Coimbra, junho de 2025 – Um momento emocionante e histórico marcou o recente encontro entre a IrmãIsabel Mata, hoje com 95 anos, e dois dos filhos de Maurício Francisco Caetano, conhecido pelo pseudónimo “Mafrano”. A religiosa, figura discreta mas fundamental na história da imprensa católica em Angola, fez parte da equipa de redação do jornal O Apostolado, em Luanda, durante décadas. Nas imagens, a Irmã Isabel Mata aparece em sua residência em Coimbra, rodeada por exemplares da obra “Os Bantu na visão de Mafrano“, que revisita o pensamento e o legado de Maurício Francisco Caetano, de quem foi colega na redação do jornal da Conferência Episcopal de Angola. Apesar de já não ir a tempo de ser incluída no Volume III da coleção dedicada a Mafrano, os organizadores já garantem: “Fica para a próxima coleção.” O reencontro, carregado de simbolismo, reforça os laços históricos e afetivos entre antigos colaboradores do jornal católico e as novas gerações empenhadas em preservar a memória cultural e intelectual angolana. Na ficha técnica de O Apostolado, constam nomes como P. Pedro Luís, Padre António Morais, Maurício Caetano e Maria Isabel Mata, que assumiu também funções técnicas e de ilustração, sob a direção de Manuel Franklin da Costa.
Este gesto de homenagem e reconhecimento serve também como apelo à valorização dos protagonistas muitas vezes esquecidos da história da comunicação social em Angola.
Malanje, 6 de Junho de 2025 – Foi apresentado nesta sexta-feira, no Anfiteatro da Faculdade de Medicina da Universidade Rainha Njinga a Mbande, o segundo volume da obra “Os Bantu na Visão de Mafrano, Quase Memórias“, da autoria de Maurício Francisco Caetano, também conhecido pelo pseudónimo Mafrano.
A sessão de apresentação contou com a intervenção do escritor e jornalista Tazuary Nkeita (José Caetano), que conduziu uma análise sobre os principais temas abordados nesta coletânea de quase 800 páginas, que aprofunda os fundamentos da Antropologia Cultural Bantu.
O livro mergulha na riqueza da Civilização Bantu, tratando de temas essenciais como:
A filosofia Bantu sobre a morte;
A ética dos Bantu;
A génese temporal das raças humanas;
Os idiomas Bantu;
A antiguidade dos animais domesticados;
A terminologia indígena sobre os vários primatas.
A obra reafirma o compromisso de Mafrano com o resgate e valorização do pensamento e cultura africana, num esforço de memória e identidade.
Ilídio Silva, ex-aluno de Mafrano no ano de 1978 em Luanda (o segundo à esquerda), juntamente com membros da família do autor: “Maurício Caetano foi um dos melhores professores da minha época”
Maurício Francisco Caetano nasceu no Dondo, província do Cuanza Norte, a 24 de dezembro de 1916, e faleceu em Luanda, a 25 de julho de 1982. Ao longo da sua vida, destacou-se como escritor e colaborador de diversas publicações jornalísticas, deixando um legado valioso para a historiografia e antropologia angolana.
Sob o lema “De Mãos Dadas, Malanje que Sonhamos é Possível”, a apresentação do livro representou um momento de afirmação cultural e de reflexão sobre a ancestralidade Bantu e os seus ensinamentos para a sociedade contemporânea.
Com o Regedor Adjunto de Kassembele, Adão Antero Kasua (ler Cassua), em Malanje
Membros da família Mafrano com a decana da Universidade Njinga A Mbande, Prof. Dra Tazi Nimi, em Malanje
A família de Maurício Francisco Caetano, o editor da Perfil Criativo | AUTORES.club e a organização do evento convidam V/ Exa para o lançamento oficial do primeiro e do segundo volumes da colectânea «Os Bantu na Visão de Mafrano – Quase Memórias» a ter lugar no dia 9 de Novembro de 2024 na Birkbeck University of London, às 15:00.
The family of Mauricio Francisco Caetano, the editor of Perfil Criativo | AUTORES.club and the Organization of the event are delighted to invite you to our upcoming event, the book launching of «The Bantu in the Mafrano’s vision – Almost memories» which will be held on Saturday 9th November 2024 at Birkbeck University of London, at 3:00 pm.
