Bispo de Cabinda, Dom Belmiro Chissengueti, sexta-feira, dia 7 de Julho, na apresentação do Volume I da colectânea “Os Bantu na visão de Mafrano” (Ed. 2022): “Enquanto correspondente do jornal O Apostolado, Maurício Caetano foi jornalista e pesquisador da Cultura e da História; o autor desafiou os intelectuais a escrever…“
Notícia publicada pelo Governo Provincial de Cabinda
7/7/2023 — O Volume I da coletânea “Os Bantu na visão de Mafrano”, de Maurício Francisco Caetano, a título-póstumo, tutorado por Cônego José da Costa Fratta, mereceu apresentação hoje, Sexta-feira, em Cabinda.
A obra homenageia o autor Maurício Francisco Caetano, com o pseudónimo “Mafrano“, natural do Dondo (Cambambe), Cuanza-Norte (24 de Dezembro de 1916), então seminarista da Igreja Católica, jornalista e investigador.
O livro contém textos notáveis como “Cuto ou Necuto?”, “A história do Xiriva-Zuba” e ” O caso de Nzambi Kungulo”. O evento contou com a presença de governantes, académicos, autoridades religiosas e tradicionais, familiares do autor, bem como de amantes da leitura.
Aconteceu no auditório da Rádio Provincial de Cabinda, com apresentação pelo Professor Doutor Gime Luís, que em resumo disse, “… a obra fala da cultura no seu mais profundo significado, nas dimensões etno- linguísticas dos povos Bantu“.
Em nome da família de “Mafrano”, Lusíndia Caetano, agradeceu a forma como a população de Cabinda tomou contacto com o livro.
O Bispo da Diocese de Cabinda, Dom Belmiro Chissengueti, enalteceu as contribuições do autor, para as gerações presentes e futuras.
A chefe de departamento interina do Património Histórico-Cultural da Secretaria Provincial da Cultura, Elizabeth Semedo, frisou que a obra revela a identidade dos povos Bantu em várias perspectivas.
Crónica de TAZUARY NKEITA publicada no Jornal de Angola de 2 de Julho de 2023 e no no jornal Savana de 30 de Junho de 2023. Ilustração de TPYXA_ILLUSTRATION.
O 24 de Junho abalou o mundo, muito mais do que os dias narrados pelo norte americano John Reed, a propósito da Revolução Bolchevique de Outubro de 1917, na antiga URSS.
Desta vez, não foram os bolcheviques nem os mencheviques a abalarem o mundo em dez dias, mas sim os “wagneriviques”, de Yevgeny Prigozhin, antigo cozinheiro de Putin, ao assumirem o controlo da cidade estratégica de Rostov, durante algumas horas, e ameaçando marchar numa coluna militar até tomar Moscovo. E o mundo estremeceu com razão, num olhar clamoroso de transparente estupefacção por uma rebelião que estava a acontecer na maior potência nuclear do planeta, e em pleno teatro de guerra!
Ainda brinquei, inofensivamente, com quem me ouvia, dizendo:
“É o 27 de Maio russo, com a única diferença de que o nosso ocorreu mais cedo, em 1977, e o deles só acontece quase meio século mais tarde, em Junho de 2023. Aposto que Neto e Brejnev devem estar a discutir isto com antigos protagonistas, agora mesmo! E Neto diria certamente: – No passado, as minhas tropas foram mais eficazes do que o exército de Putin”…
“Eh! Foste longe”…, responderam-me.
“Sim. Fui longe de mais e já tinha escrito algo muito parecido à conspiração nas costas de Putin, no meu livro de crónicas romanceadas, ‘42.4 – A Voz do Dibengo’, em Junho de 2001, da página 63 à página 82.
Estávamos num reino imaginário, chamado Bakelele, sob a feroz autoridade de Sua Majestade o rei Makwinyi a Samanu Ni-Vwa, ’69’, nos seus 72 anos! E o cognome fora-lhe precisamente atribuído porque o ‘69’ não queria mudar! Era Sua Majestade ‘69’ à direita; Sua Majestade ‘69’ à esquerda; Sua Majestade ‘69’ para cima e Sua Majestade ‘69’ para baixo. Inalterável, o mesmo e eterno ‘69’, era o monarca absoluto!”
