A tão aguardada Festa do Livro em Belém 2025, prevista para os dias 4 a 7 de setembro nos jardins do Palácio de Belém, foi cancelada por decisão do Presidente da República, em sinal de luto e solidariedade às vítimas do grave acidente com o elevador da Glória, que ocorreu em Lisboa no dia 3 de setembro.
A iniciativa, que desde 2016 se tem afirmado como um ponto de encontro literário aberto ao público, com sessões de autógrafos, debates, música e atividades para crianças, foi adiada após o descarrilamento com vítimas mortais, numa decisão comunicada em coordenação com a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL).
Segundo a Presidência da República, a Festa será remarcada para uma data a definir, desta vez em recinto fechado, mantendo a colaboração com a APEL.
O que esperamos agora
Aguardamos que seja divulgada a nova data para este certame literário, que se renova como espaço vital para o encontro entre autores e leitores. Assim que as informações estiverem disponíveis, estaremos prontos para apoiar e promover esses futuros encontros, promovendo a literatura dos países de língua portuguesa com toda a dedicação.
Lisboa recebeu, no dia 3 de setembro, uma animada apresentação do livro Meu Gastoso, minha Gostosa, meu Amor — Crónicas Íntimas, de Rafael Branco, na Biblioteca Palácio Galveias. São-tomenses e angolanos marcaram encontro num evento onde literatura, cultura e reflexão social se cruzaram num ambiente caloroso e participativo.
Num diálogo espontâneo e cativante com o poeta angolano João Fernando André, o autor revelou as motivações para a concretização deste trabalho artístico-literário, assumindo que, depois de uma carreira fulgurante na política e como embaixador da República de São Tomé e Príncipe, é neste exercício mais humano e intimista que agora se sente mais confortável.
O público acompanhou com atenção e aplaudiu as intervenções do escritor, revelando reconhecimento e surpresa perante as temáticas exploradas na obra.
João Fernando André destacou o papel da mulher e da família no livro, ao que Rafael Branco respondeu reconhecendo que a mulher é um dos focos centrais do seu trabalho artístico. O autor confidenciou ainda que a família tradicional em São Tomé e Príncipe deixou de existir, explicando a forma como a poligamia africana continua presente na sociedade e como influencia as relações pessoais.
O encontro terminou com uma forte interação entre autor e público, confirmando Meu Gastoso, minha Gostosa, meu Amor como uma obra que alia literatura e vivências reais, num olhar profundo sobre afetos, identidade e transformação social.
Na terça-feira, 3 de setembro, pelas 19h00, a Biblioteca Palácio Galveias, em Lisboa, acolhe o lançamento oficial do livro Meu Gastoso, Minha Gostosa, Meu Amor — Crónicas Íntimas, da autoria de Rafael Branco, uma figura de grande relevo da vida política são-tomense e antiga personalidade com papel destacado nas Nações Unidas.
Agora, numa nova fase da sua vida, Rafael Branco aventura-se no campo artístico e literário, com uma escrita ousada e sensível que procura dar voz ao amor, em todas as suas formas, e às personagens que tantas vezes permanecem à margem: mulheres e homens que amam no silêncio, na precariedade, na intimidade invisível do quotidiano.
Este evento é também um convite aberto a todos os amantes da literatura lusófona, interessados em novas vozes, novas geografias e novas narrativas. A obra de Rafael Branco inscreve-se na rica tradição literária da língua portuguesa, oferecendo uma perspetiva contemporânea e provocadora sobre o amor, a sociedade e a condição humana em São Tomé e Príncipe.
A comunidade são-tomense residente em Lisboa é especialmente convidada para este momento de celebração cultural.
Local: Biblioteca Palácio Galveias, Campo Pequeno, Lisboa Data: Terça-feira, 3 de setembro de 2025 Hora: 19h00 Entrada livre
Pré-apresentação no dia 28 de agosto de 2025, às 17h00, na Feira do Livro do Porto (Jardins do Palácio de Cristal), destinada a promover um primeiro contacto com a obra.
Com exibição do filme Marina e participação especial das batucadeiras Finka Pé
No próximo sábado, 26 de julho, entre as 16h30 e as 18h30, o Centro Cultural de Cabo Verde (CCCV), em Lisboa, será palco da mesa-redonda “Batuku – da proibição ao valioso contributo para o nascimento da Nação Cabo-verdiana”, um encontro que convida à reflexão sobre o papel histórico e cultural do batuque na construção da identidade cabo-verdiana.
Organizado no âmbito das comemorações dos 50 anos da Independência de Cabo Verde, o evento também assinala duas datas de grande significado: o Dia Nacional do Batuque e o Dia da Mulher Africana, celebrados a 31 de julho. A entrada é livre.
A mesa-redonda contará com a presença de:
Crisálida Correia – investigadora
Moisés Varela – investigador e dinamizador cultural
Ricardo Leote – realizador
Exibição do documentário Marina
O momento será enriquecido pela exibição do documentário Marina, de Ricardo Leote, com produção da Editora Noz Raiz (representante da Perfil Criativo | AUTORES.club em Cabo Verde). O filme conduz-nos numa viagem íntima e sensível pela vida de Marina Vaz, conhecida como “Vovó Marina”, considerada possivelmente a batucadeira mais antiga de Cabo Verde.
