Durante a apresentação da obra de Maurício Francisco Caetano, Os Bantu na visão de Mafrano — Quase Memórias, no Café Santa Cruz, em Coimbra, o público foi convidado a fazer perguntas, uma prática comum da editora. Para surpresa de todos, um dos nossos amigos, ao abrir o primeiro volume nas páginas 208 e 209, onde está publicada uma fotografia de página dupla da época de estudante de Mafrano (1916-1982), lançou a seguinte questão: “Será que, nos anos 30, esta fotografia poderia ter sido tirada nos Estados Unidos, na República da África do Sul ou no Sudoeste Africano?”
Quarta-feira, dia 14 de Agosto, no Café Santa Cruz, em Coimbra a colectânea «Os Bantu na visão de Mafrano», antropologia cultural, uniu-se ao «Fado», num adeus a Portugal, dizendo claramente que a CULTURA é o melhor laço de união entre povos. As novas e actuais gerações têm nestas imagens o desafio, e também um exemplo, de como podem continuar a consolidar estes laços que nos unem, com a vantagem de sermos povos que já partilham a mesma Língua: – o Português.
O fadista António Dinis, do Café Santa Cruz de Coimbra, acima, foi o primeiro a pedir um autógrafo aos dois volumes da colectânea “Os Bantu na visão de Mafrano”.
Homenagem a Mafrano
Depois de Lisboa e Porto, Coimbra encerrou com “chave de ouro” a apresentação dos dois primeiros volumes da obra de Maurício Francisco Caetano (Mafrano) em Portugal.
Na mesa de honra esteve o Dr. Bento Monteiro da Casa de Angola em Coimbra, responsável pela organização do evento, a família de Mafrano, a neta Luisíndia Caetano e o filho José Caetano (Tazuary Nkeita), e o editor da Perfil Criativo. Este encontro em Coimbra contou com a participação especial do poeta angolano João Fernando André e do músico angolano Jorge Rosa.
Com esta iniciativa o Café Santa Cruz abraçou um momento inédito e muito bonito de afirmação dos valores culturais da República de Angola em Portugal.
Jorge Rosa no fecho do encontro de homenagem a Maurício Francisco Caetano (Mafrano) em Coimbra
Passou quase uma década desde que na tarde da sexta-feira de 30 de Outubro de 2015, na desaparecida livraria Bulhosa de Entrecampos (Lisboa), em conjunto com a editora Vivências Press, concretizámos, com muito sucesso, o lançamento do nosso primeiro livro “Essências e Vivências” (Ed. 2015), do jornalista Armindo Laureano.
Esta foi uma edição comemorativa do 40º aniversário da República de Angola, depois de o autor ter recebido o Prémio Maboque de Jornalismo em 2014, na categoria de Entrevista. Nessa altura, escrevi na Nota do Editor: “Este é o nosso contributo para conhecermos uma outra face do país irmão, mas também para sentir aquilo que nos une, redescobrindo nas palavras de lá, a nossa própria identidade.”
Foi um primeiro passo com o Laureano que me levou a palmilhar Portugal de Norte a Sul, e a capital de Angola, com o objectivo de promover a(s) cultura(s) dos dois países, em grandes encontros de apresentação de novos autores e de muitas obras inéditas.
Na memória colectiva ficou registado o inesquecível lançamento do livro “Autores e Escritores de Angola (1642-2015)”, de Tomás Lima Coelho, (Ed. 2016), que encheu a União dos Escritores Angolanos. Partimos os dois para Luanda numa altura em que este livro estava envolvido numa artificial polémica racialista e política, alimentada pelos mais radicais do partido-estado.
Recordo outro grande encontro, na Casa da Imprensa (Lisboa), onde lançámos o livro “Comunicação, o Espelho de um País” (Ed. 2017), de Wylsony dos Santos. Estávamos nas vésperas da chegada ao poder de um novo inquilino, e este surpreendente livro era uma reflexão pluralista e actual sobre os limites profissionais dos diferentes sectores da Comunicação Social.
Entretanto, o Armindo Laureano assumiu a direcção do semanário “Novo Jornal”, revelando verticalidade, cultura, qualidade e principalmente uma assunção dos princípios do jornalismo livre, tornando este semanário num exemplo maior de liberdade de expressão.
Para melhor compreender esta caminhada, apresentamos o segundo volume da Colecção Novo Jornal, que integra um conjunto alargado dos últimos editoriais.
