Festa do livro em Belém: Autores mais-velhos em sessão de autógrafos

Festa do livro em Belém: Autores mais-velhos em sessão de autógrafos

6/9/2024 — A Festa do Livro em Belém instalada nos jardins do Palácio de Belém (Presidência da República Portuguesa) acolheu os autores:

Jornalista Xavier de Figueiredo com o médico pediatra Luís Caetano

XAVIER DE FIGUEIREDO autor dos livros “Crónica da Fundação do Huambo | Nova Lisboa. Uma cidade criada em condições inéditas, em tempos de mudança.” e “Ceuta primeira conquista de Portugal além-mar”;

Jornalistas Mário de Carvalho e Wilton Fonseca com o engenheiro Filipe J. D. Pereira e o editor João Ricardo Rodrigues da Perfil Criativo

WILTON FONSECA autor dos livros “Heróis Anónimos — Volume 1. Jornalismo de Agência — História da ANOP e da NP (1975-1986)”, “Heróis Anónimos — Volume 2. Jornalismo de Agência — História da Lusitânia (1944-1975)”, “Heróis Anónimos — Volume 3. Jornalismo de Agência — Depoimentos (1938-2017)”, “Da monarquia a Estado Novo: Agências noticiosas em Portugal”;

FILIPE J. D. PEREIRA autor do livro “3 em 1”;

Leitor Henda Vieira Lopes com o médico Luís Caetano filho de Mafrano

LUÍS CAETANO em representação do falecido MAURÍCIO FRANCISCO CAETANO (1916-1982) autor dos livros “Os Bantu na visão de Mafrano — Quase Memóriasprimeiro e segundo volume.



Encontro de autores na Feira do Livro de Lisboa

Encontro de autores na Feira do Livro de Lisboa

O expositor D47 foi o nosso ponto de encontro no Sábado 15/06/2024 para autógrafos das obras mais recentes na Feira do Livro de Lisboa:

Filipe J. D. Pereira – 15/06/2024 entre as 15h30 e as 18h30 — 3 em 1

Sedrick de Carvalho e Tomás Lima Coelho – 15/06/2024 entre as 15h30 e as 18h30 — Autores e Escritores de Angola 1642-2022

Sedrick de Carvalho – 15/06/2024 entre as 15h30 e as 18h30 — Prisão Política

“3 em 1” apresentado em Faro

“3 em 1” apresentado em Faro

28/11/2023 — Ao fim do dia o livro de poesia “3 em 1“, de Filipe J. D. Pereira, foi apresentado no extraordinário auditório da Biblioteca Municipal de Faro. A directora da Biblioteca Municipal de Faro, Dr.ª Sandra Martins, recebeu os convidados e apresentou os intervenientes para a apresentação da obra “3 em 1“, de Filipe J. D. Pereira . O editor João Ricardo Rodrigues, da Perfil Criativo, referiu que num tempo maioritariamente tecnológico é muito importante que o autor, Filipe J. D. Pereira, com inúmeras publicações ligadas às engenharias, surpreenda o público do Algarve com uma obra de poesia de grande humanismo. O jornalista Wilton Fonseca, autor dos livros “Heróis Anónimos [1] – Jornalismo de Agência – História da Anop e da Np (1976-1986)“, “Heróis Anónimos [2] – Jornalismo de Agência – História da Lusitânia e da Ani (1944-1975)“, “Heróis Anónimos [3] – Jornalísmo de Agência – Depoimentos (1938-2017)” e “Da Monarquia ao Estado Novo: Agências Noticiosas em Portugal“, fez a apresentação da obra (ver texto abaixo). Por fim, o autor agradeceu à biblioteca e ao município de Faro, ao público presente e aos intervenientes na mesa de honra.

3 em 1

TEXTO: WILTON FONSECA, Jornalista

Boa tarde a todos. Em primeiro lugar, obrigado ao Felipe, por ter trazido até todos nós o seu “3 em 1”, que ele construiu com carinho e com a dedicação que ele aplica a tudo que faz. Obrigado também ao Ricardo Rodrigues, que publicou o livro. E agradecimentos ainda a todos os presentes, principalmente aos responsáveis por esta biblioteca. 

Penso que todos conhecerão o autor; mesmo assim, tenho aqui alguns dados da sua biografia, mas antes uma manifestação de interesse: sou amigo dele. 

