Publicado pela primeira vez em 2021, este romance histórico conquistou leitores e estudiosos pela forma como cruza a narrativa ficcional com o rigor da reconstrução histórica. A ação decorre entre o final do século XIX e o início do século XX, tendo como pano de fundo a região de Malanje, em Angola, num tempo em que o poder colonial português se impunha e os saberes africanos resistiam, silenciosos, ao esquecimento.
A figura de Manuel Justino, degredado português tornado comerciante de prestígio, conduz o leitor por caminhos onde se entrelaçam política, espiritualidade, oralidade e memória, num retrato complexo e comovente da Angola colonial.
Tomás Lima Coelho, natural de Moçâmedes e refugiado em Portugal, autor com vasta experiência no campo da investigação literária angolana, é também o organizador da obra de referência Autores e Escritores de Angola, publicada em três edições atualizadas.
Chão de Kanâmbua regressa agora às mãos dos leitores numa edição cuidada, pensada para quem procura compreender as raízes mais profundas da identidade angolana.
Chão de Kanâmbua (ou “O Feitiço de Kangombe”)
Para os leitores que preferem o formato digital, Chão de Kanâmbua encontra-se igualmente disponível em versão EPUB, acessível nas principais plataformas de leitura digital. Esta edição permite levar o romance a um público global, promovendo o acesso a uma das obras mais marcantes da ficção histórica angolana contemporânea.
Público-alvo
Leitores de romance histórico e literatura africana de expressão portuguesa
Estudantes e investigadores de história de Angola e colonialismo
Leitores interessados em memória cultural, oralidade africana e identidades pós-coloniais
Diáspora angolana e lusófona
Bibliotecas, universidades e livrarias especializadas em África e lusofonia
Lisboa — A Perfil Criativo | AUTORES.club apresenta a reedição revista e atualizada (2023) de Peregrinos da Eternidade — Crónicas Ibéricas Medievais (Como nasceu a dinastia que lançou Portugal no Mundo), de José Bento Duarte, obra fundamental que abre a trilogia histórica do autor sobre as origens e as projeções da identidade luso-africana. O relançamento desta obra antecede a chegada, no próximo 29 de outubro, do seu novo livro, A Primeira Travessia da África Austral, completando um arco narrativo que liga Portugal medieval ao surgimento histórico de Angola.
A trilogia da alma luso-africana
Segundo o autor, os três títulos formam uma linha contínua da História e devem ser lidos nesta ordem:
Senhores do Sol e do Vento — A História de Angola, contada através de encontros, conquistas e memórias partilhadas.
“Trata-se de uma viagem que começa nas margens do Mondego, passa pelos reinos da Ibéria medieval e atravessa o oceano até ao coração de África”, explica José Bento Duarte.
Um clássico redescoberto
Publicado originalmente em 2003, Peregrinos da Eternidade regressa agora em edição revista pelo autor, enriquecida por novas notas e referências. O livro parte do episódio trágico da morte de Inês de Castro e percorre as cinco décadas que antecedem a batalha de Aljubarrota, num retrato vibrante da Península Ibérica do século XIV. Através de 55 crónicas rigorosas e cativantes, o autor reconstitui o nascimento da 2.ª dinastia portuguesa e a emergência de um sentimento de nação, mostrando como o impulso peninsular viria a projetar-se nas descobertas e na expansão atlântica.
Um olhar humanista sobre o poder e a história
Mais do que um ensaio histórico, Peregrinos da Eternidade é uma viagem literária pelas paixões e contradições dos homens e mulheres que moldaram Portugal. Nas palavras da historiadora Carla Varela Fernandes, a obra “não é um romance histórico, mas lê-se como um, ou melhor, como um romance muito bem escrito”, sublinhando “a reflexão crítica e o humanismo que iluminam cada página”.
