1976: O ano em que Portugal reconheceu a República Popular de Angola — e quase não o fez

1976: O ano em que Portugal reconheceu a República Popular de Angola — e quase não o fez

Lançamento Oficial do Livro O “reconhecimento” do Governo angolano pelo Estado português (1976)As visões político-partidárias do PS, PPD/PSD e PCP
Autor: Domingos Cúnua Alberto
Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa
Auditório Sedas Nunes
25 de setembro de 2025 (quinta-feira), 17h00 — Entrada Livre

A editora Perfil Criativo | AUTORES.club convida para o lançamento oficial do primeiro livro do jovem investigador angolano, Domingos Cúnua Alberto, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, que reconstrói um dos episódios mais sensíveis da história contemporânea de Angola e Portugal: o conturbado processo de reconhecimento oficial da independência de Angola por parte do Estado português, concluído apenas em fevereiro de 1976.

Destaques da obra

  • Três partidos, três visões: Como PS, PPD/PSD e PCP interpretaram e influenciaram a política externa portuguesa face a Angola no rescaldo da Revolução dos Cravos.
  • Bastidores diplomáticos: O que revelam os debates do Conselho da Revolução, os impasses nos Conselhos de Ministros e as posições contraditórias dos partidos em relação ao MPLA.
  • Geopolítica da Guerra Fria: A influência da conjuntura internacional no atraso do reconhecimento, com pressões da URSS, EUA, Brasil e da ONU.
  • Fontes inéditas: A obra baseia-se em documentação até agora pouco explorada, incluindo atas militares, imprensa partidária e arquivos diplomáticos.

Sobre o autor:

Domingos Cúnua Alberto é investigador angolano, doutorando em História Contemporânea no ISCTE-IUL. Especializa-se nos processos de descolonização africana, com foco nas relações político-diplomáticas entre Portugal e Angola no período pós-25 de Abril. Esta é a sua primeira obra publicada, fruto de pesquisa meticulosa que cruza fontes portuguesas e angolanas.

Uma oportunidade para refletir

Este lançamento constitui uma oportunidade para refletir sobre o papel determinante da política interna portuguesa nas decisões de política externa no período pós-revolucionário, compreender o reconhecimento diplomático como um ato político e simbólico de grande alcance, e revisitar as raízes históricas que moldaram as complexas e duradouras relações entre Portugal e Angola.

O “Reconhecimento” do Governo Angolano pelo Estado Português 1976"
O “Reconhecimento” do Governo Angolano pelo Estado Português 1976″

Portugal e Angola, entre a Revolução e a diplomacia

Portugal e Angola, entre a Revolução e a diplomacia

PRESS RELEASE — Julho 2025

Novo livro de Domingos Cúnua Alberto ilumina o conturbado caminho das relações entre Portugal e Angola até ao reconhecimento formal da República Popular de Angola em 1976

Lisboa, julho 2025 — Acaba de entrar em impressão o novo livro O reconhecimento” do Governo angolano pelo Estado português (1976) — As visões político-partidárias do PS, PPD/PSD e PCP, do jovem investigador angolano Domingos Cúnua Alberto. A obra traça, com o apoio de fontes inéditas, os 300 dias de impasse que separaram a proclamação da independência de Angola (11 de novembro de 1975) do reconhecimento formal por Lisboa (22 de fevereiro de 1976) — tornando Portugal o 88.º país a fazê-lo.

Mais do que um estudo académico, é um contributo valioso para a memória partilhada entre Portugal e Angola — leitura indispensável a quem se interessa pelo pós-colonialismo e pela soberania africana”  — Prof. Doutor Daniel Marcos, in prefácio

O que torna este livro imperdível?

Três narrativas paralelas: Revela como PS, PPD/PSD e PCP usaram o dossiê angolano para disputar influência no VI Governo Provisório e no Conselho da Revolução.

Documentos até agora fechados: Analisa actas do Conselho da Revolução, memorandos diplomáticos e imprensa da época para reconstituir as negociações de bastidores.

Panorama internacional: Explica a pressão da Guerra Fria, o reconhecimento imediato do Brasil (12 nov. 1975) e a clivagem Leste/Ocidente na OUA e nas Nações Unidas.

Impacto humano: Mostra como o receio de reacções dos refugiados (retornados) e de sectores militares condicionou a decisão portuguesa.

Actualidade: Oferece lições sobre diplomacia de transição que ainda ecoam em relações bilaterais contemporâneas.

Síntese da narrativa

25 de Abril a Alvor: O livro contextualiza a queda do Estado Novo, os acordos de cessar-fogo com FNLA, MPLA e UNITA e o Acordo do Alvor (jan. 1975) que fixou 11 de novembro como data-chave.

Da independência à incerteza: Após a proclamação simultânea da República Popular de Angola pelo MPLA, e da República Democrática de Angola por FNLA/UNITA, Lisboa hesita entre vários cenários possíveis.

O impasse partidário: O PCP defendia reconhecimento imediato; PS e PPD/PSD condicionavam-no a um governo de unidade ou a garantias externas — divergência que bloqueou três Conselhos de Ministros sucessivos.

Viragem de fevereiro: Conversações diretas entre o Presidente Costa Gomes e líderes partidários destravaram o nó: Portugal reconhece Luanda, assegurando a permanência dos dois maiores partidos no Governo.

Sobre o autor

Domingos Cúnua Alberto é mestre em História e em Relações Internacionais pelo ISCTE-IUL e é doutorando em História: mudança e continuidade num mundo global (PIUDHist), no Instituto de Ciencias Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-UL). Publicou artigos científicos na Revista do Instituto Português de Relações (IPRI) Internacionais e na revista de Estudos Ibero-Americanos.

Público-alvo

O público-alvo do livro O reconhecimento” do Governo angolano pelo Estado português (1976) — As visões político-partidárias do PS, PPD/PSD e PCP, de Domingos Cúnua Alberto, inclui os seguintes perfis principais:

Académicos e estudantes

Historiadores, politólogos e investigadores em áreas como:

  • História contemporânea de Portugal e de Angola
  • Descolonização e processos de independência africanos
  • Relações internacionais e diplomacia no contexto da Guerra Fria
  • Estudantes universitários de licenciatura, mestrado e doutoramento em História, Ciência Política, Relações Internacionais, Estudos Africanos e Pós-Colonialismo

Profissionais e decisores

  • Diplomatas, juristas e decisores políticos, interessados nas raízes históricas das relações luso-angolanas
  • Membros de partidos políticos e assessores parlamentares que estudam a evolução ideológica das forças políticas portuguesas

Leitores informados

  • Se interessam pela história da descolonização portuguesa
  • Acompanham temas de política internacional e memória histórica
  • Têm ligação emocional ou familiar com Angola ou com o período revolucionário em Portugal

Comunidades lusófonas

  • Leitores em Angola, Portugal, Brasil e CPLP, que procuram compreender os laços históricos e políticos comuns
  • Intelectuais e membros da diáspora africana que investigam as narrativas oficiais e não-oficiais da independência e da soberania

Em resumo: o livro equilibra rigor académico com clareza na exposição, o que o torna acessível a um público culto e interessado, mas não necessariamente especialista. É especialmente útil para quem procura compreender o entrelaçamento entre política interna portuguesa e o reconhecimento internacional de Angola enquanto Estado soberano.