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“Maka à quarta-feira” em Lisboa

“Maka à quarta-feira” em Lisboa

É com enorme satisfação que anunciamos a realização, em Alvalade, Lisboa, na quarta-feira, 1 de Março de 2023, às 17 horas, da famosa tertúlia “Maka à quarta-feira” da União dos Escritores Angolanos, numa parceria com a nossa editora, Perfil Criativo (Portugal).

Com o título “Literatura Angolana em Portugal” este encontro terá início pelas 16h30, começando a maka às 17 horas. O público está convidado a participar e a falar.

Oradores convidados

A divulgar brevemente

União dos Escritores Angolanos

Criada logo a seguir à independência nacional a UEA e alinhada com a revolução, foi fundamental no desenvolvimento cultural na República de Angola.

A UEA foi proclamada em 10 de dezembro de 1975, em sessão que contou com a presença do Presidente António Agostinho Neto, que proferiu um discurso programático onde refletiu sobre a dimensão cultural de Angola.

Entre os objetivos da UEA destacam-se:

  • Promover a defesa da cultura angolana como património da Nação;
  • Estimular os trabalhos tendentes a aprofundar o estudo das tradições culturais do povo angolano;
  • Incentivar a criação literária dos seus membros, nomeadamente proporcionar-lhes condições favoráveis ao seu trabalho intelectual e à difusão das suas obras;
  • Propiciar a revelação de novos escritores, orientando os seus esforços e dando-lhes o necessário apoio;
  • Fortalecer os laços com a literatura e as artes dos outros Povos Africanos.

Mapa de acesso à Biblioteca

O nossos autores de Angola

António Feijó Júnior

Armindo Laureano

Bernardino Luacute

Carlos Mariano Manuel

Clément Mulewu Munuma Yôk

Fernando da Glória Dias

Fernando Kawendimba

Filipe Zau

Filomena Barata

Filomeno Pascoal

Fragata de Morais

Francisco Van-Dúnem “Vadiago”

Gociante Patissa

Hélder Simbad

Igor de Jesus

Jaime de Sousa Araújo

J.A.S. Lopito Feijóo K.

João Ngola Trindade

Job Sipitali

Jonuel Gonçalves

José Bento Duarte

JRicardo Rodrigues

Kalunga

Karen Pacheco

Kiavanda Felix

Lobitino Almeida N’gola

Márcio Roberto

Maria Manuela Rocha

Marcolino Moco

Mário de Carvalho

Miguel Neto (Nível)

Nazário Muhongo

Paulino Maria Baiona

Patrício Wanderley Quingongo

Sandra Poulson

Sebastião Ló

Shafu Duchaque

Tomás Lima Coelho

Tony João

Ventura de Azevedo

Victor Torres

Wylsony dos Santos

Xavier de Figueiredo

JOVENS AUTORES ANGOLANOS

Sedrick de Carvalho

Fernando da Glória Dias

Orlando Castro

Mafrano (Maurício Francisco Caetano 1916–1982)

UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Ngongongo

Luzia Moniz

Contactos

Lançamento do livro “E agora quem avança somos nós” na livraria Tantos Livros

Lançamento do livro “E agora quem avança somos nós” na livraria Tantos Livros

Panguila | Niterói editora do Brasil, Elivulu, de Angola e Perfil Criativo de Portugal arrancam 2023 com o lançamento em Lisboa, na Tantos Livros (avenida marquês de Tomar 1B), um livro de Jonuel Gonçalves.

(…) sem precisar de raças, pois será avanço longo (…) Derrubar essa bandeira acabando com essa pandemia hiper secular, sem máscara, raça é máscara, máscara o principal, desviou a História para a raça.

Sobre este tema o autor deu uma grande entrevista ao jornal Expansão (6 de Janeiro de 2023) onde referiu:
“O que nos defende contra a dominação é a cidadania, concebida de acordo com a realidade demográfica mundial produzida pela História. Essa defesa é tão decisiva em relação aos grandes centros de poder como em relação aos poderes autoritários ou totalitários em África. Mesmo antes do surgimento das ideologias identitárias explicitas, já as praticavam para justificar o partido único e multiplicar estados inviáveis, em total contradição com o pan-africanismo. O sublinhar dessas identidades visou para as antigas potências a manutenção da sua hegemonia e para as elites africanas a oportunidade de reforçar o seu poder.”

