Lançamento do livro “Os bantu na visão de Mafrano: quase memórias“, do escritor e etnólogo angolano Maurício Caetano. Mediado pela Norma Sueli Rosa Lima, professora da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), juntamente com a presença do Kambegele Munanga, antropólogo e professor brasileiro-congolês da USP (Universidade de São Paulo). Além de termos a ilustre presença do filho de Mafrano, José Caetano, que é jornalista. “Os Bantu na Visão de Mafrano” é uma coletânea sobre a antropologia cultural, que realça os valores da cultura bantu e de todo o continente africano. A obra criada por um sacerdote são-tomense que viveu em Angola, reflete as ideias de um dos principais cientistas africanos das décadas de 40 e 50, o angolano Maurício Francisco Caetano, Mafrano.
O docente universitário Kabengele Munanga, considerado o pai da moderna Antropologia Cultural no Brasil, confirmou a sua participação numa vídeo-conferência sobre a colectânea “Os Bantu na visão de Mafrano”, que está a ser organizada pela docente Lima Sueli de Lima, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).
A vídeo-conferência está agendada para o dia 10 de Novembro deste ano, às 10h00, horário de Brasília (14h00 em Angola). Um dia antes, a 9 de Novembro, pelas 19h30 (horário de Brasília), Kabengele Munanga vai animar um debate idêntico com o Centro Universitário Campos de Andrade, de Curitiba (Uniandrade), a convite da docente universitária Greicy Pinto Bellin.
Ambos os encontros terão a participação de estudantes, académicos, público interessado e membros da família de Maurício Francisco Caetano “Mafrano”.
“Os Bantu na visão de Mafrano”, colectânea póstuma em três volumes e mais de 700 páginas, foi compilada a partir de trabalhos dispersos em vários jornais e revistas, entre 1947 e 1982, com ênfase para os jornais “O Apostolado”, “Angola Norte”, “O Angolense”, a Revista Angola da Liga Nacional Africana e o “Boletim de Finanças”, de que Maurício Caetano, o autor, foi correspondente, redactor e colaborador.
O seu vasto espólio literário inclui temas como Antropologia Cultural, “Crónicas ligeiras”, “Notas a lápis”, “Episódios Vividos”, “Tertúlias”, contos e textos lidos aos microfones da “Rádio Ecclesia de Angola”, a emissora católica.
O autor estudou e observou hábitos e costumes autóctones em províncias como Malanje, Uíge, Cabinda, Cuanza-Norte, Bengo, além de Luanda, onde trabalhou como oficial de impostos dos então “Serviços de Fazenda e Contabilidade”, mais tarde Ministério das Finanças, a partir de Novembro de 1975.
Mafrano nasceu na cidade do Dondo, em Angola, onde teve como tutor o sacerdote santomense José Pereira da Costa Frotta, que acompanhou toda a sua formação até à idade adulta.
O autor de “Os Bantu na visão de Mafrano” faleceu a 25 de Julho de 1982, aos 65 anos.
Um familiar do cónego José da Costa Frotta, de nome Samuel Frotta, conversou hoje à noite, por telefone, com a família de Mafrano, em São Tomé, a quem explicou os laços familiares com o tutor de Maurício Francisco Caetano.
Samuel Frotta afirmou ser neto de um irmão do cónego José Pereira da Costa Frotta e confirmou que vai estar na cerimónia de quarta-feira, no Centro Cultural Português, em São Tomé, onde será feita a apresentação do volume II de «Os Bantu na visão de Mafrano – Quase Memórias». «Estamos prontos», disse ele visivelmente bem disposto.
Os contactos iniciais foram feitos pela sua nora, Áurea Afonso, que acompanhou o debate de domingo, dia 01 de Outubro, na Rádio Nacional de São Tomé e Príncipe, conduzido pelo jornalista José Manuel Noronha. Este último, por sua vez, fez a ponte entre a família Frotta e a família de Maurício Caetano, actualmente em São Tomé.
Samuel Frotta, nascido em 1951, é neto de Tomás Frotta, que por sua vez, foi irmão de José Pereira da Costa Frotta, o tutor de Maurício Francisco Caetano, “Mafrano”.
