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Entre Diplomacia e Defesa: Arquivo Nacional de Angola acolhe lançamento de obra reveladora

Entre Diplomacia e Defesa: Arquivo Nacional de Angola acolhe lançamento de obra reveladora

O autor Zeferino Pintinho e o editor da Perfil Criativo | AUTORES.club têm a honra de convidar para a cerimónia oficial de lançamento do livro Angola e os desafios da estabilidade em África – lições da Missão de Cooperação para a Reforma das Forças Armadas da Guiné-Bissau (MISSANG), que terá lugar no Arquivo Nacional de Angola, no próximo dia 5 de novembro de 2025, às 16h00.

Fruto de um trabalho académico rigoroso e da experiência direta do autor, a obra aborda os bastidores da segurança e da política externa angolana em África, revelando informações inéditas sobre a Missão Militar Angolana na Guiné-Bissau (MISSANG, 2007-2022) e o papel de Angola como potência regional na construção da paz e estabilidade no continente.

Combinando teoria, análise documental e entrevistas a protagonistas, este livro oferece uma leitura essencial para académicos, diplomatas, militares, decisores políticos e todos os que procuram compreender as dinâmicas da defesa, segurança e diplomacia.

O livro estará disponível para compra no local ao preço oficial de 13.000 Kz.

Data: 5 de novembro de 2025
Hora: 16h00
Local: Arquivo Nacional de Angola

São Tomé e Príncipe aplaude Mafrano

São Tomé e Príncipe aplaude Mafrano

18 de Setembro de 2025, no Auditório da Universidade de São Tomé e Príncipe, a cerimónia de apresentação do terceiro e último volume da coletânea póstuma “Os Bantu na Visão de Mafrano – Quase Memórias” contou com a presença especial da Primeira-Dama da República de São Tomé e Príncipe, Maria de Fátima Vila Nova, convidada de honra do evento.

A sua presença reforçou a dimensão cultural e institucional desta obra, que foi galardoada com o Prémio Nacional de Cultura e Artes 2024, e integra o Panteão dos Grandes Pensadores Africanos do Século XX.

O ato decorreu no quadro das comemorações do Dia do Herói Nacional, em memória do Presidente António Agostinho Neto, reunindo académicos, diplomatas, estudantes, autoridades locais e membros da comunidade cultural lusófona, sublinhando o valor da obra de Mafrano como referência para os estudos africanos contemporâneos.

O evento contou com a participação do Embaixador de Angola em São Tomé e Príncipe, Fidelino Peliganga “Menha”, e da Embaixatriz Ana Paula Corrêa Victor.

​A cerimónia foi uma iniciativa conjunta da Embaixada de Angola em São Tomé e Príncipe, da Editora Perfil Criativo | AUTORES.club e da família do autor.

A plateia, composta por membros do Governo de São Tomé e Príncipe, deputados, diplomatas, acadêmicos, intelectuais, estudantes e o público em geral, aplaudiu efusivamente a relevância dos temas abordados.

José Soares Caetano com o Representante da OMS em São Tomé e Príncipe, Dr. Abdoulaye Diarra. A Primeira Dama da República de São Tomé e Príncipe, Fátima Vila Nova, foi convidada de honra da cerimónia de apresentação do terceiro e último volume da colectânea póstuma de Mafrano sobre os Bantu.

