Hoje, 4 de outubro, às 18h30, o Salão Nobre do Palácio Baldaya (em Benfica) será palco de um diálogo poético entre Yara Nakahanda Monteiro e do poeta angolano João Fernando André, centrado na obra Memórias Aparições Arritmias. O evento, promovido pela livraria Lulendo, terá entrada livre.
Esta obra marca a estreia de Yara Nakahanda Monteiro na poesia. Segundo a sinopse, o livro conduz o leitor por “outros tempos e espaços”: pela infância e adolescência vividas na periferia de Lisboa, mas também pelas memórias da Angola, transmitidas pela avó, numa mescla de geografias e afetos.
Detalhes do evento
Local: Palácio Baldaya, Estrada de Benfica 701A
Data e hora: 4 de outubro, às 18h30
Organização: Livraria Lulendo
Entrada: livre
Este encontro oferece uma oportunidade única de imersão no universo literário de Yara Nakahanda Monteiro, em diálogo com a experiência e a leitura de João Fernando André, propondo uma viagem emocional entre memórias, aparições e arrítmias literárias.
Lisboa, 30 de setembro de 2025 – A presença de autores angolanos marcou de forma memorável a edição deste ano da Festa do Livro em Belém, evento anual acolhido pelo Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa.
Num ambiente de proximidade e diálogo, os jovens escritores angolanos tiveram a oportunidade de conversar com o Chefe de Estado, que manifestou grande interesse pelas temáticas africanas de não ficção, sublinhando a importância destas obras para a compreensão das histórias partilhadas entre Angola e Portugal.
Livros adquiridos para a biblioteca do Palácio de Belém
Como é habitual, o anfitrião da Festa do Livro adquiriu algumas das novidades editoriais para integrar a biblioteca do Palácio de Belém:
Num gesto simbólico, o editor João RicardoRodrigues ofereceu ao Presidente, em nome da família do autor, o terceiro volume da surpreendente obra Os Bantu na Visão de Mafrano — Quase Memórias, de Maurício Francisco Caetano.
Diálogos marcantes
Durante o encontro, Marcelo Rebelo de Sousa manteve uma conversa em particular com Sedrick de Carvalho, preso político, autor e editor, num momento de forte carga humana e política.
O poeta Kaluga trouxe a frescura da nova poesia angolana, enquanto Fernando Kawendimba partilhou com o Presidente os seus novos projetos ligados à psicologia em Angola. Ao contrário do que é habitual, o poeta, autor e diretor-adjunto do Folha 8, Orlando Castro, optou pelo silêncio, deixando espaço para os restantes autores.
O investigador Domingos Cúnua Alberto transportou Marcelo Rebelo de Sousa a memórias dos primeiros anos da democracia portuguesa, destacando o processo das independências africanas como um marco incontornável da história contemporânea.
Um momento inesquecível
O encontro em Belém ficará registado como um momento inesquecível para a literatura angolana em Portugal, reforçando a importância do diálogo entre gerações de escritores e a valorização das vozes africanas na construção de uma memória histórica e cultural partilhada.
No final da tarde, junte-se a nós para uma sessão especial de autógrafos com autores de destaque: — Rafael Branco — Orlando Castro — João Fernando André (Kalunga) — Fernando Kawendimba — Sedrick de Carvalho — Domingos Cúnua Alberto
Uma oportunidade imperdível para conhecer os autores, conversar sobre literatura e levar para casa um livro autografado!
