Hoje, 1 de julho de 2025, foram entregues à autora Lieve Meersschaert os primeiros exemplares do livro Empregadas Domésticas e Mulheres-a-Dias em Portugal e da sua versão em neerlandês, Werkvrouwen en Dienstmeisjes in Portugal. Trata-se de um projeto editorial do Centro de Documentação Eduardo Pontes e da Associação Cultural Moinho da Juventude, com projeto gráfico de Inês Veiga e produção apoiada pela equipa da Perfil Criativo | AUTORES.club.
Lieve Meersschaert confidenciou que tinha este texto guardado desde 1984 e que, este ano, incentivada por amigos, decidiu finalmente transformá-lo em livro.
Uma obra especial, que começa com o texto “O Início duma Sinergia, dum Djunta Mó”, onde se lê:
“Fui parar à COOPERSERDO por acaso. A minha intenção era a de aprender português e depois mudar-me para o Brasil. Estava conscientizada pela teoria e prática de Paulo Freire, filósofo e pedagogo brasileiro, com quem tinha frequentado um curso em Paris, em 1971. Tendo eu trabalhado na associação da Juventude Operária Católica de Turnhout, na Bélgica, KAJ-Turnhout, os meus olhos abriram-se para o fenómeno da globalização e para as estratégias das empresas multinacionais, nomeadamente as das empresas de confeção. (…)”
Publicada em formato de livro de bolso, esta edição de 162 páginas está ricamente ilustrada a cores, com fotografias e ilustrações, e inclui seguinte índice:
O início duma Sinergia, dum Djunta Mo
Quarenta e três anos depois.
CAPÍTULO 1
Entrevistas com empregadas domésticas e mulheres-a-dias.
As trabalhadoras falam de si, das suas famílias, do seu trabalho, das suas dificuldades e das suas expetativas.
CAPÍTULO 2
Formas de organização das “criadas” em Portugal antes do 25 de abril de 1974.
A greve das “criadas” de Lisboa em 1921.
Reflexões sobre a “Obra das Zitas”.
CAPÍTULO 3
A Revolução dos Cravos em 1974. As empregadas domésticas constroem o seu próprio sindicato e criam uma cooperativa.
CAPÍTULO 4
Atividades sindicais das empregadas domésticas e mulheres-a-dias no Sindicato do Serviço Doméstico.
CAPÍTULO 5
COOPERSERDO: a cooperativa das empregadas domésticas e das mulheres-a-dias.
Um olhar sobre o movimento cooperativo em Portugal.
Como trabalham os membros da Cooperativa na COOPERSERDO: sonhos, sem ilusões.
Perspectivas: Sinergia, Djunta MO!
Leitores interessados em conhecer este livro podem contactar a nossa editora: info@autores.club
Fruto de mais de 30 anos de prática clínica e investigação, o novo livro do Dr. Luís Philippe Jorge, Nutriterapia, é uma obra profunda e pioneira que propõe uma abordagem inovadora à saúde e à alimentação — centrada na nutrição das células.
Através de uma síntese rigorosa e acessível, apoiada em mais de 600 referências científicas, o autor desmonta os modelos alimentares convencionais e apresenta um novo paradigma científico, funcional e preventivo. A micronutrição — ciência aplicada que estuda os efeitos dos micronutrientes (vitaminas, minerais, aminoácidos, ácidos gordos, etc.) no organismo — revela-se aqui como o pilar para a saúde física, emocional e metabólica.
Conteúdo e Estrutura da Obra
Nutriterapia percorre uma extensa análise que vai desde os fundamentos da macronutrição e da bioquímica celular até às causas profundas de doenças crónicas como a diabetes tipo 2, o sobrepeso, o stress oxidativo, e os distúrbios neuropsicológicos. A obra divide-se em oito capítulos principais, com destaque para:
A crítica fundamentada à pirâmide alimentar tradicional
A distinção entre “alimentar-se” e “nutrir-se”
O papel dos micronutrientes na imunidade, metabolismo, equilíbrio hormonal e emocional
A nutrição como intervenção terapêutica regenerativa e personalizada
O autor
O Dr. Luís Philippe Jorge é psicoterapeuta, certificado em nutriterapia, com formação em psico-organoterapia, bioquímica nutricional, medicina ortomolecular, naturopatia e aromaterapia, com estudos realizados na França, Bélgica e Canadá. É também autor de obras anteriores como O Desapego e Guia de Imunonutrição.