Prémio Nacional de Cultura
Prémio Nacional de Cultura

A Voz e o Som de Ébano de Lhé-Lhé Galiano

A Voz e o Som de Ébano de Lhé-Lhé Galiano

POR GABRIEL BAGUET JR

Escrever é simultaneamente tão profundo e gerador de contentamento, como é igualmente triste quando as circunstâncias das perdas de uma vida que conhecemos por narrativas de tantas Memórias vividas e partilhadas sai da Vida e do alcance do nosso seio fisico e nosso Olhar quotidiano fica a Saudade permanente, mas o acumular agregador de todas as vivências. Nesta reflexão de Vida e de opinião sentida falo do Parente, do Amigo de Infância e Juventude, do Colega dos Tempos do Liceu, dos Tempos familiares, da vivencia pessoal e familiar vivida, mas dos jogos de basquetebol sob a orientação do histórico treinador Mário Palma a par das de outras Historias igualmente marcantes para descrever um Ser Humano bom, fraterno, entendedor de diferenças, conciliador e a sua Voz era e serã (porque existem Arquivos com programas seus gravados) audivel como uma Marca forte e simbólica do seu SER. Esta minha visão não assenta numa visão baujuladora.Jamais seria e o Lhé-Lhé sabia disso. Mas falo do Inesquecível Lhé-Lhé no conjunto de partilhas concretas em diferentes dias, horas, espaços que estabeleciam pontes sólidas no nosso relacionamento pessoal e profissional. E essa experiência tão rica e genuina só pode ser equacionada por quem como eu entre outros, absorveu a postura de Saber Ser Amigo , um grande Camarada na luta da Vida e da paixão por Angola e do Mundo .Era um excelente Kamba.

E falo da Vida e do Olhar de alguém que jamais se esquece e foi tão especial como foi o Lhé-Lhé para os mais intimos e o Guilherme Galiano no seu modo tão peculiar de ser. Às seis e meia da manhã tinha acabado de saber que o Lhé-Lhé tinha falecido infelizmente depois de um longo periodo de internamento hospitalar.

A noticia triste, angustiante chegou via mensagem Whatsap pelos parentes e amigos Mira e João Carlos Pataca, filho do Saudoso Tio Pataca e que se cruzou com o Lhé-Lhé na Lisboa de várias estradas da vida, juntando parentes e amigos como Zé Octácio Van-Dunem, Quim Van-Dunem, Ruy Espirito Santo, Zé Lito, Saudoso FéFé Antunes ( Paz à sua Alma ), Toni Queluz, Dejó de Sousa, Gito Fonseca e onde eu me incluia também. Era o inicio de destinos de vida depois de chegarmos a Portugal e perante invernos rigorosos, os sonhos, as opções de vida como jovens que éramos, viviamos entre a saudade da terra e das avenidas a percorrer.

Estas referências traduzem um Tempo único vivencial para o nosso Saudoso Lhé-Lhé e para todos nós nos laços de Fraternidade vivida.

E se desta referência a Lisboa e aos destinos que se começaram a desenhar, Luanda e Angola e por via das circunstancias da Guerra Civil, também ocupavam sempre o nosso Pensamento. Falar do Lhé-Lhé para além do já referido e que não se esgota neste texto de Homenagem , é lembrar o nato e talentoso Realizador,a sua Voz unica e num Programa Radiofónico intitulado chamado ” SOM de ÉBANO”, emitido a partir dos Estúdios da Rádio Comercial em Lisboa e emissão nacional. Entre as 13 e 14 horas, ouvia-se em Portugal o primeiro Programa de Música Africana. Era uma vitória do mérito do Saudoso e Inesquecível Lhé-Lhé.

A partir de Lisboa ele ia conquistando ouvintes e eu na cidade do Porto onde trabalhava no republicano Jornal o ” Primeiro de Janeiro ” na secção de Espectáculos e Cultura. Começavam os nossos passos na Comunicação Social em Portugal e na trilha do tempo começam a surgir outras oportunidades . Eu começava em paralelo ao Jornal a trabalhar na RTP-Porto no primeiro Programa da manhã na TV portuguesa como Produtor Executivo de Programas e o Nosso Estimado e Talentoso Lhé-Lhé começava a abraçar outras áreas da Conunicação, da Publicidade, da excelente Animação Musical. e por mérito próprio torna-se sócio e Administrador de uma das mais emblemáticas discotecas africanas que foi o ” AI UÉ”.

Era um amante profundo da Arte da Música. Tinha um excelente gosto musical e nas manhãs diárias do canal das Antenas Internacionais do Serviço Público de Rádio e Televisão de Portugal, nomedamente no Canal RDP-ÁFRICA que de fomos co-fundadores entre outros para as Emissões FM 101.5, a sua Voz mais do que a capacidade vocal, permitia que ele espelhasse a Diversidade Musical de cada Geografia do Mundo. Tendo inatas condições para ser Director de Programas da RDP-ÁFRICA nuncam o deixaram ser. Mas a sua brilhante condição de Realizador deixou Memórias que o Tempo jamais apagará. E prova disso eram os nivéis de audiência que os seus Programas tinham.

