celebra os editores nacionais e os autores de língua portuguesa, promovendo a leitura e a divulgação de obras lusófonas.
Esta é uma excelente oportunidade para nossos autores estarem em contato direto com os leitores, divulgarem suas obras e participarem num evento cultural de grande destaque em Lisboa.
Esperamos contar com a presença de todos para fazer desta festa um momento inesquecível.
Faltam três dias para o arranque da Feira do Livro do Porto 2024. Os 130 pavilhões estão, ainda, a tomar forma e milhares de livros começam a assumir a sua posição nas prateleiras. Enquanto isso, centenas de pessoas trabalham incansavelmente nos pormenores de logística, para que nada falhe.
Na sexta-feira, e durante 17 dias, a Avenida das Tílias enche-se de gente e famílias inteiras, que farão dos jardins do Palácio de Cristal o seu destino de eleição. Por tudo isto, a Feira do Livro do Porto é a grande festa da cultura que a cidade oferece a si mesma.
A Rua de Benguela, em Luanda, era mais do que apenas uma via, era o coração pulsante de tantas memórias. Cada passo por ali trazia consigo o eco de risos, conversas e encontros que marcaram uma época. Hoje, restam as saudades de um tempo em que tudo parecia mais simples e mais vivo.
Ah, a Rua dos Pombeiros em Luanda, hoje conhecida como Cristiano dos Santos, traz-me tantas lembranças da nossa banda! Cada esquina, cada casa, cada som ressoava a vivacidade de tempos que deixaram saudades. A gente encontrava-se por ali, conversava, brincava… Era mais que uma rua; era um pedaço da nossa história, da nossa vida.
A editora Perfil Criativo convida os seus autores a apresentarem projetos originais para publicação em Portugal, no âmbito da internacionalização, modernização e transição digital do livro e dos autores da União Europeia (apoio à edição de audiobooks e ebooks).
Na sociedade do conhecimento, a produção cultural é um elemento estratégico para o desenvolvimento económico e social. A rápida transformação dos meios de informação e comunicação exige que o país se prepare para o predomínio crescente das tecnologias digitais, através de formatos abertos e acessíveis que contribuam para a dinamização do mercado nacional de conteúdos digitais, nomeadamente em formato ebook e audiobook.
Através da Portaria n.º 238/2023, de 28 de julho, que aprova o regulamento que cria o sistema de incentivos “Internacionalização, Modernização e Transição Digital do Livro e dos Autores”, pretende-se promover e apoiar financeiramente projetos que apostem na internacionalização, modernização e transição digital das redes culturais e da obra literária. Este apoio inclui a promoção de agentes ligados à cadeia de produção e comercialização do livro (i.e. autores, editoras e livrarias), o reforço de uma estratégia integrada e concertada de estímulo à tradução e edição de autores de língua portuguesa no estrangeiro e de autores estrangeiros em língua portuguesa por editoras nacionais. Inclui-se também a promoção de suportes de leitura alternativos, como ebooks e audiobooks, de modo a permitir aos leitores o desenvolvimento de práticas de acesso e leitura digital em língua portuguesa.
Condições específicas de acesso
A obra deve ser editada em língua portuguesa, nas seguintes áreas: ficção, poesia, diarística, epistolografia, biografia, literatura de viagens, dramaturgia, ensaio, literatura para a infância e juventude, banda desenhada.
Não são elegíveis as seguintes áreas temáticas
Dicionários e enciclopédias; livros escolares e de apoio pedagógico; livros técnicos, científicos e jurídicos; livros práticos, guias turísticos e mapas; publicações académicas especializadas (teses e dissertações, atas de colóquios, bibliografias, entre outras); catálogos, anuários, compilações documentais, separatas; libretos e partituras de música; livros de autoajuda e desenvolvimento pessoal; livros religiosos; livros esotéricos.
Regras adicionais
Os projetos a apoiar não podem estar publicados até à data de comunicação dos resultados da candidatura.
Critérios de avaliação das candidaturas
A avaliação das candidaturas será feita com base nos seguintes critérios, todos com igual ponderação:
Obra de autor português: SIM – 5 pontos; NÃO – 2 pontos;
Existência de edição anterior em papel: SIM – 2 pontos; NÃO – 5 pontos;
Primeira edição: SIM – 5 pontos; NÃO – 2 pontos.
As candidaturas devem ser submetidas à editora até ao dia 15 de setembro.