A Casa de Angola em Coimbra – ONGO, a Porto’s África, a família de Maurício Francisco Caetano (Mafrano) e o editor convidam V/Exa para a apresentação do primeiro e do segundo volume de «Os Bantu na Visão de Mafrano – Quase Memórias» a ter lugar no dia 14 de Agosto de 2024 no Café Santa Cruz, em Coimbra, às 19h00.
Casa de Angola em Coimbra
A Casa de Angola em Coimbra ONGD é uma associação sem fins lucrativos fundada em 1996, dedicada ao apoio na integração de cidadãos angolanos, à proteção dos direitos humanos, à assistência humanitária e à promoção da cultura angolana.
Nos primeiros anos, a Casa teve um papel crucial nas negociações com a Universidade de Coimbra para ajudar estudantes angolanos desamparados, conseguindo integrá-los em residências universitárias e garantir refeições diárias. Além disso, a Casa sempre se preocupou com a integração cultural dos estudantes, promovendo exposições de arte, música, dança e gastronomia.
Atualmente, a Casa de Angola trabalha para melhorar as relações interpessoais dos angolanos, incentivando a interação com outras comunidades e a participação ativa em diversas iniciativas culturais e formativas. A Fundação tem apoiado essas atividades, visando a plena integração dos estudantes angolanos em Portugal.
A Biblioteca Palácio Galveias, a família de Maurício Francisco Caetano e o editor convidam V/ Exa para o lançamento oficial do primeiro e do segundo volume da coletânea «Os Bantu na visão de Mafrano — Quase Memórias» a ter lugar no dia 18 de Julho de 2024 na Biblioteca Palácio Galveias, às 19h00.
A presença dos nossos amigos e leitores será um inestimável contributo para a construção de uma verdadeira ponte cultural entre a República de Angola e a República Portuguesa. Os dois volumes abordam os valores culturais mais profundos de Angola.
A colectânea «Os Bantu na visão de Mafrano – Quase Memórias», antropologia cultural, é uma obra a título póstumo, em três volumes e mais de 700 páginas, compilada a partir de textos publicados em jornais e revistas publicadas em Angola entre 1947 e 1982, com destaque para a «Revista ANGOLA», da Liga Nacional Africana, e o «O Apostolado», propriedade da Igreja Católica Apostólica Romana.
Local: Biblioteca Palácio Galveias. Campo Pequeno, 1049-046 Lisboa
Editora:Perfil Criativo — Edições
Uma hora antes deste evento (18h00) será apresentado a terceira edição actualizada do livro “Autores e Escritores de Angola (1642-2022)” (Ed. 2024), de Sedrick De Carvalho e Tomás Lima Coelho.
O Gabinete Provincial da Cultura do Moxico, a família de Maurício Francisco Caetano e o editor convidam V/Ex.ª para a apresentação do segundo volume da colectânea “Os Bantu na Visão de Mafrano” (Ed. 2023), de Maurício Francisco Caetano (obra póstuma), no dia 24 de Abril de 2024 na Casa da Cultura, Luena, às 9h00.
Este evento tem o apoio do Governo Provincial do Moxico.
Volume I
O livro “Os bantu na visão de Mafrano – Volume II” apresenta uma série de capítulos que abordam diversos temas relacionados à antropologia cultural dos bantu. O livro começa com uma introdução sobre o padre Carlos Estermann e sua relação com a antropologia cultural de Mafrano. Em seguida, são exploradas a história do “Xiriva-Zuba” e os problemas da biogênese, com uma interpretação aborígene bantu. Os capítulos subsequentes tratam de tópicos como o telégrafo bantu, os topônimos angolenses e a ética bantu, a arbitragem filosófica sobre a origem do homem, a filosofia bantu sobre a morte, os idiomas bantu, a influência de uma superstição biológica no direito sucessório bantu, lendas e mitos bantu, a gênese temporal das raças humanas e a história de Mafrano através do testemunho de Dom Zacarias Kamuenho. O livro também inclui um álbum fotográfico e homenagens a figuras importantes relacionadas com Mafrano.
Foi apresentado na Biblioteca Provincial do Huambo o segundo volume da colectânea «Os Bantu na Visão de Mafrano – Quase Memórias» (Ed. 2023), de Maurício Francisco Caetano (1916-1982). Esta apresentação a cargo do historiador, antropólogo e linguista angolano, Prof. Dr. Venceslau Casese, contou com a presença de várias individualidades onde se destacou o Rei do Huambo.