Em declarações ao site Horizontes Viver Angola, o Escritor cabo-verdiano e africano Wladimir Romano da Cruz ( filho do célebre Compositor Francisco Xavier da Cruz e no plano musical conhecido por B.Léza) referiu e cito que” quando em 2003, na zona das Amoreiras a RDP-África dali emitia emissões, foi viver de alma aberta no primeiro instante quando conheci Guilherme Galiano, Gabriel Baguet Jr., entre outros colaboradores e colaboradoras, pelos anos que tenho fora de Cabo Verde, Portugal ou em viajantes cruzadas pelo mundo desta informação, embora tivesse passado vários anos pelos documentários e coberturas de conflitos.Da comunicação e da poltica voltei a ser marítimo cobrindo essa aventura 22 anos depois de haver abandonado os navios, correndo riscos apenas para despertar deputados do Parlamento Europeu e sindicatos da marinha mercante para os perigos, desastres ambientais, ilegalidades e bandeiras de conveniência numa destruição sem precedentes e ficaram na memória de Guilherme Galiano, histórias que lhe contei. E mais recentemente, já preocupado com a doença e voltando a Lisboa, foi para mim uma enorme alegria depois de alguns anos sem nos vermos, apenas pelo telefone ou correio eletrónico íamos sabendo das coisas e o meu abraço sempre fraterno com profundo prazer daquela voz inconfundível… lembro, dos meus primeiros dias em Lisboa ao chegar de mais uma viagem, a primeira coisa era saber dos dois mais profundos, dedicados, talentos e geniais Guilherme Galiano e Gabriel Baguet Jr., verdadeiros manos e homens de luta sinceros e transparentes como das águas mais cristalinas, no estrangeiro sempre lhes divulguei através das entrevistas, tarefas e depoimentos essa missão trazida no peito, ficaram conhecidos como os “2 icónicos da Rádio África de Lisboa”, junto das nossas comunidades onde quer eu tivesse a viajar, quer nas emissoras comunitárias, já que eram bem conhecidos e apreciados como as maiores referências da “Rádio África de Lisboa”.

Referindo essa minha passagem pelo mundo dos marítimos, depois de vários saudosos anos sem nos vermos, traz-me debaixo do braço envelope e, Guilherme, numa voz ainda repleta daquele timbre Imbondeiro quando abraça o vento: «…Anda cá meu crioulo, filho do Mindelo, anda cá que te trago um presente que vais adorar. Vem ao meu cuidado que te manda o nosso ministro da Cultura.»; Filipe Zau, conhecedor desta vida do mar que deu luz a uma não só saudosa situação, homenageando estes nobres marítimos do Canto e quando com Filipe Mukenga tomou tamanha e feliz ideia.

Apontamento magnífico [“Marítimos” na comemoração dos 46 anos da Independência e nos 67 anos da Fundação do Clube Marítimo], mal sabendo que seria a última de muitas imagens entre calorosos abraços e sincera amizade do nosso querido “irmão da alma”: Guilherme Galiano, junto com Gabriel Baguet Jr., tenham eles marcaram com muita honra, talento e dedicação, das melhores vibrações, pessoais e companheirismo profissional jamais vivida tanto em Portugal como na marcante memória deste passo existencial por onde nós vamos existindo, sim, até o adeus nos dizer que ele tem o seu amanhã… não o corpo, apenas como referência espiritual, mas a alma, como eterna Luz suprema, eleva-se abrindo caminhos no eterno Astral, parceira do Cosmos”.

E acrescentou o Escritor Veladimir Romano da Cruz que ” das quantas mais conversas em torno da Poesia quando recordamos personagens, muito abordámos pensamentos e da universalidade das pessoas sem olhar a quem, desde Tomaz Vieira da Cruz, Óscar Ribas, Fernandes de Oliveira, Manuel Lima, António Cardoso, etc., mas essencialmente lembro Agostinho Neto no seu poema: “O Caminho das Estrelas”… quando procurámos a seu tempo e a título de curiosidade, decompor nas palavras do poeta, este pensamento. Ele agora sabe, mas eu ainda estarei por saber até chegar a esse secreto amanhã que o nosso Irmão foi um exemplo vivo de de resistência e de sonho” disse Veladimir Romano da Cruz.