Mais à frente afirmou: “É evidente que o identitarismo foi apenas um pretexto para excluir África dos grandes princípios universais inerentes à condição humana. O identitarismo desemboca quase sempre no racismo e, neste nosso caso, num autorracismo. A maioria das camadas dirigentes até aqui tentam impor a noção de que os africanos são tão diferentes que não têm os mesmos direitos do conjunto da humanidade e que as normas de desenvolvimento têm de ser diferentes. Por exemplo, têm de permitir aos chefes acumular riqueza como símbolo de poder, manipulando as tradições.

Temas para análise no lançamento que vamos realizar no próximo 16 de Fevereiro de 2023.

Agora quem avança somos nós” é um romance construído em formato cinematográfico dividido em onze episódios:

— Ladeira da Barra

— Escala em Dakar

— Sempre Dorothy

— Idrissa

— “Pardinha”

— Do voleibol de praia ao de quadra

— Sembéne esteve em Cabo Verde?

— Agudás Haratines e Crioulos

— Último trip (desta vez)a Uidá ou Ajudá

— Adilah

— Idrissa na zona de Arguim barco das Canárias em Nuadibu

Encontro/debate sobre o Sul de Angola na livraria Ferin

Encontro/debate sobre o Sul de Angola na livraria Ferin

O Sul de Angola e em especial o deserto de Moçâmedes vão estar em destaque na livraria Ferin, a partir do livro “Caraculo a minha paixão | Deserto de Moçâmedes (Namibe) | Álbum Fotográfico do século XIX e XX” (Ed. 2021) memórias de Victor Torres.

Livraria Ferin (Rua Nova do Almada 72, ao Chiado, em Lisboa)

10 de Fevereiro de 2023, às 16h30

Inclui prova de vinho “Vale do Bero” e para quem adquirir o livro “Caraculo a minha paixão” receberá 1.000 escudos do Banco de Angola, para servir de marcador.

Homenagem ao Cónego José da Costa Frotta e a apresentação da colectânea «Os Bantu na Visão de Mafrano – Quase Memórias»

Homenagem ao Cónego José da Costa Frotta e a apresentação da colectânea «Os Bantu na Visão de Mafrano – Quase Memórias»
Acima, está a imagem da audiência que foi concedida no fim da manhã de quarta-feira, dia 01 de Fevereiro, pelo Secretário Geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros de São Tomé e Príncipe, Carlos Moreno. O embaixador de Angola também esteve presente., “Com a nossa presença, queremos dizer que Os Bantu na visão de Mafrano passam a ser também um património da República Democrática de São Tomé e Príncipe, num gesto de sublime gratidão ao cónego José da Costa Frotta que educou o autor desta colectânea, desde órfão”, foi o que declaramos em nome da família de Maurício Caetano “Mafrano”.

O AUDITÓRIO DA FACULDADE DE CIÊNCIAS E DAS TECNOLOGIAS da Universidade de São Tomé e Príncipe testemunhou a prestação de uma homenagem ao Cónego José da Costa Frotta e a apresentação da colectânea «Os Bantu na Visão de Mafrano – Quase Memórias» do escritor e etnólogo angolano Maurício Francisco Caetano, no passado dia 01 de Fevereiro.
A apresentação da colectânea esteve a cargo da profª drª Natália Umbelina, da Universidade de São Tomé e Príncipe enquanto a CEAST (Conferência Episcopal da Angola e São Tomé e Príncipe) esteve representada pelo Vigário Geral da Diocese, padre João de Ceita Nazaré.
Mais do que quaisquer palavras, as imagens mostram-nos a envergadura da cerimónia que contou com a presença de ilustres personalidades da vida política, diplomática, académica, social e religiosa de São Tomé e Príncipe, incluindo o embaixador de Angola.
O autor desta colectânea, Maurício Francisco Caetano, nascido em 1916 e falecido em 1982, foi um ex-Seminarista de quem o cónego José da COSTA FROTTA, nascido em S. Tomé, foi tutor, na cidade angolana do Dondo e no Seminário do Sagrado Coração de Jesus de Luanda.
O cónego José da COSTA FROTTA foi muito mais do que isso, e daí a razão da homenagem: o sacerdote santomense (1879-1954) fundou a primeira Escola da Missão Católica do Dondo, onde trabalhou durante 22 anos, desde 1908, tendo sido também pároco da célebre Igreja da Muxima, na Província de Luanda, além das passagens que teve pelas províncias de Malanje e Bengo.
Como gesto de sublime gratidão a Família de Maurício Caetano foi a São Tomé fazer-lhe esta homenagem e aproveitou também a ocasião para anunciar o lançamento do Volume II desta colectânea, previsto para Julho de 2023.
«”Os Bantu na visão de Mafrano” passam a ser também um património histórico da República Democrática de São Tomé e Príncipe, como gesto de gratidão ao cónego José da Costa Frotta que educou o autor desta obra”, disse a família de Maurício Caetano, “Mafrano,” durante uma audiência que lhe foi concedida no Ministério dos Negócios Estrangeiros.
«Os Bantu na visão de Mafrano» é uma colectânea de Antropologia Cultural em três volumes que está a ser compilada pela família de Maurício Caetano partir de textos dispersos em jornais e revistas para os quais o autor escreveu de 1946 a 1982.

