O jornal O País, na sua edição desta quinta-feira, 14 de agosto, dedicou destaque de página inteira ao lançamento do volume III da obra Os Bantu na Visão de Mafrano, de Maurício Francisco Caetano, realizado na última terça-feira, 12, no auditório da Escola Nacional de Administração e Políticas Públicas (ENAPP), em Luanda.
Segundo a reportagem do diário angolano, o evento reuniu familiares, amigos, académicos, representantes de instituições culturais e membros da Igreja Católica, confirmando a relevância e o impacto cultural da obra. O livro retrata a civilização bantu, seus valores e tradições, bem como episódios da era colonial, numa análise profunda e reflexiva.
Com mais de 800 páginas e 28 capítulos, a publicação foi concluída pela família após a morte do autor, em 2011, mantendo-se fiel ao propósito de Mafrano de preservar e valorizar a cultura africana. O jornal O País sublinha que o pensamento do autor, marcado por princípios de solidariedade, justiça e dignidade, continua atual e inspirador.
Na cerimónia, Dom Filomeno Vieira Dias, arcebispo de Luanda, recordou Mafrano como “um bom fiel da Igreja Católica”, destacando a coerência entre fé e vida. O O País também relembra o percurso multifacetado de Mafrano como economista, funcionário público, jornalista e cronista em importantes órgãos de comunicação social angolanos.
Prémio Nacional de Cultura Artes 2024
O jornal O País é um diário angolano fundado em 2008 e editado pelo Grupo Medianova, um dos principais grupos privados de comunicação social do país. Com circulação nacional e presença online, o periódico cobre temas de política, economia, sociedade, cultura, desporto e atualidade internacional, distinguindo-se pela atenção dedicada a acontecimentos culturais e académicos relevantes. O destaque dado ao lançamento do volume III de Os Bantu na Visão de Mafrano confirma o interesse da imprensa angolana em valorizar o património histórico e intelectual do país.
Luanda, 12 de agosto de 2025 – A trilogia póstuma Os Bantu na Visão de Mafrano – Quase Memórias, do escritor e antropólogo angolano Maurício Francisco Caetano, conhecido como “Mafrano”, chegou ao seu encerramento com a apresentação do terceiro e último volume, revelado ao público nesta terça-feira na Escola Nacional de Administração e Políticas Públicas (ENAPP), em Luanda. A cerimónia contou com a apresentação do Arcebispo de Luanda, Dom Filomeno Vieira Dias e a editora Perfil Criativo | AUTORES.club foi representada pelo psicólogo clínico e escritor Fernando Kawendimba.
Dom Filomeno Vieira Dias
Intervenção de Fernando Kawendimba em representação do editor
Apresentação da obra de Mafrano em Luanda
Este volume final, com 327 páginas distribuídas em 18 capítulos, organiza os escritos inéditos do autor entre 1947 e 1982 em três partes temáticas: (i) Civilização Bantu, (ii) Temática Religiosa, e (iii) Questões Sociais e Episódios Vividos — mantendo, assim, a abrangência e profundidade características dos volumes anteriores.
A coletânea foi reconhecida com o Prémio Nacional da Cultura e Artes 2024, na categoria de Investigação em Ciências Humanas e Sociais, atribuída pelo Ministério da Cultura da República de Angola.
A família de Maurício Francisco Caetano e o editor da Perfil Criativo | AUTORES.club têm o gosto de convidar V. Ex.ª para a homenagem a Maurício Francisco Caetano e apresentação do Terceiro Volume da Colecção “Os Bantu na visão de Mafrano — Quase memórias” (Ed. 2025) que terá lugar no Auditório 1 da Escola Nacional de Administração e Políticas Públicas, no dia 12 de Agosto de 2025, às 17h00. Estrada do Futungo (Samba).
MAURÍCIO FRANCISCO CAETANO (1916-1982) — Prémio Nacional da Cultura e Artes 2024
Chegaram ao princípio da noite desta quarta-feira, 25 de Junho, a Luanda os primeiros dois exemplares do terceiro e último volume da colectânea póstuma «OS BANTU NA VISÃO DE MAFRANO – QUASE MEMÓRIAS», um dos quais foi oferecido no mesmo dia ao arcebispo emérito de Lubango, Dom Zacarias Kamwenho, momentos antes do seu embarque para a capital da província da Huíla.
Com um total de 327 páginas e dezoito capítulos, este volume III da colectânea de Mafrano está dividido em três partes que incluem: temas dedicados à civilização Bantu, temática religiosa, questões sociais e episódios vividos pelo autor entre os anos de 1947 e 1982.
O Arcebispo emérito do Lubango, Dom Zacarias Kamwenho, mostrou-se bastante satisfeito com a conclusão desta obra e convidou a família do autor a estar presente a 10 de Agosto deste ano no Cuanza-Sul, para apresenta-la no Sumbe, por ocasião do jubileu da sua nomeação como bispo daquela província, precisamente a 10 de Agosto de 1975.
Distinguida a título póstumo, em Novembro de 2024, com o Prémio Nacional da Cultura e Artes, na modalidade de Investigação em Ciências Humanas e Sociais, num reconhecimento unânime da sua riqueza histórica, a colectânea «Os Bantu na visão de Mafrano» foi apresentada pela primeira vez na cidade do Lubango, em Abril de 2022, e semanas mais tarde em Luanda, a 14 de Maio. O segundo foi apresentado um ano depois, em Julho de 2023, enquanto este terceiro e último volume tem previsões de ser lançado muito brevemente.
A exemplo dos anteriores, o volume três desta colectânea sobre antropologia cultural Bantu inclui um ÁLBUM FOTOGRÁFICO de memórias, em que se destacam imagens como a oferta desta obra ao cardeal do Vaticano para o pelouro da cultura e educação, Dom José Tolentino de Mendonça; a presença do presidente da CEAST (Conferência Episcopal de Angola e São Tomé e Príncipe) no lançamento do volume II desta colectânea, em Luanda; a entrega do Prémio Nacional da Cultura e Artes 2024 à família; a cerimónia de apresentação na Biblioteca Nacional de Cabo-Verde, cidade da Praia, a 20 de Dezembro de 2023, com a presença do cardeal Dom Arlindo Gomes Furtado e do falecido escritor e ex-diplomata cabo-verdiano Eugénio Inocêncio, e outras memórias do autor e de contemporâneos seus, com enfase para o ex-embaixador de Angola no Vaticano, José Bernardo Domingos “Kiosa” e do seu amigo e fiel companheiro de tertúlias literárias, Lídio Marques da Cunha. Destaque ainda para a presença da escritora moçambicana Paulina Chiziane no Lubango, província da Huíla, ao lado de Dom Zacarias Kamwenho, autor do prefácio desta obra histórica.
Terceiro volume da obra de Mafrano (Maurício Francisco Caetano)
A neta de Maurício Francisco Caetano, Luisíndia Caetano, entrega o terceiro volume ao arcebispo emérito de Lubango, Dom Zacarias Kamwenho
Lisboa, 22 de Junho de 2025 — No passado domingo, durante a Feira do Livro de Lisboa, realizou-se um momento simbólico e de grande significado cultural: a entrega, em nome da família de Maurício Francisco Caetano (1916-1982), de um dos primeiros exemplares do terceiro volume da obra Os Bantu na Visão de Mafrano ao Prof. DoutorJosé Octávio Serra Van-Dúnem, secretário do Prémio Nacional de Cultura e Artes da República de Angola.
O gesto, que decorreu no Auditório Norte, representou o agradecimento ao júri do Prémio Nacional de Cultura pelo seu trabalho e revelar que a nova edição apresenta na capa a marca do prémio recebido e que muito dignifica esta obra.
Identidade angolana
O terceiro volume de Os Bantu na Visão de Mafrano aprofunda as abordagens filosóficas, sociológicas e cosmológicas da visão bantu, tal como interpretadas por Mafrano. Esta obra centra-se em temas como a concepção do tempo e da ancestralidade, o papel da oralidade e da memória, bem como os fundamentos morais e metafísicos das comunidades bantu. Trata-se de uma reflexão crítica e contextualizada que contribui para uma compreensão mais densa da cultura angolana em diálogo com os saberes tradicionais.
O volume integra-se numa trilogia iniciada nos anos 1950, que ao longo dos últimos anos tem sido relida e reeditada com o objetivo de promover uma recuperação crítica do pensamento a partir de dentro, dando visibilidade às categorias culturais próprias da África subsaariana.
Grandes encontros em Lisboa
O encontro com o Prof. Doutor José Octávio Serra Van-Dúnem — sociólogo, professor universitário e figura central da política cultural — decorreu num dia particularmente intenso de programação angolana na Feira do Livro de Lisboa, que reuniu autores, jornalistas, investigadores e leitores em torno da literatura, da história e da identidade nacional.
A entrega do volume, feita com emoção e sentido de continuidade, reforça a importância da memória bibliográfica angolana e da sua salvaguarda para as futuras gerações.
Coimbra, junho de 2025 – Um momento emocionante e histórico marcou o recente encontro entre a IrmãIsabel Mata, hoje com 95 anos, e dois dos filhos de Maurício Francisco Caetano, conhecido pelo pseudónimo “Mafrano”. A religiosa, figura discreta mas fundamental na história da imprensa católica em Angola, fez parte da equipa de redação do jornal O Apostolado, em Luanda, durante décadas. Nas imagens, a Irmã Isabel Mata aparece em sua residência em Coimbra, rodeada por exemplares da obra “Os Bantu na visão de Mafrano“, que revisita o pensamento e o legado de Maurício Francisco Caetano, de quem foi colega na redação do jornal da Conferência Episcopal de Angola. Apesar de já não ir a tempo de ser incluída no Volume III da coleção dedicada a Mafrano, os organizadores já garantem: “Fica para a próxima coleção.” O reencontro, carregado de simbolismo, reforça os laços históricos e afetivos entre antigos colaboradores do jornal católico e as novas gerações empenhadas em preservar a memória cultural e intelectual angolana. Na ficha técnica de O Apostolado, constam nomes como P. Pedro Luís, Padre António Morais, Maurício Caetano e Maria Isabel Mata, que assumiu também funções técnicas e de ilustração, sob a direção de Manuel Franklin da Costa.
Este gesto de homenagem e reconhecimento serve também como apelo à valorização dos protagonistas muitas vezes esquecidos da história da comunicação social em Angola.
Malanje, 6 de Junho de 2025 – Foi apresentado nesta sexta-feira, no Anfiteatro da Faculdade de Medicina da Universidade Rainha Njinga a Mbande, o segundo volume da obra “Os Bantu na Visão de Mafrano, Quase Memórias“, da autoria de Maurício Francisco Caetano, também conhecido pelo pseudónimo Mafrano.
A sessão de apresentação contou com a intervenção do escritor e jornalista Tazuary Nkeita (José Caetano), que conduziu uma análise sobre os principais temas abordados nesta coletânea de quase 800 páginas, que aprofunda os fundamentos da Antropologia Cultural Bantu.
O livro mergulha na riqueza da Civilização Bantu, tratando de temas essenciais como:
A filosofia Bantu sobre a morte;
A ética dos Bantu;
A génese temporal das raças humanas;
Os idiomas Bantu;
A antiguidade dos animais domesticados;
A terminologia indígena sobre os vários primatas.
A obra reafirma o compromisso de Mafrano com o resgate e valorização do pensamento e cultura africana, num esforço de memória e identidade.
Ilídio Silva, ex-aluno de Mafrano no ano de 1978 em Luanda (o segundo à esquerda), juntamente com membros da família do autor: “Maurício Caetano foi um dos melhores professores da minha época”
Maurício Francisco Caetano nasceu no Dondo, província do Cuanza Norte, a 24 de dezembro de 1916, e faleceu em Luanda, a 25 de julho de 1982. Ao longo da sua vida, destacou-se como escritor e colaborador de diversas publicações jornalísticas, deixando um legado valioso para a historiografia e antropologia angolana.
Sob o lema “De Mãos Dadas, Malanje que Sonhamos é Possível”, a apresentação do livro representou um momento de afirmação cultural e de reflexão sobre a ancestralidade Bantu e os seus ensinamentos para a sociedade contemporânea.
Com o Regedor Adjunto de Kassembele, Adão Antero Kasua (ler Cassua), em Malanje
Membros da família Mafrano com a decana da Universidade Njinga A Mbande, Prof. Dra Tazi Nimi, em Malanje
No próximo dia 6 de junho de 2025, a Faculdade de Medicina da Universidade Rainha Njinga a Mbande (URNM), em Malanje, acolherá a apresentação do segundo volume da coletânea “Os Bantu na Visão de Mafrano — Quase Memórias“. O evento decorrerá no Anfiteatro Professor Doutor Samuel Carlos Victorino, entre as 9h00 e as 12h00.
Esta obra póstuma do “antropólogo maior de Angola”, Maurício Francisco Caetano, conhecido pelo pseudónimo Mafrano, é uma contribuição significativa para a compreensão da cultura e sociedade bantu. O volume II aborda temas como o uso do telégrafo entre os povos bantu, topónimos angolenses e suas lendas, ética nos gémeos Kimbundu, filosofia bantu sobre a morte, origem de vocábulos nos idiomas bantu, entre outros assuntos relacionados à antropologia, arqueologia, etnografia e direito costumeiro.
A coletânea, composta por três volumes e mais de 700 páginas, reúne textos publicados por Mafrano em jornais e revistas angolanas entre 1947 e 1982, como “O Apostolado“, a revista “Angola” e o jornal “O Angolense” . Em reconhecimento à sua contribuição para as ciências humanas e sociais, Mafrano foi distinguido postumamente com o Prémio Nacional da Cultura e Artes 2024, na modalidade de Investigação em Ciências Humanas e Sociais .
A Universidade Rainha Njinga a Mbande, criada em 2020, é uma instituição pública de ensino superior sediada em Malanje, resultante da fusão de várias instituições de ensino da região . A sua Faculdade de Medicina destaca-se como a primeira instituição pública de ensino superior na província de Malanje, com autonomia científica, pedagógica e administrativa.
A apresentação do livro é aberta ao público e promete ser um momento de reflexão sobre a identidade cultural africana e a valorização das tradições dos povos bantu.
Lisboa, Angola — Junho de 2025 — PRESS RELEASE — Para divulgação imediata
A Perfil Criativo | AUTORES.club tem a honra de anunciar a publicação do terceiro volume da colectânea “Os Bantu na Visão de Mafrano – Quase Memórias“, de Maurício Francisco Caetano (1916-1982), mais conhecido pelo pseudónimo literário “Mafrano”, intelectual angolano recentemente distinguido com o Prémio Nacional de Cultura e Artes 2024, na categoria de Ciências Sociais e Humanas.
Esta obra monumental, agora concluída com o Volume III, é uma homenagem vibrante à Civilização Bantu e um retrato lúcido das complexidades religiosas, sociais e culturais. Publicada postumamente, a colectânea reúne estudos, crónicas, notas autobiográficas e reflexões que durante décadas foram redigidos pelo autor sob diversos pseudónimos como “Anateco”, “Virafro“, “Aliquis” ou “Morais Paixão” – recurso literário que lhe permitiu escapar à censura e expressar com frontalidade as suas ideias.
Este terceiro volume destaca-se por:
Uma abordagem interdisciplinar à civilização Bantu, à sua religiosidade e estrutura social;
Ensaios sobre mitologia, ética, filosofia da religião e justiça tradicional;
Episódios vividos que espelham a trajectória de um pensador comprometido com a libertação das consciências;
Uma forte crítica aos preconceitos raciais e coloniais, defendendo a dignidade humana acima de qualquer origem étnica.
Entre os textos mais marcantes incluem-se:
“O Perfil Etnográfico do Negro Jinga”, “Faces Mascaradas no Poliedro Social”, “O Problema Demográfico e a Tese de Malthus”, e o comovente ensaio “Mãe, Por Que Nos Mataste?”, que aborda o aborto e a vulnerabilidade social com notável sensibilidade.
Como sublinha Dom Zacarias Kamwenho, arcebispo emérito do Lubango, “Mafrano foi um Antropólogo Maior“. A publicação deste volume vem reafirmar essa afirmação, inscrevendo Maurício Francisco Caetano no panteão dos grandes pensadores africanos do século XX.
A edição contou com o apoio incondicional da família do autor. Desde o seu início, a colectânea tem vindo a ser apresentada em palcos internacionais — Alemanha, Portugal, Brasil, Cabo Verde, Moçambique e Reino Unido — sendo hoje uma referência incontornável para estudiosos da cultura africana e leitores atentos à memória de Angola.
Prémio Nacional de Cultura
Público-alvo
Académicos e Investigadores
Áreas: Antropologia Cultural, História de África, Filosofia Africana, Sociologia, Etnografia, Estudos Pós-Coloniais.
Interesse: A obra oferece um corpus raro e valioso de conhecimento produzido a partir da vivência e da reflexão interna sobre o mundo Bantu, abordando questões sociais, religiosas e identitárias sob uma perspectiva não-europeia.
Estudantes Universitários
Especialmente de universidades em Angola, Brasil, Portugal, Moçambique, e outras instituições interessadas em programas de Estudos Africanos e Ciências Sociais.
Leitores engajados com a história e cultura africanas
Leitores que valorizam memórias históricas, literatura de intervenção social e textos que desafiam a narrativa colonial dominante.
Pessoas interessadas na valorização do património imaterial africano, identidades negras e heranças culturais marginalizadas.
Activistas e agentes culturais
Envolvidos em movimentos de valorização da memória africana, descolonização do saber e justiça social.
O conteúdo é uma ferramenta poderosa para promover reflexão crítica sobre racismo, exclusão e construção de narrativas históricas alternativas.
Comunidade angolana e diáspora
Aqueles que buscam reencontrar-se com suas raízes culturais, compreender melhor os alicerces da sociedade Bantu e homenagear a obra de um dos grandes intelectuais angolanos do século XX.
Formadores de opinião e líderes religiosos
Mafrano aborda profundamente a questão da fé, da missão católica, da ética social e da relação entre espiritualidade e justiça – temas sensíveis e pertinentes para líderes que buscam compreender a espiritualidade no contexto africano.
Malanje, 09 de Maio de 2025 – O Volume II da colectânea «OS BANTU NA VISÃO DE MAFRANO – QUASE MEMÓRIAS», antropologia cultural, do escritor e etnólogo angolano Maurício Francisco Caetano, “Mafrano” (1916-1982), será apresentado no dia 6 de Junho deste ano, sexta-feira, na cidade de Malanje.
A cerimónia decorrerá das 9:00 às 12:00 do dia 6 de Junho, no anfiteatro «Prof. Doutor Samuel Vitorino» da Faculdade de Medicina da Universidade Rainha Njinga A Mbande da cidade de Malanje, e está a ser organizada por uma equipa que integra representantes dos sectores da educação, cultura e comunicação social sob coordenação do Governo Provincial de Malanje. Será apresentador, o Dr. Adão Dala, director do departamento provincial da cultura de Malanje.
A colectânea «Os Bantu na visão de Mafrano» é uma obra póstuma, em três volumes com um total de 799 páginas sobre a ancestralidade, hábitos e costumes de uma faixa muito numerosa dos povos africanos. Inclui epígrafes como «Crónicas ligeiras», «Notas a lápis», «Episódios vividos», «Tertúlias», textos sobre a civilização bantu e contos dispersos, compilados a partir de estudos e reflexões que o autor publicou em jornais e revistas de Angola, entre 1947 e 1982.
Segundo fontes familiares, foi na localidade de Kiwaba-Nzoji (Ex. Vila Brito Godins), na Província de Malanje, onde o autor já falecido iniciou a sua actividade profissional e de investigação antropológica, além de colaborador do jornal independente local «ANGOLA NORTE», em 1947, razão pela qual a apresentação desta colectânea terá um significado especial.
A colectânea de “Mafrano”, pseudónimo literário de Maurício Francisco Caetano, inclui temas como o uso do telégrafo, (o ngolokele), entre os povos bantu, desde tempos remotos; a escrita ancestral; a formação profissional; os matrimónios; a tradição política; os topónimos bantu e a sua lenda; a filosofia bantu sobre a morte e a origem do homem; relatos de Cabinda; hábitos e crendices alimentares, e outros temas sobre a antropologia, a arqueologia e o direito costumeiro.
Em Novembro de 2024, a colectânea ainda incompleta foi distinguida a título póstumo com o Prémio Nacional da Cultura e Artes 2024, na modalidade de Investigação em Ciências Humanas e Sociais, num reconhecimento unânime do seu legado vital para a compreensão, preservação e valorização das culturas tradicionais angolanas. O terceiro e último volume será publicada muito em breve.
Neste espólio literário escrito ao longo de 36 anos, Mafrano realça pontos de contacto entre lendas da civilização bantu e a mitologia clássica, sem esquecer as mitologias greco-romanas, e constrói diálogos que nos fazem comparar a cultura bantu a de vários países, como a Alemanha, a China, os Estados Unidos, a França, a Itália, Portugal e o Reino Unido. O norte americano Franz Boas (1858-1942) e o padre espanhol Raul Ruiz de Asua Altuna são dois dos especialistas em antropologia cultural que Mafrano menciona nos seus estudos e pesquisas.
Cumprindo uma longa carreira, Maurício Caetano foi professor desde 1945, oficial de impostos e secretário nos Serviços Gerais de Fazenda e Contabilidade desde 1946, até ser nomeado Director Nacional no Ministério das Finanças, depois da independência de Angola, em 1975.
O autor foi ainda membro fundador da União dos Escritores Angolanos (UEA), e destacou-se como professor de Português e de Filosofia em prestigiados estabelecimentos de ensino no período pós-independência, como o Liceu Ngola Kiluanji, o Instituto Makarenko, o Instituto PIO XII e o Instituto de Ciências Religiosas de Angola (ICRA).
Maurício Francisco Caetano nasceu a 24 de dezembro de 1916 na cidade do Dondo, Província do Cuanza-Norte, em Angola, onde foi educado por um sacerdote oriundo de São Tomé e Príncipe, enquanto órfão, com apenas 5 anos de idade. Faleceu aos 25 de julho de 1982, por doença.
Segundo registos mais antigos, “Mafrano” iniciou a sua actividade literária como colaborador do Jornal Independente «Angola Norte», em Malanje no ano de 1947. Anos mais tarde, tornou-se colaborador da Revista ANGOLA, da Liga Nacional Africana, dos jornais «Farolim» e correspondente do Jornal «O Apostolado», «O Angolense», «TRIBUNA dos Musseques», ao lado de figuras de proa como Agostinho Neto, o cardeal Dom Alexandre do Nascimento e irmãos Mário e Joaquim Pinto de Andrade.
Prefaciado por Dom Zacarias Kamwenho, arcebispo emérito do Lubango e Prémio Sakharov 2001, esta colectânea saiu a público em abril de 2022, tendo sido apresentada até à data em países como Moçambique, São Tomé e Príncipe, Cabo-Verde, Portugal, Alemanha e por videoconferências em universidades de Curitiba e Rio de Janeiro, no Brasil e oferecida ao Cardeal José Tolentino de Mendonça, então conselheiro do Papa Francisco para a educação e a cultura no Vaticano.