Quando em 2009 somos convidados pelo nosso Saudoso e Querido Parente João Van-Dúnem ( Paz à sua Alma e como Presidente do Conselho de Administração do Grupo Medianova ) ambos sentimos a Esperança e o justo desejo de abraçarmos um novo Projecto de Comunicação mais transversal e é justo reconhecer pela mão do nosso Inesquecível João Van-dúnem que esse sonho aconteceu. E nos últimos anos , Angola e o Projexto TV ZIMBO foram o seu mar de vida pessoal e profissional onde exerceu vários cargos entre os quais o de Administrador.

À sua querida e doce Mãe a quem sempre tratei por Tia Alzira Galiano, sua esposa Bela, a Irmã Arlete , e todos os seus filhos que vi nascer, demais Família, Parentes, Amigos e Colegas, curvo-me perante a sua Memória e expressar as minhas profundas Condolências. Meu Querido e Saudoso Lhé-Lhé estaràs como Sempre estiveste no meu Coração.

No Velório que ontem começou exprimo a minha singular Emoção e Gratidão pelos gestos do nosso Zequinha Van-Dunem , Mira, Natu Mamede, Nazaré Van-Dúnem, Ruy Espírito Santo, Many Azancot, Didi Leitão , Vadinho de Sousa e mais outros dois e respeitavéis Compatriotas, que entre a Tristeza profunda, também recordou-se a Voz do Lhé-Lhé, o seu contagiante sorriso, a sua Luta pela Vida e dos Sonhos vividos.

Estamos eternamente Juntos pelos Caminhos varios de mais 60 anos de Vida e pelo histórico ” SOM de ÉBANO”.

“Simples nota musical

indispensável átomo da harmonia

partícula

germe

cor

na combinação múltipla do humano…”,

Gabriel Baguet Jr

Gabriel Baguet Jr: Entre a Pena e a Verdade

Gabriel Baguet Jr: Entre a Pena e a Verdade

Iniciamos um espaço de opinião e reflexão do angolano Gabriel Baguet JR, amante profundo da cultura nacional e do mundo. O portal.AUTORES.club apresenta Gabriel Baguet JR através do olhar de Santos Monteiro, fundador do Portal de Angola

Por Santos Monteiro 29/08/2025 – Reino Unido

Falar de Gabriel Baguet Jr é falar de um homem que fez da palavra o seu maior instrumento de luta, da verdade o seu compromisso inabalável, e da literatura e do jornalismo o seu campo de batalha.
Nascido em Angola, num tempo em que o país ainda se debatia com as marcas profundas da colonização e da guerra, Baguet Jr cedo percebeu que a escrita não era apenas arte, mas também arma. Cresceu num contexto em que a informação era poder, e em que narrar a realidade significava escolher entre a cumplicidade do silêncio e a coragem da denúncia. Ele escolheu a coragem.
Como jornalista, Gabriel Baguet Jr construiu-se no rigor e na ética. A sua pena nunca foi cúmplice da manipulação. Ele investigou, questionou, expôs e explicou a realidade angolana sem ceder ao medo ou à conveniência. Foi — e é — um jornalista que entende que informar não é apenas relatar factos, mas dar voz aos que não têm voz, iluminar aquilo que o poder gostaria de manter na sombra.
A sua escrita jornalística é marcada por clareza, profundidade analítica e um sentido crítico que desafia os leitores a pensar além da superfície. Ler Baguet Jr é confrontar-se com verdades duras, mas necessárias.
Para além do jornalismo, a literatura abriu-lhe outra dimensão: a da reflexão mais ampla, filosófica, cultural e humana. Como escritor, Gabriel Baguet Jr constrói narrativas que dialogam com a identidade angolana, com a memória coletiva e com os dilemas universais da condição humana.
Ele não escreve apenas sobre Angola — escreve sobre o ser humano em Angola, com as suas dores, esperanças, derrotas e vitórias. É um escritor que entende que a literatura é também um ato político, no sentido mais nobre da palavra: o de pensar o destino da comunidade, de interrogar o tempo presente e de sonhar futuros possíveis.
Gabriel Baguet Jr não pertence apenas ao jornalismo, nem apenas à literatura. Ele pertence àqueles raros intelectuais que fazem da vida uma obra, e da obra um compromisso com o seu povo. Num mundo cada vez mais marcado pela pressa, pela superficialidade e pela desinformação, ele insiste na profundidade, no rigor, na responsabilidade.
É, por isso, uma referência para as novas gerações. Um farol para os jovens jornalistas que, muitas vezes desanimados, encontram nele um exemplo de perseverança. Um mestre para os escritores que desejam unir sensibilidade artística com consciência social.
Falar de Gabriel Baguet Jr é falar de uma vida dedicada à verdade e à escrita. É falar de um homem que não se rendeu às pressões do poder, nem se deixou seduzir pelo conforto da neutralidade. É falar de alguém que compreende que as palavras, quando honestas, podem mover consciências e transformar realidades.
Se o jornalismo é a primeira versão da História, Gabriel Baguet Jr é, sem dúvida, um dos cronistas mais fiéis do nosso tempo. E se a literatura é a memória viva de um povo, então a sua obra será, certamente, parte indelével da memória angolana.
Gabriel Baguet Jr não é apenas um jornalista e escritor. É um testemunho vivo de que a verdade, a coragem e a palavra continuam a ser as maiores forças de um povo.