Filipe Didelet Pereira é licenciado, mestre e doutor em Engenharia Mecânica e membro Conselheiro e Especialista em Manutenção da Ordem dos Engenheiros. Tem várias obras publicadas na sua área profissional, a nível nacional e internacional, mas também se dedica há anos a projetos literários, de que o presente livro é a mais recente manifestação. Conhece como poucas pessoas os transportes públicos deste país. 

3 em 1”, como o próprio nome indica, é a reunião, num só volume, de três obras diferentes. A primeira é constituída por 65 breves diálogos. Por que razão 65 diálogos? – perguntei-lhe eu. Trata-se da idade que tinha quando os reuniu num único volume – explicou-me. 

Os diálogos são subordinados ao tema geral “De entre o céu e o inferno”. Isto é, englobam tudo que não se encontra no céu ou no inferno, mas entre uma coisa e outra. A palavra “inferno” não aparece no livro, e “céu” surge apenas uma vez, para indicar a cor azul, e não propriamente o local idealizado pelos crentes católicos: 

Indica-me o nome deste país, irmão Paulo.
Seria o céu se fosse azul, irmão Pedro. 

3 EM 1

A distância entre o céu e o inferno é o percurso existencial de cada um, de todos nós e também de Pedro e de Paulo: 

— Grande terá sido o caminho desde
Que iniciei o conhecimento, Pedro.


— E maior se tornará, Paulo. Lamenta
apenas, comigo, que a memória não
abranja, precisamente, os passos inaugurais 
e alguns dos que se seguiram.  

3 EM 1

Os diálogos têm apenas essas duas personagens, Pedro e Paulo, eles mesmos, os dois apóstolos. Os dois conheceram em vida tudo que medeia entre o céu e o inferno. Assim aconteceu com Pedro, ou Simão Pedro, o mais velho, cujo nome evoca a pedra sobre a qual Cristo quis edificar a sua igreja, o homem que Cristo escolheu para ser pescador de homens, que abandonou tudo para seguir Jesus e que pediu para ser crucificado de cabeça para baixo, para não padecer da mesma maneira que o Messias.  

O nome de Paulo, ou Saulo, ou Paulo de Tarso, mais novo que Pedro, parece indicar alguém que era aguardado, por quem se ansiava; o seu percurso de vida é contrário ao de Pedro: de impiedoso perseguidor dos cristãos ele passa a defensor da mesma fé de Pedro e morre degolado: os romanos não usavam o martírio da cruz para castigar cidadãos romanos.   

Pedro e Paulo talvez tenham sido martirizados no mesmo dia, não se sabe. São ambos lembrados no dia 29 de junho. Aos dois apóstolos o nosso autor, narrador-criador, omnipresente, junta o seu próprio nome, o do apóstolo Filipe, do evangelista S. Filipe e a S. Filipe Néri, o santo da alegria, que dizia “afastem de mim o pecado e a tristeza”. Três Filipes e um só. Três apóstolos em diálogos atribuído a dois, mas que na realidade envolvem três. Três em um, é o título do livro. 

Tudo em “3 em 1” tem uma razão de ser. Os diálogos são propositadamente secos, económicos, ascéticos, místicos, sóbrios e austeros. Distanciam-se propositadamente da realidade. As emoções são poucas, não são extravasadas, é como se tivessem sido guardadas para a forma como os dois apóstolos se referem um ao outro: meu irmão de sempre, amigo, caro irmão, admirável companheiro, companheiro de tantos anos, velho e admirável companheiro.

A contenção das emoções faz com que apenas estados de espírito permanentes – como por exemplo a desilusão, a tristeza, a seriedade que somente o profundo conhecimento da mente humana pode trazer – sejam manifestados pelos dialogantes. Assim, o leitor não encontrará mais do que meia dúzia de adjetivos em “3 em 1”. Quando a utilização de adjetivos é absolutamente necessária, o autor transforma-os em nomes substantivos: um facto aleatório aparece como “o aleatório”; algo abrangente transforma-se em “a abrangência”; o que é grandioso surge como “a grandiosidade”.   

Para que serviriam os adjetivos, a não ser para apressar percursos, queimar etapas, retardar a chegada àquilo que se encontra inexorável e invariavelmente à espera de todos; ou conforme diz Pedro, interrogado sobre a transitoriedade da juventude: 

Eterna não será apenas a morte, irmão? 