Perdura nos Jardins do Palácio de Belém, de quinta-feira, 25, a domingo, 28 de setembro, a Festa do Livro de Belém, com entrada livre e acesso pelo Museu da Presidência da República ou pelo Jardim Botânico Tropical; na quinta-feira o recinto abre às 16h00 e encerra às 22h30, na sexta-feira funciona das 10h00 às 22h30, e no sábado e domingo abre às 11h00 e encerra às 22h30. Ao longo dos quatro dias, entre os espaços das editoras e centenas de iniciativas, a música volta a marcar o compasso das noites: na quinta-feira, 25, atuou Carolina Deslandes seguindo-se, já era noite, o concerto de Rui Veloso Trio; hoje sexta-feira sobe ao palco Bárbara Tinoco às 21h30; no sábado é a vez de Fernando Daniel às 21h30; e no fecho, domingo, os Xutos & Pontapés tomam conta do serão. No domingo a tarde traz também encontro direto entre leitores e escritores: às dezanove horas em ponto, realiza-se uma sessão de autógrafos com os nossos autores Orlando Castro, Rafael Branco, Sedrick de Carvalho, Domingos Cúnua Alberto e o poeta Kalunga, João Fernando André, momento de proximidade que antecede o concerto de encerramento. Para quem planeia a visita, vale reter que a circulação no recinto obedece às regras habituais de segurança de um espaço presidencial e que a entrada é gratuita; recomenda-se chegada antecipada nos dias de concerto.
Quanto às condições atmosféricas, sábado será um dia mais fresco, com máxima a rondar os 21º Celsius e mínima nos 19º, enquanto domingo poderá trazer períodos de chuva, com máxima de 23º e mínima de 16º; há ainda aviso amarelo para agitação marítima no domingo, com ondas de quatro a cinco metros ao longo da costa, pelo que se recomenda agasalho leve, guarda-chuva e calçado confortável para quem visitar o recinto, sobretudo à noite e durante o concerto de encerramento.
Alzira de Lourdes Nascimento do Espírito Santo Velasco Galiano , nasceu na cidade do Lobito , no dia 13 de Setembro do longínquo ano de 1926 . Mulher culta, educada, respeitada e respeitadora. Uma mulher de presença . Uma presença que marca, que nos honra e prestigia . Uma mulher com inspiradoras e verdadeira vivências e mãe de Guilherme Galiano “Lhé Lhé “.
O Galiano era um verdadeiro menino de sua mãe. A Kota Alzira era a sua referência de vida, a sua conselheira e protectora. Ele nasceu no mesmo mês da sua mãe (nasceu a 28 de Setembro de 1960) e por coincidências do destino, o Galiano morre precisamente no dia em que a sua mãe completou 99 anos de idade. Que coisa impressionante.
Voltar para Angola não foi um decisão fácil para o Galiano. Tinham sido vários anos de vivência em Portugal, família e amizades consolidadas. Havia também um grande dilema para o Galiano : A separação da mãe Alzira.
Vir para Angola significava um afastamento entre mãe e filho, entre duas figuras inseparáveis. O Galiano disse-me que a Kota Alzira não acolheu muito bem a ideia dele voltar para Angola. Ela preferia a estabilidade e a sua presença em Portugal, tinha alguns receios desta nova aventura porque Angola. O seu “Lhé Lhé ” estava determinado , ele sentia que era o momento de fazer alguma coisa por Angola e em Angola.
Por causa da nova experiência profissional do filho, a Kota Alzira passou a visitar Angola com maior regularidade e a passar algumas temporadas cá. Lembro-me que quando o Galiano nos apresentou, a kota já tinha a minha “ficha” completa. O Galiano já lhe tinha falado do filho que adoptara e ela acolheu-me de forma muito maternal. Sempre me tratou com carinho, respeito e atenção. Numa das fotos feita em Maio de 2015, ela parece no lançamento do meu livro “Um ano de Vivências” na Universidade Lusófona em Portugal acompanhada dos netos (filhos do Galiano), os meus manos Nicolau Galiano e Teresa Galiano “Libely”. Uma presença que teve um valor único e que me deixou bastante emocionado.