FONTE: Horizontes Viver Angola

“Rádio Jubilar” consagra fim de tarde a Maurício Caetano

“Rádio Jubilar” consagra fim de tarde a Maurício Caetano

São Tomé, 16 de Setembro – Num programa radiofónico em directo que reuniu jornalistas, escritores, professores e ouvintes deste país e na diáspora, a “Radio Jubilar“, da Igreja Católica de São Tomé e Príncipe fez a diferença ao passar em revista os três volumes da colectânea de Mafrano, incluindo leituras e comentários de alguns dos trechos da sua obra, com um total de 800 páginas.
O programa durou cerca de 90 (noventa) minutos e evocou figuras históricas tais como a proeminente escritora Alda do Espírito Santo; o reverendo sacerdote santomense José da Costa Frotta, tutor de Mafrano; os ex-presidentes de São Tomé e Príncipe e de Angola, respectivamente Manuel Pinto da Costa, Miguel Trovoada e António Agostinho Neto; o conceituado historiador e embaixador de São Tomé e Príncipe Carlos Agostinho das Neves; a reconhecida habilidade literária de Mafrano, associada à profundidade dos seus textos, e muito mais.
No fim, o representante da família, jornalista e escritor José Caetano, anunciou uma segunda colectânea do seu pai com o título “A Alma Bantu de Mafrano”.
O terceiro e último volume da colectânea póstuma “Os Bantu na visão de Mafrano” será apresentado quinta feira, 18 de Setembro na Universidade de São Tomé e Príncipe, no quadro das celebrações do Dia do Herói Nacional, numa iniciativa que reune a Embaixada de Angola, a editora Perfil Criativo | AUTORES.club e a família do autor.

Os Bantu na Visão de Mafrano
Os Bantu na Visão de Mafrano

Guilherme Galiano: O eterno menino de sua mãe

Guilherme Galiano: O eterno menino de sua mãe

TEXTO: ARMINDO LAUREANO “MINDÃO ” 15.09.2025

Alzira de Lourdes Nascimento do Espírito Santo Velasco Galiano , nasceu na cidade do Lobito , no dia 13 de Setembro do longínquo ano de 1926 . Mulher culta, educada, respeitada e respeitadora. Uma mulher de presença . Uma presença que marca, que nos honra e prestigia . Uma mulher com inspiradoras e verdadeira vivências e mãe de Guilherme GalianoLhé Lhé “.

O Galiano era um verdadeiro menino de sua mãe. A Kota Alzira era a sua referência de vida, a sua conselheira e protectora. Ele nasceu no mesmo mês da sua mãe (nasceu a 28 de Setembro de 1960) e por coincidências do destino, o Galiano morre precisamente no dia em que a sua mãe completou 99 anos de idade. Que coisa impressionante.

Voltar para Angola não foi um decisão fácil para o Galiano. Tinham sido vários anos de vivência em Portugal, família e amizades consolidadas. Havia também um grande dilema para o Galiano : A separação da mãe Alzira.

Vir para Angola significava um afastamento entre mãe e filho, entre duas figuras inseparáveis. O Galiano disse-me que a Kota Alzira não acolheu muito bem a ideia dele voltar para Angola. Ela preferia a estabilidade e a sua presença em Portugal, tinha alguns receios desta nova aventura porque Angola. O seu “Lhé Lhé ” estava determinado , ele sentia que era o momento de fazer alguma coisa por Angola e em Angola.