No próximo Domingo, 25 de Agosto de 2024, o grande destaque na Feira do Livro do Porto vai para a apresentação do livro dos editoriais do semanário “Novo Jornal“, “Há dias assim..” (Ed. 2024), de Armindo Laureano (17H30 no Lago dos Cavalinhos), e do livro “Autores e Escritores de Angola 1642-2022” (Ed. 2024), de Sedrick de Carvalho e Tomás Lima Coelho (18H30 no Lago dos Cavalinhos), alargada a uma grande sessão de autógrafos no Pavilhão 80 com todos os nossos autores presentes na Feira do Livro do Porto. Com apoio na divulgação da Porto’s África.
25 de Agosto um dia especial na Feira do Livro do Porto
11H30 — LAGO DOS CAVALINHOS
JOANA RAQUEL – “QUEDA ÁSCUA” + OFICINA “DESENHAR AO SOM”, COM CARLO GIOVANNI
CURADORIA: Porta-Jazz
Por Joana Raquel (voz), Joaquim Festas (guitarras), Teresa Costa (flauta), Rafael Santos (clarinete e guitarra), João Fragoso (contrabaixo)
Queda áscua é um projeto de Joana Raquel, cantora, compositora e improvisadora. Procurando um som acústico, este repertório acolhe a espontaneidade e assenta no conceito de canção.
15H00 — LAGO DOS CAVALINHOS
“A URGÊNCIA DA CIDADE – O PORTO E 100 ANOS DE FERNANDO TÁVORA”
Com Jorge Sobrado, Manuel Luís Real e João Rapagão
Na data do aniversário do arquiteto Fernando Távora, assinalamos o encerramento das iniciativas do Museu e das Bibliotecas do Porto nas comemorações do centenário do seu nascimento com o lançamento do livro «A Urgência da Cidade — O Porto e 100 Anos de Fernando Távora». Nesta edição desenvolvemos um olhar sobre o mestre e fundador da chamada Escola do Porto, a sua formação e a relação biográfica e profissional que estabelece com a cidade, colocando em evidência alguns dos projetos mais relevantes do seu pensamento e intervenção. A Antiga Casa da Câmara, local onde decorreu a exposição homónima, serve de mote iconográfico inicial para uma edição que toca a vida e obra deste arquiteto convocando familiares, colegas e discípulos, contando ainda com um conjunto de testemunhos inéditos de Álvaro Siza Vieira, António Menéres, Eduardo Souto de Moura e José Bernardo Távora.
15H00 — TERREIRO – JARDINS DO PALÁCIO DE CRISTAL
TRANSPARENTE – ENCONTROS COM OFICINA COMO NASCEM OS LIVROS?
Para crianças maiores de 6 anos
Entrada gratuita sujeita à lotação do espaço
Com Mariana Rio
Transparente marca a primeira incursão de Mariana Rio na escrita, apresentando-se como autora-ilustradora desta narrativa marcada por um encontro inesperado entre um homem, que vive completamente absorvido pela sua imaginação e pelos seus estudos, e um ser que, à partida, lhe parece tão diferente. Esta ligação, que o desconcerta, também o faz iniciar um caminho de autoconhecimento que o leva a uma descoberta ainda maior. Neste encontro com oficina faremos uma incursão por mundos a explorar e seremos, enfim, transparentes.
16H00 — AUDITÓRIO DA BIBLIOTECA MUNICIPAL ALMEIDA GARRETT
A SUPREMA FESTA DA LÍNGUA: EUGÉNIO DE ANDRADE E A POESIA COMO TRADIÇÃO/TRADUÇÃO
MODERAÇÃO: Luís Miguel Queirós
LEITURAS: Sofia Bodas de Carvalho
Com Daniel Jonas, Margarida Vale de Gato, Tatiana Faia, Vasco Gato
Cultor da «música magnífica» que desde os Cancioneiros molda a lírica portuguesa, Eugénio de Andrade expressou abundantemente a consciência de escrever numa língua urdida por Pero Meogo, Camões, Cesário, Pessanha, Pascoaes ou Pessoa. Dessa relação com os seus mestres, mas alimentando também afinidades com poetas de outras latitudes, chegando a traduzi-los para português, fez Eugénio parte importante do seu ofício.
