2024: Cultura no dia da Cultura em Angola

2024: Cultura no dia da Cultura em Angola

Arrancamos o ano novo de 2024 conscientes da importância do trabalho realizado e do que queremos executar na promoção dos valores culturais, científicos e artísticos. Mantendo um posicionamento independente, humanista, descomplexado e aberto às novas ideias, queremos continuar a disponibilizar aos nossos leitores e amigos, um leque alargado de autores e surpreendentes livros.

Na agenda fica marcado o primeiro grande encontro de 2024, no Namibe (Angola). A não perder!

Agradecemos ao Governo Provincial do Namibe (Angola) a disponibilidade para acolher esta nossa obra no dia da Cultura e relembramos os nossos leitores que comprar um livro é também apoiar um autor.

Namibe acolhe volume II da colectânea sobre antropologia cultural Bantu

Namibe, 30 de Dezembro de 2023 – A cidade do Namibe acolhe a 8 de Janeiro, Dia Nacional da Cultura (Angola), o volume II da colectânea póstuma «Os Bantu na visão de Mafrano», antropologia cultural, do escritor e etnólogo Maurício Francisco Caetano, no quadro das celebrações do Dia Nacional da Cultura. A cerimónia terá lugar na Esplanada do Gabinete Provincial da Cultura, Cultura, Turismo e Ambiente, com inicio previsto para as 9:00.
O volume I desta obra havia sido lançado no mesmo local, no primeiro dia de Outubro de 2022 depois de apresentadas pela primeira vez nos meses de Abril e Maio, desse mesmo ano, nas cidades do Lubango e de Luanda, respectivamente.
A colectânea de Maurício Francisco Caetano, “Mafrano”, (1916-1982), contém registos inéditos sobre a ancestralidade, hábitos e costumes da cultura bantu, incluindo a pré-história, organização social, a estrutura política bantu, lendas e fábulas sobre a origem da vida humana e animal, e a morte; iniciações relativas aos casamentos, à religião e outros temas de interesse antropológico.
Formado na escola da Missão Católica da cidade do Dondo, sua terra natal, e no Seminário Maior de Luanda, o “Mafrano” trabalhou sucessivamente como professor, aspirante administrativo, oficial de impostos, secretário da Fazenda e director Nacional de Finanças em Angola, entre 1944 e 1982, o ano da sua morte.
O autor foi membro fundador da União dos Escritores Angolanos (UEA), colaborador de proeminentes jornais e revistas da sua época, como o Jornal «O Apostolado» e a «Revista Angola», da Liga Nacional Africana, além de professor de Língua Portuguesa e de Filosofia em prestigiados estabelecimentos de ensino, nomeadamente no Colégio 28 de Maio, Liceu Ngola Kiluanji, o Instituto PIO XII, o ICRA – Instituto de Ciências Religiosas de Angola e no Instituto Comercial de Luanda.
A obra de Maurício Francisco Caetano, “Mafrano”, tem estado a ganhar notoriedade e foi já recomendada como referência académica. A seu favor, está o facto de ter realizado pesquisas originais cujos temas eram, até então, abordados apenas por estudiosos ocidentais, como Franz Boas, León Frobenius, Carlos Estermann e outros. Maurício Francisco Caetano destacou-se com artigos dispersos na imprensa angolana, o mais antigo dos quais tem como titulo «O Perfil Etnográfico do Negro Jinga», com data 23 de Agosto de 1947. O seu vasto espólio literário, agora compilado nesta colectânea póstuma em três volumes e mais de 700 páginas, inclui epígrafes como “Crónicas ligeiras”, “Notas a lápis”, “Episódios Vividos”, “Tertúlias”, contos tradicionais e outros textos.
Além de Luanda, Lubango e Namibe, a colectânea «Os Bantu na visão de Mafrano» foi igualmente apresentada até esta data nas cidades de Ndalatando e Cabinda (em Angola), assim como em Moçambique, São Tomé e Príncipe, Cabo-Verde, Portugal e no Brasil, nestes dois últimos países em exposições literárias e por vídeo-conferências, realizadas com universidades do Rio de Janeiro e de Curitiba.
Segundo a mais recente opinião do antropólogo Kabengele Munanga, professor emérito da Universidade de São Paulo (USP), Brasil, esta colectânea e as outras obras a serem publicadas sobre Mafrano «são livros que podem ser utilizados por antropólogos angolanos e africanos, em salas de aulas, para explicar essas culturas ancestrais de origem bantu que hoje já não existem».
Também além fronteiras, o Padre José Álvaro Borja, reitor do Seminário da cidade da Praia, em Cabo-Verde, considerou que obra de Mafrano «faze antever um momento rico de encontro cultural multifacetado em que se cruzam história, literatura e antropologia, entre outras áreas do saber».
Em Angola, Dom Zacarias Kamwenho, o arcebispo emérito do Lubango e prémio Sakharov 2001, considerou-o «O antropólogo maior de Angola». Mafrano faleceu aos 25 de Julho de 1982.

Para mais informações contactar:

Pedro Hangula, Director do Gabinete Provincial da Cultura, Turismo e Ambiente
Telef: +244 931 732 211

José Soares Caetano, Jornalista, escritor e filho do autor,
Telef: +244 912220543; +244 926546698;
E-mail: tazuary@gmail.com;