Por causa da nova experiência profissional do filho, a Kota Alzira passou a visitar Angola com maior regularidade e a passar algumas temporadas cá. Lembro-me que quando o Galiano nos apresentou, a kota já tinha a minha “ficha” completa. O Galiano já lhe tinha falado do filho que adoptara e ela acolheu-me de forma muito maternal. Sempre me tratou com carinho, respeito e atenção. Numa das fotos feita em Maio de 2015, ela parece no lançamento do meu livro “Um ano de Vivências” na Universidade Lusófona em Portugal acompanhada dos netos (filhos do Galiano), os meus manos Nicolau Galiano e Teresa Galiano “Libely”. Uma presença que teve um valor único e que me deixou bastante emocionado.

Em Setembro de 2016, o Galiano organizou a festa dos 90 anos da Kota Alzira Galiano. Estive presente e fiz as fotos em que ele abre o salão com a sua mãe. Foi um verdadeiro momento de cumplicidade, sintonia e harmonia entre eles. Cada passo dele parecia programado e ele tinha muito cuidado. Era um misto de alegria e emoção. Foi uma festa surpresa e a Kota Alzira dizia-lhe coisas sobre a organização , os convidados e outras coisas. Vi naquele momento uma verdadeira transformação, ele deixou de ser o Galiano e passou a ser o Lhé Lhé. Para a mãe Alzira, o nosso Galiano sempre foi o Lhé Lhé, o menino de sua mãe.

O menino que partiu exactamente no dia em que sua mãe completou 99 anos de idade. Que Deus dê força, fé e coragem à Kota Alzira Galiano.

Não é fácil aceitar a sua partida. Não é fácil saber que já não o nosso Man-Galy. Não devia haver dias assim…

Um abraço meu querido, meu velho, meu amigo. Do teu “Mindão “.

Universidade de São Tomé e Príncipe recebe obras de Maurício Francisco Caetano

Universidade de São Tomé e Príncipe recebe obras de Maurício Francisco Caetano

A Embaixada da República de Angola, a família de Maurício Francisco Caetano e o editor da Perfil Criativo | AUTORES.club têm o maior prazer de convidar V. Ex.ª para a homenagem a Maurício Francisco Caetano e apresentação do terceiro volume da Coleção Os Bantu na Visão de Mafrano — Quase Memórias, que terá lugar na Universidade de São Tomé e Príncipe, no dia 18 de setembro, às 16:00.

Será um momento de celebração da memória, da cultura e da história africana, aberto a todos os que desejam conhecer mais de perto o legado de Mafrano e a riqueza da herança Bantu.

À descoberta dos Bantu na visão de Mafrano

A obra Os Bantu na Visão de Mafrano é mais do que uma simples narrativa histórica. É um mergulho profundo na memória coletiva, na identidade cultural e nos caminhos trilhados pelos povos Bantu ao longo dos séculos. Escrito por Maurício Francisco Caetano — sob o pseudónimo Mafrano —, este projeto literário reflete décadas de pesquisa, reflexão e experiência de vida, transformando-se numa ponte entre o passado e o presente.

Ler Os Bantu na Visão de Mafrano é compreender as raízes de uma civilização que moldou sociedades, tradições e modos de ser em diversos países africanos, incluindo Angola, São Tomé e Príncipe, Moçambique e tantos outros. É também perceber como a história se cruza com a política, a economia e a cultura, revelando os desafios e as conquistas que marcaram gerações inteiras.

Cada volume desta coleção convida o leitor a viajar no tempo, a refletir sobre a herança deixada pelos antepassados e a valorizar a diversidade que compõe o mosaico cultural africano. A escrita de Mafrano, simultaneamente rigorosa e acessível, transforma o conhecimento histórico num relato vivo, capaz de emocionar e de inspirar novas leituras e debates.

Com a publicação do terceiro volume, a obra aproxima-se de um momento de maturidade, consolidando-se como uma referência incontornável para todos aqueles que desejam conhecer melhor a história dos povos Bantu e, por consequência, a sua própria história.

