25 de setembro de 2025 — Jovens angolanos surpreenderam os cidadãos lisboetas ao explicarem, com notável lucidez, as dificuldades enfrentadas pelas autoridades governamentais portuguesas em 1975 no processo de reconhecimento da República Popular de Angola. O momento ocorreu durante o lançamento do livro O “Reconhecimento” do Governo Angolano pelo Estado Português (1976) — As visões político-partidárias do PS, PPD/PSD e PCP, da autoria de Domingos Cúnua Alberto, jovem investigador académico angolano. A obra lança luz sobre o conturbado percurso das relações entre Portugal e Angola até ao reconhecimento formal da República Popular de Angola, em 1976.
“A apresentação deste livro foi uma enorme e surpreendente pedrada no charco”, afirmou o escritor Tomás Lima Coelho que esteve presente no lançamento. Ver reportagem integral de Victor Hugo Mendes (retirado do directo).
O lançamento teve lugar no Auditório Sedas Nunes, no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, e contou com a intervenção do prefaciador, Professor Doutor Daniel Marcos.
O evento contou com uma performance poética e artística e entre os presentes estiveram representantes da Embaixada da República de Angola em Portugal, de instituições portuguesas e de partidos políticos convidados e a família do autor. A assistência incluiu ainda vários membros da Associação 25 de Abril e o histórico militar do 25 de Abril, Pezarat Correia.
Perdura nos Jardins do Palácio de Belém, de quinta-feira, 25, a domingo, 28 de setembro, a Festa do Livro de Belém, com entrada livre e acesso pelo Museu da Presidência da República ou pelo Jardim Botânico Tropical; na quinta-feira o recinto abre às 16h00 e encerra às 22h30, na sexta-feira funciona das 10h00 às 22h30, e no sábado e domingo abre às 11h00 e encerra às 22h30. Ao longo dos quatro dias, entre os espaços das editoras e centenas de iniciativas, a música volta a marcar o compasso das noites: na quinta-feira, 25, atuou Carolina Deslandes seguindo-se, já era noite, o concerto de Rui Veloso Trio; hoje sexta-feira sobe ao palco Bárbara Tinoco às 21h30; no sábado é a vez de Fernando Daniel às 21h30; e no fecho, domingo, os Xutos & Pontapés tomam conta do serão. No domingo a tarde traz também encontro direto entre leitores e escritores: às dezanove horas em ponto, realiza-se uma sessão de autógrafos com os nossos autores Orlando Castro, Rafael Branco, Sedrick de Carvalho, Domingos Cúnua Alberto e o poeta Kalunga, João Fernando André, momento de proximidade que antecede o concerto de encerramento. Para quem planeia a visita, vale reter que a circulação no recinto obedece às regras habituais de segurança de um espaço presidencial e que a entrada é gratuita; recomenda-se chegada antecipada nos dias de concerto.
Quanto às condições atmosféricas, sábado será um dia mais fresco, com máxima a rondar os 21º Celsius e mínima nos 19º, enquanto domingo poderá trazer períodos de chuva, com máxima de 23º e mínima de 16º; há ainda aviso amarelo para agitação marítima no domingo, com ondas de quatro a cinco metros ao longo da costa, pelo que se recomenda agasalho leve, guarda-chuva e calçado confortável para quem visitar o recinto, sobretudo à noite e durante o concerto de encerramento.
Fruto de um trabalho académico rigoroso e da experiência direta do autor, a obra aborda os bastidores da segurança e da política externa angolana em África, revelando informações inéditas sobre a Missão Militar Angolana na Guiné-Bissau (MISSANG, 2007-2022) e o papel de Angola como potência regional na construção da paz e estabilidade no continente.
Combinando teoria, análise documental e entrevistas a protagonistas, este livro oferece uma leitura essencial para académicos, diplomatas, militares, decisores políticos e todos os que procuram compreender as dinâmicas da defesa, segurança e diplomacia.
O livro estará disponível para compra no local ao preço oficial de 13.000 Kz.