3 EM 1

A segunda parte do “3 em 1” recebeu de Filipe o nome de “Hortu gERal”. Portugal, horto, geral. O título aponta claramente para o “Horto do Esposo” e o “Bosco Deleitoso”, marcos importantes da poesia medieval. O horto é local de isolamento, contemplação, reflexão e até de brincadeiras. Aqui, o leitor encontra a poesia experimental e concreta, que faz lembrar os melhores poetas concretos portugueses, nomeadamente Salette Tavares com o seu “Brincar, Brin Cadeiras, Brincade Iras” e António Ramos Rosa com o seu “O Deus Nu (lo)”, ou ainda Herberto Hélder com o seu “Poemacto”. Diz Filipe: 

Um poema
é uma estrutura
concisa
e organizada
que diz tudo 
sem dizer nada

3 EM 1

Brinca-se com a língua, brinca-se com o leitor, o poeta brinca consigo mesmo, aparentemente não se leva a sério. Tal como Herberto Hélder no já citado “Poemacto”:

Poemacto pacto acto poema
Poemacto poema pacto acto
Poemacto acto poema pacto
Poemacto pacto poema acto 

3 EM 1

Felipe, o poeta, sabe que é profeta:

Canta a multidão
a voz 
do poeta
que ao falar de nós
se torna em profeta

3 EM 1

Aqui há lugar para a geografia e para longínquos sentimentos, a justificar o título da  terceira parte do livro: “De mim para mil”. O tempo – seja na contemporaneidade, seja como porta do futuro, marca a sua presença. Aparecem a angústia e a política:

O país
a seco,
a saque,
a soco, a solo. 

3 EM 1

Ou então:

Lisboa que olhas o rio
cansada de o ver correr
para um mar sem regresso.
Lisboa, o teu casario 
que a gente vê morrer
Em nome desse progresso.

3 EM 1

A política e os sentimentos levam a uma verdadeira irritação, que poderia ter sido escrita hoje mesmo:

Que é isto?
Qu’ é isto?
Quisto
Ministro
Sinistro!!

3 EM 1

Ou ainda:

Corriam tempos de ilusão,
Para todos crescia a visão
De um mundo já libertado.
Mas eis de novo a maldição
de uma peste em transmissão
pondo o mundo acorrentado

3 EM 1

A maldição tem um nome, infelizmente bem familiar a todos nós:

Ser 
convidado 
a
confinado
para não ser
covidado

O novo normal
anormal
é o novo mal
e como tal
vai correr mal
se não voltar
a haver 
um normal 
que tem de ser
como era habitual 

Com máscaras
mascaras
más caras.
mas, caras,
de caras,
com máscaras
só há más caras.

3 EM 1

O que temos nesta vertente da poesia de Filipe? Num primeiro momento, dá-se a explosão da palavra – de um grafema – que é reconstituída sob diversas formas, inclusivamente com novas formas gráficas, permanecendo o som como reminiscência do primeiro. Daí que muitos dos nomes da poesia concreta e experimental tenham sido também revelados como artistas plásticos de grande valor. Neles, a palavra transborda o espaço exíguo da folha de papel. Ana Hartley chegou a fazer bordados com a sua poesia, e António Ramos Rosa fez experiências com vídeos. 

Estou convencido que Felipe vai a caminho deste movimento de trasbordo. A terceira parte do “3 em 1” parece indicá-lo, de mil maneiras. Aqui surge um hino à vida, aqui se encontram as etapas para a sua transição como ser humano – o filho, a filha, o neto -, aqui estão os amigos e a mensagem de esperança para a construção do futuro e para a eternidade. 

Já passei pelos dias curtos,
já passei por anos compridos.
Saudades pelos tempos idos,
Paixão pelos novos futuros.
Agora são dias compridos,
agora os anos são curtos.
Regozijo pelos tempos vividos 
e espera por serenos augúrios. 

3 EM 1

Obrigado pelo teu “3 em 1”, Filipe. A todos os presentes, obrigado pela paciência com que me ouviram.