Sul de Angola, “onde tudo é diferente”, encontro com Victor Torres na livraria Ferin

Sul de Angola, “onde tudo é diferente”, encontro com Victor Torres na livraria Ferin

Victor Manuel Mendonça Torres nasceu em Moçâmedes, Angola, sendo descendente directo de luso-brasileiros da segunda migração que chegou de Pernambuco, no Brasil para viver naquela baía entre o mar e o deserto, local inóspito onde começava a despontar o projecto da cidade que hoje ali encontramos.

Neto do soba Torres, conhece profundamente o deserto do Namibe e a cidade de Moçâmedes, os seus segredos, como o desconhecido projecto de independência ainda no tempo do Estado Novo, as relações comerciais com a ilha de Santa Helena e sorri com a falta de verticalidade política para alterar o nome da cidade que advém do título nobiliárquico criado por D. Maria I de Portugal, por Carta de 13 de Agosto de 1779, em favor de José de Almeida e Vasconcelos, antes 13.º Senhor de Mossâmedes e depois Primeiro Visconde da Lapa.

Este encontro na histórica livraria Ferin (1840) é uma oportunidade para conhecermos este nosso autor, as personagens da sua família, a sua relação com os mucubais (hereros), e descobrir os segredos e as potencialidades de Moçâmedes, Caraculo e do Deserto do Namibe.

10 de Fevereiro de 2023, às 16h30 — Conversa debate sobre o Sul de Angola

Livraria Ferin — Rua Nova do Almada 72, no Chiado, Lisboa

Victor Torres com a família no Sul de Angola

Embaixador de São Tomé e Príncipe é informado sobre Volume II da colectânea “Os Bantu na visão de de Mafrano”

Embaixador de São Tomé e Príncipe é informado sobre Volume II da colectânea “Os Bantu na visão de de Mafrano”

Luanda, 26 de Janeiro de 2023 – O Embaixador de São Tomé e Príncipe em Angola, Carlos Gustavo dos Anjos, recebeu na passada quarta-feira, dia 25 de Janeiro, em Luanda, uma delegação da família do escritor e etnólogo angolano Maurico Caetano, que lhe informou sobre a próxima publicação do Volume II da colectânea póstuma «Os Bantu na visão de Mafrano – Quase Memórias».

Depois da publicação do primeiro volume em Maio de 2022, o volume dois desta colectânea sobre Antropologia cultural angolana poderá ser apresentado ao público em Julho de 2023.

Tanto o editor como a família do autor estão de acordo com esta calendarização e os contactos estão muito avançados. A cidade de São Tomé e Príncipe, por seu turno, foi escolhida para o anúncio público desta nova obra, a ser feito durante uma cerimónia agendada para o dia 1 de Fevereiro na Faculdade de Ciências e das Tecnologias.

Se o Volume I traz textos de MAURÍCIO CAETANO com a data de 1957, o próximo Volume II faz o leitor recuar 11 anos, num resgate do que o autor escreveu em 1946 no Jornal «Semanário Angola Norte», editado em Malanje e também no Jornal católico «O Apostolado» de 1959 a 1973.

Naquela época, Mafrano, o pseudónimo literário de Maurício Caetano, já era um vigoroso investigador empenhado na defesa da Cultura Bantu, como mostram os extractos que se seguem:

«…a inegável ressonância com as fábulas de todas as latitudes e tempos, que apresentam os animais não só falando entre si, como ainda com o homem (o Bantu), só mostra que todas as raças humanas têm um fundo psicológico comum», escreveu ele em 1972, citando exemplos da mitologia greco-romana.