Em Angola, o cónego José Pereira da Costa Frotta foi pároco da Igreja da Muxima, pároco da Igreja do Carmo, fundador da Freguesia do Dondo-Cambambe, fundador da Escola da Missão Católica do Dondo e tutor de Mafrano, além do relevante papel que desempenhou na formação de figuras ligadas a cultura, à administração pública e ao nacionalismo, quer em Angola quer em São Tomé e Príncipe. Mafrano era órfão quando o cônego Frotta o levou para a Escola da Missão Católica do Dondo e, mais tarde, para o Seminário de Luanda, onde completou os estudos.
Imagens do primeiro contacto da Família de Mafrano com Samuel Frotta, o neto do cónego José da Costa Frotta!
Reacção imediata de Dom Zacarias Kamwenho
O arcebispo emérito do Lubango, um velho amigo de Maurício Caetano, e que tem acompanhado toda a trajectória de «Os Bantu na visão de Mafrano», reagiu de imediato a esta notícia, afirmando: «(…) Estamos a colher os frutos: AVANTE! Saúdem por mim a família FROTTA e todos quantos estão empenhados nessa campanha. A minha bênção.»
Ministra da Cultura confirma presença
A Ministra Santomense da Cultura, Prof. Doutora Isabel Viegas de Abreu, confirmou a participação do seu Ministério na cerimónia de apresentação do segundo volume da colectânea «Os Bantu na visão de Mafrano» a ter lugar hoje no Centro Cultural Português.
Em mensagem enviada à família, na qual agradece o convite e a escolha de São Tomé e Príncipe para a realização deste evento, a Professora Isabel Viegas de Abreu adianta que em caso de impedimento far-se-á representar pelo seu Director de Gabinete.
Aqui, com o jornalista José Manuel Noronha que fez a ponte entre uns e outros
“Com Mafrano surge do silêncio o saudoso Cônego Frotta e o valor do Evangelho” saudação que Dom Zacarias Kamwenho, arcebispo emérito do Lubango e prémio Sakharov 2001, enviou à família de Maurício Framcisco Caetano (Mafrano) a 2 de Outubro de 2023.
Mafrano foi discípulo do Cónego José Pereira da Costa Frotta na Escola da Missão Católica do Dondo e no Seminário de Luanda.
O volume II da sua colectânea sobre Antropologia Cultural, “Os Bantu na visão de Mafrano — Quase memórias”, volume II, será apresentado amanhã quarta-feira, 4 de Outubro, no Centro Cultural Português, em São Tomé.
São Tomé, 14 de Setembro de 2023 – A União Nacional dos Escritores e Artistas Santomenses (UNEAS), em colaboração com o Centro Cultural Português (CCP) e a Família de Maurício Francisco Caetano, tem a honra de convidar V. Exª para a emocionante apresentação do tão aguardado Volume II da coletânea “Os Bantu na visão de Mafrano – Quase Memórias” (Ed. 2023).
Este evento de destaque na cena cultural de São Tomé terá lugar no Camões – Centro Cultural Português de São Tomé, situado na Rua Patrice Lumumba, no dia 4 de Outubro de 2023, com início às 17h00.
“Os Bantu na visão de Mafrano – Quase Memórias” é uma obra que mergulha profundamente na riqueza da cultura Bantu, proporcionando uma visão íntima e esclarecedora de um povo e suas tradições, através da perspectiva única do autor, o “antropólogo” angolano Maurício Caetano “Mafrano”. Estes dois volumes são particularmente especiais, pois são uma obra póstuma do autor, enriquecida com sua sabedoria e cultura(s) acumuladas ao longo de sua vida.
A obra de Maurício Francisco Caetano (Mafrano), que se está a tornar um marco na projecção internacional das publicações angolanas, está a cativar leitores de todo o mundo e a proporcionar uma compreensão mais profunda da cultura Bantu. O lançamento deste segundo volume é um evento significativo, celebrando não apenas a vida e a obra de Maurício Francisco Caetano, mas também a rica herança cultural que ele abraçou e compartilhou.
A cerimónia de lançamento contará com a presença de destacadas personalidades, incluindo membros da UNEAS, representantes do Camões – Centro Cultural Português, bem como familiares e amigos do autor. Será uma oportunidade única de celebrar a contribuição duradoura deste autor para a afirmação cultural angolana, a cultura Bantu e as relações entre os dois países.
