Gemma Almagro e Izaskun Barbarie conquistam público com palavras e música

Gemma Almagro e Izaskun Barbarie conquistam público com palavras e  música

Mais uma vez, Gemma Almagro e Izaskun Barbarie animaram o público em “Patas Arriba” na RAI-Associació Cultural, no centro de Barcelona, no dia 19 de Janeiro de 2024. Armadas, como sempre, com o melhor dos seus explosivos, a palavra e a música, conseguiram esgotar a sala e se entregar completamente a este espetáculo subversivo, divertido, crítico e profundo.

O público passou das gargalhadas a uma verdadeira emoção com a poesia de trincheira de Gemma Almagro e ovacionou a grande pianista Izaskun Barbarie nos seus extraordinários e originais solos no piano. “Patas Arriba” demonstrou, mais uma vez, que o circuito emotivo com que envolve os espectadores é capaz de combinar com o lado guerrilheiro e violento com a ternura e a emoção mais pura.

Patas Arriba – Alta comédia para pessoas ousadas” tornou-se uma sátira moderna sem precedentes, e suas duas integrantes formam, sem dúvida, a dupla mais sincrónica e disparatada do momento. Siga-as nas redes para não perder seus vídeos mais divertidos! @patasarriba21

Para saber mais aconselhamos a leitura, em castelhano, dos livros de Gemma Almagro:

Poesía de Trinchera – Altamar

Patas Arriba

A não perder: Guerrilha poético-musical “Patas Arriba”

A não perder: Guerrilha poético-musical “Patas Arriba”

A ‘Plataforma de projectos para a transformação social’ acolhe a comédia para gente atrevida “Patas Arriba”, das surpreendentes e irreverentes artistas, Izaskun Barbàrie e Gemma Almagro, na noite de 19 de Janeiro 2024, no centro da cidade de Barcelona.

Dizem que “Patas arriba” não é um recital comum. É um espectáculo irreverente que combina as composições de piano de Izaskun Barbàrie com a rapsódia de Gemma Almagro a falar, cantar e improvisar sobre as mulheres, o ser humano, a poesia doméstica, o feminismo, o erotismo, a vida… Uma guerrilha poético-musical sem filtros nem moralismos que atinge diretamente o coração e o espírito crítico, contando com a cumplicidade do público. 

RAI – Recursos d’Animació Intercultural

A RAI é uma associação independente que actua como uma plataforma de projetos para a transformação social, cultural e educativa. Oferece uma ampla gama de recursos e iniciativas por meio da interculturalidade, antirracismo, feminismo, participação ativa, autonomia e “empoderamento” individual e colectivo.

Funciona também como um espaço de co-criação artística, mas também de reflexão e agregação capaz de criar sinergias e promover a participação.

Está instalada na C/ Carders 12 principal 08003 Barcelona 

Patas Arriba

Patas Arriba” é também um livro de poesia com a primeira edição (esgotada), publicado em 2022, ficando a segunda edição disponível em Barcelona e Lisboa a partir do primeiro dia de Fevereiro de 2024.

Lo que nos pasa es el tiempo,
el tiempo que nos ha tocado,
hermanas queridas.
Nos pasa que es tiempo de prisas
y de mostrarse
y de no saber qué somos
pero tener que aparentar.
Nos tocó un tiempo moderno,
dicen,
pero llevamos tatuados los mandatos
de un pasado hostil,
de mujeres reventadas de injusticias
que se vieron con la enorme responsabilidad
de educarnos.
A nosotras, sus crías.
A nosotras que nacimos con las venas empapadas
ya de sudor
de tanta fuerza que vinimos a hacer,
de tanto que hemos venido a luchar,
de tanto carro por empujar.
Nosotras vamos a vivir esta fiesta de disfraces
quitándonos las máscaras por vez primera.
Honraremos a nuestras preciosas madres
rompiendo a machetazos estas pesadas cadenas
y las de nuestres hijes.
Y pondremos patas arriba 
un tiempo que no nos toca.

