Para responder a esta questão e para melhor percebermos as consequências das grandes transformações “macro” no universo “micro” de cada um de nós, o editor da Perfil Criativo e o poeta angolano, António Manuel Monteiro Mendes, têm o prazer de convidar V/ Excelência para o lançamento do livro SUL, de Álvaro Poeira, na Casa de Angola, em Lisboa, no próximo Sábado, 16 de Dezembro, às 16h00. Morada: Travessa da Fábrica das Sedas, nº 7, ao lado do Largo do Rato, em Lisboa
A apresentação e crítica do livro SUL estará a cargo de Paula Catarino, Victor Torres e do poeta angolano João Fernando André. A não perder!
Em jeito de balanço de fim de ano, recordamos que em 2023, publicámos catorze novos títulos, maioritariamente de autores angolanos, na sequência do trabalho editorial que temos estado a realizar desde 2015, já com um total de cento e oito títulos editados em Portugal.
Sem esquecer que este ano, vindo de Barcelona, publicámos também, na língua de Cervantes, o poeta, Danilo Facelli Fierro, autor com uma intervenção pública teatral e circense nas ruas da Catalunha, dando, desta forma, corpo à “Colección Aquelarre”.
Com a aproximação do fim do ano, a semana passada foi muito activa na divulgação dos nossos autores: realizámos dois lançamentos de novas obras.
Neste encontro, no Chiado, durante a apresentação da obra, o Prof. Doutor Guilherme D’Oliveira Martins voltou a confirmar uma realidade que temos denunciado em muitas das nossas actividades, em Portugal “conhece-se pouco a realidade de Angola”.
A confirmação desta realidade dá-se depois do nosso autor, investigador e professor catedrático, Carlos Mariano Manuel, Uina yo Nkuau Mbuta, um africano, bantu, mukongo, de nacionalidade angolana, ter recebido em Lisboa o Prémio Personalidade Lusófona 2023, atribuído pelo Movimento Internacional Lusófono.
Já o segundo livro, apresentado na Casa de Angola, a 7 de Dezembro, é uma obra aparentemente mais política, “EU E A UNITA”, do jornalista Orlando Castro, director adjunto do jornal Folha 8.
Neste encontro, o jornalista William Tonet referiu-se ao autor do livro como “incolor” e “os nossos brancos” ao grupo étnico caucasiano angolano. Segundo ele, este grupo define-se pelos que “foram encaminhados para a Arca de Noé da retornança, no processo de transição do Acordo do Alvor”, Identificando de uma forma muito objectiva a questão “racial” como sendo uma temática de grande fragilidade na construção da República.
No ar ficou a pergunta: o que é feito dos “nossos brancos”?
Boa tarde a todos. Em primeiro lugar, obrigado ao Felipe, por ter trazido até todos nós o seu “3 em 1”, que ele construiu com carinho e com a dedicação que ele aplica a tudo que faz. Obrigado também ao Ricardo Rodrigues, que publicou o livro. E agradecimentos ainda a todos os presentes, principalmente aos responsáveis por esta biblioteca.
Penso que todos conhecerão o autor; mesmo assim, tenho aqui alguns dados da sua biografia, mas antes uma manifestação de interesse: sou amigo dele.
Filipe Didelet Pereira é licenciado, mestre e doutor em Engenharia Mecânica e membro Conselheiro e Especialista em Manutenção da Ordem dos Engenheiros. Tem várias obras publicadas na sua área profissional, a nível nacional e internacional, mas também se dedica há anos a projetos literários, de que o presente livro é a mais recente manifestação. Conhece como poucas pessoas os transportes públicos deste país.
“3 em 1”, como o próprio nome indica, é a reunião, num só volume, de três obras diferentes. A primeira é constituída por 65 breves diálogos. Por que razão 65 diálogos? – perguntei-lhe eu. Trata-se da idade que tinha quando os reuniu num único volume – explicou-me.
Os diálogos são subordinados ao tema geral “De entre o céu e o inferno”. Isto é, englobam tudo que não se encontra no céu ou no inferno, mas entre uma coisa e outra. A palavra “inferno” não aparece no livro, e “céu” surge apenas uma vez, para indicar a cor azul, e não propriamente o local idealizado pelos crentes católicos:
Indica-me o nome deste país, irmão Paulo. Seria o céu se fosse azul, irmão Pedro.