Natural da Cidade Velha – Património Mundial da Humanidade e berço da Nação cabo-verdiana – Marina guarda mais de 80 anos de memórias, que ilustram não só a sua trajetória pessoal como também a resistência e a força da cultura tradicional cabo-verdiana, onde o batuque ocupa lugar de destaque nacional e internacional.
Participação das batucadeiras Finka Pé
O evento contará ainda com a participação especial do grupo Finka Pé, um dos mais antigos grupos de batuque da Diáspora cabo-verdiana. Fundado por mulheres oriundas da Cidade Velha que emigraram para Portugal, o grupo existe há quase 40 anos e está integrado na Associação Cultural Moinho da Juventude, sediada na Cova da Moura, na Amadora.
Com atuações marcadas pela força e ancestralidade do batuque, as Finka Pé mantêm viva a tradição nascida em Cabo Verde e recriada em solo europeu.
Banca de livros Falas Afrikanas
Local: CCCV – Centro Cultural de Cabo Verde Rua de São Bento, 640, 1250-222 Lisboa (Próximo da Assembleia da República – Metro: linha amarela, estação Rato) Data: Sábado, 26 de julho Hora: 16h30 às 18h30 Entrada livre
A sessão decorreu em forma de diálogo literário com o poeta angolanoKalunga, nome literário de João Fernando André, que se encontra atualmente em Lisboa a realizar o doutoramento em Literatura. Entre trocas de memórias, reflexões poéticas e observações sensíveis, os dois autores transportaram o público para uma Luanda de cheiros, cores e afetos intensos, onde o quotidiano se entrelaça com o simbólico e o pessoal com o coletivo.
No Auditório Norte, uma audiência atenta e emocionada — entre os quais amigos e admiradores da autora — acompanhou a conversa como quem percorre um álbum de fotografias vivas. As obras apresentadas são, em si, mapas afetivos: Tambwokenu convida a uma viagem pela terra natal de Poulson, enquanto Mukua Milele presta homenagem às mulheres da sua linhagem, com os “panos” como símbolo de memória, identidade e continuidade.
Com esta apresentação, Sandra Poulson reafirma-se como uma voz singular na literatura contemporânea angolana, fundindo oralidade, imagem e escrita numa obra profundamente enraizada na experiência vivida e sentida.
Este ano, a Feira reforça o seu compromisso ambiental com a iniciativa “Vamos Plantar Livros”, em parceria com a The Navigator Company: por cada 100 livros vendidos, será plantada uma árvore. Com uma estimativa de 700 mil livros vendidos, prevê-se a plantação de cerca de 7.000 árvores .
A acessibilidade também é prioridade, com melhorias como rampas móveis, casas de banho adaptadas, sinalética inclusiva (em colaboração com a ColorADD) e interpretação em Língua Gestual Portuguesa em eventos selecionados .
Programação e destaques
Com mais de 3.000 atividades previstas, a Feira contará com 350 pavilhões, representando 963 marcas editoriais e mais de 85 mil títulos . A nova Praça Verde junta-se às seis já existentes, oferecendo um percurso mais fluido e espaços remodelados.
Entre os destaques da programação:
Apresentações de livros e sessões de autógrafos com autores como Miguel Francisco “Michel” (4/6/2025), Sandra Poulson (5/6/2025), Clément Mulewu Munuma Yôk (9/6/2025), João Fernando André (10/6/2025), João Armando (10/6/2025), Luís Gaivão (10/6/2025), F. Tchikondo (14/6/2025), Eugénio Monteiro Ferreira (22/6/2025), Jonuel Gonçalves (22/6/2025), Armindo Laureano (22/6/2025) e Eugénio Costa Almeida (22/6/2025).
Concertos às sextas-feiras à noite, incluindo atuações de Teresa Salgueiro.
Debates sobre temas atuais como inteligência artificial, sustentabilidade e o papel do livro na era digital .
Informações
Datas: 4 a 22 de junho de 2025
Local: Parque Eduardo VII, Lisboa
Entrada: Gratuita
Horários:
Segunda a quinta: 12h00 – 22h00
Sextas e vésperas de feriado: 12h00 – 23h00
Sábados: 10h00 – 23h00
Domingos e feriados: 10h00 – 22h00
A Feira é facilmente acessível por transportes públicos e oferece zonas de restauração, áreas de descanso e espaços com sombra para maior conforto dos visitantes .
Auditório Norte
As apresentações de livros da Perfil Criativo | AUTORES.club vão ser realizadas no Auditório Norte, localizado no topo da Feira do Livro de Lisboa. O livros podem ser adquiridos junto ao Auditório Norte no stand D-48 – POENTE 4, PROMOBOOKS.NET | PAPA-LETRAS.