Festa musical angolana no “Mocambo” de Lisboa

Festa musical angolana no “Mocambo” de Lisboa

15 de Setembro de 2023 — O restaurante Casa Mocambo, em Lisboa, recebeu artistas angolanos num acontecimento musical inédito e espontâneo na sua Galeria Sonoro-Visual na celebração do quinquagésimo aniversário de casamento de Ermelinda Zau e Filipe Zau.

Recordamos que Filipe Silvino de Pina Zau é um educador, pesquisador-docente universitário, escritor, compositor, músico e político angolano. É o Ministro da Cultura e Turismo da República de Angola desde 2021 e Vice-Presidente da Academia Angolana de Letras desde 2020.

Foram intervenientes musicais o cantor Chalo Correia, o guitarrista Carlos Praia, o jornalista  Carlos Gonçalves, o cantor Kizua Gourgel e Filipe Zau (interpretando e tocando).

Curiosamente, nessa noite, o jovem autor angolano, Fabio dos Santos, natural de Benguela, fez a apresentação do seu livro “7 mentiras contadas aos jovens” (Ed. 2022), publicado pela Editora Poder Absolu7o.

O editor da Perfil Criativo (www.AUTORES.club) aproveitou para oferecer a Filipe Zau e à sua mulher Ermelinda Zau, cinco livros que publicou em 2023: “Kinthwêni na tradição e na poética — Um enquadramento filosófico”, de João Ramos Piúla Casimiro; “Angola e o Atlântico | Colonialismo, Colonialidade e Epistemologia Descolonial”, de Luís Gaivão; “JUBA (Juventude Unida do Bairro Alfredo) – O futebol em ritmo de Merengue”, de Francisco Van-Dúnem “Vadiago”; “Os Bantu na visão de Mafrano — Quase memórias — Volume II”, de Maurício Francisco Caetano (1916-1982)

Estiveram presentes nesta festa muitos amigos do casal, alguns com uma ligação de mais de sete décadas.

Filipe Mukenga: “sou um músico autodidata”

Filipe Mukenga: “sou um músico autodidata”

“Muito jovem, despertou para a música ao som dos cânticos da Igreja Metodista. Cresceu com o rock, da década de 60. Descobriu os ritmos e as melodias da música tradicional e apaixonou-se. Explorou a música popular angolana, o jazz. Juntou todas as influências e criou alguns dos mais expressivos temas da música nacional das últimas décadas. Aos 72 anos, continua à procura de novos desafios.”
A jornalista Susana Gonçalves, da revista Austral, desafiou o compositor, durante o lançamento do disco “Canto Terceiro da Sereia: O Encanto” na Universidade Independente de Angola, “a recordar momentos de vida e companheiros de percurso, exercício que resultou numa sucessão de ternas
memórias e revelações que ajudam a contar a sua história.”

Uma grande entrevista na revista “Austral” nº 152 de Agosto-Setembro de 2022.

3ª edição do livro/disco “Marítimos” (2022) que incluí disco “Canto Terceiro da Sereia: O Encanto” está disponível para entrega.

Canto da Sereia chega a Luanda

Canto da Sereia chega a Luanda

A necessidade dos músicos angolanos apostarem na qualidade das composições, da produção e edição das obras discográficas, para um melhor e maior consumo da população, foi recomendado, em Luanda, pelo compositor Filipe Zau.

O também ministro da Cultura, Turismo e Ambiente, que falava a imprensa, quarta-feira, no final da cerimonia do lançamento da obra discográfica “Canto terceiro da sereia: O encanto”, de sua autoria e de Filipe Mukenga, sublinhou que os artistas devem fazer trabalhos com maior qualidade e brio possível, para o legado das futuras gerações.

“Os músicos não devem ter pressa para compor, produzir, editar e lançar uma obra, o produto deve ter qualidade necessária e apresentar conteúdo consumível e que não perde actualidade”, referiu.

Conforme o autor do disco “Canto terceiro da sereia: O encanto”, a qualidade de uma obra discográfica depende, igualmente, do investimento feito na produção.