3 EM 1
A distância entre o céu e o inferno é o percurso existencial de cada um, de todos nós e também de Pedro e de Paulo:
— Grande terá sido o caminho desde Que iniciei o conhecimento, Pedro.
— E maior se tornará, Paulo. Lamenta apenas, comigo, que a memória não abranja, precisamente, os passos inaugurais e alguns dos que se seguiram.
3 EM 1
Os diálogos têm apenas essas duas personagens, Pedro e Paulo, eles mesmos, os dois apóstolos. Os dois conheceram em vida tudo que medeia entre o céu e o inferno. Assim aconteceu com Pedro, ou Simão Pedro, o mais velho, cujo nome evoca a pedra sobre a qual Cristo quis edificar a sua igreja, o homem que Cristo escolheu para ser pescador de homens, que abandonou tudo para seguir Jesus e que pediu para ser crucificado de cabeça para baixo, para não padecer da mesma maneira que o Messias.
O nome de Paulo, ou Saulo, ou Paulo de Tarso, mais novo que Pedro, parece indicar alguém que era aguardado, por quem se ansiava; o seu percurso de vida é contrário ao de Pedro: de impiedoso perseguidor dos cristãos ele passa a defensor da mesma fé de Pedro e morre degolado: os romanos não usavam o martírio da cruz para castigar cidadãos romanos.
Pedro e Paulo talvez tenham sido martirizados no mesmo dia, não se sabe. São ambos lembrados no dia 29 de junho. Aos dois apóstolos o nosso autor, narrador-criador, omnipresente, junta o seu próprio nome, o do apóstolo Filipe, do evangelista S. Filipe e a S. Filipe Néri, o santo da alegria, que dizia “afastem de mim o pecado e a tristeza”. Três Filipes e um só. Três apóstolos em diálogos atribuído a dois, mas que na realidade envolvem três. Três em um, é o título do livro.
Tudo em “3 em 1” tem uma razão de ser. Os diálogos são propositadamente secos, económicos, ascéticos, místicos, sóbrios e austeros. Distanciam-se propositadamente da realidade. As emoções são poucas, não são extravasadas, é como se tivessem sido guardadas para a forma como os dois apóstolos se referem um ao outro: meu irmão de sempre, amigo, caro irmão, admirável companheiro, companheiro de tantos anos, velho e admirável companheiro.
A contenção das emoções faz com que apenas estados de espírito permanentes – como por exemplo a desilusão, a tristeza, a seriedade que somente o profundo conhecimento da mente humana pode trazer – sejam manifestados pelos dialogantes. Assim, o leitor não encontrará mais do que meia dúzia de adjetivos em “3 em 1”. Quando a utilização de adjetivos é absolutamente necessária, o autor transforma-os em nomes substantivos: um facto aleatório aparece como “o aleatório”; algo abrangente transforma-se em “a abrangência”; o que é grandioso surge como “a grandiosidade”.
Para que serviriam os adjetivos, a não ser para apressar percursos, queimar etapas, retardar a chegada àquilo que se encontra inexorável e invariavelmente à espera de todos; ou conforme diz Pedro, interrogado sobre a transitoriedade da juventude:
Eterna não será apenas a morte, irmão?
3 EM 1
A segunda parte do “3 em 1” recebeu de Filipe o nome de “Hortu gERal”. Portugal, horto, geral. O título aponta claramente para o “Horto do Esposo” e o “Bosco Deleitoso”, marcos importantes da poesia medieval. O horto é local de isolamento, contemplação, reflexão e até de brincadeiras. Aqui, o leitor encontra a poesia experimental e concreta, que faz lembrar os melhores poetas concretos portugueses, nomeadamente Salette Tavares com o seu “Brincar, Brin Cadeiras, Brincade Iras” e António Ramos Rosa com o seu “O Deus Nu (lo)”, ou ainda Herberto Hélder com o seu “Poemacto”. Diz Filipe:
Um poema é uma estrutura concisa e organizada que diz tudo sem dizer nada.