Data: 5 de novembro de 2025 Hora: 16h00 Local: Arquivo Nacional de Angola
18 de Setembro de 2025, no Auditório da Universidade de São Tomé e Príncipe, a cerimónia de apresentação do terceiro e último volume da coletânea póstuma “Os Bantu na Visão de Mafrano – Quase Memórias” contou com a presença especial da Primeira-Dama da República de São Tomé e Príncipe, Maria de Fátima Vila Nova, convidada de honra do evento.
A sua presença reforçou a dimensão cultural e institucional desta obra, que foi galardoada com o Prémio Nacional de Cultura e Artes 2024, e integra o Panteão dos Grandes Pensadores Africanos do Século XX.
O ato decorreu no quadro das comemorações do Dia do Herói Nacional, em memória do Presidente António Agostinho Neto, reunindo académicos, diplomatas, estudantes, autoridades locais e membros da comunidade cultural lusófona, sublinhando o valor da obra de Mafrano como referência para os estudos africanos contemporâneos.
O evento contou com a participação do Embaixador de Angola em São Tomé e Príncipe, Fidelino Peliganga “Menha”, e da Embaixatriz Ana Paula Corrêa Victor.
A cerimónia foi uma iniciativa conjunta da Embaixada de Angola em São Tomé e Príncipe, da Editora Perfil Criativo | AUTORES.club e da família do autor.
A plateia, composta por membros do Governo de São Tomé e Príncipe, deputados, diplomatas, acadêmicos, intelectuais, estudantes e o público em geral, aplaudiu efusivamente a relevância dos temas abordados.
José Soares Caetano com o Representante da OMS em São Tomé e Príncipe, Dr. Abdoulaye Diarra. A Primeira Dama da República de São Tomé e Príncipe, Fátima Vila Nova, foi convidada de honra da cerimónia de apresentação do terceiro e último volume da colectânea póstuma de Mafrano sobre os Bantu.
Prémio Nacional de Cultura
A apresentação do volume III da colectânea «Os Bantu na visão de Mafrano» foi um evento tremendo, espectacular e extraordinário!
O sorriso nos olhos e no rosto da Primeira Dama de São Tomé e Príncipe
São Tomé, 16 de Setembro – Num programa radiofónico em directo que reuniu jornalistas, escritores, professores e ouvintes deste país e na diáspora, a “Radio Jubilar“, da Igreja Católica de São Tomé e Príncipe fez a diferença ao passar em revista os três volumes da colectânea de Mafrano, incluindo leituras e comentários de alguns dos trechos da sua obra, com um total de 800 páginas. O programa durou cerca de 90 (noventa) minutos e evocou figuras históricas tais como a proeminente escritora Alda do Espírito Santo; o reverendo sacerdote santomense José da Costa Frotta, tutor de Mafrano; os ex-presidentes de São Tomé e Príncipe e de Angola, respectivamente Manuel Pinto da Costa, Miguel Trovoada e António Agostinho Neto; o conceituado historiador e embaixador de São Tomé e Príncipe Carlos Agostinho das Neves; a reconhecida habilidade literária de Mafrano, associada à profundidade dos seus textos, e muito mais. No fim, o representante da família, jornalista e escritor José Caetano, anunciou uma segunda colectânea do seu pai com o título “A Alma Bantu de Mafrano”. O terceiro e último volume da colectânea póstuma “Os Bantu na visão de Mafrano” será apresentado quinta feira, 18 de Setembro na Universidade de São Tomé e Príncipe, no quadro das celebrações do Dia do Herói Nacional, numa iniciativa que reune a Embaixada de Angola, a editora Perfil Criativo | AUTORES.club e a família do autor.
A Embaixada da República de Angola, a família de Maurício Francisco Caetano e o editor da Perfil Criativo | AUTORES.club têm o maior prazer de convidar V. Ex.ª para a homenagem a Maurício Francisco Caetano e apresentação do terceiro volume daColeção Os Bantu na Visão de Mafrano — Quase Memórias, que terá lugar na Universidade de São Tomé e Príncipe, no dia 18 de setembro, às 16:00.
Será um momento de celebração da memória, da cultura e da história africana, aberto a todos os que desejam conhecer mais de perto o legado de Mafrano e a riqueza da herança Bantu.