E Mafrano dizia mais, em 1972: «O individuo que hoje coma uma tangerina não tem preocupação de lembrar, sendo português, que os seus compatriotas conheceram, essa citrina, pela primeira vez, como oriunda de Tânger (Marrocos) e daí o nome. Este foi, em tempos idos, uma palavra composta: laranja-tangerina. Os franceses, mais tradicionalistas do que nós, dizem ainda hoje “Orange de Tanger”, embora digam também “mandarine”.»
«O leitor que tenha boa memória pode fazer uma lista bonita de expressões, ditados, máximas, aforismos e anexins que nos evocam um passado que passou mesmo», acrescenta igualmente.
«Quem vê ainda hoje um coqueiro no “Bairro dos Coqueiros”, em Luanda, que conserva este nome? Onde é que há cisternas hoje na Maianga? Ora, nós continuamos com os termos coqueiros (que já os ouve) e com “maianga”, uma palavra Kimbundu que significa poço, cisterna, em português», são estas algumas das citações do próximo Volume II da colectânea «Os Bantu na visão de Mafrano – Quase Memórias» cujo anúncio será feito numa cerimónia de homenagem ao cónego José da Costa Frota, o sacerdote de São Tomé e Príncipe que educou o autor, então órfão.
Esta versão é a mais actualizada !

Terminou a primeira fase, digitalização, do Volume II da colectânea «Os Bantu na visão de Mafrano», de Maurício Francisco Caetano. Caso não haja imprevistos, o livro poderá ser lançado em Julho de 2023. Tanto o editor como a família do autor estão de acordo com esta calendarização e os contactos estão bem encaminhados. A cidade de São Tomé e Príncipe, por seu turno, foi escolhida para o anúncio público desta nova obra, a ser feito durante uma cerimónia já agendada para o dia 01 de Fevereiro na Faculdade de Ciências e das Tecnologias.

Se o Volume I trazia textos de MAURÍCIO CAETANO com a data de 1957, o Volume II faz-nos recuar 11 anos para resgatar o que o autor escreveu em 1946 no Jornal “Semanário Angola Norte”, editado em Malanje. Naquela época, Mafrano já era vigoroso na defesa da Cultura Bantu, como mostram os textos que se seguem:
«…a inegável ressonância com as fábulas de todas as latitudes e tempos, que apresentam os animais não só falando entre si, como ainda com o homem (o Bantu), só mostra que todas as raças humanas têm um fundo psicológico comum», escreve ele.

E Mafrano diz-nos mais: «O individuo que hoje coma uma tangerina não tem preocupação de lembrar, sendo português, que os seus compatriotas conheceram, essa citrina, pela primeira vez, como oriunda de Tânger (Marrocos) e daí o nome. Este foi, em tempos idos, uma palavra composta: laranja-tangerina. Os franceses, mais tradicionalistas do que nós, dizem ainda hoje Orange de Tanger, embora digam também mandarine.»

«O leitor que tenha boa memória pode fazer uma lista bonita de expressões, ditados, máximas, aforismos e anexins que nos evocam um passado que passou mesmo.
Quem vê ainda hoje um coqueiro no “Bairro dos Coqueiros”, desta cidade, (Luanda) que conserva este nome? Onde é que há cisternas hoje na Maianga? Ora, nós continuamos com os termos coqueiros (que já os ouve) e com maianga que significa em Kimbundu poço, cisterna».

Esta e outras questões foi o tema de uma audiência que o Embaixador de São Tomé e Príncipe concedeu no passado dia 25 de Janeiro, a dois membros da família de Maurício Caetano, antes da cerimonia que terá lugar na capital daquele pais.

O primeiro volume da colecção “Os bantu na visão de Mafrano” (Ed. 2022) será apresentado na Faculdade de Ciências e das Tecnologias da Universidade de São Tomé e Príncipe, no auditório da Faculdade de Ciências e das Tecnologias, na cidade de São Tomé, a 1 de Fevereiro, quarta-feira, às 15h00.

4 de Fevereiro

4 de Fevereiro

A livraria Ferin, no Chiado, em Lisboa, vai receber o nosso primeiro encontro com autores deste ano novo de 2023, dedicado ao 4 de Fevereiro de 1961, em Angola. Uma conversa sobre a histórica revolta popular de Luanda (Angola) alargada aos acontecimentos mais recentes no Brasil. Uma oportunidade para conversar com os nossos autores e descobrir as mais recentes publicações.