José Bento Duarte nasceu em Moçâmedes, no sul de Angola. Licenciado em Economia pela Universidade do Porto, foi docente na Universidade de Luanda antes e depois da independência do país. É autor de várias obras que exploram os laços históricos entre Portugal e Angola, como Senhores do Sol e do Vento — Histórias Verídicas de Portugueses, Angolanos e Outros Africanos e A Primeira Travessia da África Austral (Ed. 2025). A sua escrita alia rigor historiográfico, profundidade analítica e narrativa literária, ligando as dimensões peninsular e africana da história comum dos povos lusófonos.
Praia, 21 de Outubro de 2025 — A curta-metragem Marina, realizada por Ricardo Leote e produzida pela NOS RAIZ, conquistou o Prémio de Melhor Curta-Metragem Documental na primeira edição do Kafuka African Film Festival (KAFF), que decorreu de 16 a 19 de Outubro, na cidade da Praia, Cabo Verde.
Inspirado na vida de Marina Vaz, o filme retrata a infância da protagonista na histórica Cidade Velha, explorando a relação profunda com o mar, os desafios do quotidiano e a paixão pelo batuko, expressão cultural que marcou a sua trajetória. Com apenas 15 minutos de duração, Marina conduz o espectador por uma viagem sensível e poética pelas memórias, resiliência e legado cultural de uma mulher cabo-verdiana singular.
A curta-metragem, produzida no âmbito do projeto BODJI Aliança DHAA, tem vindo a destacar-se em vários países africanos e europeus, com exibições no DOC LUANDA (Luanda, Angola, 12 de abril de 2025), no fórum de cinema KUGOMA (Maputo, Moçambique, 26 de agosto de 2025) e no Centro Cultural de Cabo Verde em Lisboa (26 de julho de 2025), durante o encontro “Batuku – da proibição ao valioso contributo para o nascimento da Nação cabo-verdiana”, integrado nas comemorações dos 50 anos da Independência de Cabo Verde.
O Kafuka African Film Festival (KAFF), organizado pela Korikaxoru Films em parceria com Kuletivu Nhanha, Ceiba Produções, Lentilhas Lda. e NOS RAIZ, apresentou mais de 40 filmes de 15 países africanos. Na categoria curta-metragem, Marina destacou-se com o prémio principal de Documentário, enquanto Sabura (Falcão Nhaga, Portugal) venceu em Ficção e Nsala (Michael Mbanza, Congo) recebeu Menção Honrosa.
Segundo Natasha Craveiro, diretora artística do festival, “o balanço da primeira edição foi muito positivo, com salas cheias e um público participativo”. O KAFF afirmou-se, assim, como uma nova plataforma para a valorização do cinema africano e das suas narrativas.
Além de realizador, Ricardo Leote é também diretor da NOS RAIZ, produtora e promotora cultural representante da Perfil Criativo | AUTORES.club em Cabo Verde, reforçando os laços culturais e editoriais entre Cabo Verde, Angola e Portugal.
O psicólogo e escritor analisa o momento emocional de João Lourenço e reflete sobre a dimensão humana do poder na República de Angola
A plataforma AUTORES.club partilha um vídeo de Fernando Kawendimba: YouTube
No vídeo, o psicólogo clínico e escritor angolano Fernando Kawendimba comenta as imagens do Presidente da República de Angola, general João Lourenço, emocionado e em lágrimas após proferir um discurso sobre o Estado da Nação, que se prolongou por mais de três horas na Assembleia Nacional.
Um momento raro e revelador
As imagens do chefe de Estado a chorar após o discurso, amplamente divulgadas nas redes sociais e nos meios de comunicação, geraram inúmeras interpretações políticas e emocionais. Fernando Kawendimba, com a sua experiência como médico psicólogo em Angola, oferece uma análise serena e profissional sobre o que tal gesto pode simbolizar, não apenas para o Presidente, mas para o país.
No seu comentário, sublinha a importância de compreender o contexto emocional e humano por detrás do poder, lembrando que as figuras públicas também são atravessadas por fragilidades, pressões e emoções profundas.