Como formador acreditado e divulgador científico, tem desempenhado um papel central na promoção de uma visão integradora e humanista da saúde, unindo ciência e prática clínica à educação do público e dos profissionais de saúde.
Uma obra essencial para profissionais e leitores conscientes
Nutriterapia é mais do que um livro técnico — é um guia para viver com mais consciência, energia e clareza, desafiando o leitor a repensar hábitos, crenças e práticas alimentares. O livro é indicado para médicos, nutricionistas, psicólogos, terapeutas, educadores, pacientes crónicos e qualquer pessoa interessada numa saúde sustentável e baseada em evidência científica.
“Alimentar-se é sobreviver. Nutrir-se é viver com consciência, energia e clareza.” – Dr. Luís Philippe Jorge
Público-alvo
1. Profissionais da Saúde e Bem-Estar
Médicos (sobretudo clínicos gerais, endocrinologistas, cardiologistas, psiquiatras); Nutricionistas e dietistas; Psicólogos e psicoterapeutas; Terapeutas naturais, ortomoleculares e integrativos; Enfermeiros, fisioterapeutas e educadores de saúde.
O que procuram: Ferramentas práticas e fundamentadas para aplicar a micronutrição na prevenção e tratamento; Referências científicas sólidas para enriquecer a sua prática clínica; Atualização sobre nutrição funcional, imunidade, stress, doenças crónicas.
2. Leitores informados e conscientes da sua saúde
Pessoas que já adotam uma alimentação saudável ou terapêutica; Leitores interessados em saúde holística, medicina funcional, alimentação preventiva; Pessoas com doenças crónicas, autoimunes, metabólicas (ex.: diabetes tipo 2, obesidade, fadiga crónica); Indivíduos atentos à nutrição celular, longevidade, suplementação.
O que procuram: Conhecimento profundo, mas acessível, sobre como a alimentação impacta o corpo e a mente; Estratégias práticas e validadas para melhorar a imunidade, energia, equilíbrio emocional; Alternativas críticas à medicina convencional e à indústria alimentar.
3. Estudantes e formandos em áreas da saúde e nutrição
Estudantes de nutrição, medicina, psicologia, naturopatia; Formandos em cursos de terapias complementares; Interessados em micronutrição, nutrição clínica, bioquímica aplicada.
O que procuram: Material de estudo atualizado, rigoroso e didático, Integração entre ciência e prática; Uma visão crítica dos modelos tradicionais da alimentação e saúde pública.
Para mais informações, entrevistas com o autor ou pedidos de exemplares
Contacto do Editor: João Ricardo Rodrigues — Perfil Criativo | AUTORES.club jr@autores.club | 912.516.505 Encomendas e Distribuição:encomendas@autores.club | 214.001.788
Novo livro de Domingos Cúnua Alberto ilumina o conturbado caminho das relações entre Portugal e Angola até ao reconhecimento formal da República Popular de Angola em 1976
Lisboa, julho 2025 — Acaba de entrar em impressão o novo livro O “reconhecimento” do Governo angolano pelo Estado português (1976) — As visões político-partidárias do PS, PPD/PSD e PCP, do jovem investigador angolano Domingos Cúnua Alberto. A obra traça, com o apoio de fontes inéditas, os 300 dias de impasse que separaram a proclamação da independência de Angola (11 de novembro de 1975) do reconhecimento formal por Lisboa (22 de fevereiro de 1976) — tornando Portugal o 88.º país a fazê-lo.
“Mais do que um estudo académico, é um contributo valioso para a memória partilhada entre Portugal e Angola — leitura indispensável a quem se interessa pelo pós-colonialismo e pela soberania africana” — Prof. Doutor Daniel Marcos, in prefácio
O que torna este livro imperdível?
Três narrativas paralelas: Revela como PS, PPD/PSD e PCP usaram o dossiê angolano para disputar influência no VI Governo Provisório e no Conselho da Revolução.
Documentos até agora fechados: Analisa actas do Conselho da Revolução, memorandos diplomáticos e imprensa da época para reconstituir as negociações de bastidores.
Panorama internacional: Explica a pressão da Guerra Fria, o reconhecimento imediato do Brasil (12 nov. 1975) e a clivagem Leste/Ocidente na OUA e nas Nações Unidas.
Impacto humano: Mostra como o receio de reacções dos refugiados (retornados) e de sectores militares condicionou a decisão portuguesa.