Notícia da ANGOP “Livro “Os Bantu na visão de Mafrano” apresentado no Huambo“: A agência de notícias refere que durante a apresentação do livro, o historiador Venceslau Casese disse que a obra é uma visão completa dos povos africanos “Bantu”, desde a sua génese linguística à identidade cultural. Acrescentou que o livro narra a caracterização dos africanos, independentemente da sua zona de origem, que têm como hábitos a partilha dos momentos de alegria e de tristeza, usos e costumes, com a noção da preservação dos valores sagrados e da vida. Em breves declarações, o jornalista José Caetano, um dos filhos de Mafrano, disse que a obra é uma recolha de textos de antropologia cultural de várias regiões de Angola, sobretudo, nas províncias do Bengo, Cabinda, Cuanza-Norte, Luanda e Malanje, para além de algumas referências históricas do Planalto Central.
Muitas palmas para a brilhante intervenção de Venceslau Casese: “Mafrano mostrou que temos uma cultura comum”!
Prof. Dr. Venceslau Casese
Apresentação do segundo volume de «Os Bantu na Visão de Mafrano – Quase Memórias», extractos da intervenção do Prof. Dr. Venceslau Casese (*)
Quero, em primeiro lugar, saudar Sua Majestade o Rei do Huambo; a ilustre família Mafrano e, finalmente, saudar de igual modo a todas e todos os presentes!
Agradeço em ter sido convidado a apresentar esta magna obra e também agradecemos em ter sido contemplada a província do Huambo para colher este acto de apresentação da obra do Sr. Maurício Francisco Caetano, “Mafrano”, num dia em que comemoramos mais um aniversário da Libertação da África Austral.
Maurício Francisco Caetano é uma figura que se deu à grande pesquisa da cultura dos povos Bantu, à semelhança de outras ilustres figuras como Carlos Estermann, Heli Chatelin, Óscar Ribas, Raúl Altuna, Mário Milheiros, dentre outros tantos.
Em poucas palavras, podemos dizer que Mafrano tocou em todos os aspectos da vida dos Bantu, desde a dimensão social, cultural, política, religiosa e até mística.
Como dominador da cultura greco-latina faz um paragono, ou comparação, entre a concepção do mundo negro-bantu e a indo-europeia, sobretudo no concernente a mitos, mitologias, lendas, ciências, técnicas, tecnologias; filosofias e outros saberes da vida, chegando à sublime conclusão de que o que nos separa é muito insignificante. Com esta abordagem, desabam por terra os preconceitos contra os ditos aborígenes, como seres desprovidos de valências humanas como acontece com outros seres humanos de outras latitudes ou geografias.
Mafrano considerado, como um dos maiores senão mesmo o maior antropólogo de Angola, por sua Reverendíssima Dom Zacarias Kamwenho, constitui motivo de orgulho para Academia Angolana e exemplo a seguir para os estudantes de diversos níveis e para o escol de investigadores de Ciências Sociais, Filosóficas, Antropológicas, Culturais e quiçá Humanas no seu verdadeiro sentido.
Parabéns família Mafrano, parabéns Angola e parabéns África Negro-bantu, em particular.
Feito no Huambo aos 23 de Março de 2024.
VENCESLAU CASESE (*) Historiador, antropólogo e linguista.
Os elogios à obra de Mafrano pelo Chefe do Departamento da Cultura do Governo do Huambo. Na mesa de honra, da esquerda à direita: Venceslau Casese, Apresentador; Mariana Caetano, filha mais velha do autor, e Pascoal Nhanga, Chefe do Departamento de Cultura do Governo Provincial do Huambo
O Rei do Huambo, Sua Majestade Artur Moço
Volume IIVolume I
Com Inês Bandua membro da corte do Rei do Huambo e soba do Bairro da Chiva. À direita, o Prof. Dr. Venceslau Casese, apresentador da obra
O Gabinete Provincial da Cultura, Turismo e Ambiente, a família de Maurício Francisco Caetano e o editor convidam V/ Ex.a para a apresentação do segundo volume da colectânea “Os Bantu na visão de Mafrano — Quase Memórias“, de Maurício Francisco Caetano (1916-1982), na Biblioteca Provincial do Huambo, no dia 23 de Março de 2024, às 11h00.