Para obter mais informações sobre o evento, pode entrar em contato com:
Dr. Jerónimo Salvaterra
Secretário Geral da UNEAS
Telefone: +239 990 4282
Dr.ª Celeste Sebastião
Diretora do CCP
Telefone: +239 222 1455
José Soares Caetano
Jornalista e Escritor
Telefone: +244 912 220 543 / +244 926 546 698
Não perca esta oportunidade de se juntar a nós para celebrar o legado e a visão de Mafrano e explorar as páginas inspiradoras do segundo volume de “Os Bantu na visão de Mafrano – Quase Memórias”. Esperamos ansiosamente vê-lo neste evento cultural excepcional no coração de São Tomé.
13/08/2023 — Oferta do volume II da colectânea “Os Bantu na visão de Mafrano” ao vice-Reitor do Santuário da Muxima em Angola, Padre Agostinho, em cerimónia realizada no final da manhã de domingo.
O Santuário da Muxima é um lugar de peregrinação para os angolanos e estima-se que anualmente seja visitado por um milhão de pessoas, incluindo turistas.
Segundo o jornalista José Soares Caetano, filho do autor, a colectânea “Os Bantu na visão de Mafrano“, antropologia cultural, será apresentada proximamente em Moçambique, São Tomé e Príncipe e Cabo-Verde, além de Cabinda, Lubango e Namibe, antes do final de 2023.
O volume II desta obra póstuma do escritor e etnólogo angolano Maurício Francisco Caetano, “Mafrano” (1916-1982) foi lançado em Luanda, Angola, no dia 25 de Julho, e coincidiu com a data do 41 aniversário do seu passamento físico. O terceiro e último volume será lançado em 2024, segundo a família deste autor que está a ser considerado o maior antropólogo de Angola.
Descubra o mais cativante no Volume II da colectânea “Os Bantu na visão de Mafrano – Quase memórias” (Ed. 2023). Após ser apresentado em Luanda no dia 25 de Julho de 2023 por Dom José Manuel Imbamba, presidente da CEAST – Conferência Episcopal de Angola e São Tomé que, no mesmo dia viajou expressamente do Huambo para Luanda, para esse efeito.
Como temas de maior destaque podemos ler o uso do telégrafo; O “ngolokele” entre os povos Bantu desde os tempos remotos; O uso da arma de fogo nas sociedades pré-coloniais; Os topónimos Bantu e a sua lenda; A ética dos gémeos ambos e gémeos Kimbundu; A Filosofia Bantu sobre a morte; A origem de vocábulos nos idiomas Bantu; Relatos de Cabinda; Hábitos e crendices alimentares; E outros temas de interesse sobre a antropologia, arqueologia, etnografia e o direito costumeiro, num total de 256 páginas.
Série de imagens ilustrativas feitas por Inteligência Artificial (® @parcocadoli)
Descubra o mais cativante do Volume II
Tal como escreveu no primeiro volume, o autor, “Mafrano”, realça pontos de contacto das lendas da civilização Bantu com a mitologia clássica, construindo diálogos que nos fazem viajar por vários países, como a Alemanha, a China, os EUA, a França, a Itália, Portugal e o Reino Unido, sem esquecer as mitologias greco-romanas.
Frans Boas, o pai da moderna antropologia, é um dos autores clássicos que Mafrano cita para justificar os seus pontos de vista (num artigo com data de 9 de Dezembro de 1972).
Encontro do jornalista José Soares Caetano (Tazuary Nkeita), filho de Maurício Francisco Caetano “Mafrano”, na sede da União dos Escritores Angolanos (UEA) com Leonel Romão, o jornalista da ANGOP que foi intérprete e acompanhante da Princesa Diana Frances Spencer, a mãe dos príncipes Harry e Willam, durante a célebre visita que esta efectuou a Angola, em 1997, por iniciativa da Cruz Vermelha Internacional. Lady Di, natural de Sandringham, Inglaterra, morreu em Paris na sequência de um trágico acidente de viação. Leonel Romão é actualmente alto funcionário do Ministério das Relações Exteriores, em Angola. O Volume II da colectânea «Os Bantu na visão de Mafrano» está disponivel na sede da União dos escritores Angolanos, em Luanda.
O jornalista da ANGOP Leonel Romão à esquerda de Lady Di, com crianças vítimas de minas terrestres, num Hospital de Luanda, em 1997
27/07/2023 — O Seminário sobre doenças cancerígenas que decorreu esta quinta-feira no Memorial António Agostinho Neto sob o tema «Falar do Cancro» foi também um pretexto para a exposição do volume II da colectânea «Os Bantu na visão de Mafrano», cujo foco é a cultura, usos e costumes de Angola, incluindo hábitos alimentares.