Como diz o director “Entre nós há sempre histórias para contar…”
9/8/2024 — A Casa Comum da Universidade do Porto acolheu a apresentação da edição atualizada da obra Autores e Escritores de Angola 1642-2022, de Sedrick de Carvalho e Tomás Lima Coelho, uma publicação da Perfil Criativo, em Portugal, e da editora Elivulu, em Angola.
Perante uma audiência que lotou completamente o auditório da Casa Comum na Reitoria da Universidade do Porto, Sedrick de Carvalho sublinhou que este trabalho inédito não deveria cair no esquecimento. Por isso, decidiu dar um passo em frente e tornar-se também autor, com o objetivo de manter viva esta obra na sua versão atualizada. Cinco anos após a última edição, a mais recente, de 2024, está agora disponível ao público, numa versão ampliada, e o trabalho de registo continua permanentemente.
Sedrick de Carvalho destacou ainda que as instituições públicas e privadas não devem ser meras espectadoras deste projeto inédito no espaço da CPLP. Os centros de investigação devem tornar-se parceiros desta iniciativa, onde a partilha de conhecimento é a metodologia de trabalho.
O grande desafio, segundo o editor da Elivulu e coautor da obra, é o financiamento. Produzir livros é caro, e é fundamental angariar apoios que permitam reduzir o preço de venda ao público.
Quem merece fazer parte desta obra?
Sedrick de Carvalho esclareceu que a inclusão de autores na obra não é uma questão de discussão pessoal. O critério definido por Tomás Lima Coelho é claro: nascer em Angola e publicar um livro em formato físico. Avaliar a qualidade do que foi publicado também não é uma discussão para nós. Nesta edição, foram integrados 10 autores que, apesar de não terem nascido em Angola, possuem uma obra que é uma grande referência para o país, como é o caso de Castro Soromenho.
Sobre este tema, o poeta angolano João Fernando André, crítico literário e membro da União de Escritores Angolanos, presente na mesa de honra, confirmou que esta publicação é única entre os países de língua portuguesa e que os críticos literários devem avaliar as obras incluídas.
João Fernando André afirmou ainda que a relevância da obra é mais importante do que a naturalidade dos autores, citando os exemplos de Luandino Vieira e Rui Duarte de Carvalho, que muito contribuíram para a memória coletiva de Angola.
Ao concluir, João Fernando André lembrou que publicar um livro não é suficiente para se ser considerado escritor; todos são autores, mas apenas alguns alcançam a categoria de escritores.
Este importante evento na cidade do Porto contou com o apoio da Universidade do Porto, da Porto’s África, e teve a presença de representantes oficiais da República de Angola em Portugal.
A hospitaleira cidade do Porto, região berço que deu nome a Portugal, de “Portu Cale”, mostrou ao mundo que além imponentes monumentos históricos, construções ancestrais, bom vinho e apreciada gastronomia, que tanto atrai turistas, também sabe acolher, reconhecer e valorizar a cultura de outros povos.
Numa lição soberba de hospitalidade e de organização, a CASA COMUM da centenária Universidade do Porto, edifício construído em 1911, reservou o que de melhor se poderia esperar, ao cair da noite, como ambiente mais adequado e descontraído para a apresentação de uma obra sobre a investigação das raízes e da pré-história da cultura bantu em Angola.
Na universidade do Porto estudam cerca de 30 mil estudantes. A CASA COMUM desta instituição centenária confirmou que é de facto o local propício para uma diversidade de eventos culturais, capaz de fazer convergir académicos e investigadores; jovens e amantes do saber com mais anos de experiência.
Sexta-feira, dia 9 de Agosto, os volumes I e II da colectânea «Os Bantu na visão de Mafrano – Quase Memórias», antropologia cultural, subiram ao pódio da «Casa Comum» desta mais prestigiada universidade portuguesa para que os convidados do dia se aproximassem das ideias, princípios filosóficos e valores da cultura e civilização bantu, perseguidos por Mafrano ao longo da sua trajectória literária.
Além dos dois volumes em suas mãos, os leitores ouviram dissertações de três representantes da família de Maurício Francisco Caetano sobre, nomeadamente, o que foram: a educação do autor, desde a sua infância, por padres católicos; as obrigações profissionais, o seu trabalho de investigação e a colaboração literária de 1947 a 1982 com conceituados jornais e revistas do seu tempo, enquanto escritor e etnólogo; e, no fim, todas as peripécias por que passou nos tempos da censura até a independência de Angola e as habilidades por que passou.
