No próximo dia 14 de março, sexta-feira, a Padaria do Povo, situada na Rua Luís Derouet, n.º 20, em Campo de Ourique, Lisboa, será palco de um debate intitulado “Cidadania Angolana e a Guerra Colonial“. O evento contará com a participação de Eugénio Monteiro Ferreira e Joffre Justino, figuras de destaque no estudo da história contemporânea de Angola.
A iniciativa é organizada pelo Movimento CPLP com Cidadania, Estrategizando e APLP — Associação Promotora do Livre Pensamento. O debate será seguido de um jantar, com um custo de 15 euros por pessoa. Os interessados em participar devem efetuar a inscrição prévia, dada a limitação de lugares.
Este evento oferece uma oportunidade única para refletir sobre a cidadania angolana no contexto da Guerra Colonial, promovendo o diálogo e a partilha de conhecimentos sobre este período marcante da história.
Eugénio Monteiro Ferreira
Eugénio Monteiro Ferreira nasceu em 1949, em Luanda, Angola. Licenciou-se em História e realizou uma pós-graduação em Desenvolvimento Social.
Joffre Justino nasceu em 1951 em Nampula, Moçambique, mudando-se ainda criança com a família para Luanda, Angola.Desenvolveu desde cedo uma perspetiva anticolonialista e independentista. Como estudante universitário em Lisboa, envolveu-se ativamente no movimento associativo e em organizações políticas de extrema-esquerda, como o Comité Revolucionário Marxista-Leninista (CRML). Foi preso em várias ocasiões pela PIDE/DGS devido à sua atividade política. Após a Revolução de 25 de Abril de 1974, continuou a sua militância, integrando organizações como os Comités Amílcar Cabral (CAC) e a Organização Comunista de Angola (OCA).
A Cidade Velha acolheu nos dias 22 e 25 Fevereiro de 2025, a abertura do ciclo de actividades do 35º aniversário da primeira associação de batucadeiras de Cabo Verde.
A associação Nós Herança foi fundada a 25 de Fevereiro de 1990 na Cidade Velha por um grupo de 20 mulheres, na sua maioria mães solteiras rurais, com o objectivo de promover, celebrar e divulgar uma das mais antigas manifestações culturais de Cabo Verde : o Batuko.
As celebrações dirigidas para o público em geral, iniciam-se no dia 22 Fevereiro no Largo do Pelourinho com uma “roda de batuko” em ambiente de terreiro, recebendo vários grupos de batucadeiras da Ilha Santiago. As celebrações prosseguem no dia 25 Fevereiro no Centro Cultural da Cidade Velha com a estreia do filme documentário “M a r i n a”, uma curta-metragem que percorre as memórias mais recônditas de Marina Vaz, patrona do grupo que carrega a sua tradição.
A associação de batucadeiras Nós Herança e a editora NOS RAIZ juntam-se para a organização das celebrações que irão prolongar-se até Novembro 2025, com o apoio do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, Câmara Municipal da Ribeira Grande de Santiago e Centro Cultural Cidade Velha
3 de fevereiro de 2025 — Publicado hoje no Luanda Jornal Metropolitano da Capital, o mais recente texto do escritor e poeta, Ventura de Azevedo, Morte de Nga Mbaxi, é uma poderosa crónica sobre o tempo, a memória e o inexorável ciclo da vida. Sentado à porta de casa, no bairro Golfe, Nga Mbaxi observava o mundo à sua volta – as mudanças no bairro, a degradação da lagoa do Wenji Maka e os costumes de uma nova geração. Mas naquela tarde fria de junho, o velho sábio, conhecedor dos sinais do tempo, viu a sua própria despedida desenhar-se no horizonte. Quando a neta, Vunje, encontrou o avô inerte, o silêncio confirmou o que o corpo já anunciava: Nga Mbaxi partira. Uma história de despedida que é também um retrato do choque entre a tradição e a modernidade.
Ventura de Azevedo
Livros de Ventura de Azevedopublicados pela editora Perfil Criativo | AUTORES.club
Nsambu ye luvuvamu (benção e paz)! “Novas são cada manhã; grande é a tua fidelidade” – Lamentações 3:23.