À descoberta dos Bantu na visão de Mafrano
A obra Os Bantu na Visão de Mafrano é mais do que uma simples narrativa histórica. É um mergulho profundo na memória coletiva, na identidade cultural e nos caminhos trilhados pelos povos Bantu ao longo dos séculos. Escrito por Maurício Francisco Caetano — sob o pseudónimo Mafrano —, este projeto literário reflete décadas de pesquisa, reflexão e experiência de vida, transformando-se numa ponte entre o passado e o presente.
Ler Os Bantu na Visão de Mafrano é compreender as raízes de uma civilização que moldou sociedades, tradições e modos de ser em diversos países africanos, incluindo Angola, São Tomé e Príncipe, Moçambique e tantos outros. É também perceber como a história se cruza com a política, a economia e a cultura, revelando os desafios e as conquistas que marcaram gerações inteiras.
Cada volume desta coleção convida o leitor a viajar no tempo, a refletir sobre a herança deixada pelos antepassados e a valorizar a diversidade que compõe o mosaico cultural africano. A escrita de Mafrano, simultaneamente rigorosa e acessível, transforma o conhecimento histórico num relato vivo, capaz de emocionar e de inspirar novas leituras e debates.
Com a publicação do terceiro volume, a obra aproxima-se de um momento de maturidade, consolidando-se como uma referência incontornável para todos aqueles que desejam conhecer melhor a história dos povos Bantu e, por consequência, a sua própria história.
Embaixador de Angola recebe comitiva da família de Mafrano
O Embaixador de Angola em São Tomé e Príncipe, Fidelino Peliganga, “Menha”, recebeu na sexta-feira, 12, nas instalações da missão diplomática angolana, uma comitiva da família de Mafrano, que se encontra nessa cidade para a apresentação do terceiro e último volume da premiada colectânea póstuma deste autor sobre os «Os Povos Bantu», a ter lugar a 18 do corrente mês, no âmbito das celebrações do «Dia do Herói Nacional», de Angola, celebrado em memória do Presidente António Agostinho Neto.
A obra terá como apresentador o prestigiado Embaixador Santomense, Dr. Carlos Agostinho das Neves, numa cerimónia agendada para a Universidade de São Tomé, pelas 16h15.
Nota de realce é que esta colectânea, em três volumes e um total de 800 páginas, vem a São Tomé e Príncipe pela terceira vez, num gesto de gratidão e de homenagem da família do autor ao reverendo cónego José Pereira da Costa Frotta (1879-1954), um sacerdote santomense que foi responsável pela educação de Maurício Francisco Caetano, “Mafrano”, então menino órfão com apenas cinco anos de idade.
O primeiro volume foi apresentado na Faculdade de Ciências e das Tecnologias da Universidade de São Tomé e Príncipe, em Fevereiro de 2023, e mais tarde, a família regressou, em Outubro de 2023, para apresentar o segundo volume, no Centro Cultural Português desta cidade.
A colectânea de “Mafrano” foi compilada a partir de textos que o autor deixou dispersos em revistas e jornais de Angola, entre os anos de 1947 e 1982, com ênfase para os jornais «O Apostolado», «Angola Norte», «O Angolense» e a Revista «Angola» da Liga Nacional Africana de que era oficialmente colaborador. Em Novembro de 2024, a referida obra foi galardoada em Angola com o Prémio Nacional Cultura e Artes 2024, na modalidade de Investigação em Ciências Humanas e Sociais, pela sua riqueza histórica. Na Revista «Angola» da Liga Nacional Africana “Mafrano” e Agostinho Neto escreveram lado a lado, desde 1953, segundo fontes históricas..
Com um total de 327 páginas, dezoito capítulos e mais de sessenta textos, este terceiro e último volume de Mafrano sobre a Antropologia Cultural Bantu está dividido em três partes que incluem: temas dedicados à (i) Civilização Bantu, (ii) Temática Religiosa, (iii) Questões Sociais e Episódios Vividos pelo autor entre os anos de 1947 e 1982.
Nos primeiros dias de Outubro, este mesmo livro será apresentado na Biblioteca Nacional da Cidade da Praia (BNCV), em Cabo-Verde.