Embaixador de Angola recebe comitiva da família de Mafrano

O Embaixador de Angola em São Tomé e Príncipe, Fidelino Peliganga, “Menha”, recebeu na sexta-feira, 12, nas instalações da missão diplomática angolana, uma comitiva da família de Mafrano, que se encontra nessa cidade para a apresentação do terceiro e último volume da premiada colectânea póstuma deste autor sobre os «Os Povos Bantu», a ter lugar a 18 do corrente mês, no âmbito das celebrações do «Dia do Herói Nacional», de Angola, celebrado em memória do Presidente António Agostinho Neto.


A obra terá como apresentador o prestigiado Embaixador Santomense, Dr. Carlos Agostinho das Neves, numa cerimónia agendada para a Universidade de São Tomé, pelas 16h15.


Nota de realce é que esta colectânea, em três volumes e um total de 800 páginas, vem a São Tomé e Príncipe pela terceira vez, num gesto de gratidão e de homenagem da família do autor ao reverendo cónego José Pereira da Costa Frotta (1879-1954), um sacerdote santomense que foi responsável pela educação de Maurício Francisco Caetano, “Mafrano”, então menino órfão com apenas cinco anos de idade.

O primeiro volume foi apresentado na Faculdade de Ciências e das Tecnologias da Universidade de São Tomé e Príncipe, em Fevereiro de 2023, e mais tarde, a família regressou, em Outubro de 2023, para apresentar o segundo volume, no Centro Cultural Português desta cidade.

A colectânea de “Mafrano” foi compilada a partir de textos que o autor deixou dispersos em revistas e jornais de Angola, entre os anos de 1947 e 1982, com ênfase para os jornais «O Apostolado», «Angola Norte», «O Angolense» e a Revista «Angola» da Liga Nacional Africana de que era oficialmente colaborador. Em Novembro de 2024, a referida obra foi galardoada em Angola com o Prémio Nacional Cultura e Artes 2024, na modalidade de Investigação em Ciências Humanas e Sociais, pela sua riqueza histórica. Na Revista «Angola» da Liga Nacional AfricanaMafrano” e Agostinho Neto escreveram lado a lado, desde 1953, segundo fontes históricas..

Com um total de 327 páginas, dezoito capítulos e mais de sessenta textos, este terceiro e último volume de Mafrano sobre a Antropologia Cultural Bantu está dividido em três partes que incluem: temas dedicados à (i) Civilização Bantu, (ii) Temática Religiosa, (iii) Questões Sociais e Episódios Vividos pelo autor entre os anos de 1947 e 1982.

Nos primeiros dias de Outubro, este mesmo livro será apresentado na Biblioteca Nacional da Cidade da Praia (BNCV), em Cabo-Verde.

Segredos da MISSANG: A história por trás da política externa angolana

Segredos da MISSANG: A história por trás da política externa angolana

Luanda, Novembro de 2025 – O livro Angola e os desafios da estabilidade em África – Lições da Missão de Cooperação para a Reforma das Forças Armadas da Guiné-Bissau, de Zeferino Pintinho, chega ao público em novembro trazendo uma análise inédita sobre a segurança e defesa em África, temas habitualmente envoltos em muito segredo e reserva diplomática.

Fruto de um trabalho académico rigoroso e da experiência direta do autor, a obra investiga o papel da Missão Militar Angolana na Guiné-Bissau (2007-2022), revelando como Angola procurou afirmar-se como potência regional através da cooperação militar, da política externa e da diplomacia estratégica.

Ao explorar os avanços, retrocessos e dilemas da MISSANG, o livro vai além da narrativa oficial e oferece ao leitor uma visão crítica sobre:

  • A ligação entre segurança, desenvolvimento e estabilidade política em África;
  • O papel das organizações internacionais e regionais nos processos de reforma militar;
  • Os desafios da política externa angolana num continente marcado por conflitos e transições políticas.

Combinando teoria, documentos inéditos e entrevistas a protagonistas do processo, Angola e os desafios da estabilidade em África torna-se uma leitura essencial para académicos, diplomatas, militares e todos os interessados em compreender os bastidores da segurança e da geopolítica africana no século XXI.


Público-alvo

Público académico e científico

  • Universidades e centros de investigação nas áreas de Ciência Política, Relações Internacionais, Estudos Africanos, Segurança e Defesa.
  • Estudantes e investigadores de mestrado e doutoramento que estudem geopolítica, segurança internacional ou política externa africana.
  • Bibliotecas académicas e plataformas de pesquisa científica.