O que fazer então?!…
Os adversários – ninguém está a falar da NATO nem dos EUA – diziam que o velho ‘69’ tinha crises de histeria quando lhe sugerissem um sucessor democraticamente eleito. “Só se acalma ao ver o suposto sucessor lançado aos crocodilos”, diziam os detractores, especulando que o poder em Bakelele era exercido discretamente pelo cozinheiro real, uma eminência parda, Wollinho Kikussu, verdadeiro jovem turco. Até ao dia em que a iniciativa de uma suposta conspiração para afastar o “69” do poder partiu do próprio Wollinho Kikussu, o seu cozinheiro.
Há alguma semelhança entre Kikussu e o chefe do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, que dizem ter sido também um brilhante cozinheiro e oligarca da indústria alimentar na Rússia?
Não! Tudo isso foi mera coincidência….
A criação literária tem destas coisas. De tanto observarmos a realidade, acertamos por mero acaso num palpite do futuro. E, isto, por uma simples razão, e nada mais:
– A mentalidade, ambição e os sentimentos humanos têm traços comuns, em todas as fases da História da Humanidade, com raras excepções e alguns génios à cabeça!
O Wollinho Kikussu de “A Voz do Dibengo” era um destes génios. Fiel cozinheiro
de Sua Majestade o Rei Makwinyi a Samanu Ni-Vwa (O Sessenta e Nove), era tão hábil, tão popular e tão destemido que passou a ser odiado pelos “papões do reino” e querido por outros. Viam nele “o delfim de Sua Majestade a abater, e invejavam-no”, leia-se na página 63…
Um belo dia, o delfimcozinheiro foi preso por alegada “alta traição”, intriga na verdade, e atirado a crocodilos esfomeados. Com os rumores da sua morte o reino transformou-se num caos.
Brevemente vou reeditar este livro que já está em francês e nas mãos de uma editora, para revisão. Mas, contrariamente ao que se disse sobre o chefe do grupo Wagner, que partiu exilado para a Bielorrússia, o cozinheiro Wollinho Kikussu acabou morto, não pelos crocodilos porque escapou vivo, como um gato, e mais ágil do que um símio. Lutando com todas as forças, perdeu a mão direita, na boca de um crocodilo, mas salvou a vida.
Nomeado “embaixador” por extrema bondade e clemência de Sua Majestade o Rei “69”, Kikussu morreu, contudo, num insólito acidente de viação, quando viajava com o grande amor da sua vida!… (página 82).
Domingos Inguila João nasceu a 6 de Outubro de 1945, no Ambrizete (actual N’Zeto), em Angola. Jogou futebol na posição de defesa central. No Sambizanga, representou o Sporting Clube da Musserra e os ASES Futebol Clube, do qual foi co-fundador. Nas provas oficiais, representou o Atlético Sport Aviação – ASA sagrando-se tetra campeão provincial de futebol de Angola. Em 1969 foi contratado peloSport Lisboa e Benfica onde permaneceu dois anos até ser transferido para o Beira Mar de Aveiro.
Pela manhã do dia 29 de Julho de 2023, na Cidadela Desportiva durante a cerimónia de lançamento oficial dos livros “Domingos Inguila João” e “JUBA – O futebol em ritmo de merengue”, haverá uma homenagem a este extraordinário jogador e as velhas glórias do futebol do Sambizanga.
2/07/2023 — As Caldas da Rainha recebeu e apoiou o 38º Encontro de Amigos do Huambo (Luimbale, Mungo, Quimjenje, Vila Flor, Vila Nova, Bailando, Bela Vista, Caála, Cuma e Longonjo), que se realizou entre 30 de Junho de 2023 e 2 de Julho de 2023.
A convite do nosso escritor Xavier de Figueiredo, autor do livro”Crónica da fundação do Huambo | Nova Lisboa“, a nossa editora esteve presente, durante a manhã do Domingo (2/7/2023), com uma pequenina representação dos nossos livros de autores de Angola. Os autores do Sul despertaram uma especial curiosidade nos nossos visitantes.
