A terceira edição das Bolsas de Residência Literária Eça de Queiroz está com candidaturas abertas até o próximo dia 9 de novembro. Esta iniciativa, promovida pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM), a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB) e a Fundação Eça de Queiroz (FEQ), oferece anualmente seis bolsas para escritores que desejam realizar suas criações literárias em língua portuguesa. Cada autor selecionado terá a oportunidade de residir durante um mês na Fundação Eça de Queiroz, em Tormes, local icónico que inspirou Eça de Queiroz para a obra A Cidade e as Serras.
Os residentes recebem uma bolsa de 1330€, além de alojamento e todas as despesas incluídas. O júri é composto por figuras do mercado português como Filipa Melo, Jorge Reis-Sá e José Manuel Cortês. Os nomes dos contemplados serão divulgados em janeiro de 2025.
“Evangelho Bantu“, de Kalunga (João Fernando André), é uma obra poética que explora a profundidade da identidade africana, com especial foco na angolanidade e na africanidade. O livro, dividido em três capítulos principais, traz temas como o amor, a espiritualidade e a crítica social, ressaltando questões de resistência cultural e pertencimento étnico. A figura feminina é exaltada em sua força e espiritualidade, simbolizando o elo entre o amor e a criação. Kalunga também utiliza seu verso para abordar as injustiças sociais e a exploração das “Áfricas” pelo mundo, expressando indignação e esperança. Com intertextualidades e um estilo minimalista, o autor une poesia e ativismo, convidando o leitor a refletir sobre o que significa ser bantu e ser humano.
“Bantu Gospel“ by Kalunga (João Fernando André) is a poetic work that delves into the depth of African identity, with a particular focus on Angolan and African heritage. The book, divided into three main chapters, addresses themes such as love, spirituality, and social critique, highlighting issues of cultural resistance and ethnic belonging. The feminine figure is exalted for her strength and spirituality, symbolizing the link between love and creation. Kalunga also uses his verses to tackle social injustices and the exploitation of “Africas” by the world, expressing both indignation and hope. With intertextualities and a minimalist style, the author merges poetry and activism, inviting the reader to reflect on what it means to be Bantu and human.
O Município de Oeiras anunciou o lançamento da 3ª edição do Prémio de Poesia Oeiras, conforme o Edital nº 429-2024. Este concurso, que celebra a literatura e incentiva a produção poética em língua portuguesa, está com inscrições abertas para poetas, residentes em qualquer país, interessados em concorrer ao reconhecimento e prémio.
Os candidatos devem enviar obras inéditas, o tema é livre, permitindo que a criatividade dos participantes seja o foco principal. Os vencedores receberão prémios significativos, além da oportunidade de verem suas obras reconhecidas e apreciadas pelo público e críticos da área.
Para mais informações sobre as condições de participação e o regulamento completo, os interessados podem consultar o edital e preparar suas inscrições dentro do prazo estipulado. Esta é uma oportunidade para poetas se destacarem no panorama cultural português e contribuírem para o enriquecimento da literatura lusófona.
O artigo do jurista e académico Rui Verde, publicado na Lusotopie, analisa o livro “Prisão Política” de Sedrick de Carvalho, que narra a prisão de 15 ativistas angolanos pelo regime de José Eduardo dos Santos entre 2015 e 2016. Rui Verde destaca a incompetência do regime, evidenciada pelas acusações infundadas e processos judiciais arbitrários. A obra expõe as torturas físicas e psicológicas sofridas pelos presos políticos, e critica o sistema judicial submisso ao poder político.
O convidado do décimo episódio do “Ondjango Cast”, videocast sobre cultura ancestral angolana e africana, é o jurista, investigador e autor João Ramos Piúla Casimiro. No programa, fala sobre as origens e as características dos povos bantu. Segundo João Ramos Piúla Casimiro, as estatísticas mostram que a cultura bantu é composta por pelo menos 500 povos, presentes numa extensão territorial que vai dos oceanos Atlântico ao Índico. “Há um conjunto de elementos que une os bantu, desde as tradições, à língua, ritos e símbolos”, diz João Ramos Piúla Casimiro. “Basta ver que, quando se sai de um canto de África a outro, se conseguir identificar alguma tradição, dá-se logo a entender que está ali um povo bantu”. Idealizado a partir do conceito multiplataforma, o “Ondjango Cast” é exibido às terças-feiras na TV Girassol, às 21h00, e pode ser acessado no portal giranoticias.com. O programa traz, a cada episódio, uma conversa com um especialista em cultura angolana e africana, sempre com foco em assuntos da ancestralidade, como mitos fundadores, personagens históricos, povos originários e outras curiosidades. Entrevista apresentada a 23/07/2024.