Entre a psicologia e a literatura
ernando Kawendimba é autor de Mãe Nossa que Sois o Céu – Contos, publicado em novembro de 2020 pela Perfil Criativo | AUTORES.club e pela Alende – Edições. O livro percorre os territórios da fé, da dor e da esperança através de narrativas breves, revelando uma escrita intimamente ligada à condição humana, o mesmo olhar atento que o autor transporta para a sua prática clínica e para este comentário sobre o discurso presidencial.
A 12 de agosto de 2025, Fernando Kawendimba representou a Perfil Criativo | AUTORES.club no lançamento do terceiro volume da trilogiaOs Bantu na Visão de Mafrano – Quase Memórias, de Maurício Francisco Caetano (Mafrano), no auditório da ENAPP, em Luanda. A sua presença reafirmou o compromisso da editora com a promoção do pensamento e da literatura angolana contemporânea, com base na democratização do conhecimento.
O Município de Oeiras anunciou oficialmente o arranque da quarta edição do Prémio de Poesia de Oeiras, com candidaturas abertas entre 15 de outubro de 2025 e 15 de janeiro de 2026.
Este concurso literário, voltado para autores naturais de países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), assume-se como uma plataforma de afirmação e valorização da poesia em língua portuguesa, promovendo o diálogo literário entre diferentes nações de expressão lusófona.
Modalidades e prémio
O Prémio de Poesia de Oeiras está estruturado em duas modalidades distintas:
Modalidade Consagração: destinada a autores com obras literárias já publicadas. Nesta categoria, está prevista a atribuição de 20 000 € ao vencedor.
Modalidade Revelação: dirigida a autores com obras inéditas, com o objetivo de revelar novos talentos. O prémio desta modalidade é de 5 000 €, acrescido da edição da obra vencedora sob chancela municipal.
A participação é gratuita e aberta a maiores de 18 anos que sejam naturais de um dos Estados membros da CPLP.
Homenagem a D. Dinis e foco literário
Nesta 4.ª edição, o concurso presta homenagem a D. Dinis (1261–1325), figura central da poesia medieval portuguesa e símbolo de transversão entre o mundo medieval e a cultura literária lusófona. O tema para os poemas é livre, dando aos participantes plena liberdade criativa.
Júri e seleção
O júri é composto por dez personalidades literárias, cinco para cada modalidade, incluindo nomes reconhecidos no panorama da poesia lusófona. A seleção será feita com base na qualidade literária, originalidade e contribuição poética das obras apresentadas.
Prazos e informações práticas
Candidaturas: de 15 de outubro de 2025 até 15 de janeiro de 2026
Quem pode candidatar-se: autores naturais dos países da CPLP, maiores de 18 anos
Taxa de participação: gratuita
Publicação da obra vencedora (modalidade Revelação): assegurada pelo Município de Oeiras
Para todas as regras detalhadas, os critérios de avaliação e formulário de inscrição, os interessados devem consultar o regulamento oficial do prémio no site do concurso.
O editor da Perfil Criativo | AUTORES.club, João Ricardo Rodrigues, realizou uma visita à Fundação Mário Soares e Maria Barroso, em Lisboa, onde foi recebido pelo director executivo, Dr. Filipe Guimarães da Silva. Durante o encontro, o editor ofereceu à Fundação um exemplar do livro Memórias das FALA — O Avanço no Norte e a Guerra Psicológica (1975-1992), da autoria do brigadeiro Fonseca Chindondo.
O principal objetivo desta visita foi envolver a Fundação na futura apresentação da obra, tendo em conta o enorme interesse do antigo Presidente da República Portuguesa, Dr. Mário Soares, pelas questões políticas e históricas relacionadas com Angola e com os processos de libertação e a difícil luta pela democratização.