3 EM 1
Brinca-se com a língua, brinca-se com o leitor, o poeta brinca consigo mesmo, aparentemente não se leva a sério. Tal como Herberto Hélder no já citado “Poemacto”:
Canta a multidão a voz do poeta que ao falar de nós se torna em profeta
3 EM 1
Aqui há lugar para a geografia e para longínquos sentimentos, a justificar o título da terceira parte do livro: “De mim para mil”. O tempo – seja na contemporaneidade, seja como porta do futuro, marca a sua presença. Aparecem a angústia e a política:
O país a seco, a saque, a soco, a solo.
3 EM 1
Ou então:
Lisboa que olhas o rio cansada de o ver correr para um mar sem regresso. Lisboa, o teu casario que a gente vê morrer Em nome desse progresso.
3 EM 1
A política e os sentimentos levam a uma verdadeira irritação, que poderia ter sido escrita hoje mesmo:
Que é isto? Qu’ é isto? Quisto Ministro Sinistro!!
3 EM 1
Ou ainda:
Corriam tempos de ilusão, Para todos crescia a visão De um mundo já libertado. Mas eis de novo a maldição de uma peste em transmissão pondo o mundo acorrentado
3 EM 1
A maldição tem um nome, infelizmente bem familiar a todos nós:
Ser convidado a confinado para não ser covidado … O novo normal anormal é o novo mal e como tal vai correr mal se não voltar a haver um normal que tem de ser como era habitual … Com máscaras mascaras más caras. mas, caras, de caras, com máscaras só há más caras.
3 EM 1
O que temos nesta vertente da poesia de Filipe? Num primeiro momento, dá-se a explosão da palavra – de um grafema – que é reconstituída sob diversas formas, inclusivamente com novas formas gráficas, permanecendo o som como reminiscência do primeiro. Daí que muitos dos nomes da poesia concreta e experimental tenham sido também revelados como artistas plásticos de grande valor. Neles, a palavra transborda o espaço exíguo da folha de papel. Ana Hartley chegou a fazer bordados com a sua poesia, e António Ramos Rosa fez experiências com vídeos.
Estou convencido que Felipe vai a caminho deste movimento de trasbordo. A terceira parte do “3 em 1” parece indicá-lo, de mil maneiras. Aqui surge um hino à vida, aqui se encontram as etapas para a sua transição como ser humano – o filho, a filha, o neto -, aqui estão os amigos e a mensagem de esperança para a construção do futuro e para a eternidade.
Já passei pelos dias curtos, já passei por anos compridos. Saudades pelos tempos idos, Paixão pelos novos futuros. Agora são dias compridos, agora os anos são curtos. Regozijo pelos tempos vividos e espera por serenos augúrios.
3 EM 1
Obrigado pelo teu “3 em 1”, Filipe. A todos os presentes, obrigado pela paciência com que me ouviram.
Está de parabéns o poeta Danilo Facelli Fierro, por distribuir e apresentar a sua obra nas ruas desde 2004.
É com muito exaltação que a editora Perfil Criativo, na celebração deste vigésimo aniversário, publica o pequeno livro de poesia “Material Inflamable. Veinte años extendiendo palabras en voz alta” (Ed. 2023), que vai conquistar o coração dos leitores espanhóis e portugueses.
Este livro já está disponível na loja online www.AUTORES.club e estará em breve nas principais plataformas de comercio de livros digitais: FNAC, Bertrand, Wook e Worten.
Biografia de um poeta de intervenção
Entre 2005 e 2010, Danilo Facelli Fierro fez parte das companhias aQúTeatro e Los Estupendos Estúpidos. Em 2007, cria “Vivir del Bolo“, um projeto cénico que combina poesia, teatro e música ao vivo. Em 2016, dirige o espetáculo de circo “(In)*finit” da companhia Zero. Em 2017, publica o livro de poemas “Soñando Con” e, em 2018, o livro de aforismos “Chupitos“. Em 2019, apresenta a verbena poética do Festival Barcelona Poesía e é selecionado para criar e representar “Aldarri“, uma obra de teatro de rua criada para o Festival Eztena em Rentería, Gipúzkoa.