Actualidade: Oferece lições sobre diplomacia de transição que ainda ecoam em relações bilaterais contemporâneas.
Síntese da narrativa
25 de Abril a Alvor: O livro contextualiza a queda do Estado Novo, os acordos de cessar-fogo com FNLA, MPLA e UNITA e o Acordo do Alvor (jan. 1975) que fixou 11 de novembro como data-chave.
Da independência à incerteza: Após a proclamação simultânea da República Popular de Angola pelo MPLA, e da República Democrática de Angola por FNLA/UNITA, Lisboa hesita entre quatro cenários possíveis.
O impasse partidário: O PCP defendia reconhecimento imediato; PS e PPD/PSD condicionavam-no a um governo de unidade ou a garantias externas — divergência que bloqueou três Conselhos de Ministros sucessivos.
Viragem de fevereiro: Conversações diretas entre o Presidente Costa Gomes e líderes partidários destravaram o nó: Portugal reconhece Luanda, assegurando a permanência dos dois maiores partidos no Governo.
Sobre o autor
Domingos Cúnua Alberto é mestre em História e em Relações Internacionais pelo ISCTE-IUL e é doutorando em História: mudança e continuidade num mundo global (PIUDHist), no Instituto de Ciencias Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-UL). Publicou artigos científicos na Revista do Instituto Português de Relações (IPRI) Internacionais e na revista de Estudos Ibero-Americanos.
Público-alvo
O público-alvo do livro O “reconhecimento” do Governo angolano pelo Estado português (1976) — As visões político-partidárias do PS, PPD/PSD e PCP, de Domingos Cúnua Alberto, inclui os seguintes perfis principais:
Académicos e estudantes
Historiadores, politólogos e investigadores em áreas como:
História contemporânea de Portugal e de Angola
Descolonização e processos de independência africanos
Relações internacionais e diplomacia no contexto da Guerra Fria
Estudantes universitários de licenciatura, mestrado e doutoramento em História, Ciência Política, Relações Internacionais, Estudos Africanos e Pós-Colonialismo
Profissionais e decisores
Diplomatas, juristas e decisores políticos, interessados nas raízes históricas das relações luso-angolanas
Membros de partidos políticos e assessores parlamentares que estudam a evolução ideológica das forças políticas portuguesas
Leitores informados
Se interessam pela história da descolonização portuguesa
Acompanham temas de política internacional e memória histórica
Têm ligação emocional ou familiar com Angola ou com o período revolucionário em Portugal
Comunidades lusófonas
Leitores em Angola, Portugal, Brasil e CPLP, que procuram compreender os laços históricos e políticos comuns
Intelectuais e membros da diáspora africana que investigam as narrativas oficiais e não-oficiais da independência e da soberania
Em resumo: o livro equilibra rigor académico com clareza na exposição, o que o torna acessível a um público culto e interessado, mas não necessariamente especialista. É especialmente útil para quem procura compreender o entrelaçamento entre política interna portuguesa e o reconhecimento internacional de Angola enquanto Estado soberano.
Uma peça fundamental para compreender a história não contada da luta pela liberdade em Angola
Com o selo da Perfil Criativo | AUTORES.club, chega ao público a primeira edição do livro “Memórias das FALA — O Avanço no Norte e a Guerra Psicológica (1975-1992)“, do brigadeiro Fonseca Chindondo. Esta obra inédita nos cinquenta anos de independência de Angola dá voz a protagonistas da UNITA e das FALA (Forças Armadas de Libertação de Angola), trazendo à luz acontecimentos marcantes da guerra civil angolana e das estratégias de resistência psicológica contra o domínio colonial e pós-colonial. Um livro imprescindível para compreender a complexidade do conflito angolano.
Com prefácio da Prof. Doutora Paula Cristina Roque, investigadora de renome em segurança e direitos humanos em África, afirma-se como um contributo valioso para o combate ao revisionismo histórico e à hegemonia narrativa do partido-Estado. Entre relatos pessoais, análises tácticas e reflexões políticas, a obra constrói uma cronologia rica, carregada de emoção e documentada de um período muito violento e definidor da identidade angolana contemporânea.
“Este livro é uma peça fundamental para reequilibrar a narrativa da história recente de Angola. Ao quebrar o silêncio sobre a participação da UNITA e das FALA na luta armada e na construção de uma alternativa política, Fonseca Chindondo presta um serviço à memória colectiva do povo angolano.” — Paula Cristina Roque, especialista em segurança e direitos humanos em África.