Profissionais de defesa, segurança e diplomacia

  • Militares e oficiais envolvidos em operações de paz, missões internacionais e estratégias de defesa.
  • Corpos diplomáticos e organizações internacionais (ONU, UA, CEDEAO, CPLP, SADC) com atuação em África.
  • Think tanks e instituições focadas em segurança internacional, paz e desenvolvimento.

Decisores políticos e governamentais

  • Ministérios da Defesa e dos Negócios Estrangeiros de países africanos e lusófonos.
  • Parlamentares e assessores em áreas de política externa e segurança.
  • Organismos de cooperação internacional ligados à paz e desenvolvimento.

Leitores interessados e público especializado

  • Leitores com interesse em história contemporânea de África, política internacional e geoestratégia.
  • Jornalistas e analistas políticos que cobrem segurança internacional e relações internacionais em África.
  • Profissionais de ONGs e organizações de desenvolvimento que atuem em zonas de conflito.

Título: Angola e os desafios da estabilidade em África – Lições da Missão de Cooperação para a Reforma das Forças Armadas da Guiné-Bissau
Autor: Zeferino Pintinho
ISBN: 978-989-9209-29-9
PVP (UE-Portugal): 20,00 euros
Número de Páginas: 272
Língua: Português
Data de Publicação: Novembro de 2025
Editora: Perfil Criativo – Edições

Para mais informações ou pedidos de entrevista com o autor:
info@autores.club

A última festa do mandato: livros e leitores regressam a Belém

A última festa do mandato: livros e leitores regressam a Belém

A Festa do Livro em Belém, que estava marcada inicialmente entre 4 e 7 de setembro, foi suspensa na sequência do trágico acidente com o Elevador da Glória, em Lisboa, ocorrido a 3 de setembro.
Em comunicado oficial, o Presidente da República, em acordo com a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), decidiu reagendar a Festa para os dias 25 a 28 de setembro de 2025, mantendo-se o local: os jardins do Palácio Nacional de Belém.
Esta será a oitava edição da Festa do Livro em Belém e a última durante o atual mandato presidencial.

Do mito à política: voo do Humbihumbi inspira lançamento de Ensaios I na Biblioteca Palácio Galveias

Do mito à política: voo do Humbihumbi inspira lançamento de Ensaios I na Biblioteca Palácio Galveias

Biblioteca Palácio Galveias, em Lisboa, foi palco no dia 3 de setembro do lançamento oficial de Ensaios I — (Compilação de Textos, Comentários, Palestras e Conferências – entre 2007 e 2018), de Eugénio Costa Almeida, investigador e académico.

O evento contou com a participação especial de João Fernando André, académico angolano e poeta, e de Sedrick de Carvalho, editor da ELIVULU, editora parceira da Perfil Criativo | AUTORES.club na publicação deste livro.

À distância, a partir de Luanda, juntou-se o sociólogo Celso Malavoloneke, autor do prefácio, que explicou as razões pelas quais comparou Eugénio Costa Almeida ao Humbihumbi, o pássaro mítico da tradição umbundu, símbolo de visão ampla e de capacidade de observar ao longe, associando esta metáfora ao olhar crítico e atento do autor sobre Angola e o espaço africano.

Malavoloneke sublinhou ainda a importância da diáspora no pensamento contemporâneo africano, mas não deixou de trazer à mesa o muito repetido adjectivo “colono” e finalizou a intervenção revelando superficialmente a existência de tribalismo.

No seu estilo provocador atento, João Fernando André pegou no tema da diáspora, em particular a afastada do território nacional no violento processo de 75, para abrir um diálogo vivo com Eugénio Costa Almeida, num debate rápido, mas intenso, que revelou a atualidade e a profundidade das questões levantadas no livro.

No final, ficou a sensação de que a Biblioteca Palácio Galveias foi pequena para a grandeza dos temas em discussão, deixando no ar a promessa de novos encontros e conversas para explorar os desafios políticos e culturais de Angola.

A equipa da RTP entrevista Eugénio Costa Almeida

Troca de ideias com o autor

Apresentação de Ensaios I
Apresentação de Ensaios I
Colecção Estudos
Colecção Estudos