Nesta conversa procuramos refletir sobre o gesto “genealógico” de Eugénio de Andrade e inquirir sobre as linhagens ou constelações de poetas contemporâneos que, sintomaticamente, são também tradutores de poesia
17H00 — AVENIDA DAS TÍLIAS
OS GATOS VAGUEIAM PELOS POEMAS DE EUGÉNIO DE ANDRADE
ESPETÁCULO DEAMBULANTE
Para todos
Entrada gratuita sujeita à lotação do espaço
Com Teatro E Marionetas De Mandrágora
“A beleza vira-nos a alma do avesso e vai-se embora”.
Gatos. Como Eugénio de Andrade, tantos poetas olharam e contemplaram os gatos. Quantos de nós não se espantam por essas tão delicadas criaturas com os seus movimentos ágeis, que nos aparecem vindos de todos os lados nas suas altivas sete vidas?
O Teatro e Marionetas de Mandrágora decidiu tornar gigante esse felino que nos seduz. Assim, quatro gatos gigantes povoam as ruas, como se quisessem encantar quem passa com a sua beleza, o seu olhar, a sua subtileza, que tão ardilosamente nos sabe seduzir no seu miar, no seu ronronar
19H00 — CONCHA ACÚSTICA
MANUEL DE OLIVEIRA — CICLO “É A MÚSICA, ESTE ROMPER DO ESCURO”
CURADORIA: Tiago Andrade + Bruno Rocha
A música é assim: pergunta,
insiste na demorada interrogação
– sobre o amor?, o mundo?, a vida?
(…)
“É assim, a música”, in Os Lugares do Lume.
Sabemos, porque ele o escreveu, que para Eugénio de Andrade poesia e música nascem juntas, prolongadas no mesmo mistério. Foi sempre, para o poeta, «como se ambas jorrassem da mesma fonte», delas fazendo também parte o silêncio, o «espesso, turvo silêncio das criaturas».
Desde a melodia do harmónio, que acariciava o seu corpo de rapaz nos Verões da aldeia, à preferência adulta por Bach, Mozart e Schubert, passando pela «música magnífica» dos poemas que amava, foi sempre sonoro o fio que guiou Eugénio na busca pela beleza, e a nós com ele.
21H00 — AUDITÓRIO DA BIBLIOTECA MUNICIPAL ALMEIDA GARRETT
CINEMA: PASOLINI
De Abel Ferrara
Com Willem Dafoe, Riccardo Scamarcio, Maria de Medeiros, Ninetto Davoli
Este biopic de Pasolini por Ferrara, onde Willem Dafoe tem uma interpretação melancólica e intensa (e tão próxima do poeta e realizador, que chega a vestir a sua roupa, utiliza os seus objetos, a máquina de escrever, os livros, as cartas que nunca tinham sido mostradas), atenta sobretudo aos factos, à sua relação com a mãe e a irmã, com as pessoas com quem trabalhou, os engates, a escrita e o cinema, a sua morte brutal.
A Embaixada de Angola na Alemanha foi palco, da apresentação do segundo volume da Coletânea Póstuma “Os Bantu na visão de Mafrano” de Maurício Francisco Caetano.
A coletânea de “Quase Memórias” uma publicação póstuma da visão e busca do autor sobre a idiossincrasia dos povos Bantu, penetra na sua antropologia cultural e muito rica na conceitualização e exposição de temas, na qual, com a co-autoria do filho, o também jornalista José Caetano “Tazuary Nkeita”, procedem a explicações sobre as lendas, mitos, superstições, usos e costumes dos povos Bantu.
Para “Tazuary Nkeita”, a obra retrata os povos Bantu na sua dimensão histórica, cultural, social e antropológica, como uma sociedade estruturada e homogenia. Para o co-autor o seu pai, como percursor da obra produziu-a numa altura em que a cultura e a civilização BANTU não era reconhecida pelo então ocupante colonial português.
MAFRANO, comparando os valores da cultura Bantu, dentre as quais usos e costumes, religião, as ideias sobre as origens do homem, a filosofia, aos clássicos que havia estudado em Roma, Grécia e Egipto, demostrou haver uma evoluída civilização Bantu antes da chegada dos portugueses em terras do Reino do Congo.
Numa sala preenchida por convidados da comunidade angolana, académicos e membros das comunidades brasileira e portuguesa, a Embaixadora de Angola na Alemanha, Balbina Malheiros Dias da Silva, que deu as boas vindas aos presentes, disse que o livro apresentado deve servir como um farol para uma maior compreensão da nossa herança cultural, promovendo o respeito e a valorização das nossas tradições.