Dois autores convidados:

JONUEL GONÇALVES — Angolano, economista, professor catedrático, começou por escrever panfletos num grupo estudantil clandestino, no início da luta pela independência, em 1961. Depois, acrescentou artigos em jornais e revistas. Em 1991, com a abertura em Angola, publicou o seu primeiro livro, um ensaio-reportagem sobre a guerra. Mas a guerra voltou e ele só voltou a ter paz para escrever o segundo em 2002, publicado em 2007. Depois nunca mais parou, como também não parou de nomadizar entre Angola, Brasil, Portugal, etc. É autor de mais de 10 livros com destaque para “Economia e Poder no Atlântico Sul” (Ed. 2022) e “E agora quem avança somos nós” (Ed. 2022).

CARLOS MARIANO MANUEL — Angolano, médico, investigador em História, professor catedrático em patologia, presidente da Liga Africana. Tão cedo quanto no primeiro lustro da sua vida ficou, inocente, envolvido no epicentro dos tempestuosos acontecimentos integrados no início da guerra, pela Independência Nacional ou anticolonial (em Angola), e do ultramar ou colonial (em Portugal). Medrou até ao início da juventude sujeito ao arbítrio dos chamados, de um lado libertadores e, do outro, civilizadores. Sobreviveu ao convulsivo período em torno e o subsequente à Independência, integrado na ordem social instituída pelas novas autoridades do país. O exercício profissional nos âmbitos assistencial e do magistério superior da medicina levaram-no, sucessivamente, dentre muitos outros destinos, ao Huambo, um dos epicentros do conflito fratricida pós-independência em solo pátrio e a Berlim, também um dos centros na Europa geradores das principais decisões que influenciaram o Mundo no último quartel do século XIX e no século XX. A necessidade de racionalização científica desses acontecimentos levaram-no a frequentar, suplectivamente e na condição de discente livre, os cursos de História Moderna e Contemporânea na Universidade de Humboldt em Berlim, tendo posteriormente realizado a investigação multicêntrica na Europa, América e África de natureza metanalítica, de sítios históricos, arqueológicos, museológicos, bem como a realização de entrevistas com testemunhas do tempo e relevantes para a História de Angola. Contudo, estes esforços, de sequiosa e humilde procura da razão das coisas pretéritas e correntes bem como de melhoria das vindouras. Autor do Tratado de História de Angola , edição especial de prestígio e edição económica.

Livraria Ferin — O nome desta livraria tem origem no apelido de uma família belga que se fixou em Portugal por ocasião das guerras napoleónicas. O primeiro Ferin que se mudou para Lisboa chamava-se Jean Baptiste e era o 6.º avô do nosso colega Vasco Dias Pinheiro. Jean-Baptiste teve 11 filhos, 7 dos quais começaram a trabalhar em profissões ligadas aos livros (Gabinete de Leitura, Encadernação, Tipografia, etc…). Quando Jean Baptiste chegou a Portugal, por volta de 1800, ainda não havia eletricidade nas ruas, nem automóveis e muito menos autocarros. As pessoas deslocavam-se a pé ou de caleches, pequenas carruagens puxadas a cavalos.

As filhas de Jean-Baptiste Ferin abriram um Gabinete de Leitura no Chiado no local onde fica hoje a Livraria Ferin
Duas das suas filhas, Maria Teresa e Gertrudes, abriram no Chiado, em Lisboa, no local onde fica hoje esta bela livraria, um Gabinete de Leitura que funcionava mais como uma biblioteca do que como uma livraria, pois emprestava os livros a quem quisesse lê-los. As pessoas pagavam o aluguer dos livros e era com esse dinheiro que se ia aumentando o número de exemplares do Gabinete. Como eram estrangeiras, Maria Teresa e Gertrudes tinham facilidade na compra de livros estrangeiros e começaram a ser conhecidas no meio cultural lisboeta e até do País.

Maria Teresa, uma das filhas, transformou o Gabinete de Leitura na atual livraria
Como Maria Teresa tinha grande iniciativa, acabou por transformar o Gabinete de Leitura numa livraria, tornando-se, assim, na primeira livreira desta secular família.

A partir dessa altura e até meados do século XX, a livraria dispôs também de uma oficina de encadernação. O rei D. Pedro V mandava encadernar nela todos os seus livros e resolveu mesmo nomeá-la Encadernadora Oficial da Casa Real Portuguesa.