Em 2013, o poeta projeta os conteúdos da formação teatral intensiva “La Palabra Viva“, que continua ministrando até hoje. Desde 2014, coordena o ciclo de poesia cénica “Perifèric Poetry Mataró” e, entre 2017 e 2021, foi apresentador, junto com Marc Rodrigo, do “Lokal de Risc“, um cabaré trimestral realizado no Ateneu Popular de 9 Barris.
No ano de 2020, co-dirige “Toca Toc” da companhia Pakí Payá e ganha o prémio Zirkólika de melhor espetáculo de circo em tenda. Também publica o livro de poemas “La Tierra y el Barrio” e junta-se ao “Laboratorio de los imposibles“, um grupo de performers que se reúne para realizar ações artísticas em diferentes cidades da Catalunha. Em 2021, actua como apresentador virtual do “Vociferio“, Festival de poesia de Valência, participa na performance têxtil “Kapada” de Georgina Marqués e actua no espetáculo de circo-teatro “Shake, Shake, Shake” da companhia Pakí Payá.
Em 2022, estreou os espetáculos “La Tierra y el Barrio” em março e “La Vida es una Fuerza Oscura” em outubro. Em 2023, dirigiu o “Combinat de Circ 59” do Ateneu Popular de 9 Barris e celebra os vinte anos do seu primeiro recital de poesia.
3 em 1 é um conjunto de 3 obras com características diferentes. Assim, De entre o céu e o inferno apresenta-nos os “diálogos”, que pretendem remeter quem lê para Pedro, o mais velho, e Paulo, o mais novo, esses mesmo, os primeiros em que pensamos quando ouvimos estes nomes. Estão primeiro porque foram enviados na frente, são os apóstolos. O restante é a forma de ver o que está à volta e de retratar um percurso. Hortu gERal é um olhar sobre a nossa sociedade neste canto ocidental e De mim para mil é uma forma de partilha com todos os que o queiram da individualidade e de algum sentimento mais intimista. Em ambos surgem o trocadilho, o jogo de palavras levado à decomposição delas próprias e ao papel do gráfico na própria apresentação de que o próprio título “Horto gERal” pretende ser um exemplo.
O autor, Filipe J. D. Pereira, e o editor da Perfil Criativo – Edições têm o gosto de convidar V: Ex.ª para a apresentação do livro 3 em 1.
O jornalista Wilton Fonseca irá apresentar esta obra literária, na segunda-feira, 28 de Novembro, às 18h00, na Biblioteca Municipal de Faro.
Biblioteca Municipal de Faro — António Ramos Rosa
A Biblioteca Municipal de Faro situa-se entre a rua Carlos Porfírio e o jardim da Alameda, no local do antigo matadouro – um imóvel construído entre 1896 e 1899. Em 1999, devido ao abandono e estado de degradação do matadouro, foi iniciada uma intervenção que visou a instalação da nova Biblioteca Municipal.
A solução desenvolvida, a partir da manutenção da fachada neo-árabe do antigo matadouro municipal e da criação de uma alternativa de acesso ao parque urbano, traduz-se num edifício desenvolvido em U, integrando um pátio interior, com uma cércea equivalente a dois pisos.
O seu interior contempla os seguintes espaços: auditório, setores infanto-juvenil, audiovisuais e de adultos, balcão de empréstimos possuindo ainda um serviço de apoio às bibliotecas escolares e equipamento informático destinado à consulta do catálogo e internet.
Morada:
Rua pintor Carlos Porfírio, 8000-241 Faro — 37º0’51.1”N 7º55’32.23”W
deitado, num livro pleno de frases sem hiena, leões, palancas, zebra, macaco, planta ou seca, mesmo sem pó…
Aiuê, aiuê, “tou” numa margem que
“tu não me vê…”
(…)
ÁLVARO POEIRA* in Minha Terra!
*Alberto Poeira e Álvaro Poeira, são pseudónimos de António Manuel Monteiro Mendes
António Manuel Monteiro Mendes
VICTOR TORRES**
Rua Paulo Inácio Guerreiro, na Sanzala dos Brancos, em frente ao Rádio Clube do Namibe, com um areal convidativo para umas futeboladas e umas corridas aos “papa-areia” que por lá andavam a debicar a semente do capim, os pequenos passaritos que sempre nos enganavam com os seus movimentos repentinos, esses movimentos que nos deveriam ter servido de antecipação ao fim de um sonho que só soubemos depois que era um sonho nunca sonhado nem imaginado, tal a inocência que nos assomava.