O Dr. Paulo Adão Campos, escritor, ginecologista e ex-vizinho de Mafrano na Travessa do Douro, bairro Terra Nova, em Luanda, foi o primeiro a adquirir o volume II desta colectânea com um total de 740 páginas, seguindo o director do Memorial, Dr. António Fonseca.
Neste segundo volume, Maurício Francisco Caetano, “Mafrano”, faz-nos penetrar em profundos mistérios do pensamento e cultura Bantu, despertando um interesse que cresce de narrativa em narrativa.
25/07/2023 — Está de parabéns a família de Mafrano pelo esforço hercúleo no levantamento e organização dos textos de Maurício Francisco Caetano, na sua publicação em três volumes (dois já impressos e apresentados em Luanda), e na militante divulgação nacional e internacional desta obra.
O ilustríssimo arcebispo, presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé, Dom José Manuel Imbamba, honrou os presentes no Edifício Michael Lemony Kennedy, da Universidade Católica de Angola (UCAN), no Largo das Escolas, em Luanda, onde apresentou o segundo volume da obra de Maurício Francisco Caetano.
Nesse mesmo dia Dom José Manuel Imbamba viajou de avião do Huambo para Luanda, por este motivo foi necessário atrasar em 120 minutos o início da sessão de lançamento.
Entre a assistência estiveram presentes alguns sobreviventes do histórico “Processo dos 50”.
A nossa editora, a Perfil Criativo, esteve muito bem representada pelo jornalista e director do semanário “Novo Jornal”, Armindo Laureano. Um verdadeiro activista cultural, nosso autor e amigo.
Sobre esta obra recordamos que Maurício Francisco Caetano que em vida foi director Nacional de Impostos no Ministério das Finanças, até 1982, e membro fundador da União dos Escritores Angolanos (UEA), destacou-se como professor de Português e de Filosofia em vários estabelecimentos de ensino, dentre os quais o Liceu Ngola Kiluanji, Instituto Makarenko, Instituto PIO XII e o ICRA (Instituto de Ciências Religiosas de Angola).
Este segundo volume da colectânea “Os Bantu na visão de Mafrano – Quase Memórias” traz como títulos de maior destaque o uso do telégrafo, o «ngolokele», entre os povos bantu, desde tempos remotos; os topónimos bantu e a sua lenda; a ética nos gémeos ambós e gémeos Kimbundu; a filosofia bantu sobre a morte; a origem de vocábulos nos idiomas bantu; relatos de Cabinda; hábitos e crendices alimentares, e outros temas sobre antropologia, arqueologia, etnografia e direito costumeiro num total de 256 páginas.
Tal como no volume anterior, Mafrano realça «pontos de contacto das lendas da civilização bantu com a mitologia clássica, construindo diálogos que nos fazem viajar por vários países, como a Alemanha, a China, os Estados Unidos, a França, a Itália, Portugal e o Reino Unido, sem esquecer as mitologias greco-romanas.
Segundo registos mais antigos, Maurício Caetano iniciou-se como colaborar do Jornal Independente «Angola Norte», em Malanje, onde fez publicar um artigo sobre «O perfil etnográfico do negro Jinga», em 1947, que foi dedicado a Lázaro Manuel Dias, seu amigo íntimo e anos mais tarde ministro da justiça em Angola, e também membro do «Processo dos 50».
O autor foi também colaborador da revista Angola, da Liga Nacional Africana, dos jornais «Farolim» e correspondente do Jornal «O apostolado», em Cabinda, Dembos e Kwanza Norte, desde 1954.
O seu vasto espólio literário foi agora compilado numa colectânea em três volumes, e mais de 740 páginas, inclui epigrafes como «Crónicas ligeiras», «Notas a lápis», «Episódios Vividos», «Tertúlias» e outros textos e contos dispersos.
O primeiro volume desta colectânea foi lançado em 2022 e apresentado até á data nas cidades do Lubango, Luanda, Ndalatando, Namibe, e Cabinda, assim como em Maputo, São Tomé, Praia, e na Feira do Livro na cidade do Porto. Entre 31 de Agosto e 3 de Setembro de 2023 estará disponível para os leitores portugueses na Festa do Livro de Belém, que se realiza nos jardins do Palácio de Belém, residência do Presidente da República Portuguesa.