A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) apoia o lançamento do livro de Tomás Lima Coelho, intitulado “Autores e Escritores de Angola (1964-2015)”, no dia 22 de setembro de 2016, pelas 18h30, no auditório do Palácio Conde de Penafiel, sede da CPLP.
A mesa é composta pelo autor, Eleutéria Ornelas, em representação do editor, Adelino Torres, prefaciador, Miguel Kiassekoka e Miguel Anacoreta Correia.
A Liga Africana, herdeira da centenária Liga Nacional Africana, recebeu a visita do Doutor em História, Adolfo Rodriguez, investigador do centro de História da Universidade de Oviedo | Universidad de Oviedo | Universidá d’Uviéu (Espanha), fundada em 1608, e da Universidade NOVA de Lisboa, criada em 1973, e que é a 15.ª melhor da Europa e está entre as 50 melhores do mundo com menos de 50 anos de acordo com o ranking QS Top 50 under 50, que avalia critérios como a reputação e a internacionalização.
O jovem investigador espanhol descobriu na Biblioteca Nacional de Portugal o surpreendente Tratado de História, “Angola: desde antes da sua criação pelos portugueses até ao êxodo destes por nossa criação“ (Ed. 2021), do investigador angolano e professor catedrático, Carlos Mariano Manuel, publicado em três volumes. A leitura desta obra motivou o investigador a viajar para Luanda com o objectivo de melhor conhecer o autor desta monumental publicação e estabelecer uma ponte científica entre a Liga Africana e as instituições académicas Ibero-Americanas.
Gente que de repentemente se descobre numa “raça” ou coloração
Por JONUEL GONÇALVES
Polêmica na Bahia após ACM Neto, candidato ao governo estadual e sua vice Ana Coelho, conhecidas personalidades de famílias poderosas em termos políticos e econômicos, se terem declarado oficialmente como ” pardos”. Destesto essa palavra vinda dos obscurantismos coloniais. Também não tenho nada contra a forma como as pessoas se classificam nessa matéria. Pessoalmente faço parte daqueles e daquelas que não aceitam ser racificados e, por outro lado, acho excelente a lei no Brasil que determina auto-declaração na matéria. Porém, há situações suspeitas nessas súbitas declarações de pertencer a determinado grupo. Os motivos de tais declarações são muitos, desde intromissão indevida em direitos corretivos, a busca de destaque carreirista, mobilização eleitoral, etc.etc.etc. Anoto apenas que um outro candidato classificou declarantes com esse perfil de ” afroconvenientes” e um militante antirracista acusou de “charlatanismo”. Alem disso, temos um problema estatístico sério: 49,49% do total de candidatos às várias eleições de outubro aparecem como negros ou ” pardos”. Qual é o peso dos ” afroconvenientes” nesse dado? O problema não é novo, tem décadas. Intitulei até um episódio de livro recente de ” Pardinha”, inspirado numa candidata que se designou como ” meio Pardinha”, também na Bahia. No meio de todos estes contorcionismos, vejo com agrado o surgimento de nova e muito adequada definição: afroconvenientes.
Em questão de conotações formais, teria de categorizar o livro “MÚRCIA” de Eugénio Inocêncio (Dududa) como 7/10 e passo já a justificar o porquê disso:
“MÚRCIA” aborda de forma equiparada as suas temáticas, no sentido em que, em termos de pontos positivos, esta obra mostra-nos um lado oculto da homossexualidade em Cabo Verde, de forma realista, dando-nos elementos de libertação (flamingo, garoupa, cavalo, etc) do lado animal do ser, que ruge face à opressão!
O armário, surpreendente, quebra o seu estereótipo e aparece como, na minha opinião, uma segunda vida, bem como a ilusão de alcançar algo que a empatia falsa da máscara nos proíbe:
” — E se a máscara toma conta do indivíduo?
— É outro risco que o indivíduo corre.” – Eugénio Inocêncio (Dududa) em “MÚRCIA“.
Dentro da temática da empatia, o capítulo de “contextualização” foi absolutamente delicioso, pela maneira como abordou por exemplo, as parecenças e diferenças entre democracia e ditadura.
Entre os pontos positivos devo ainda salientar como a ideia do divino é lançada de forma assombrosa.
…
Porém, devo confessar que a ideia de que as consequências surgem como punições intrínsecas e não extrínsecas (ou seja, é uma reforma íntima de cada pessoa), foi algo que, para mim, criou uma descredibilização de todo o percurso a que o livro se predispôs desde o início, dando a ideia de duas correntes literárias opostas na mesma obra.
A minha personagem preferida foi o Tchibiliu, que é apresentado como uma não-pessoa dentro seu círculo — de certa forma, uma pessoa que nunca chega a existir para os seus parceiros — tornando-se na narrativa um personagem-adereço cujo propósito é somente servir de acessório à criação de uma outra personagem.
Por fim, gostava de elogiar o autor pela sua graciosa auto inserção passiva no livro, insinuando a importância dos seus próprios escritos na sociedade cabo-verdiana.
* Su Maia é uma dramaturga e atriz do Porto, formada na área de Interpretação pela Academia Contemporânea do Espetáculo.
Por entre as suas enumeras paixões, surge a arte crítica literária. Adora ler e esmiuçar as suas leituras, a fim de convencer as pessoas a dar uma oportunidade aos livros que a apaixonam.
A única coisa maior do que o seu amor à literatura é a sua lista de livros por adicionar à suas estantes.
A capital Windhoek (Vinduque), da Namíbia, recebe esta semana encontro literário com o título NARRATING NAMIBIA, NARRATING AFRICA LITERARY FESTIVAL, uma série de conversas organizadas pela Sociedade Científica da Namíbia, de 7 a 9 de Setembro de 2022, na Avenida Robert Mugabe, 110. As sessões começam às 18h00 e a entrada é gratuita.