Biblioteca Municipal de Faro — António Ramos Rosa apresenta livro de Filipe J. D. Pereira

Biblioteca Municipal de Faro — António Ramos Rosa apresenta livro de Filipe J. D. Pereira

3 em 1 é um conjunto de 3 obras com características diferentes. Assim, De entre o céu e o inferno apresenta-nos os “diálogos”, que pretendem remeter quem lê para Pedro, o mais velho, e Paulo, o mais novo, esses mesmo, os primeiros em que pensamos quando ouvimos estes nomes. Estão primeiro porque foram enviados na frente, são os apóstolos. O restante é a forma de ver o que está à volta e de retratar um percurso. Hortu gERal é um olhar sobre a nossa sociedade neste canto ocidental e De mim para mil é uma forma de partilha com todos os que o queiram da individualidade e de algum sentimento mais intimista. Em ambos surgem o trocadilho, o jogo de palavras levado à decomposição delas próprias e ao papel do gráfico na própria apresentação de que o próprio título “Horto gERal” pretende ser um exemplo.

O autor, Filipe J. D. Pereira, e o editor da Perfil Criativo – Edições têm o gosto de convidar V: Ex.ª para a apresentação do livro 3 em 1.

O jornalista Wilton Fonseca irá apresentar esta obra literária, na segunda-feira, 28 de Novembro, às 18h00, na Biblioteca Municipal de Faro.

Biblioteca Municipal de Faro — António Ramos Rosa

A Biblioteca Municipal de Faro situa-se entre a rua Carlos Porfírio e o jardim da Alameda, no local do antigo matadouro – um imóvel construído entre 1896 e 1899. Em 1999, devido ao abandono e estado de degradação do matadouro, foi iniciada uma intervenção que visou a instalação da nova Biblioteca Municipal.

A solução desenvolvida, a partir da manutenção da fachada neo-árabe do antigo matadouro municipal e da criação de uma alternativa de acesso ao parque urbano, traduz-se num edifício desenvolvido em U, integrando um pátio interior, com uma cércea equivalente a dois pisos.

O seu interior contempla os seguintes espaços: auditório, setores infanto-juvenil, audiovisuais e de adultos, balcão de empréstimos possuindo ainda um serviço de apoio às bibliotecas escolares e equipamento informático destinado à consulta do catálogo e internet.

Morada:

Rua pintor Carlos Porfírio, 8000-241 Faro — 37º0’51.1”N 7º55’32.23”W

Tel: (+351) 289 870 000

Setúbal: “De entre o céu e o inferno” na apresentação de “3 em 1”

Setúbal: “De entre o céu e o inferno” na apresentação de “3 em 1”

Foi apresentado o livro “3 em 1“, de Filipe J. D. Pereira, no dia 21 de Junho de 2023, às 13h00, na biblioteca da Escola Superior de Tecnologia de Setúbal (ESTS), no Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), instalado no Campus do IPS Estefanilha, em Setúbal. Uma organização do Clube de Leitura do Instituto Politécnico de Setúbal, coordenado pelos bibliotecários: Dra. Isabel Nunes e Dr. Óscar Martins. Estiveram na mesa de honra o Prof. Doutor Rodrigo Lourenço, vice-presidente do IPS, Prof. Doutor Nuno Nunes, director da ESTS, o autor do livro, Filipe J. D. Pereira, o apresentador da obra, Wilton Fonseca, o actor Bruno Quaresma e o editor da Perfil Criativo (www.AUTORES.club).

Vídeo da apresentação em Setúbal do livro “3 em 1”

Wilton Fonseca na apresentação do livro 3 em 1 revelou que uma parte desta obra são diálogos subordinados ao tema “De entre o céu e o inferno”. Isto é, é tudo que não se encontra no céu ou no inferno, mas entre uma coisa e outra. A palavra “inferno” não aparece no livro, e “céu” surge apenas uma vez, para indicar a cor azul, e não propriamente o local idealizado pelos crentes católicos.


Recordamos que o livro 3 em 1 é um conjunto de 3 obras com características diferentes. Assim, De entre o céu e o inferno apresenta-nos os “diálogos”, que pretendem remeter quem lê para Pedro, o mais velho, e Paulo, o mais novo, esses mesmo, os primeiros em que pensamos quando ouvimos estes nomes. Estão primeiro porque foram enviados na frente, são os apóstolos. O restante é a forma de ver o que está à volta e de retratar um percurso. Hortu gERal é um olhar sobre a nossa sociedade neste canto ocidental e De mim para mil é uma forma de partilha com todos os que o queiram da individualidade e de algum sentimento mais intimista. Em ambos surgem o trocadilho, o jogo de palavras levado à decomposição delas próprias e ao papel do gráfico na própria apresentação de que o próprio título “Horto gERal” pretende ser um exemplo.