A apresentação esteve a cargo de dois netos e de um dos filhos, nomeadamente Lusíndia Caetano, Hélio Caetano e José Caetano, como mostram as imagens da mesa de honra.
Antes e depois da cerimónia, a «Casa Comum» da UP também fez saber que música e antropologia cultural também andam de mãos dadas e brindou os presentes com a música quimbundo «Kalunga», da fadista Ana Moura.
A canção que em português significa Mar, Morte, foi extraída da plataforma Youtube, e tornou-se viral. Com efeito, a qualidade técnica da cerimónia foi tão alta que muitos dos que mais tarde receberam imagens do evento, emocionaram-se ao ponto de supor que a fantástica fadista portuguesa teria estado pessoalmente na Casa Comum, quando, na verdade, se tratou somente de «play back», a partir do Youtube.
«Com a sua faixa “Kalunga” em língua Kimbundu, mesmo ausente Ana Moura transportou todos para um contexto que despertou sentimentos de uma época em que o Portugal colonial recusava reconhecer o valor das línguas nacionais não só em Angola e nas restantes colónias, mas também idiomas regionais na sua própria metrópole, como o Mirandés», comentaram alguns dos presentes, com uma nota de agradecimento que acrescentava:
«Obrigado a Mafrano pelo conhecimento que nos oferece sobre os Bantu…»
«Com a sua faixa “Kalunga” em língua Kimbundu, mesmo ausente Ana Moura transportou todos para um contexto que despertou sentimentos de uma época em que o Portugal colonial recusava reconhecer o valor das línguas nacionais.
Considero o candongueiro o meio de transporte mais democrático do mundo. Nele não há níveis ou classes. Todos viajam ao lado uns dos outros. É democrático porque o professor, o médico, o trabalhador da construção civil, o advogado, a empregada de limpeza, o estudante, o artista, o político, o administrativo e o desempregado estão todos ao mesmo nível e passam todos pela condição única de passageiro. Estão todos juntos e misturados. Todos numa viagem com destinos e propósitos diferentes. Uma viagem livre, mas nem sempre leve e solta. Com alguns apertos e solavancos, mas sempre democrática.
Está de parabéns a família de Mafrano! O enorme esforço empreendido na divulgação internacional da obra de Maurício Francisco Caetano e dos valores culturais africanos começa a marcar a agenda nas cidades europeias.
A Embaixada da República de Angola na República Federal da Alemanha vai realizar uma grande homenagem a Maurício Francisco Caetano (Mafrano) e apresentar os dois primeiros volumes de “Os Bantu na visão de Mafrano — Quase Memórias“, no dia 16 de Agosto de 2024, às 17h00.
Embaixada da Republica de Angola — Werderscher Markt 10, 10117 Berlim.
Escola Nzinga Mbandi, em Luanda, ai que saudades! Esse nome evoca memórias de dias ensolarados e risos compartilhados. Era mais do que uma escola; era um espaço de aprendizado e de amizades que ficaram para sempre gravadas em nossos corações. Cada canto, cada corredor, traz lembranças de momentos inesquecíveis e lições que nos acompanharão por toda a vida. Saudades imensas dessa época dourada!
Viaje no tempo e no Sambizanga (Luanda) através da voz e da imagem de Chiquinho Pantera. Embarque em uma jornada única pelas ruas e sons deste icónico bairro angolano, guiado pelo carisma e talento de Chiquinho Pantera. Sua voz potente e suas imagens cativantes trazem à vida as histórias, figuras e a vibrante cultura do Sambizanga, conectando o passado ao presente de forma mágica e inesquecível.
Leituras sobre a memória do Sambizanga
“Numa altura em que faltava tudo e mais alguma coisa; em que até nos centros urbanos só se ouviam o silvo das balas e o ribombar dos canhões, com o pretexto de saudar a proclamação da Independência, um jovem que atendia pela alcunha de “Vadiago” decidiu quebrar a monotonia e organizar uma prova de futebol envolvendo várias equipas do Bairro Sambizanga e arredores”.