7 DE SETEMBRO DE 2022 “Night of the Poets”, participam Hugh Ellis, Keamogetsi Joseph Molapong, Mimi Mwiya e Prince Kamaazengi, moderados por Sylvia Schlettwein e Rémy Ngamije, editor chefe da revista Doek!.
8 DE SETEMBRO DE 2022 “Writing Back For The Future”, participam Lauri Kubuitsile, Chuma Nwoloko e Valerie Tagwira, moderados por Annette Bühler-Dietrich e Rémy Ngamije.
9 DE SETEMBRO DE 2022 “Continental Violence, African Silence” participam George Seremba e Hugh Ellis, moderados por Joseph Molapong e Sylvia Schlettwein.
5/9/2022 — No próximo Domingo, 11 de Setembro, às 14h30, a Biblioteca Almeida Garrett, no Porto, irá receber o antigo preso político de Angola (2015 a 2016), interveniente no processo judicial 15+2, para nos revelar as suas memórias de cárcere no livro “Prisão Política” (Ed. 2021) .
O relato começa a 20 de Junho de 2015, na Vila Alice (Luanda) quando um grupo de jovens se encontrou no ILULA para realizar uma leitura colectiva da obra “Da Ditadura à Democracia”, de Gene Sharp. Estes jovens foram violentamente presos por uma força especial de intervenção rápida do Serviço de Investigação Criminal (SIC), e mais tarde, assistiram a um bizarro julgamento no qual foram acusados de terrorismo. Sofreram uma prisão prolongada até 29 de Junho de 2016, data em que foram libertados por ordem do Tribunal Supremo.
Orlando Castro nasceu em 1954 em Nova Lisboa, Huambo, Angola. Jornalista com carteira profissional nº 480, é actualmente director adjunto do jornal Folha 8. Autor de várias obras como:
— “Algemas da Minha Traição” (Ed. 1975), — “Açores – Realidades Vulcânicas” (Ed. 1995) — “Ontem, Hoje… e Amanhã?” (Ed.1997). — “Memórias da Memória” (Ed. 2001). — “Alto Hama – Crónicas (diz)traídas” (Ed. 2006). — “Cabinda – ontem protectorado, hoje colónia, amanhã Nação” (Ed. 2011). Co-autor dos 16 volumes da colecção “Guerra Colonial – A História na Primeira Pessoa”, distribuída em 2011 pelo “Jornal de Notícias” e “Diário de Notícias”. — “António Marinho e Pinto – Mudar Portugal” (Ed. 2015).
Durante o encontro na Feira do Livro do Porto foi apresentada esta nova e desconhecida faceta, de Poeta, de Orlando Castro ao mesmo tempo que foi sublinhado a importância do trabalho realizado pelo jornal Folha 8, e a necessidade de existir na República de Angola uma Comunicação Social profissional e independente do poder político. O editor agradeceu também a oportunidade que o jornal tem dado aos jovens na publicação de artigos originais.
A Biblioteca Municipal Almeida Garrett é uma biblioteca pública situada nos Jardins do Palácio de Cristal, na freguesia de Massarelos, na cidade do Porto, Portugal. O edifício, da autoria do arquitecto José Manuel Soares aloja, para além da biblioteca, uma galeria, uma cafetaria com esplanada e um pequeno auditório.
Participaram neste encontro o interventivo Dr. Paulo Morais, presidente da Frente Cívica, responsável por trazer o tema da corrupção para a agenda mediática, e o juiz Dr Rui Moura, natural do planalto central em Angola.
4/9/2022 — Hoje a cidade do Porto acordou com um forte vento e nuvens carregadas de tempestade. Os gloriosos e inéditos volumes da História de Angola, do Prof. Doutor Carlos Mariano Manuel, são “Livro do Dia” na Feira do Livro do Porto, em condições muito especiais, motivos para trazer ao nosso pavilhão (76) o “Pensador de Angola”. Mais logo, pelas 19h45, na Biblioteca Almeida Garrett a poesia de Orlando Castro vai cantar Angola. A biblioteca está a 100 metros do nosso pavilhão.”
O público da cidade invicta tem mostrado um grande interesse na edição da Marmoco Criações “Angola, Estado Nação ou Estado Etnia-Política?” (Ed. 2016), apresentado na Liga Africana em Luanda, em 2019.
Marcolino Moco foi primeiro-ministro de Angola, de 1992 a 1996 e secretário-executivo da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) de 1996 a 2000.
Descendente de uma importante linhagem de chefes tradicionais Ovimbundu, conhecidos em Angola pela designação de sobas, um dos quais foi Tchítue, fundador da aldeia onde nasceu, na província do Huambo.
Actualmente é docente universitário, advogado, consultor, conferencista e interventor cívico-político no domínio jus-constitucional, dos direitos humanos e na construção de uma República moderna e democrática em Angola.
A Feira do Livro do Porto é um certame que se realiza anualmente, desde 1930, na cidade do Porto. As nossas editoras passaram a estar presentes neste festival literário desde 2021.
Este ano o pavilhão (76) está localizado junto à Capela Carlos Alberto, que é considerada o maior cenotáfio romântico em Portugal.
No passado Domingo, 11 de Setembro de 2022, terminámos a nossa presença na Feira do Livro do Porto. Dezenas de milhares de leitores da cidade invicta observaram as nossas surpreendentes edições, e uma pequena parte escolheu para ler os autores e os livros sobre Angola.
Ao sétimo dia o nosso TOP é apresentado na edição do Jornal de Angola. Até ao primeiro dia de Setembro indicamos as escolhas dos leitores da cidade do Porto (26/8/2022 – 1/9/2022):