Resultado de um longo amadurecimento, o conteúdo do livro oferece um testemunho direto de quem viveu por dentro a realidade da resistência armada. Mais do que uma autobiografia, trata-se de um esforço consciente de preservação da memória colectiva de milhares de angolanos que participaram na Luta de Libertação através da UNITA e das FALA — frequentemente apagados ou mal interpretados pela historiografia oficial angolana.
Ao longo de mais de 200 páginas, o autor reconstrói episódios marcantes da guerra, desde a sua experiência de infância, passando pela formação como combatente, até ao envolvimento directo no avanço estratégico no norte de Angola e na condução da guerra psicológica. O livro revela, com honestidade e profundidade, os dramas, dilemas e decisões que marcaram a vida dos combatentes num contexto de guerra total.
Destaques da obra
Testemunhos diretos do autor sobre bases de concentração, batalhas e reorganização militar;
Análise aprofundada da guerra psicológica como ferramenta estratégica das FALA;
Enquadramento histórico das movimentações políticas e sociais de 1975 a 1992;
Homenagem a figuras esquecidas da luta armada, incluindo familiares do autor;
Discussão crítica sobre a desinformação, propaganda e manipulação narrativa.
“Memórias das FALA” não é apenas um livro de memórias militares — é também um documento histórico e político, um ato de resistência e de justiça histórica, essencial para estudantes, investigadores, políticos e todos os interessados na história de Angola.
Público-alvo
1. Estudantes e Investigadores Universitários
Áreas de Interesse: História de Angola e África Austral; Ciência Política; Estudos Pós-Coloniais; Sociologia e Antropologia; Relações Internacionais; Estudos sobre Guerra, Paz e Segurança
Perfil: Jovens e adultos com formação superior ou em processo de formação, que procuram fontes primárias, testemunhos diretos e perspectivas alternativas à narrativa oficial do Estado angolano. O livro serve como referência em pesquisas, teses ou dissertações.
2. Académicos, Docentes e Especialistas
Áreas: História contemporânea africana; Teoria dos conflitos armados; Comunicação política e propaganda; Estudos de memória e identidades
Perfil: Professores universitários, investigadores e autores que analisam processos de descolonização, construção de Estados, hegemonia narrativa e o papel da memória histórica. A obra oferece material original e relevante para análise crítica e debate académico.
3. Antigos Combatentes e Veteranos de Guerra das FALA/UNITA, FAPLA/MPLA, ELNA/FNLA
Perfil: Homens e mulheres que participaram na luta armada sob a bandeira da UNITA ou que viveram o conflito como parte das FALA. Também familiares de ex-combatentes e membros da resistência. Este grupo vê no livro um reconhecimento público e simbólico do seu esforço e sofrimento.
4. Jornalistas, Escritores e Documentaristas
Perfil: Profissionais que se dedicam a temas históricos, políticos e sociais ligados a Angola, ao continente africano e à memória da guerra. A obra é útil como fonte narrativa, factual e documental para reportagens, biografias, documentários ou podcasts.
5. Leitores Angolanos (e da diáspora) interessados em História e Memória
Perfil: Público geral, nacional e da diáspora, com interesse pela história de Angola, em particular pela parte menos conhecida ou deliberadamente silenciada da guerra civil. São leitores que valorizam narrativas pessoais, memória histórica, justiça simbólica e revisitação crítica do passado.
6. Organizações Internacionais, ONGs e Instituições de Direitos Humanos
Perfil: Organizações envolvidas em processos de reconciliação nacional, justiça de transição, memória coletiva, desarmamento e reabilitação de ex-combatentes. Podem utilizar o livro como base documental ou testemunhal para projetos educativos ou memoriais.
7. Decisores Políticos e Cidadãos Atentos ao Debate Nacional
Perfil: Indivíduos interessados em compreender o passado para repensar o futuro político e institucional de Angola. O livro pode contribuir para o debate público sobre pluralismo, inclusão, reconciliação e verdade histórica.
8. Clube de Leitura, Associações Culturais e Juventude Partidária
Perfil: Grupos cívicos, culturais e estudantis — sobretudo ligados à UNITA ou críticos do partido-Estado — que podem promover debates com base na obra. O livro também pode ser usado em formações políticas sobre identidade, ideologia e comunicação política.