Revista “O Progresso” – Edição de Novembro/Dezembro 2008
“Falar do Juba é falar da alegria do futebol que agitava os musseques de Luanda nos idos anos de 1960 e 70 aquando da realização do Torneio Popular Cuca. Este torneio movimentava a par da equipa do Juba outras grandes equipas como as do Escola do Zangado, Bangú FC, Onze Perdidos da Bola, GD do Cazenga, Naturais FC e Benfica do Calumbunze para citar apenas estas.
Vale lembrar que em todas as equipas do futebol suburbano, se destacavam excelentes futebolistas como Jacinto João (JJ) dos Onze Perdidos da Bola, Joaquim Dinis do Escola do Zangado, Karicungú do Santos de Calomboloca, Ginguma e Augusto Pedro ambos do Juba.
O Juba arrastava multidões e sempre que se deslocava para outros campos fora do Sambizanga, movimentava a sua claque que nunca a deixou desamparada.”
Autor: Francisco Van Dúnem “Vadiago” Editora: Perfil Criativo – Edições Ano de publicação 1ª edição: Maio de 2023 Edição de Portugal – ISBN: 978-989-35076-0-5
“Em quase todos os países do mundo, assim como no nosso país, o futebol é a modalidade desportiva que goza de maior popularidade e aceitação.
É também conhecido como o “ópio do povo” e paixão das multidões. É uma indústria de dimensão global que envolve somas fabulosas.
É também ciência, um desporto apaixonante que requer arte e engenho e envolve nessa paixão os pobres e os ricos que quer no campo ou nas telas da televisão, expressam o seu clubismo ou simpatia. É escola onde os jovens e adultos acabam por estabelecer relações sociais, que contribuem para o seu desenvolvimento físico e intelectual na base do respeito mútuo e do “fair play”. O futebol é bandeira política para muitos estados e governos. E como disse Nelson Mandela: “O futebol tem o poder de mudar o mundo”.”
Autor: Domingos Inguila João e Francisco Van Dúnem “Vadiago” Editora: Perfil Criativo – Edições Ano de publicação 1ª edição: Maio de 2023 Edição de Portugal – ISBN: 978-989-53574-9-9
Na vibrante capital de Cabo Verde, Praia, encontra-se um verdadeiro tesouro cultural: a Biblioteca Nacional de Cabo Verde. Este ícone literário não só guarda a memória escrita do país, como também desempenha o papel crucial de biblioteca pública para os habitantes da cidade.
Muito mais que uma simples coleção de livros, a Biblioteca Nacional é a guardiã do depósito legal em Cabo Verde, garantindo a preservação das obras publicadas no arquipélago. Além disso, serve como sede da Rede Nacional das Bibliotecas Públicas de Cabo Verde, coordenando e apoiando diversas bibliotecas espalhadas pelo país.
As raízes das bibliotecas públicas em Cabo Verde remontam ao final do século XIX, quando a então colónia portuguesa viu surgir duas importantes instituições: a Biblioteca e Museu Nacional na Praia e a Biblioteca Municipal do Mindelo, estabelecida em 1880. Com a independência em 1975, o país vivenciou um renascimento cultural, florescendo com novas bibliotecas especializadas durante a década de 1980, como as da Assembleia Nacional, do Banco Central e de vários ministérios e instituições de ensino.
Um marco significativo ocorreu em 1996, com o lançamento da Rede Bibliográfica da Lusofonia (RBL), fruto da cooperação entre Portugal e os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa. Esse programa trouxe benefícios inestimáveis às bibliotecas cabo-verdianas, incluindo atualizações dos acervos, novos móveis, reabilitação de estruturas físicas e programas de formação para os bibliotecários.
O estado cabo-verdiano iniciou uma reestruturação do setor em 1997, culminando com a extinção do Instituto Cabo-verdiano do Livro no final do mesmo ano. Foi em 1999 que a Biblioteca Nacional de Cabo Verde abriu suas portas, consolidando-se como a principal guardiã do património literário e cultural do país.
Livraria da Biblioteca Nacional
O segundo volume da obra de “Os Bantu na Visão de Mafrano — Quase Memórias“, de Maurício Francisco Caetano, “antropólogo maior” de Angola encontra-se disponível para os leitores de Cabo Verde.
Volume II
Eugénio Inocêncio convidado especial nos eventos de apresentação de livros, publicados pela Perfil Criativo, realizados na Biblioteca Nacional de Cabo Verde