No âmbito dos 50 anos dos Acordos de Alvor, o Prof. Doutor Carlos Mariano Manuel concedeu uma entrevista à Nkembo TV, conduzida pelo jornalista e pastor João Dombaxe Sebastião. A conversa destacou o papel mediador de Santo Simão Gonçalves Toco durante o processo que culminou na independência de Angola. A entrevista completa está disponível no YouTube:
Na tarde de ontem, dia 7 de janeiro de 2025, o Centro de Estudos Internacionais do ISCTE foi palco de um debate vibrante sobre os desafios económicos e empresariais de Angola no novo contexto estratégico internacional. O evento reuniu especialistas, académicos e interessados na dinâmica política e económica de um país que ocupa um lugar estratégico no tabuleiro global.
Renato Pereira, subdiretor do ISCTE Business School, abriu o encontro destacando o simbolismo do ano de 2025, que marca os 50 anos das independências dos países africanos de língua oficial portuguesa. Segundo ele, o objetivo é olhar para o futuro, ancorando as discussões nos avanços e desafios económicos enfrentados por Angola, num momento em que o país realinha as suas estratégias geopolíticas e procura fortalecer a sua presença no cenário global.
Uma Nova Aliança Internacional?
Com a recente aproximação entre Angola e os Estados Unidos, simbolizada pela visita de altos representantes norte-americanos e novos investimentos anunciados, o debate girou em torno do impacto desse reposicionamento na economia angolana. Para Jonuel Gonçalves, investigador do Centro de Estudos Internacionais do ISCTE, essa mudança reflete não apenas uma estratégia económica, mas também uma tentativa de Angola de se consolidar como um actor relevante na África Austral, num momento em que a competição por influência no continente está mais acirrada do que nunca.
“Angola é hoje um país com potencialidades enormes, mas ainda preso a desafios internos graves, como a desigualdade, a corrupção e a dependência de recursos naturais. A aproximação aos Estados Unidos traz novas possibilidades, mas também exige maior responsabilidade na gestão dos recursos e na inclusão social”, enfatizou Jonuel Gonçalves.
Contrastes Sociais e Políticos
Outro ponto forte do debate foi a dicotomia entre o prestígio internacional crescente de Angola e a sua realidade social alarmante. O país, que recentemente subiu no índice de desenvolvimento humano (IDH) e conquistou avanços no combate à corrupção, ainda enfrenta situações de pobreza extrema. Dados revelam que cerca de dois milhões de crianças estão fora do sistema educacional, e boa parte da população vive sem acesso a bens e serviços essenciais.
Maria João Teles Grilo, arquiteta e interveniente no debate, foi contundente: “Como é possível falar em um país estratégico no cenário mundial quando a sua população vive em condições tão precárias? Precisamos de soluções reais que impactem a vida das pessoas de forma directa.”
João Armando, director do jornal Expansão, destacou a questão da credibilidade da oposição em Angola, afirmando que “a oposição tradicional em Angola tem dificuldade em apresentar soluções concretas. Isto deixa um espaço vazio que muitas vezes é ocupado por setores informais” e deu como exemplo uma questão inconstitucional: “Quando a ministra Vera Daves fez um decreto a dizer que cada deputado só tinha direito a um carro a Assembleia Nacional achou que devia dar dois. Fizeram uma reunião entre eles, sem acesso à imprensa, onde aprovaram juntos, partido estado e oposição, a entrega de dois carros para cada deputado. Cada carro custou 280.000 dólares”.
Educação e Desenvolvimento Humano
Entre os participantes, ficou clara a necessidade de um foco maior em educação e desenvolvimento humano. A falta de qualificação profissional, aliada à fraca qualidade escolar e um sistema escolar que não é universal, foi apontada como um dos maiores entraves para o crescimento económico sustentável de Angola.
João Ricardo Rodrigues, editor da Perfil Criativo | AUTORES.club, ilustrou o problema com um dado preocupante: “Mesmo em sectores essenciais como o do petróleo, as empresas enfrentam dificuldades para encontrar profissionais qualificados que saibam escrever correctamente em português. Isso mostra que a República não fez o trabalho de casa e precisa de investir urgentemente na educação.”
Angola e o Mundo: Um Futuro de Possibilidades
Apesar dos desafios apresentados, os especialistas também apontaram oportunidades. A localização estratégica de Angola, as suas riquezas naturais e o crescente interesse de potências globais são factores que podem alavancar o país para um novo patamar de desenvolvimento.
“É necessário que Angola construa um projecto nacional claro, que alinhe os seus interesses económicos e sociais. Só assim poderemos falar em um futuro realmente promissor”, concluiu Renato Pereira.