Foram assim os últimos tempos. Os que nunca julgámos que iam acontecer.
E que nos serviram para os outros tempos na terra dos outros. E que nos ensinaram a sobreviver na chamada civilização e a ter uma capacidade de resiliência, a que chamo mais de teimosia, que nos levou a vencer as dificuldades da vida material, mas não da espiritual ou a do sonho.
Porque esse ficou lá, na terra, no sítio onde nascemos, onde brincámos, onde nos formámos moralmente, sim, lá na nossa terra, a que temos cá dentro e a que nunca nos podem tirar do nosso sentimento, pois lá está por amor, é esse o segredo.
Entendo o teu recuo quando te digo: “vamos, vai ver o que sobrou de ti, vai olhar para a baía, para a praia, vai poetar o teu íntimo com o que os teus olhos vêem, abre-te, vai com o coração e deixa a incerteza fechada no teu bolso, não percas o que ainda podes fazer”.
Será que ias desconseguir? Será que ali, já não te saía a poesia de dor que te transporta, mas antes a alegria do amor escondido desde que chegaste à Tuga, como lhe chamávamos?
E o que farias? Será que te ias reencontrar neste retorno? Ou que ficarias de novo a vaguear feito Cazumbi?
Vamos só mesmo tratar dos nossos no nosso Kimbo e continuar a viver nos sonhos, agora que sabemos que podemos contorná-los e adaptá-los a nós.
É esse o nosso poder, o de transformarmos, a nosso favor, o que acharmos…
…e a nunca mais nos expulsarem, pois o que temos no coração não se rende.
Vamo só na Poeira do Alberto poeirando no quintal do jipe, felizes, ao sol, de cabelos compridos ao vento como se o amanhã não existisse.
Companheiro, uma boa jornada!
** In Prefácio do livro “SUL“. Victor Torres é autor do livro “Caraculo a minha paixão | Deserto de Moçâmedes (Namibe) | Álbum fotográfico do século XIX e XX” (Ed. 2020). Kamba do autor em menino.
Álvaro Poeira***
Todos os textos são da autoria de António Manuel Monteiro Mendes, bem como os seus pseudónimos.
Nasceu em 1959. Numa pequena povoação no norte de Angola. Mavoio. Junto ao rio Tetelo. Filho de pais sem posses, mãe doméstica e pai serralheiro mecânico, viajou com eles e sua irmã, por Angola. Pouco tempo foi.
Em 1974, foi expulso da sua terra Natal.
Não conheceu a casa nem a terra onde a sua mãe o deu à luz. Veio como refugiado para Portugal. Quebrado.
Em estilhaços que ainda hoje tenta colar.
Tem três filhas de dois casamentos.
Viveu em tantas casas que só algumas retêm a sua memória.
Escreve desde sempre. Este é um pequeno grito de outros milhares que redigiu. Sabe, tem consciência que outros contos, lendas, prosas poéticas e poemas barafustar sob um Embondeiro,aclamando na sua justiça, pela identidade do autor, que aqui teriam lugar.
Não dá… Um dia, todas letras voarão por lá…
*** Alberto Poeira e Álvaro Poeira, são pseudónimos de António Manuel Monteiro Mendes
Foi apresentado o livro “3 em 1“, de Filipe J. D. Pereira, no dia 21 de Junho de 2023, às 13h00, na biblioteca da Escola Superior de Tecnologia de Setúbal (ESTS), no Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), instalado no Campus do IPS Estefanilha, em Setúbal. Uma organização do Clube de Leitura do Instituto Politécnico de Setúbal, coordenado pelos bibliotecários: Dra. Isabel Nunes e Dr. Óscar Martins. Estiveram na mesa de honra o Prof. Doutor Rodrigo Lourenço, vice-presidente do IPS, Prof. Doutor Nuno Nunes, director da ESTS, o autor do livro, Filipe J. D. Pereira, o apresentador da obra, Wilton Fonseca, o actor Bruno Quaresma e o editor da Perfil Criativo (www.AUTORES.club).