A Fundação Mário Soares e Maria Barroso: um centro de memória e investigação
A Fundação Mário Soares e Maria Barroso, criada em 1991, tem como missão preservar, estudar e divulgar o legado histórico, político e cultural associado à democracia portuguesa, aos movimentos de libertação africanos e às personalidades que marcaram o século XX. A instituição mantém um extenso e valioso acervo documental disponível para consulta presencial e online, incluindo:
Arquivo Mário Soares — com correspondência, discursos, diários, fotografias e documentação política de mais de cinco décadas;
Arquivo Maria Barroso — dedicado à vida cívica, política e artística da antiga deputada e primeira-dama;
Arquivo Mário Pinto de Andrade — figura central do nacionalismo angolano e fundador do MPLA, com documentação fundamental para o estudo dos movimentos de libertação africanos;
Arquivo da Casa dos Estudantes do Império (CEI) — espaço que foi berço da geração de intelectuais africanos que viriam a liderar as independências;
Arquivo Amílcar Cabral — com correspondência, textos políticos e materiais de formação do líder histórico da luta pela independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde.
Estes arquivos constituem um repositório inestimável para investigadores, sendo um terreno fértil para novos projetos académicos e editoriais que possam resultar em livros de grande valor histórico, especialmente se desenvolvidos por investigadores angolanos interessados em revisitar e reinterpretar as fontes originais disponíveis em Lisboa.
“Memórias das FALA” desperta interesse em Angola
Entretanto, em Angola, alguns exemplares do livro Memórias das FALA — O Avanço no Norte e a Guerra Psicológica (1975-1992) já começam a ser consultados por leitores e investigadores interessados. O crescente interesse pela obra está a impulsionar a preparação de um grande encontro para o lançamento oficial em Luanda, que pretende reunir académicos, jornalistas e antigos combatentes para discutir este período dramático da história contemporânea.
O autor Fonseca Chindondo tem estado a apresentar as suas memórias e a promover debates em Luanda
A Perfil Criativo | AUTORES.club convida para mais uma edição do programa “Conversa do Nosso Quintal”, que se realiza hoje, às 19h30 de Luanda, em direto no YouTube.
A sessão promete uma reflexão aprofundada sobre as dinâmicas políticas e diplomáticas que marcaram o reconhecimento de Angola pelo Estado português, analisando as diferentes posições dos partidos portugueses no contexto pós-independência.
O autor, José Bento Duarte, e o editor da Perfil Criativo I AUTORES.club têm a honra de convidar os nossos leitores para a cerimónia oficial de lançamento do livroA Primeira Travessia da África Austral que terá lugar no Auditório do Padrão dos Descobrimentos, na quarta-feira, 29 de Outubro de 2025, às 16h30. (Avenida Brasília, Belém) Este inédito encontro em Lisboa contará com a participação especial de Dr. José Ribeiro e Castro, Eng. Miguel Anacoreta Correia e Prof. Doutor Carlos Mariano Manuel (República de Angola). Devido à limitação do espaço no Auditório do Padrão dos Descobrimentos solicitamos aos interessados que devem antecipadamente reservar o seu lugar pelo email encomendas@autores.club ou pelo telefone 214 001 788.
Nota do Editor
É tempo de repor a verdade histórica
Com enorme júbilo apresentamos “A Primeira Travessia da África Austral”, de José Bento Duarte — uma obra que resgata um feito extraordinário da História: a travessia terrestre entre Angola e Moçambique, realizada pelos luso-angolanos Pedro João Baptista e Anastácio Francisco entre 1802 e 1811. Este episódio pioneiro, amplamente documentado mas longamente silenciado, constitui a primeira ligação transcontinental entre as margens do Atlântico (Cassange) e do Índico (Tete) feita por dois homens africanos sob bandeira portuguesa — um feito maior, que merece justo reconhecimento no espaço público e na memória coletiva.
O prefácio é assinado por Uina yo Nkuau Mbuta (Carlos Mariano Manuel), catedrático, investigador e autor do tratado de história “Angola desde antes da sua criação pelos portugueses até ao êxodo destes por nossa criação”, distinguido como Personalidade Lusófona 2023 pelo Movimento Internacional Lusófono. A sua participação confere a esta edição uma força simbólica e científica ímpar, num momento em que se assinalam os cinquenta e um anos da democracia portuguesa e os cinquenta anos de independência da República de Angola.
Neste espírito, convidamos o eleito Presidente da Câmara Municipal de Lisboa a tomar iniciativa para que os nomes de Pedro João Baptista e Anastácio Francisco sejam dignamente inscritos na toponímia da cidade, como homenagem a dois heróis que dignificam Portugal, Angola e Moçambique.