A obra coloca em destaque um feito extraordinário, durante demasiado tempo ignorado ou menosprezado: a travessia efetuada no início do século XIX por dois pombeiros angolanos – Pedro João Baptista e Anastácio Francisco — entre o planalto de Malange (Angola) e o planalto de Tete (Moçambique). Uma viagem de mais de oito anos que atravessou o coração do continente e que não poderá deixar de ser hoje reconhecida como um marco pioneiro e inolvidável da coragem, da tenacidade e do espírito de missão de dois agentes improváveis e, naquela altura, de todo inesperados.
A publicação surge num momento de grande simbolismo: os cinquenta anos da independência de Angola, os cinquenta e um anos da Revolução de Abril (regime democrático em Portugal) e um tempo de renovado debate sobre a herança colonial, a memória histórica e o reconhecimento dos protagonistas africanos nas narrativas globais. Indo ao encontro do lema da União Africana para 2025 — Justiça, não necessariamente de índole material, para os africanos e os povos de descendência africana —, o livro de José Bento Duarte adquire ainda maior atualidade e relevância. Mais do que um relato cronológico, o livro é um ensaio analítico rigorosamente documentado, construído com base em investigação de fontes históricas muito diversas.
Com o prefácio assinado por Uina yo Nkuau Mbuta (nome Kikongo do Prof. Doutor Carlos Mariano Manuel, médico, investigador e autor galardoado com o Prémio Personalidade Lusófona 2023), a obra desenvolve-se numa estrutura de vinte e um capítulos. Abordando de início as concepções míticas sobre o continente africano nascidas na Antiguidade e solidificadas na Idade Média — que tanto pesariam nalguns eventos históricos posteriores —, o livro debruça-se depois sobre os primeiros contactos entre portugueses e africanos, a progressiva instalação colonial nas costas de África entre os séculos XV e XIX, as tentativas de penetração nos sertões e a evolução geral das condições políticas que acabariam por desembocar na acidentada, dramática, mas triunfante viagem dos dois pombeiros.
No tocante à obra agora publicada, o autor enunciou três razões para o destaque que nela atribuiu à odisseia de Pedro João Baptista e Anastácio Francisco:
“Primeira: porque a sua formidável caminhada representou, de facto, o lance culminante de um atribulado projecto português com mais de trezentos anos, traduzido num daqueles episódios que prestigiam qualquer país ou comunidade. Comparados com as mais destacadas figuras desses tempos — europeias, africanas ou asiáticas —, ambos merecem, sem favor, enfileirar com elas na galeria dos melhores.
Segunda razão: porque, salvo espaçadas e raríssimas excepções, a sua façanha tem sido injustamente menorizada, ou até ignorada, em benefício de personagens que, dispondo de recursos e de apoios incomparavelmente superiores, ou falharam nas tentativas ou se limitaram a repetir — é certo que com outro aparato público — o que eles já haviam feito.
Terceira razão: porque senti ser essa, à minha escala, a melhor forma de os honrar. Não só pelo que levaram a cabo em tantos anos de imprevistos e provações, mas por aquilo que demonstraram ser enquanto criaturas humanas inseridas no complexo — e tantas vezes paradoxal e injusto — tecido colonial euro-africano.
As páginas seguintes ficam, pois, no seu todo, como a homenagem que há muito queria prestar a estes meus dois notáveis conterrâneos de Angola.”
Destaques da obra:
A desconstrução dos mitos europeus sobre África;
A análise crítica aos fundamentos ideológicos do colonialismo;
A revalorização da figura dos dois pombeiros, comerciantes-intermediários africanos, como protagonistas de um feito pioneiro na travessia continental;
A denúncia de um apagamento histórico, simbolizado na omissão, por parte da Câmara Municipal de Lisboa num acto público realizado em 1954, do grande feito destes dois angolanos.
A Primeira Travessia da África Austral não é apenas um livro de História. Assume-se como uma vibrante homenagem àqueles viajantes e constitui um contributo essencial para uma historiografia partilhada, plural e descolonizada. Uma leitura urgente para todos os que procuram compreender o passado para construir um futuro mais justo entre os povos.
O público-alvo
O público-alvo do livro A Primeira Travessia da África Austral, de José Bento Duarte, é amplo, mas pode ser segmentado em quatro grupos principais:
1. Estudiosos e Académicos
Historiadores, investigadores de ciências sociais, estudantes de História de Portugal, História de África, pós-colonialismo e relações internacionais.