Em vida, Maurício Caetano “MAFRANO” publicou obras de grande importância para a compreensão da antropologia do povo angolano com destaque para Onomástica angolense: Nzinga ou Nginga e Idiomas Nacionais.
«Os Bantu na visão de Mafrano» é uma colecção em três volumes e mais de 700 páginas, compilada a partir de textos que o seu autor deixou dispersos em jornais e revistas de Angola, entre 1947 e 1982, com destaque para o jornal «O APOSTOLADO», a revista «ANGOLA» e o jornal «O ANGOLENSE».
A obra já foi apresentada em Portugal, Moçambique, Brasil, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e agora na Alemanha.
O evento decorreu no dia 16 do corrente mês, no salão nobre da Embaixada.
Se, no século XVIII, o escritor francês Antoine Galland (1704–1717), encantou o mundo com a história das mil e uma noites, trezentos anos mais tarde, e pouco a pouco, é o angolano Maurício Francisco Caetano, “Mafrano” (1916-1982), quem encanta os seus leitores com o tesouro que também escondeu nos textos mágicos e maravilhosos que compõem hoje a sua colectânea póstuma sobre a ancestralidade da cultura Bantu. De facto, com «Os Bantu na visão de Mafrano – Quase Memórias», antropologia cultural bantu, anunciada pela primeira vez em Abril de 2022, o mundo também descobre o significado mágico das palavras-chave utilizadas por Mafrano quando escreveu: «Solicitado por um mundo de problemas cuja solução procura diligentemente encontrar, o homem devassa a terra, busca as profundidades abissais dos oceanos, atinge os espaços intersiderais, mas não tem a mesma solicitude para o mais interessante de todos os seus interesses que é ele mesmo e nisto reside, não raro, a génese de grande cópia dos seus infortúnios, das suas decepções, dos seus fracassos…». Assim começa a colectânea «Os Bantu na visão de Mafrano», na página 19, do Volume I, retomando um texto que o autor escreveu em «A Hipótese de uma Escrita ideográfica no Bantu Ancestral», publicado no Jornal «O Apostolado», aos 6 de Fevereiro de 1971. E foi com esta citação que, no dia 16 de Agosto de 2024, a Família de Mafrano desejou boas-vindas aos leitores desta colectânea unidos e reunidos na adorável cidade de Berlim, na Alemanha, e onde não faltaram ex-alunos que o autor teve em Luanda… Se no artigo então publicado em 1971, Mafrano considerava a ANTROPOLOGIA CULTURAL como «ciência jovem que pretendia responder a três perguntas que a humanidade faz sobre o HOMEM, nos seus momentos lúcidos, pela maneira mais simples de agir e reagir, foi também com perguntas postas pelo autor, na sua época, que a família desvendou a CHAVE SECRETA para a abertura do tesouro escondido em mais de 700 páginas sobre a ancestralidade do HOMEM BANTU, compiladas quarenta anos depois da morte de Mafrano. E tal como aconteceu na mitologia antiga do velho conto «Abre-te Sésamo», os leitores de Berlim também ouviram o grito «Abre-te, Mafrano» em:
(1) Quem são os Bantu? (2) Donde vimos?, e; (3) Para onde vamos?
Três perguntas-chaves curiosamente respondidas num painel conduzido por Hélio Maurício Caetano, neto; Luisíndia Walessa Caetano, neta, e por José Soares Caetano, filho, que dissertaram sobre os três temas seguintes:
(i) «Quem foi o cônego José Frotta, o tutor de Mafrano»; (ii) «Mafrano e os valores universais da Cultura Bantu»; e, (iii) «Mafrano e os principais desafios socio-antropológicos da sua época, entre 1934 e 1974)», sob moderação do Dr. Adlézio Agostinho que se encarregou de um resumo da vida e obra do autor, da apresentação dos dados biográficos dos três membros da família presentes e da mediação de um intenso e emocionante debate, durante mais de três horas.