João Ramos Piúla Casimiro
Nascido em Lândana, província de Cabinda, João Ramos Piúla Casimiro estudou filosofia no Seminário Maior de Cabinda, Teologia no Seminário Maior de Luanda e tem licenciatura em Direito pela Universidade Autónoma de Lisboa. É mestre em Direito Internacional e Relações Internacionais e em Direito Civil, pela Universidade Lusíada de Lisboa, e em Filosofia, pela Faculdade de Filosofia da Universidade Católica de Braga. Foi docente na Faculdade de Direito da Universidade “11 de Novembro”, no Instituto Superior Lusíada de Cabinda e fez carreira como técnico tributário.
João Ramos Piúla Casimiro é autor do livro “Kinthwêni na tradição e na poética — Um enquadramento filosófico” que retrata a filosofia de Cabinda alicerçada sobre predicamentos, provérbios, contos, lendas e mitos é aberta, histórica, poética, mas em “condições pré-literárias”. existe, de facto, um conjunto de informações ainda não transformadas em conhecimento. apesar disto, há estudos académicos que vão tornar esta filosofia mais cognoscível, e, com maioria da razão, ser estudada a partir de postulados, adágios, cânticos e danças. Com estas categorias de informação, consegue-se engendrar estruturas de pensamento de cunho filosófico.
Neste prisma, a filosofia é, também, representada através de simbologias, porque o símbolo é passível de reproduzir algo e traduz o conhecimento dos bakúlu. Com efeito, um símbolo afigura qualquer conhecimento. o ramo de palmeira «cortado», por exemplo, pode significar festa ou óbito.
Este trabalho vem, propor, um estudo filosófico da dança-música e poesia, kinthwêni, na vertente da kintuenigenia, objecto deste estudo. Partimos, neste sentido, das seguintes danças tradicionais: Kinthwêne, Matáfula e Maieia, construídas a partir da tradição e poética da cultura Binda3. Destes géneros literários tradicionais, resulta uma grande força vital que promana dos reinos de: Makongo, Mangoio e Maloango.
Autor: João Ramos Piúla Casimiro Editora: Perfil Criativo – Edições Ano de publicação 1ª edição: Agosto de 2023 ISBN: 978-989-35076-7-4
Hoje, 11 de Outubro, às 21 horas, o cinema Nimas em Lisboa apresenta uma sessão especial com dois filmes de Pedro Costa: “Ossos” e “As filhas do Fogo”
“Ossos”
Nas ‘’Fontainhas’’, um bairro negro dos subúrbios de Lisboa, um casal de jovens acaba de ter um filho. A criança, com poucos dias de vida, vai sobreviver a várias mortes. Tina, sua jovem mãe, desespera e abre o gás. É salva pelo pai da criança, que a leva consigo, mendigando, dormindo na rua e dando a beber à criança leite oferecido por caridade. Por duas vezes tenta vender o filho, por desespero, por amor, por qualquer coisa. Tina, que não o esquece, junta-se com a malta da rua e vai em busca de vingança. Uma assistente social perde-se no labirinto.
Argumento: Pedro Costa Realizador: Pedro Costa Produtor: Paulo Branco – Madragoa Filmes Actores principais: Maria Lipkina, Vanda Duarte, Isabel Ruth, Inês de Medeiros, Zita Duarte
As Filhas do Fogo
Três irmãs são separadas pela erupção do vulcão do Pico do Fogo em Cabo Verde. Pedro Costa constrói um retrato penetrante dessas mulheres (interpretadas pelas cantoras Elizabeth Pinard, Alice Costa e Karyna Gomes) cujos rostos a erupção ilumina no seu canto pungente: um dia saberemos porque vivemos e porque sofremos.
Realização – Pedro Costa Imagem – Leonardo Simões Montagem – Vitor Carvalho Gravação das vozes e Mistura de Som – Hugo Leitão Correção de Cor – Gonçalo Ferreira Assistente – João Guerreiro Gravação de instrumentos- Pierre Lavoix Produzido por Marta Mateus Produção – Clarão Companhia
Espetáculo que mistura o pensamento crítico com o humor, combinando performance e política. Leva os conceitos à ação de forma pública, fazendo o público refletir e rir ao mesmo tempo.
O ponto de partida é o desconforto provocado pelo excesso de luz nos dias de hoje (restaurantes, lojas, supermercados, escritórios, hospitais, bibliotecas, casas, ruas…). A partir daqui, o espetáculo aborda o mundo em que vivemos, onde a realidade se confunde plenamente com o capitalismo.