Estendemos igualmente este apelo ao senhor Presidente da República Portuguesa e aos corpos directivos da Sociedade de Geografia de Lisboa e da Sociedade Histórica da Independência de Portugal, instituições com longa tradição na preservação e valorização do património, para que se associem ao reconhecimento e divulgação deste extraordinário feito.
A travessia de África constituiu, por razões que foram evoluindo ao longo do tempo, um desígnio dos portugueses desde o começo da sua expansão marítima, no século XV. Após um decepcionante registo de fracassos, e por acção de dois corajosos luso-angolanos, eles alcançaram finalmente o objectivo no dealbar do século XIX. Este feito admirável precedeu, em cerca de quarenta anos, as caminhadas de renomados exploradores, como David Livingstone e outros, cuja exaltada glorificação foi empurrando para uma injusta obscuridade os verdadeiros vencedores da corrida.
Este livro envolvente, emotivo e rigorosamente documentado contempla as diversas fases do expansionismo luso — focando-se na interpenetração de culturas e nas interacções de seres humanos que se encontravam pela primeira vez —, até desembocar na épica e inesquecível viagem dos homens que comprovadamente inauguraram a ligação terrestre entre Angola e Moçambique. Abordando momentos históricos determinantes no continente africano e na Ásia, A Primeira Travessia da África Austral assume-se, acima de tudo, como uma expressiva e merecida homenagem a esses homens — Pedro João Baptista e Anastácio Francisco.
José Bento Duarte
Nasceu em Angola, na cidade de Moçâmedes, província do Namibe. Licenciado em Economia pela Universidade do Porto. Exerceu funções de docência na Universidade de Luanda antes e depois da independência do país. Foi quadro superior numa empresa pública portuguesa.
Para além da presente obra, tem outros livros publicados sobre temas históricos: Peregrinos da Eternidade — Crónicas Ibéricas Medievais e Senhores do Sol e do Vento – Histórias Verídicas de Portugueses, Angolanos e Outros Africanos (já reeditados pela Perfil Criativo – Edições e disponíveis na plataforma online www.AUTORES.club). Colaborou ainda em publicações de carácter colectivo com textos de temática histórica luso-angolana, como: Mandume, os Portugueses e a Definição do Sul de Angola; Missões no Planalto Central de Angola; Namibe – Das Origens à Independência.
Praia, 8 de Outubro – A foto mostrando vários estudantes da Universidade de Cabo Verde, na cidade da Praia, a maioria dos quais da cadeira de Literatura Africana, lendo com verdadeiro encanto um fascículo de duas páginas sobre a «VISÃO DE MAFRANO SOBRE OS BANTU», por ocasião de uma palestra realizada nessa instituição académica com mais de quatro mil alunos, pode tornar-se viral nos meios académicos locais.
A palestra teve como foco a colectânea em três volumes do etnólogo angolano Maurício Caetano, sobre a Antropologia Cultural Bantu, e realizou-se terça-feira, dia 7, com o apoio da Embaixada de Angola em Cabo Verde, do Leitorado do Instituto Guimarães Rosa, do Brasil, na cidade da Praia, e reuniu cerca de trinta estudantes, professores, amantes da cultura e especialistas de outros ramos do saber.
O texto de Mafrano consta do primeiro volume da sua obra, «OS BANTU NA VISÃO DE MAFRANO – QUASE MEMÓRIAS», premiada em Angola com o Prémio Nacional de Cultura e Artes 2024, na modalidade de Ciências Humanas e Sociais, e foi publicado pelo primeira vez no jornal «O APOSTOLADO», de 20 de Fevereiro de 1971. «É admirável ler um texto com tanto conhecimento científico, escrito numa época sem internet!», comentou um dos presentes.
A palestra foi animada pela professora e historiadora cabo-verdiana Antonieta Lopes; pelo jornalista e escritor José Caetano, “Tazuary Nkeita”, filho de Mafrano, assim como por Ricardo Leote, da editora NOZ RAÍS | AUTORES.club, e Karina de Fátima Gomes, do instituto brasileiro Guimarães Rosa.