Universidades, centros de estudos africanos e bibliotecas académicas.
Pessoas interessadas na reavaliação crítica da narrativa colonial tradicional.
Motivo: A obra tem forte base documental, leitura analítica e propõe uma interpretação histórica rigorosa, com profundidade científica.
2. Leitores de não-ficção e literatura histórica
Leitores comuns com interesse por História, descobertas, figuras esquecidas, África e o colonialismo português.
Motivo: A narrativa é acessível, envolvente e levanta questões morais e históricas com grande atualidade, despertando curiosidade intelectual.
3. Público africano e afrodescendente
Leitores em Angola, Moçambique e na diáspora africana de língua portuguesa.
Jovens e adultos interessados na valorização das figuras africanas esquecidas pela História oficial.
Motivo: O livro resgata o protagonismo africano na História, em particular de dois pombeiros angolanos, promovendo o debate sobre a diversidade cultural africana e a reflexão histórica.
4. Instituições culturais e políticas
Organizações dedicadas à memória histórica, justiça pós-colonial, reconciliação e património cultural.
Escolas secundárias, museus, ONG e organismos internacionais (ex.: CPLP, União Africana, UNESCO).
Motivo: A obra contribui para o debate sobre reparações, justiça histórica e descolonização e democratização do conhecimento.
Para mais informações, entrevistas com o autor ou pedidos de exemplares:
Contacto do Editor: João Ricardo Rodrigues — Perfil Criativo | AUTORES.club jr@autores.club | 912.516.505 Encomendas e Distribuição: encomendas@autores.club | 214.001.788
Chegaram ao princípio da noite desta quarta-feira, 25 de Junho, a Luanda os primeiros dois exemplares do terceiro e último volume da colectânea póstuma «OS BANTU NA VISÃO DE MAFRANO – QUASE MEMÓRIAS», um dos quais foi oferecido no mesmo dia ao arcebispo emérito de Lubango, Dom Zacarias Kamwenho, momentos antes do seu embarque para a capital da província da Huíla.
Com um total de 327 páginas e dezoito capítulos, este volume III da colectânea de Mafrano está dividido em três partes que incluem: temas dedicados à civilização Bantu, temática religiosa, questões sociais e episódios vividos pelo autor entre os anos de 1947 e 1982.
O Arcebispo emérito do Lubango, Dom Zacarias Kamwenho, mostrou-se bastante satisfeito com a conclusão desta obra e convidou a família do autor a estar presente a 10 de Agosto deste ano no Cuanza-Sul, para apresenta-la no Sumbe, por ocasião do jubileu da sua nomeação como bispo daquela província, precisamente a 10 de Agosto de 1975.
Distinguida a título póstumo, em Novembro de 2024, com o Prémio Nacional da Cultura e Artes, na modalidade de Investigação em Ciências Humanas e Sociais, num reconhecimento unânime da sua riqueza histórica, a colectânea «Os Bantu na visão de Mafrano» foi apresentada pela primeira vez na cidade do Lubango, em Abril de 2022, e semanas mais tarde em Luanda, a 14 de Maio. O segundo foi apresentado um ano depois, em Julho de 2023, enquanto este terceiro e último volume tem previsões de ser lançado muito brevemente.
A exemplo dos anteriores, o volume três desta colectânea sobre antropologia cultural Bantu inclui um ÁLBUM FOTOGRÁFICO de memórias, em que se destacam imagens como a oferta desta obra ao cardeal do Vaticano para o pelouro da cultura e educação, Dom José Tolentino de Mendonça; a presença do presidente da CEAST (Conferência Episcopal de Angola e São Tomé e Príncipe) no lançamento do volume II desta colectânea, em Luanda; a entrega do Prémio Nacional da Cultura e Artes 2024 à família; a cerimónia de apresentação na Biblioteca Nacional de Cabo-Verde, cidade da Praia, a 20 de Dezembro de 2023, com a presença do cardeal Dom Arlindo Gomes Furtado e do falecido escritor e ex-diplomata cabo-verdiano Eugénio Inocêncio, e outras memórias do autor e de contemporâneos seus, com enfase para o ex-embaixador de Angola no Vaticano, José Bernardo Domingos “Kiosa” e do seu amigo e fiel companheiro de tertúlias literárias, Lídio Marques da Cunha. Destaque ainda para a presença da escritora moçambicana Paulina Chiziane no Lubango, província da Huíla, ao lado de Dom Zacarias Kamwenho, autor do prefácio desta obra histórica.