Vídeo da apresentação em Setúbal do livro “3 em 1”
Wilton Fonseca na apresentação do livro 3 em 1 revelou que uma parte desta obra são diálogos subordinados ao tema “De entre o céu e o inferno”. Isto é, é tudo que não se encontra no céu ou no inferno, mas entre uma coisa e outra. A palavra “inferno” não aparece no livro, e “céu” surge apenas uma vez, para indicar a cor azul, e não propriamente o local idealizado pelos crentes católicos.
Recordamos que o livro 3 em 1 é um conjunto de 3 obras com características diferentes. Assim, De entre o céu e o inferno apresenta-nos os “diálogos”, que pretendem remeter quem lê para Pedro, o mais velho, e Paulo, o mais novo, esses mesmo, os primeiros em que pensamos quando ouvimos estes nomes. Estão primeiro porque foram enviados na frente, são os apóstolos. O restante é a forma de ver o que está à volta e de retratar um percurso. Hortu gERal é um olhar sobre a nossa sociedade neste canto ocidental e De mim para mil é uma forma de partilha com todos os que o queiram da individualidade e de algum sentimento mais intimista. Em ambos surgem o trocadilho, o jogo de palavras levado à decomposição delas próprias e ao papel do gráfico na própria apresentação de que o próprio título “Horto gERal” pretende ser um exemplo.
3 em 1 é um conjunto de 3 obras com características diferentes. Assim, De entre o céu e o inferno apresenta-nos os “diálogos”, que pretendem remeter quem lê para Pedro, o mais velho, e Paulo, o mais novo, esses mesmo, os primeiros em que pensamos quando ouvimos estes nomes. Estão primeiro porque foram enviados na frente, são os apóstolos. O restante é a forma de ver o que está à volta e de retratar um percurso. Hortu gERal é um olhar sobre a nossa sociedade neste canto ocidental e De mim para mil é uma forma de partilha com todos os que o queiram da individualidade e de algum sentimento mais intimista. Em ambos surgem o trocadilho, o jogo de palavras levado à decomposição delas próprias e ao papel do gráfico na própria apresentação de que o próprio título “Horto gERal” pretende ser um exemplo.
O autor, Filipe J. D. Pereira, e o editor da Perfil Criativo – Edições têm o gosto de convidar V: Ex.ª para a apresentação do livro 3 em 1.
A realizar na quarta-feira, 21 de Junho de 2023, às 13h00, na biblioteca da Escola Superior de Tecnologia de Setúbal, no Instituto Politécnico de Setúbal ( Campus do IPS Estefanilha, 2914-508 Setúbal)
No dia 23 de abril, a Catalunha celebra a festa de Sant Jordi, que une cultura e romantismo. A festa é uma mistura de tradições de diferentes épocas, onde o padroeiro da Catalunha é homenageado e a lenda de Sant Jordi e o dragão é relembrada. No dia de Sant Jordi, é comum trocar presentes, sendo que os homens ganham livros e as mulheres recebem rosas, mas essa tradição está cada vez mais estendida e ambos os sexos podem trocar presentes. As ruas de Barcelona enchem-se de pessoas que passeiam entre standes de livros e rosas, procurando presentes para quem amam ou amigos e familiares. No dia de Sant Jordi, é possível visitar edifícios históricos, como a prefeitura, o Palau Güell, o sítio modernista de Sant Pau, o Ateneu e o Palau de la Generalitat. Além disso, é possível desfrutar de atividades literárias, como oficinas e recitais, e de danças tradicionais como as sardanas e as populares torres humanas. A Casa Batlló, uma das obras de Antoni Gaudí, é um dos lugares mais especiais para se visitar nesse dia, já que sua arquitetura representa a lenda de Sant Jordi e o dragão.
Parabéns à poeta Gemma Almagro pela publicação de seus dois livros pela nossa editora e por estar presente na festa do livro de Sant Jordi em Barcelona. É óptimo observar mais trabalhos literários sendo compartilhados com o mundo. A sua trajetória como autora é notável, com prémios e muitas obras publicadas em diferentes géneros. Além disso, tem participado ativa em eventos literários e recitais poéticos mostra o seu compromisso com a arte e a cultura. Desejamos-lhe muito sucesso nos seus projectos de intervenção cultural.