A Perfil Criativo – Edições já está a preparar a sua participação na Feira do Livro de Lisboa 2025, em conjunto com a PROMOBOOKS, um dos momentos mais aguardados do ano para autores e leitores.
Neste contexto, lançamos um apelo urgente a todos os autores da nossa chancela: Se têm obras que gostariam de apresentar em eventos durante a Feira — sejam sessões de autógrafos, apresentações, conversas com leitores ou outras atividades — é fundamental que façam chegar chegar ao editor essa informação até amanhã, dia 11 de abril.
No próximo dia 14 de março, sexta-feira, a Padaria do Povo, situada na Rua Luís Derouet, n.º 20, em Campo de Ourique, Lisboa, será palco de um debate intitulado “Cidadania Angolana e a Guerra Colonial“. O evento contará com a participação de Eugénio Monteiro Ferreira e Joffre Justino, figuras de destaque no estudo da história contemporânea de Angola.
A iniciativa é organizada pelo Movimento CPLP com Cidadania, Estrategizando e APLP — Associação Promotora do Livre Pensamento. O debate será seguido de um jantar, com um custo de 15 euros por pessoa. Os interessados em participar devem efetuar a inscrição prévia, dada a limitação de lugares.
Este evento oferece uma oportunidade única para refletir sobre a cidadania angolana no contexto da Guerra Colonial, promovendo o diálogo e a partilha de conhecimentos sobre este período marcante da história.
Eugénio Monteiro Ferreira
Eugénio Monteiro Ferreira nasceu em 1949, em Luanda, Angola. Licenciou-se em História e realizou uma pós-graduação em Desenvolvimento Social.
Joffre Justino nasceu em 1951 em Nampula, Moçambique, mudando-se ainda criança com a família para Luanda, Angola.Desenvolveu desde cedo uma perspetiva anticolonialista e independentista. Como estudante universitário em Lisboa, envolveu-se ativamente no movimento associativo e em organizações políticas de extrema-esquerda, como o Comité Revolucionário Marxista-Leninista (CRML). Foi preso em várias ocasiões pela PIDE/DGS devido à sua atividade política. Após a Revolução de 25 de Abril de 1974, continuou a sua militância, integrando organizações como os Comités Amílcar Cabral (CAC) e a Organização Comunista de Angola (OCA).
Nos quatro dias da Festa do Livro em Belém 2024, o Presidente da República de Portugal, Prof. Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, promoveu encontros especiais entre autores de Angola e leitores de ambos os países, reforçando a ponte cultural entre Portugal e Angola. Entre os dias 5 e 8 de setembro, os Jardins do Palácio de Belém transformaram-se no palco de um dos maiores eventos literários de Portugal, com a presença de 68 editores e livreiros, que representaram 228 marcas editoriais em 122 bancas. O programa contou com mais de 300 atividades culturais, incluindo debates, lançamentos de livros, sessões de cinema e concertos, além de 280 autores que participaram em sessões de autógrafos.
A presença angolana foi especialmente notável, destacando-se autores como Armindo Laureano, Victor Torres, Sandra Poulson, Eugénio Costa Almeida, Sedrick de Carvalho, Jonas Nazareth, Xavier de Figueiredo, Luzia Moniz e Tomás Lima Coelho, que enriqueceram o evento com um diálogo profundo entre autores e leitores. No sábado, 7 de setembro, personalidades de destaque de Angola, como Irene Neto, filha do primeiro presidente angolano, e José Van-Dúnem, antigo Ministro da Saúde, estiveram presentes, reforçando a relevância da participação de Angola no evento.
O jornalista angolano Armindo Laureano, autor do livro de editoriais do semanário Novo Jornal, afirmou: “Foi a maior e mais marcante presença angolana na Festa do Livro em Belém. Foram momentos especiais em que autores e público estiveram juntos”. A importância deste encontro foi igualmente destacada pelo escritor Jonas Nazareth: “Uma tarde memorável, com a calorosa receção do Presidente da República Portuguesa, Prof. Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, participando ativamente na festa.”
Durante o evento, João Ricardo Rodrigues, da editora Perfil Criativo, sublinhou a oportunidade de apresentar ao público português “uma Angola que acontece fora de Angola”, com autores emergentes e temas de grande relevância cultural e histórica. Esta edição da Festa do Livro foi mais do que um sucesso editorial; foi um verdadeiro ponto de encontro entre culturas, memórias e novos horizontes literários, destacando a importância de dar voz em Portugal a autores dos países de língua portuguesa.
Victor Torres, autor angolano e memorialista, deixou o evento com uma nota de gratidão: “Foi um dia maravilhoso, em excelente companhia, sempre a dignificar Angola!”
Num ambiente de grande afluência de leitores e autores, a Festa do Livro reafirmou o seu compromisso com a promoção da leitura e do livro, criando oportunidades para novos encontros e diálogos, fortalecendo, assim, a partilha cultural entre Portugal e Angola.
7/9/2024 — Festa do Livro em Belém recebeu milhares de leitores de Lisboa para uma grande sessão de autógrafos com os autores de Angola nos jardins da Presidência da República: