Cultura Bantu de Cabinda no “Ondjango Cast”
O convidado do décimo episódio do “Ondjango Cast”, videocast sobre cultura ancestral angolana e africana, é o jurista, investigador e autor João Ramos Piúla Casimiro. No programa, fala sobre as origens e as características dos povos bantu. Segundo João Ramos Piúla Casimiro, as estatísticas mostram que a cultura bantu é composta por pelo menos 500 povos, presentes numa extensão territorial que vai dos oceanos Atlântico ao Índico. “Há um conjunto de elementos que une os bantu, desde as tradições, à língua, ritos e símbolos”, diz João Ramos Piúla Casimiro. “Basta ver que, quando se sai de um canto de África a outro, se conseguir identificar alguma tradição, dá-se logo a entender que está ali um povo bantu”. Idealizado a partir do conceito multiplataforma, o “Ondjango Cast” é exibido às terças-feiras na TV Girassol, às 21h00, e pode ser acessado no portal giranoticias.com. O programa traz, a cada episódio, uma conversa com um especialista em cultura angolana e africana, sempre com foco em assuntos da ancestralidade, como mitos fundadores, personagens históricos, povos originários e outras curiosidades. Entrevista apresentada a 23/07/2024.
João Ramos Piúla Casimiro
Nascido em Lândana, província de Cabinda, João Ramos Piúla Casimiro estudou filosofia no Seminário Maior de Cabinda, Teologia no Seminário Maior de Luanda e tem licenciatura em Direito pela Universidade Autónoma de Lisboa. É mestre em Direito Internacional e Relações Internacionais e em Direito Civil, pela Universidade Lusíada de Lisboa, e em Filosofia, pela Faculdade de Filosofia da Universidade Católica de Braga. Foi docente na Faculdade de Direito da Universidade “11 de Novembro”, no Instituto Superior Lusíada de Cabinda e fez carreira como técnico tributário.
João Ramos Piúla Casimiro é autor do livro “Kinthwêni na tradição e na poética — Um enquadramento filosófico” que retrata a filosofia de Cabinda alicerçada sobre predicamentos, provérbios, contos, lendas e mitos é aberta, histórica, poética, mas em “condições pré-literárias”. existe, de facto, um conjunto de informações ainda não transformadas em conhecimento. apesar disto, há estudos académicos que vão tornar esta filosofia mais cognoscível, e, com maioria da razão, ser estudada a partir de postulados, adágios, cânticos e danças. Com estas categorias de informação, consegue-se engendrar estruturas de pensamento de cunho filosófico.
Neste prisma, a filosofia é, também, representada através de simbologias, porque o símbolo é passível de reproduzir algo e traduz o conhecimento dos bakúlu. Com efeito, um símbolo afigura qualquer conhecimento. o ramo de palmeira «cortado», por exemplo, pode significar festa ou óbito.
Este trabalho vem, propor, um estudo filosófico da dança-música e poesia, kinthwêni, na vertente da kintuenigenia, objecto deste estudo. Partimos, neste sentido, das seguintes danças tradicionais: Kinthwêne, Matáfula e Maieia, construídas a partir da tradição e poética da cultura Binda3. Destes géneros literários tradicionais, resulta uma grande força vital que promana dos reinos de: Makongo, Mangoio e Maloango.
Autor: João Ramos Piúla Casimiro
Editora: Perfil Criativo – Edições
Ano de publicação 1ª edição: Agosto de 2023
ISBN: 978-989-35076-7-4
Língua: Português
Colecção: Trabalhos Académicos (Volume 1)