A cidade solenemente fundada por Norton de Matos, em 1912, era um ermo. Mato, capinsais e mais mato; aqui e ali, muito dispersas, apenas algumas toscas construções de matapa ou capim, quase todas de comerciantes acabados de chegar. A cidade, fisicamente, só tinha existência “no papel”. As circunstâncias – especialmente ponderosas as de natureza política – fizeram as coisas assim. Nenhuma outra urbe do antigo Império foi criada nas condições em que o Huambo o foi – tão originais. E não eram assim tão certos os vaticínios de que teria futuro. Mas teve. Valeu-lhe o génio das suas gentes, o clima, a geografia e um prodigiosos irmão gémeo – o CFB.
27/6/2023 — Um ano após o lançamento na antiga Fortaleza de São Miguel, hoje Museu das Forças Armadas de Angola, a TPA — Televisão Pública de Angola realizou uma grande entrevista, conduzida por João Pinto, ao nosso autor do Tratado de História de Angola. Uma oportunidade para os angolanos conhecerem melhor o professor catedrático, Carlos Mariano Manuel, autor da obra “Angola: desde antes da sua criação pelos portugueses até ao êxodo destes por nossa criação” (Ed. 2021), um conjunto de três volumes. O autor informou que está em preparação o 4º e o 5º volume do Tratado da História de Angola.
Ao tomar conhecimento do conteúdo desta obra, deparei-me com detalhes da História medieval de Portugal sobre os quais não estava suficientemente esclarecido, como por exemplo, a organização política da Península Ibérica, as relações familiares e de interesse de algumas personagens desse tempo e a sua proximidade com outros reinos da Península, mas também a revolução da burguesia na gestão política do reino, sem esquecer a concepção da ideia de “território-nação” do fidalgo Nuno Álvares Pereira.
Esta magnífica obra regista, numa perspectiva ibérica, integrada, e não ficcionada, a história dos antecedentes e do nascimento da 2.ª dinastia da monarquia portuguesa que lançou Portugal na aventura ultramarina, aventura essa que se prolongaria, à escala universal, por quase meio milénio.
Em pormenor, observamos um período de cerca de cinquenta anos do século XIV, com eventos interligados nos diversos reinos cristãos de Portugal, Castela, Aragão e Navarra que culminaram na subida de D. João I ao trono, em 1385.
É ainda incorporada na obra, a propósito da batalha do Salado (1340), uma abordagem breve da presença e da influência muçulmana na região peninsular e a sua redução final ao emirado de Granada. Sobre esta relação com os mouros aproveito para trazer à memória o multicultural brasão do “Reino do Algarve” (1249), que em 1471 foi transformado em “Reino dos Algarves“, devido à elevação dos senhorios do norte de África à condição de reino, vindo daí o título de “Rei de Portugal e dos Algarves d’aquém e d’além mar”.
Entre 31 de Agosto e 3 de Setembro de 2023 cerca de 50 títulos do nosso portfólio vão estar disponíveis nos jardins dos Palácio Nacional de Belém, em Lisboa. Convocamos os nossos autores de língua portuguesa, que estejam em Lisboa por esta altura, para participarem em actividades paralelas de divulgação das suas obras.
É uma feira exclusiva a autores lusófonos que se vai realizar no seguinte horário:
31 de Agosto (quinta-feira) 18h00 — 22h00 1 de Setembro (sexta-feira) 11h00 — 22h00 2 de Setembro (sábado) 11h00 — 22h00 3 de Setembro (domingo) 11h00 — 21h00
A família de Maurício Francisco Caetano tem o grato prazer de convidar V. Exª para a apresentação do primeiro volume da colectânea “Os Bantu na visão de Mafrano — Quase Memórias” que terá lugar no Auditório da Rádio Provincial de Cabinda, no dia 7 de Julho de 2023, às 10H00.
Local: Auditório da Rádio Provincial de Cabinda Data: 7 de Julho de 2023 Hora: 10H00 Informações: 912 220 543 | 923 988 639
The family of Maurício Francisco Caetano has the great pleasure of inviting Your Excellency to the presentation of the first volume of the collection “The Bantu in Mafrano’s Vision – Almost Memories,” which will take place at the Auditorium of the Provincial Radio of Cabinda on July 7, 2023, at 10:00 AM.
Venue: Auditorium of the Provincial Radio of Cabinda
O livro “Mukua Milele – Panos da minha avó” da escritora Sandra Poulson acaba de ser colocado no mercado literário. A cerimónia de lançamento aconteceu na sexta-feira, em Lisboa, na Livraria Ferin, na Rua Nova do Almada.