Terceiro volume da obra de Mafrano (Maurício Francisco Caetano)
A neta de Maurício Francisco Caetano, Luisíndia Caetano, entrega o terceiro volume ao arcebispo emérito de Lubango, Dom Zacarias Kamwenho
A editora Perfil Criativo | AUTORES.club marca presença com o seu portfólio na Feira do Livro de Portimão 2025, até 6 de julho na zona ribeirinha, em frente à antiga Lota. O certame, organizado pela Promobooks Net em parceria com o Município de Portimão, funcionará todos os dias das 10h00 às 00h00, com entrada livre.
Num formato completamente aberto a feira convida os visitantes a circular livremente pelas bancadas das editoras. A Perfil Criativo | AUTORES.club integra este novo modelo com um espaço onde destacará dezenas de títulos de autores de língua portuguesa de Angola, Brasil, Cabo Verde, Portugal e São Tomé e Príncipe.
Com temperaturas amenas e vista privilegiada sobre o Arade, a Feira do Livro de Portimão promete ser, mais uma vez, o “palco ideal para escolher o livro perfeito para este verão”.
O último domingo da Feira do Livro de Lisboa foi marcado por uma intensa e plural celebração da literatura angolana. Entre sessões de autógrafos, debates sobre a edição de livros e reflexões críticas sobre o papel do jornalismo e da história, a Perfil Criativo | AUTORES.club encerrou a sua participação com uma jornada memorável que mobilizou leitores, autores, investigadores e jornalistas.
15h00 – Sessões em dois palcos
Junto ao stand D48, Eugénio Monteiro Ferreira recebeu leitores e apresentou a sua mais recente obra “Kimamuenho: Intelectual Rural (1913–1922)” (2025), uma pesquisa profunda sobre uma figura marcante do pensamento rural angolano no início do século XX. O autor partilhou bastidores do trabalho de arquivo e conversou com leitores interessados na história intelectual africana.
Em simultâneo, no Auditório Norte, decorria o debate “Publicar livros em Angola: desafios e caminhos”, com a participação de Tomás Lima Coelho (escritor e investigador), Sedrick de Carvalho (jornalista e coordenador da Elivulu), Armindo Laureano (autor e jornalista e director do Novo Jornal), e Catarino Luamba editor independente presente na assistência.
A conversa destacou as dificuldades da produção editorial em Angola: da escassez de apoios à falta de canais de distribuição e à necessidade de publicar obras em línguas nacionais com menor presença. O público participou com entusiasmo, especialmente quando foi apresentada a edição de “Autores e Escritores de Angola (1642–2022)” (Ed. 2024), uma obra de referência coordenada por Lima Coelho e Sedrick de Carvalho.
16h00 – Sessão de autógrafos
Após o debate, Sedrick de Carvalho e Tomás Lima Coelho estiveram no stand da editora para uma sessão de autógrafos. Os dois autores aproveitaram para falar em privado do livro “Autores e Escritores de Angola (1642–2022)“ revelando o papel das bibliografias como ferramentas de investigação cultural.
18h00–20h00 – Um grande encontro com a literatura e a comunicação social angolana
O Auditório Norte voltou a encher para uma sessão que juntou três autores e três livros, numa apresentação conjunta, “Há Dias Assim…” (2024), de Armindo Laureano, “Ensaios – I” (2024), de Eugénio Costa Almeida, “Angola: Cinco Séculos de Guerra Económica” (2025), de Jonuel Gonçalves.
A conversa sobre a Comunicação Social na República de Angola contou com a participação especial da jornalista Luzia Moniz. Falou-se da censura económica, do jornalismo de opinião, da crítica literária, do papel dos media no desenvolvimento democrático, e da escassez de acesso a jornais em várias regiões de Angola.
Os autores apresentaram depois os seus livros: Armindo Laureano revelou os bastidores da redacção e destacou o compromisso com a crónica política e o olhar de proximidade sobre o quotidiano destacando particularmente a voz das senhoras nas páginas de opinião do semanário Novo Jornal; Eugénio Costa Almeida expôs a importância do ensaio como forma de intervenção intelectual, numa selecção de textos que cruzam política, cultura e ciência tendo o jornalista Armindo Laureano lido o surpreendente prefácio de Celso Malavoloneke; Jonuel Gonçalves que acabou por não falar, tinha acabado de chegar a Lisboa de uma cansativa viagem que atravessou o Atlântico, trazia como tema a perspectiva histórica ampla, mostrando como Angola foi, durante séculos, cenário de sucessivas formas de exploração económica.