O espetáculo é concebido como um ritual, uma maneira de tentar abandonar este mundo, para deixar de ser o que a realidade nos obriga a ser.
Dirigida por Piero Steiner, a peça é inspirada nos textos de Xalvador Petit, especialmente no seu livro Filhos da Noite. Foi estreada em Barcelona.
X e Z são filhos da noite. Cansados do desconforto que a luz artificial lhes provoca, decidem passar à ação. Transformam-se em sombras, atravessando os limites para viver num mundo onde possam ver as estrelas.
Não Sócios: 12 € / Sócios: 10 €. Proibido a menores de 13 anos. La Libre (Santander) / DLibros (Torrelavega) / Bilheteira Associação Cultural Outubro
Informamos que o corpo irá estar em câmara ardente a partir das 16H30 do dia 21 de Setembro de 2024 na Igreja de São Tomás de Aquino, Laranjeiras, em Lisboa. A cerimónia religiosa iniciar-se-á às 11H do dia 22 de Setembro de 2024 saída para funeral será às 11H30, será cremado às 12H00 no Crematório de Casal de Cambra.
Eugénio Inocêncio foi combatente da Liberdade da Pátria e um dos parlamentares do primeiro período legislativo cabo-verdiano.
Ex-embaixador em Lisboa, filósofo e antigo preso político e jornalista, formou-se em Economia e estava ligado ao sector empresarial. Além disso, presidiu a Associação de Turismo de Santiago e ocupou o cargo de vice-presidente da Câmara de Turismo de Cabo Verde.
Em 2017, estreou-se na literatura com o romance “Múrcia“, onde rompe com o paradigma tradicional da literatura cabo-verdiana, abordando temas como homossexualidade e terrorismo cultural. É também autor da obra “Depois das Mangas, vêm os abacates”, apresentada em 2022.
O editor João Ricardo Rodrigues endereça as suas condolências à família enlutada e afirma que “a Humanidade perdeu um Homem Livre”, para nossa editora é uma honra ter no seu portfólio dois livros publicados de Eugénio Inocêncio, e um terceiro fica por publicar.
TEXTO DE FRANCISCO VAN-DÚNEM | IMAGEM DE CARSTEN PETER / NAT GEO IMAGE COLLECTION
Sismos em Portugal. Acontecem no Sul de Portugal apanhando as regiões de Lisboa, Algarve e Faro e também as regiões espanholas próximas.
Lisboa já tem um historial tenebroso. No ano mil setecentos e cinquenta e cinco, no tempo do Marques de Pombal, Lisboa foi completamente arrasada por um violento sismo seguido de maremoto (tsunami).
Por essa razão Lisboa, e Portugal em geral não tem arranha-céus. Mas esses sismos têm proveniência no extremo noroeste de África, ali para os lados de Marrocos onde acontecem fenómenos tectónicos compressivos associados com a formação de cadeias montanhosas, como é o caso das montanhas do Atlas.
É nessas proximidades onde ocorrem os epicentros dos sismos cujas ondas se espalham pelo sul de Portugal indo até Espanha.
O sismo que ocorreu a 26 de agosto de 2024, de 5.3 de magnitude na escala de Ritcher é considerado moderado. Mas Portugal e Lisboa particularmente não está livre de sofrer um abalo sísmico demolidor como já aconteceu no tempo do marquês de Pombal.
Sismo que vitimou muita gente e deixou Lisboa completamente destruída. A natureza às vezes prega-nos partidas em alturas em que nunca sabemos quando as mesmas podem acontecer.
Angola também tem uma zona sismica associada a uma grande falha que corta o país a sul, vai até às Lundas e alcança a República Democrática do Congo (RDC). Felizmente para os angolanos os fenómenos tectónicos são distensivos e não compressivos.
Essa grande falha que corta o nosso país e a RDC está associada à ocorrência de quimberlitos, rochas mãe dos diamantes. Associada aos fenómenos de distensão (placas que se afastam) está a ocorrência de vulcões. O vulcão que existe em Boma na RDC quando acorda lança lavas e cinzas que tem matado muitos dos nossos irmãos congoleses.
Toda Lisboa pode sofrer com um sismo violento. Mas a parte baixa que está junto ao mar como a zona do Cais Sodré é que pode sofrer mais porque esses sismos quando o epicentro é no mar, ocorrem também tsunamis que complica ainda mais a situação. Foi o caso do sismo que abalou Lisboa em 1755.