Lubango (Angola), 27 de Novembro de 2023 – A presença da escritora moçambicana Paulina Chiziane na capital da Huíla, entre os dias 4 e 6 de Dezembro deste ano, vai ser um pretexto para se acelerar a apresentação do Volume II da colectânea «Os Bantu na visão de Mafrano», a ter lugar na Missão Católica da Huíla, a 16 quilómetros do Lubango.
Contactos neste sentido foram desenvolvidos entre a família do autor e as autoridades eclesiásticas da Província da Huíla, culminando com a escolha do dia 5 de Dezembro, às 17:00, como a data e hora indicadas para um evento preparado em estreita coordenação com a equipa da escritora Paulinha Chiziane e os demais intervenientes. A escolha da Missão Católica da Huíla justifica-se pelo seu duplo significado histórico: por um lado, foi aí onde estudou o cónego José Pereira da Costa Frotta, o sacerdote santomense que foi tutor de Maurício Francisco Caetano, “Mafrano”, e, por outro lado, trata-se de um Monumento Histórico e Património Nacional, além de ser um Seminário! Espera-se também que a apresentação da obra de Mafrano coloque lado a lado a escritora moçambicana, laureada com o prémio Camões 2021, e Dom Zacarias Kamwenho, laureado com o prémio Sakharov 2001 e autor do prefácio da colectânea «Os Bantu na visão de Mafrano».
A apresentação da obra de Mafrano na Huíla esteve inicialmente agendada para Julho deste ano, mas foi sucessivamente adiada por coincidir com o Festival Mundial da Juventude, realizado na mesma altura, em Lisboa, e no qual a diocese da Huíla também se fez representar. De Julho até à data, uma série acontecimentos e compromissos, de ambas as partes, acabaram por adiar a apresentação desta obra póstuma que já se transformou num novo ícone da antropologia social em Angola e além fronteiras.
A escritora moçambicana chegou domingo à noite, dia 26, a Luanda como convidada do Congresso da Ordem dos Engenheiros de Angola. Paulina Chiziane havia já acolhido com muito interesse um projecto para se levar o volume II da colectânea póstuma de Mafrano até Maputo, numa iniciativa que envolve amigos da família do autor e a Associação dos Escritores Moçambicanos (AEMO).
Paulina Chiziane, 68 anos, iniciou a sua atividade literária em 1984, com histórias publicada na imprensa do seu país, muitas das quais sobre assuntos sociais polémicos como é o caso da poligamia em Moçambique e, «grosso modo», em África. A sua bibliografia inclui outras obras como «Balada de amor ao vento» (1990), «Ventos do apocalipse» (1993), «O Sétimo Juramento» (2000), «O Alegre Canto da Perdiz» (2008) e «As Andorinhas» (2009).
Em 2003, a escritora moçambicana conquistou o prémio José Craveirinha da Literatura, com o romance «Niketche», e em 2021, tornou-se a primeira mulher a ser distinguida com o Prémio Camões, a mais prestigiosa distinção conferida a escritores de Língua Portuguesa. Maurício Caetano, “Mafrano”, era um menino órfão, com seis anos, quando o Cónego José Pereira da Costa Frotta levou-o para a Escola da Missão Católica do Dondo e, mais tarde, para o Seminário de Luanda, onde completou os seus estudos. Depois de concluir os estudos em terras angolanas, o Cónego José Frotta, foi ordenado sacerdote, em 1905, em São Tomé e Príncipe, e regressou novamente para Angola para onde trabalhou até aos seus últimos dias, falecendo em Luanda aos 29 de junho de 1954. José Pereira da Costas Frotta foi pároco da Muxima e da Igreja do Carmo, em Luanda, fundador da freguesia de Cambambe e da escola da Missão Católica do Dondo (Província do Cuanza-Norte).
13/09/2023 LUANDA — A colectânea Os Bantu na visão de Mafrano estreia-se esta quarta-feira na FemuLivro 2023, a Feira do Livro e da Cultura que decorre até ao dia 17 de Setembro na Zona Verde, frente à Maternidade Lucrécia Paim, em Luanda, por iniciativa da Castelo Edições. Também esta semana está prevista uma exposição da obra de Mafrano na Assembleia Nacional e uma entrevista à Rádio Mais.