A sessão foi vivamente participada, com perguntas do público e intervenções que prolongaram o debate na sessão de autógrafos. O auditório esteve lotado e a energia sentida entre leitores e autores deu ao encerramento da Feira do Livro de Lisboa um tom de celebração.
Porto, Belém e novos lançamentos
Antes da despedida, o editor da Perfil Criativo | AUTORES.club, João Ricardo Rodrigues, anunciou a presença da editora na Feira do Livro do Porto (22 de Agosto a 7 de Setembro), e na Festa do Livro em Belém (4 a 7 de Setembro), acrescentando que novos lançamentos de grande relevo estão previstos até ao final do ano, com especial atenção à literatura angolana e às temáticas africanas.
Balanço final
A presença angolana na Feira do Livro de Lisboa não terminou com aplausos formais, mas com conversas prolongadas, trocas de contactos e promessas de reencontro. A literatura revelou-se, mais uma vez, um território de memória, combate e criação.
Uma verdadeira festa do livro, da crítica e do pensamento angolano — no coração de Lisboa.
Lisboa, 22 de Junho de 2025 — No passado domingo, durante a Feira do Livro de Lisboa, realizou-se um momento simbólico e de grande significado cultural: a entrega, em nome da família de Maurício Francisco Caetano (1916-1982), de um dos primeiros exemplares do terceiro volume da obra Os Bantu na Visão de Mafrano ao Prof. DoutorJosé Octávio Serra Van-Dúnem, secretário do Prémio Nacional de Cultura e Artes da República de Angola.
O gesto, que decorreu no Auditório Norte, representou o agradecimento ao júri do Prémio Nacional de Cultura pelo seu trabalho e revelar que a nova edição apresenta na capa a marca do prémio recebido e que muito dignifica esta obra.
Identidade angolana
O terceiro volume de Os Bantu na Visão de Mafrano aprofunda as abordagens filosóficas, sociológicas e cosmológicas da visão bantu, tal como interpretadas por Mafrano. Esta obra centra-se em temas como a concepção do tempo e da ancestralidade, o papel da oralidade e da memória, bem como os fundamentos morais e metafísicos das comunidades bantu. Trata-se de uma reflexão crítica e contextualizada que contribui para uma compreensão mais densa da cultura angolana em diálogo com os saberes tradicionais.
O volume integra-se numa trilogia iniciada nos anos 1950, que ao longo dos últimos anos tem sido relida e reeditada com o objetivo de promover uma recuperação crítica do pensamento a partir de dentro, dando visibilidade às categorias culturais próprias da África subsaariana.
Grandes encontros em Lisboa
O encontro com o Prof. Doutor José Octávio Serra Van-Dúnem — sociólogo, professor universitário e figura central da política cultural — decorreu num dia particularmente intenso de programação angolana na Feira do Livro de Lisboa, que reuniu autores, jornalistas, investigadores e leitores em torno da literatura, da história e da identidade nacional.
A entrega do volume, feita com emoção e sentido de continuidade, reforça a importância da memória bibliográfica angolana e da sua salvaguarda para as futuras gerações.
No próximo domingo, 22 de junho, a Feira do Livro de Lisboa oferece uma sessão imperdível para os apaixonados pela literatura angolana! Entre as 15h00 e as 15h45, no auditório Norte, os escritores Tomás Lima Coelho e Sedrick de Carvalho autores do livro Autores e Escritores de Angola 1642-2022, e o editor João Ricardo Rodrigues estarão à conversa sobre a edição de livros de autores angolanos. Uma oportunidade única para entender os desafios e as riquezas do processo editorial, e de conhecer melhor o panorama literário de Angola.
A sessão contará com a presença de vários autores, que partilharão as suas experiências e perspectivas sobre o mercado editorial. Se é fã da literatura e cultura de Angola ou tem curiosidade sobre o processo de criação e publicação de livros, não pode perder esta conversa envolvente.
Junte-se a nós na Feira do Livro no stand D48, entre as 15h00 e as 21h00, e faça parte deste diálogo fascinante sobre o futuro da literatura angolana!