No final, ficou-nos a ideia central da coragem, coerência intelectual e habilidade do autor que soube defender a cultura e a dignidade da civilização Bantu, em plena noite colonial, ao longo de uma carreira em que se notabilizou como funcionário público, professor, pedagogo, etnólogo e investigador. Mafrano, disse a sua família em Berlim, defendeu o acesso universal à educação como um dos valores mais altos, ao escrever que a origem social e racial não poderia ser um factor de decisão na formação dos homens. Quis assim ele que o homem bantu discriminado e sem direitos cívicos fosse livre para ter acesso a conhecimentos que lhe permitisse ser Padre, Engenheiro, Advogado, Médico, etc. Como acrescentou a família, Mafrano não se conteve com as três perguntas que formulou. Antes pelo contrário, abriu-se como «Sésamo» e mostrou ao mundo como estava atento ao que diziam consagrados autores internacionais, incluindo na própria Alemanha, sobre as ciências humanas, tais como Lehmann, que cita no preâmbulo da página 16; Victor Hensen (página 250, do Volume II); e, León Frobenius, que Mafrano nos apresenta como «o nome mais citado e estafado no estudo dos primórdios da pré-história da África», página 288 do Volume II. Abrindo-se aos seus leitores, Maurício Caetano demonstra como observou e confrontou profundamente as suas fontes com cientistas autorizados entre os quais também incluiu o norte americano Franz Boas (1858-1942), pai da moderna antropologia cultural. Em Berlim, ficou claro para todos como “Mafrano” se apoiou na cultura universal, incluindo fábulas e lendas por mais mágicas que fossem, para fazer os homens do seu tempo compreender o quanto era preciso educar «O BANTU DESCONHECIDO», a exemplo do homem do escritor francês Alexis Carrel (1873-1944), inculcando nele um elenco de valores que o fariam crescer intelectualmente e ser útil à sociedade! E isto, a despeito das ideias retrógradas, então dominantes sobre a suposta “inferioridade” dos indígenas, teoria que ele sempre rejeitou ao também escrever: «O NEGRO É BANTU NÃO É HOMEM DE COR», Volume I, página 185.
O momento em que os dois primeiros volumes da colectânea póstuma «Os Bantu na visão de Mafrano», do escritor e etnólogo Maurício Caetano, eram oferecidos à Embaixadora de Angola em Berlim, Alemanha, numa cerimónia bastante concorrida que decorreu na última sexta-feira, dia 16 de Agosto.
Durante a apresentação da obra de Maurício Francisco Caetano, Os Bantu na visão de Mafrano — Quase Memórias, no Café Santa Cruz, em Coimbra, o público foi convidado a fazer perguntas, uma prática comum da editora. Para surpresa de todos, um dos nossos amigos, ao abrir o primeiro volume nas páginas 208 e 209, onde está publicada uma fotografia de página dupla da época de estudante de Mafrano (1916-1982), lançou a seguinte questão: “Será que, nos anos 30, esta fotografia poderia ter sido tirada nos Estados Unidos, na República da África do Sul ou no Sudoeste Africano?”
Quarta-feira, dia 14 de Agosto, no Café Santa Cruz, em Coimbra a colectânea «Os Bantu na visão de Mafrano», antropologia cultural, uniu-se ao «Fado», num adeus a Portugal, dizendo claramente que a CULTURA é o melhor laço de união entre povos. As novas e actuais gerações têm nestas imagens o desafio, e também um exemplo, de como podem continuar a consolidar estes laços que nos unem, com a vantagem de sermos povos que já partilham a mesma Língua: – o Português.
O fadista António Dinis, do Café Santa Cruz de Coimbra, acima, foi o primeiro a pedir um autógrafo aos dois volumes da colectânea “Os Bantu na visão de Mafrano”.
Homenagem a Mafrano
Depois de Lisboa e Porto, Coimbra encerrou com “chave de ouro” a apresentação dos dois primeiros volumes da obra de Maurício Francisco Caetano (Mafrano) em Portugal.
Na mesa de honra esteve o Dr. Bento Monteiro da Casa de Angola em Coimbra, responsável pela organização do evento, a família de Mafrano, a neta Luisíndia Caetano e o filho José Caetano (Tazuary Nkeita), e o editor da Perfil Criativo. Este encontro em Coimbra contou com a participação especial do poeta angolano João Fernando André e do músico angolano Jorge Rosa.
Com esta iniciativa o Café Santa Cruz abraçou um momento inédito e muito bonito de afirmação dos valores culturais da República de Angola em Portugal.
Jorge Rosa no fecho do encontro de homenagem a Maurício Francisco Caetano (Mafrano) em Coimbra