Este é o terceiro livro que a escritora lança em Portugal, depois de “Luanda – Avenida dos Combatentes”, em 2017 e “Tambwokenu – viagens pela minha terra” em 2019.
O romance “Mukua Milele – Panos da minha avó” é um livro que junta ficção e memórias das senhoras angolanas na segunda metade do Século XX.
O livro é uma homenagem às nossas antepassadas avós. Está escrito na primeira página: ” Às mulheres, que ao riscarem o solo com os seus panos coloridos e animados, abrilhantam e tocam as almas de quem partiu e debaixo da terra fértil está”. É nomeadamente uma homenagem à sua avó que este ano faz 30 anos que partiu.
A autora da capa é a artista interdisciplinar Sandra Poulson, filha da autora do livro, que está neste momento a expor a obra “Sabão Azul e Agua”, na Bienal de arquitectura de Veneza, representando o Reino Unido.
A apresentação foi feita pela artista angolana Verónica Leite Velho e teve a demonstração de como se vestem os panos das senhoras Bessanganas, e a explicação da vida destas senhoras de panos, pelas jornalistas e radialistas que pertencem ao ” Núcleo Feminino da Rádio Nacional de Angola”, Aminata Goubel ” Mamã África”, Feliciana Damião “Chana”, Deolinda Cruz, Ana Wandy e Luzia Moniz que é a grande promotora da cultura angolana em Portugal.
A apresentadora do livro, Verónica Leite de Castro, é licenciada em Estudos Africanos pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, sendo pesquisadora na história dos tecidos Africanos, produzidos nos antigos Reinos do Congo, Loango e Ndongo. É investigadora do Arquivo Histórico Ultramarino.
Esta foi especialmente escolhida porque o livro se refere às vestes das senhoras Bessanganas, que por coincidência foi este ano de 2023, o seu traje classificado como ” Património Cultural Imaterial Nacional” por Decreto Executivo. Pelo facto de o traje de Bessangana ser uma indumentária usada por distintas mulheres.
O livro tem a chancela da editora AUTORES.club, Perfil Criativo. Na badana do livro a nota do editor, João Ricardo, lê-se: “Nesta recolha de memórias de sua avó, a autora vai criando um fio condutor que tece um caminho literário, num diálogo permanente de vozes que nos levam a outros tempos, outras histórias e onde se escondem emoções que nos espelham possivelmente também emoções que guardamos” fim de citação.
23/6/2023 — Lançamento do livro “Mukua Milele — Panos da minha avó” (Ed. 2023), de Sandra Poulson, apresentado na Livraria Ferin, na Rua Nova do Almada, ao Chiado, em Lisboa.
O livro foi apresentado por Verónica Leite de Castro, licenciada em Estudos Africanos pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, sendo a sua área de pesquisa a cultura material, nomeadamente a história dos tecidos africanos produzidos nos antigos reinos do Congo, Loango e Ndongo. Faz parte da bolsa de investigadores do Arquivo Histórico Ultramarino, de Lisboa.
A sala da Livraria Ferin encheu para mais um grande encontro com leitores e amigos de Angola.
O editor da Perfil Criativo deu os parabéns à autora, Sandra Poulson, por este exercício criativo com base nas memórias de casa: “Os panos da minha avó eram os mais lindos de toda a cidade, em tons fortes como a nossa natureza“.
Durante a apresentação do livro “Mukua Milele” (Ed. 2023), na Livraria Ferin a artista multidisciplinar Sandra Poulson, autora da capa do livro, explicou as motivações do seu trabalho artístico.
A artista angolana Sandra Poulson, de 28 anos de idade, é uma de seis artistas que estão a representar o Reino Unido na Bienal de Veneza, com uma obra sobre a sua bisavó e a herança da colonização portuguesa.
As Bessanganas ou “grandes damas de traje de panos”, estiveram presentes neste encontro com a cultura da ilha de Luanda, são senhoras de boas famílias da velha sociedade de Luanda.
Os seus trajes típicos são formados por um total de quatro camadas de panos essencialmente estampados e coloridos: mulele ua jiponda (peça interior), o mulele ua xaxi (pano trespassado cobrindo a parte superior), depois o mulele ua tandu (tecidos trespassados na parte inferior) e finalmente um pano conhecido como bófeta.Um pequeno pano enrolado na cabeça também faz parte da indumentária.