A segunda Livraria mais antiga de Lisboa
Desde 1840, pela Ferin passaram e foram seus clientes grandes personalidades da vida literária do País, como por exemplo Eça de Queiroz.

Muitas outras histórias poderiam ser contadas para atestar o importante papel que esta livraria tem desempenhado ao longo da sua existência.

Ao longo de décadas de trabalho, muitos foram os lançamentos de livros que tiveram lugar na Livraria Ferin.

Morada: Rua Nova do Almada, 72
1249-098 Lisboa . Tel.: 213424422

Outras actividades programadas para a livraria Ferin, no Chiado, em Lisboa

Encontro com Luzia Moniz na livraria Tantos Livros em Lisboa

Encontro com Luzia Moniz na livraria Tantos Livros em Lisboa

Encontro com a autora do livro de crónicas “Silenciocracia, jornabófias e outras mazelas” (Ed. 2022), primeiro volume da colecção Novo Jornal.

Luzia Moniz é angolana, jornalista, socióloga e activista interseccional, acredita na democracia como alavanca para o combate às desigualdades políticas, económicas e sociais.
É co-fundadora da PADEMA, Plataforma para o Desenvolvimento da Mulher Africana, uma organização da Diáspora Africana em Portugal, centrada na Mulher Africana diaspórica, nos seus valores culturais e identitários com vista à sua afirmação na sociedade tendo em conta a igualdade de género e de oportunidades.
Pan-africanista desde sempre, a autora liderou em Luanda, durante cinco anos, o Desk África da Agência Angola Press (ANGOP) que coordenava todo o noticiário africano do País, antes de ser transferida, em 1989, para Portugal como delegada da mesma agência.
É frontal, “escreve como fala: de olhos bem abertos e acesos, e olhando bem direitinho para o seu interlocutor, e sobretudo sem papas na língua”, como retrata, no prefácio deste livro, o historiador africano do Congo, o seu amigo-irmão Jean-Michel Mabeko-Tali.
”Luzia Moniz fez-se indubitavelmente intelectual da, e na revolução, forjou-se nela, construiu-se politicamente nela, ainda de acordo com Mabeko-Tali ou, como sublinham Dilia Fraguito Samarth e Anil Samarth, no posfácio é “sonhadora, intelectual honesta, implicada na luta histórico-política desde tenra idade, com uma consciência histórica profunda, cujas raízes se alicerçam no eloquente exemplo de Deolinda Rodrigues, e continua a afirmar a sua luta contra qualquer tipo de colonialismo”.
Luzia reside em Portugal, sua terra de adopção e de opção.

Lisboa recebe “MILOMBO MA UFIKE”, de Ngongongo

Lisboa recebe “MILOMBO MA UFIKE”, de Ngongongo

O escritor angolano “Ngongongo” (António Baptista), realizou no passado dia 26 de Novembro, em Lisboa, o lançamento da sua mais recente obra “Milombo Ma Ufike – Correntes da Utopia”. Trata-se de um livro de poemas, escrito em kimbundu e português, com 72 páginas, ao longo das quais o autor expressa, de modo simples e fluído, as ideias com as quais tenta estabelecer a ponte com o leitor.

Na cerimónia, em que esteve presente o Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República de Angola em Portugal, Carlos Alberto Saraiva de Carvalho Fonseca, houve momentos de poesia e de música, a cargo de membros da comunidade angolana, num ambiente de convívio e que foi aproveitado, também, para fortalecer laços de amizade e de solidariedade existentes na diáspora.

Na ocasião, António Baptista foi homenageado com um diploma de mérito pela associação da comunidade angolana residente em Almada, onde reside.

Diploma de mérito pela associação da comunidade angolana residente em Almada

“Ngongongo”, pseudónimo literário de António Baptista, nasceu no bairro do Marçal em Luanda, em 1962. Iniciou a sua actividade de artes no grupo de teatro Horizonte Nzinga Mbandi. Frequentou em 1993 o seminário básico de capacitação científica e artes cénicas e colaborou com a delegação de Cultura no Namibe, onde foi vice-presidente da brigada de trovadores “Manguxi”.

A a presentação da obra esteve a cargo do tradutor de kimbundu, Carvalho Neto. Intervenção especial em kimbundu da escritora e artista, Isabel Ferreira.


https://shop.autores.club/pt/inicio/352-milombo-ma-ufike-correntes-da-utopia.html