“(…) Poesía de trinchera, es una receta para la supervivencia estética, una quimera de sueños simétricos, y una conjunción emocional que bordea el paisaje, el sexo, la añoranza y también la soledad, porque de todo eso está hecha. (…) La canica (ya lo sabemos) no es mágica porque imita la redondez del mundo; lo es por la mano infantil que la empuja, y la autora de Poesía de Trinchera conoce el oficio de las letras y las combinaciones fantásticas que las envuelven. Esta caligrafía es como el papel de celofán que esconde la almendra dorada. Así son los versos de este pequeño libro.”
Lo que nos pasa es el tiempo, el tiempo que nos ha tocado, hermanas queridas. Nos pasa que es tiempo de prisas y de mostrarse y de no saber qué somos pero tener que aparentar. Nos tocó un tiempo moderno, dicen, pero llevamos tatuados los mandatos de un pasado hostil, de mujeres reventadas de injusticias que se vieron con la enorme responsabilidad de educarnos. A nosotras, sus crías. A nosotras que nacimos con las venas empapadas ya de sudor de tanta fuerza que vinimos a hacer, de tanto que hemos venido a luchar, de tanto carro por empujar. Nosotras vamos a vivir esta fiesta de disfraces quitándonos las máscaras por vez primera. Honraremos a nuestras preciosas madres rompiendo a machetazos estas pesadas cadenas y las de nuestres hijes. Y pondremos patas arriba un tiempo que no nos toca.
On April 23rd, Catalonia celebrates the festival of Sant Jordi, which combines culture and romance. The festival is a mixture of traditions from different eras, where the patron saint of Catalonia is honored and the legend of Sant Jordi and the dragon is remembered. On Sant Jordi’s day, it is common to exchange gifts, with men receiving books and women receiving roses, but this tradition is becoming increasingly widespread, and both sexes can exchange gifts. The streets of Barcelona are filled with people walking among book and rose stands, looking for gifts for loved ones, friends, and family. On Sant Jordi’s day, it is possible to visit historic buildings such as the town hall, Palau Güell, the modernist site of Sant Pau, the Ateneu, and the Palau de la Generalitat. In addition, it is possible to enjoy literary activities such as workshops and recitals, and traditional dances such as sardanas and popular human towers. Casa Batlló, one of Antoni Gaudí’s works, is one of the most special places to visit on this day, as its architecture represents the legend of Sant Jordi and the dragon.
Congratulations to poet Gemma Almagro on the publication of her two books by our publisher and for being present at the Sant Jordi book festival in Barcelona. It is great to see more literary works being shared with the world. Your trajectory as an author is remarkable, with awards and many published works in different genres. In addition, actively participating in literary events and poetic recitals shows your commitment to art and culture. We wish you much success in your cultural intervention projects.
O poeta e embaixador andarilho da cultura de Angola, J.A.S. Lopito Feijóo K., recebeu a 23 de Abril de 2021, em Luanda, o Prémio Literário Guerra Junqueiro da Lusofonia 2020, no âmbito do Festival Internacional de Literatura (FFIL – Freixo). Um prémio que honra a literatura angolana e uma oportunidade para os amantes de poesia em língua portuguesa descobrirem a ‘nova poesia de Angola’.
Sobre a doutrina poética de J.A.S. Lopito Feijoó K. recordámos em 2019 que o poeta realiza no prelo uma espécie de “performance” poética iniciada com a “Doutrina” (1987), e que foi continuando em “Lex & Cal Doutrina” (2012), “Marcas da Guerra – Percepção Íntima & outros Fonemas Doutrinários” (2013), “Andarilho e Doutrinário” (2013), “ReuniVersos Doutrinários” (2015), “Pacatos & Doutrinários Recados” (2017), “Imprescindível Doutrina Contra” (2017), “Doutrinárias Lâminas Doutrinárias” (2018) e a nossa edição “Doutrina com Fabulações” (2019)”.
Parabéns J.A.S. Lopito Feijoó K.!
J.A.S. Lopito Feijoó K., Helder Simbad e Tomás Lima Coelho, em Lisboa (2018)João Ricardo Rodrigues, J.A.S. Lopito Feijoó K., Kalunga e Ventura de Azevedo, em Luanda (2019)