A Festa do Livro em Belém, que estava marcada inicialmente entre 4 e 7 de setembro, foi suspensa na sequência do trágico acidente com o Elevador da Glória, em Lisboa, ocorrido a 3 de setembro. Em comunicado oficial, o Presidente da República, em acordo com a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), decidiu reagendar a Festa para os dias 25 a 28 de setembro de 2025, mantendo-se o local: os jardins do Palácio Nacional de Belém. Esta será a oitava edição da Festa do Livro em Belém e a última durante o atual mandato presidencial.
O evento contou com a participação especial de João Fernando André, académico angolano e poeta, e de Sedrick de Carvalho, editor da ELIVULU, editora parceira da Perfil Criativo | AUTORES.club na publicação deste livro.
À distância, a partir de Luanda, juntou-se o sociólogo Celso Malavoloneke, autor do prefácio, que explicou as razões pelas quais comparou Eugénio Costa Almeida ao Humbihumbi, o pássaro mítico da tradição umbundu, símbolo de visão ampla e de capacidade de observar ao longe, associando esta metáfora ao olhar crítico e atento do autor sobre Angola e o espaço africano.
Malavoloneke sublinhou ainda a importância da diáspora no pensamento contemporâneo africano, mas não deixou de trazer à mesa o muito repetido adjectivo “colono” e finalizou a intervenção revelando superficialmente a existência de tribalismo.
No seu estilo provocador atento, João Fernando André pegou no tema da diáspora, em particular a afastada do território nacional no violento processo de 75, para abrir um diálogo vivo com Eugénio Costa Almeida, num debate rápido, mas intenso, que revelou a atualidade e a profundidade das questões levantadas no livro.
No final, ficou a sensação de que a Biblioteca Palácio Galveias foi pequena para agrandeza dos temas em discussão, deixando no ar a promessa de novos encontros e conversas para explorar os desafios políticos e culturais de Angola.
Lisboa recebeu, no dia 3 de setembro, uma animada apresentação do livro Meu Gastoso, minha Gostosa, meu Amor — Crónicas Íntimas, de Rafael Branco, na Biblioteca Palácio Galveias. São-tomenses e angolanos marcaram encontro num evento onde literatura, cultura e reflexão social se cruzaram num ambiente caloroso e participativo.
Num diálogo espontâneo e cativante com o poeta angolano João Fernando André, o autor revelou as motivações para a concretização deste trabalho artístico-literário, assumindo que, depois de uma carreira fulgurante na política e como embaixador da República de São Tomé e Príncipe, é neste exercício mais humano e intimista que agora se sente mais confortável.
O público acompanhou com atenção e aplaudiu as intervenções do escritor, revelando reconhecimento e surpresa perante as temáticas exploradas na obra.
João Fernando André destacou o papel da mulher e da família no livro, ao que Rafael Branco respondeu reconhecendo que a mulher é um dos focos centrais do seu trabalho artístico. O autor confidenciou ainda que a família tradicional em São Tomé e Príncipe deixou de existir, explicando a forma como a poligamia africana continua presente na sociedade e como influencia as relações pessoais.
O encontro terminou com uma forte interação entre autor e público, confirmando Meu Gastoso, minha Gostosa, meu Amor como uma obra que alia literatura e vivências reais, num olhar profundo sobre afetos, identidade e transformação social.
Esta fotografia, tirada em 1973, durante uma excursão à ilha do Mussulo, regista um momento de juventude, amizade e partilha entre antigos estudantes da Escola Industrial e Comercial Sarmento Rodrigues, em Nova Lisboa–Huambo, Angola.
Mais de 50 anos passaram desde então. A História separou estes jovens: a independência de Angola, a longa e violenta guerra fratricida e a diáspora afastaram companheiros que outrora partilharam sonhos, aulas e momentos inesquecíveis.
Na imagem estão identificados, entre outros, o brigadeiro Fonseca Emanuel Chindondo, o general Alcídio dos Santos Kanjila e Hossi Mussili. Muitos outros nomes, porém, a memória já não alcança.
Se estudou na Escola Industrial e Comercial Sarmento Rodrigues no início da década de 1970, ou reconhece alguém nestas fotografias, convidamo-lo a entrar em contacto com a nossa equipa.