Por outro lado, fez saber que o CD lançado surge de uma amizade de 44 anos com Filipe Mukenga  e o mesmo retrata as vivencias, as histórias dos povos, bem como o reencontro de dois irmãos.

Acrescentou que o CD, uma opera jazz, faz parte de uma trilogia musical iniciada nos anos 90 e inspirada na “Kianda”, figura mitologia dos pescadores da Ilha de Luanda.

“A obra discográfica lítero-musical tem como pano de fundo as memórias de um tripulante em navios da antiga marinha mercante e de um seu irmão, condutor de uma máquina a vapor na antiga linha férrea do Amboim (Cuanza Sul)”, realçou.

O CD foi gravado entre 2014 e 2019, em estúdios em Luanda, Paris, Amesterdão, Lisboa, Faro e Los Angeles.

Filipe Mukenga e Filipe Zau mantêm, há 36 anos, uma parceria da qual resultou na composição de mais de 80 músicas inéditas.

Filipe Mukenga é natural de Luanda, cantor e compositor há mais de 45 anos, tem no mercado quatro álbuns discográficos, sendo que o primeiro, intitulado “Novo Som”, foi lançado em 1990.

Já o músico Filipe Silvino de Pina Zau, compositor, poeta e investigador nascido em Lisboa, é doutorado em Ciências da Educação.

Ministro da Cultura, Turismo e Ambiente Filipe Zau, assina autógrafo © Fotografia por: António Escrivão (ANGOP)

Fonte: ANGOP

3ª edição (2022) do livro/disco “Marítimos” que inclui o disco “Canto terceiro da sereia: O encanto” está disponível para encomendar.

A Liga Africana e o Partido Nacional Africano

A Liga Africana e o Partido Nacional Africano

Marítimos (3ª Ed. 2022)

Rating: 5 out of 5.

Canto Terceiro da Sereia: O Encanto (Ed. 2020)

Rating: 3.5 out of 5.

A Liga Africana e o Partido Nacional Africano

Capítulo II: Filipe Zau

Após a Revolução de Outubro na Rússia (1917) e do fim da I Guerra Mundial (1918), o intelectual afro-americano William E. Burghardt Du Bois (1868-1963) organizava em Paris o I Congresso Pan-Africano (19 de Fevereiro de 1919) e “reivindicava um Código Internacional que garantisse, na África tropical, o direito dos nativos, bem como um plano gradual que conduzisse à emancipação final das colónias”. 


No segundo decénio do século XX, surgiam duas outras associações de africanos em Lisboa:

— A Liga Africana, em 1920, que se assumia como uma continuadora da JDDA;
— O Partido Nacional Africano (PNA) que, em 1921, se apresentava como o representante dos povos das colónias portuguesas em África e como partido aglutinador para a união dos povos africanos.

A Liga Africana mantinha estreitos contactos com as correntes pan-africanas americanas e francesas, era mais elitista e, tanto na metrópole como nas colónias, era mais influente do que o PNA. Em 1921, após a realização, em várias sessões, do 2º Congresso Pan-Africano (Londres e Paris), teve lugar, em 1923, o 3º Congresso Pan-Africano com uma primeira sessão em Londres e outra em Lisboa. Apesar da sessão de Lisboa nunca se ter realizado, na sessão de Londres participaram membros da Liga Africana, que levantaram a questão do trabalho forçado em Angola e em S. Tomé. 

Ciclo da Terra (o reencontro) – “Canto Terceiro da Sereia: O Encanto” (Ed. 2020), de Filipe Zau e Filipe Mukenga


Não se apresentando apenas como um conjunto de associações e/ou de indivíduos, o PNA tinha um programa considerado utópico e radical para a época. O seu projecto político reivindicativo exigia alterações à Constituição Portuguesa, no sentido de que, através de uma confederação, os povos africanos (incluindo as chamadas “populações gentílicas”) e o povo português passassem a estar no mesmo pé de igualdade. Porém, ainda no decurso da 1ª República, o sentido de uma maior liberdade, igualdade e fraternidade entre portugueses e africanos processava-se numa direcção oposta. 

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