Em Setembro de 2016, o Galiano organizou a festa dos 90 anos da Kota Alzira Galiano. Estive presente e fiz as fotos em que ele abre o salão com a sua mãe. Foi um verdadeiro momento de cumplicidade, sintonia e harmonia entre eles. Cada passo dele parecia programado e ele tinha muito cuidado. Era um misto de alegria e emoção. Foi uma festa surpresa e a Kota Alzira dizia-lhe coisas sobre a organização , os convidados e outras coisas. Vi naquele momento uma verdadeira transformação, ele deixou de ser o Galiano e passou a ser o Lhé Lhé. Para a mãe Alzira, o nosso Galiano sempre foi o Lhé Lhé, o menino de sua mãe.
O menino que partiu exactamente no dia em que sua mãe completou 99 anos de idade. Que Deus dê força, fé e coragem à Kota Alzira Galiano.
Não é fácil aceitar a sua partida. Não é fácil saber que já não o nosso Man-Galy. Não devia haver dias assim…
Um abraço meu querido, meu velho, meu amigo. Do teu “Mindão “.
A Festa do Livro em Belém, que estava marcada inicialmente entre 4 e 7 de setembro, foi suspensa na sequência do trágico acidente com o Elevador da Glória, em Lisboa, ocorrido a 3 de setembro. Em comunicado oficial, o Presidente da República, em acordo com a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), decidiu reagendar a Festa para os dias 25 a 28 de setembro de 2025, mantendo-se o local: os jardins do Palácio Nacional de Belém. Esta será a oitava edição da Festa do Livro em Belém e a última durante o atual mandato presidencial.
Lisboa recebeu, no dia 3 de setembro, uma animada apresentação do livro Meu Gastoso, minha Gostosa, meu Amor — Crónicas Íntimas, de Rafael Branco, na Biblioteca Palácio Galveias. São-tomenses e angolanos marcaram encontro num evento onde literatura, cultura e reflexão social se cruzaram num ambiente caloroso e participativo.
Num diálogo espontâneo e cativante com o poeta angolano João Fernando André, o autor revelou as motivações para a concretização deste trabalho artístico-literário, assumindo que, depois de uma carreira fulgurante na política e como embaixador da República de São Tomé e Príncipe, é neste exercício mais humano e intimista que agora se sente mais confortável.
O público acompanhou com atenção e aplaudiu as intervenções do escritor, revelando reconhecimento e surpresa perante as temáticas exploradas na obra.
João Fernando André destacou o papel da mulher e da família no livro, ao que Rafael Branco respondeu reconhecendo que a mulher é um dos focos centrais do seu trabalho artístico. O autor confidenciou ainda que a família tradicional em São Tomé e Príncipe deixou de existir, explicando a forma como a poligamia africana continua presente na sociedade e como influencia as relações pessoais.
O encontro terminou com uma forte interação entre autor e público, confirmando Meu Gastoso, minha Gostosa, meu Amor como uma obra que alia literatura e vivências reais, num olhar profundo sobre afetos, identidade e transformação social.
Na terça-feira, 3 de setembro, pelas 19h00, a Biblioteca Palácio Galveias, em Lisboa, acolhe o lançamento oficial do livro Meu Gastoso, Minha Gostosa, Meu Amor — Crónicas Íntimas, da autoria de Rafael Branco, uma figura de grande relevo da vida política são-tomense e antiga personalidade com papel destacado nas Nações Unidas.
Agora, numa nova fase da sua vida, Rafael Branco aventura-se no campo artístico e literário, com uma escrita ousada e sensível que procura dar voz ao amor, em todas as suas formas, e às personagens que tantas vezes permanecem à margem: mulheres e homens que amam no silêncio, na precariedade, na intimidade invisível do quotidiano.
Este evento é também um convite aberto a todos os amantes da literatura lusófona, interessados em novas vozes, novas geografias e novas narrativas. A obra de Rafael Branco inscreve-se na rica tradição literária da língua portuguesa, oferecendo uma perspetiva contemporânea e provocadora sobre o amor, a sociedade e a condição humana em São Tomé e Príncipe.
A comunidade são-tomense residente em Lisboa é especialmente convidada para este momento de celebração cultural.
Local: Biblioteca Palácio Galveias, Campo Pequeno, Lisboa Data: Terça-feira, 3 de setembro de 2025 Hora: 19h00 Entrada livre
Pré-apresentação no dia 28 de agosto de 2025, às 17h00, na Feira do Livro do Porto (Jardins do Palácio de Cristal), destinada a promover um primeiro contacto com a obra.
Com exibição do filme Marina e participação especial das batucadeiras Finka Pé
No próximo sábado, 26 de julho, entre as 16h30 e as 18h30, o Centro Cultural de Cabo Verde (CCCV), em Lisboa, será palco da mesa-redonda “Batuku – da proibição ao valioso contributo para o nascimento da Nação Cabo-verdiana”, um encontro que convida à reflexão sobre o papel histórico e cultural do batuque na construção da identidade cabo-verdiana.
Organizado no âmbito das comemorações dos 50 anos da Independência de Cabo Verde, o evento também assinala duas datas de grande significado: o Dia Nacional do Batuque e o Dia da Mulher Africana, celebrados a 31 de julho. A entrada é livre.
A mesa-redonda contará com a presença de:
Crisálida Correia – investigadora
Moisés Varela – investigador e dinamizador cultural
Ricardo Leote – realizador
Exibição do documentário Marina
O momento será enriquecido pela exibição do documentário Marina, de Ricardo Leote, com produção da Editora Noz Raiz (representante da Perfil Criativo | AUTORES.club em Cabo Verde). O filme conduz-nos numa viagem íntima e sensível pela vida de Marina Vaz, conhecida como “Vovó Marina”, considerada possivelmente a batucadeira mais antiga de Cabo Verde.
Natural da Cidade Velha – Património Mundial da Humanidade e berço da Nação cabo-verdiana – Marina guarda mais de 80 anos de memórias, que ilustram não só a sua trajetória pessoal como também a resistência e a força da cultura tradicional cabo-verdiana, onde o batuque ocupa lugar de destaque nacional e internacional.
Participação das batucadeiras Finka Pé
O evento contará ainda com a participação especial do grupo Finka Pé, um dos mais antigos grupos de batuque da Diáspora cabo-verdiana. Fundado por mulheres oriundas da Cidade Velha que emigraram para Portugal, o grupo existe há quase 40 anos e está integrado na Associação Cultural Moinho da Juventude, sediada na Cova da Moura, na Amadora.
Com atuações marcadas pela força e ancestralidade do batuque, as Finka Pé mantêm viva a tradição nascida em Cabo Verde e recriada em solo europeu.
Banca de livros Falas Afrikanas
Local: CCCV – Centro Cultural de Cabo Verde Rua de São Bento, 640, 1250-222 Lisboa (Próximo da Assembleia da República – Metro: linha amarela, estação Rato) Data: Sábado, 26 de julho Hora: 16h30 às 18h30 Entrada livre
A sessão decorreu em forma de diálogo literário com o poeta angolanoKalunga, nome literário de João Fernando André, que se encontra atualmente em Lisboa a realizar o doutoramento em Literatura. Entre trocas de memórias, reflexões poéticas e observações sensíveis, os dois autores transportaram o público para uma Luanda de cheiros, cores e afetos intensos, onde o quotidiano se entrelaça com o simbólico e o pessoal com o coletivo.
No Auditório Norte, uma audiência atenta e emocionada — entre os quais amigos e admiradores da autora — acompanhou a conversa como quem percorre um álbum de fotografias vivas. As obras apresentadas são, em si, mapas afetivos: Tambwokenu convida a uma viagem pela terra natal de Poulson, enquanto Mukua Milele presta homenagem às mulheres da sua linhagem, com os “panos” como símbolo de memória, identidade e continuidade.
Com esta apresentação, Sandra Poulson reafirma-se como uma voz singular na literatura contemporânea angolana, fundindo oralidade, imagem e escrita numa obra profundamente enraizada na experiência vivida e sentida.