Destaques ainda para a pró-reitora para as áreas de política estudantil, social e de extensão da UniCV, Fátima Fernandes, e para a conselheira da Embaixada de Angola, Carla Boaventura.
Momento igualmente emocionante foi o sorteio de um exemplar do volume III de «Os Bantu na visão de Mafrano» e um note book, produzido pela família do autor com a marca «Mafrano».
O encontro contou ainda com a presença especial de José Caetano, filho de Mafrano, cuja intervenção foi de carácter biográfico, oferecendo um olhar pessoal e emocionante sobre a vida e o percurso intelectual do autor
Foi uma tarde enriquecedora, de diálogo intercultural e valorização do conhecimento africano, reafirmando a importância da academia na preservação e difusão da memória coletiva dos nossos povos
Cidade de Praia, Cabo Verde, 04 de Outubro de 2025 – O Embaixador de Angola em Cabo Verde, Agostinho Tavares, destacou sexta-feira na cidade da Praia que a apresentação do terceiro e último volume da colectânea póstuma «OS BANTU NA VISÃO DE MAFRANO – QUASE MEMÓRIAS», do etnólogo angolano Maurício Francisco Caetano, ” Mafrano“, no contexto dos 50 anos das independências dos PALOP, revela o profundo significado da nossa ancestralidade.
Agostinho Tavares usou o termo «Morabeza», existente unicamente na língua crioula, para explicar o sentido que Mafrano procurou dar, nos anos quarenta do século XX, aos «Bantu», significando «nossa gente», em Angola. Para ele, a colectânea visionária de Mafrano «contém um manancial de conhecimentos dos nossos antepassados, em três volumes e 800 páginas, com muita utilidade prática, no futuro».
«Constitui motivo de grande satisfação, ter em mãos uma obra como esta, cuja importância e dimensão se renova a cada leitura e a cada um dos seus ricos volumes», disse o embaixador angolano ao discursar do acto de encerramento.
A abertura do evento foi feita pelo Embaixador de São Tomé e Príncipe, Aurélio Martins, de cujo país era oriundo o sacerdote católico que educou Mafrano, órfão, desde os seus cinco anos, na sua terra natal, a cidade do Dondo, na Província do Cuanza Norte. Para o embaixador Aurélio Martins, «o sacerdote José Frotta foi formado em Angola, mas também contribuiu para a formação de mentes brilhantes dentre as quais se destacam o autor desta trilogia sobre a Antropologia Cultural dos povos Bantu».
Coube uma vez mais à historiadora Antonieta Lopes apresentar um largo panorama do volume III da colectânea de Mafrano, de uma forma que delirou a assistência, segundo os comentários na Biblioteca Nacional de Cabo Verde, onde decorreu a cerimónia. «Exorto-vos a escrever a biografia do vosso pai», sugeriu ela dirigindo-se aos dois filhos presentes, nomeadamente o jornalista e escritor José Caetano (Tazuary Nkeita) e a jurista, e também comunicadora, Cristina Caetano.
Duas notas foram dignas de referência. Por um lado, a homenagem ao ex-embaixador e escritor cabo-verdiano Eugénio Inocêncio (74 anos), que foi co-apresentador do volume II, em Dezembro de 2023, juntamente com Antonieta Lopes, e que faleceu por doença, em Setembro de 2024. A homenagem decorreu na presença de um dos filhos, Luís Inocêncio, sob fortes aplausos. Soube-se, por outro lado, que a família de Mafrano recebeu da Presidência da República de São Tomé e Príncipe uma mensagem de agradecimento pela oferta deste volume III, por ocasião da cerimónia realizada naquele país, no passado dia 18 de Setembro.
A cerimónia na cidade da Praia foi assistida por membros do corpo diplomático, organizações internacionais, comunidade académica e amantes da literatura, com destaque para a representante das agências das Nações Unidas em Cabo Verde, Patrícia Portela (Brasil).