O debate contou ainda com a contribuição da ilustre professora Inocência Mata, ensaísta e investigadora, que chamou a atenção para a normalização de condições precárias na sociedade angolana. Para ela, “a questão central é como fazer com que as pessoas falem do quotidiano e das condições reais das pessoas, em vez de se centrarem apenas em indicadores macroeconómicos”.
Por fim, Vitor Ramalho, político e antigo presidente da UCCLA, reforçou que “a solução para os desafios de Angola é antes de mais política. Enquanto não houver uma determinação forte nesse sentido, não haverá crescimento económico que resolva os problemas estruturais do país.”
Os participantes deixaram o ISCTE com uma certeza: o caminho para Angola é longo, mas também cheio de possibilidades. Este debate foi uma chamada à ação e um convite à reflexão sobre como construir um país mais justo e equilibrado, tanto interna quanto externamente.
O Dia da Cultura Nacional em Angola é celebrado anualmente a 8 de janeiro, uma data que homenageia o discurso proferido em 1979 pelo primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, durante a posse dos corpos gerentes da União dos Escritores Angolanos(UEA). Nesse discurso, Neto destacou que “a Cultura evolui com as condições materiais e, em cada etapa, corresponde a uma forma de expressão e de concretização de actos materiais”, enfatizando a cultura como elemento essencial na unidade nacional e na afirmação da soberania do país.
Em 2025, as comemorações do Dia da Cultura Nacional terão como destaque a elevação da dança ancestral Olundongo, originária da região centro do país, especialmente do Huambo, a Património Histórico Nacional. Essa dança, rica em simbolismo para a nação Ovimbundu, será oficialmente reconhecida numa cerimónia marcada para 8 de janeiro. Autoridades tradicionais e historiadores do Huambo celebram essa iniciativa, considerando-a um passo importante para a preservação e valorização das tradições culturais angolanas.
O Ministério da Cultura de Angola tem desempenhado um papel fundamental na organização das atividades alusivas a esta data, promovendo a valorização do património cultural e incentivando a participação ativa dos cidadãos na preservação da identidade cultural do país. Em anos anteriores, a celebração incluiu a outorga de certificados de mérito a artistas e funcionários que contribuíram para o desenvolvimento da cultura angolana. (Nota do editor: A 8 de Janeiro de 2022, o Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente outorga o diploma de mérito ao Historiador Carlos Mariano Manuel pela publicação do Tratado de História de Angola em 3 volumes, que constituem uma importante contribuição para a República de Angola. Foi um passo importante para conseguirmos realizar a apresentação na Fortaleza de São Miguel (Luanda) com sucesso).
Contudo, é importante notar que, apesar dos esforços, ainda há desafios na divulgação e conscientização sobre a importância desta data. Muitos angolanos desconhecem o significado do Dia da Cultura Nacional, apontando para a necessidade de uma maior promoção e educação cultural por parte das autoridades competentes.
O Dia da Cultura Nacional, 8 de Janeiro, serve como um momento de reflexão sobre a importância da cultura na construção da identidade angolana e reforça o compromisso de todos na preservação e promoção das diversas manifestações culturais que compõem o rico mosaico étnico de Angola.
Na comemoração dos 25 anos de existência, a Biblioteca Nacional de Cabo Verde preparou um presente especial para a comunidade: uma Super Promoção de Natal 2024. Este marco importante foi celebrado com a realização da Feira do Livro – Especial Natal, um evento cultural memorável.
A feira aconteceu simultaneamente na Biblioteca Nacional, na Praia, e no Centro Cultural do Mindelo, em São Vicente. A cerimónia de abertura ocorreu no dia 29 de novembro, às 10h30, atraindo amantes da literatura, escritores e a comunidade em geral.
O evento, promovido pelo Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, reforçou o papel fundamental da Biblioteca Nacional de Cabo Verde na preservação e disseminação da cultura e literatura cabo-verdianas. Foi uma oportunidade única para adquirir livros a preços especiais e celebrar o espírito de Natal com leituras e cultura.
A curta-metragem “M A R I N A”, idealizada e realizada por Ricardo Leote com produção da NOS RAIZ, estreia como uma emocionante celebração da vida de Marina Vaz, a batucadeira em palco mais antiga de Cabo Verde. Este projecto foi desenvolvido no âmbito da 2ª edição do BODJI | Concurso Nacional de Ideias para Produção de Curtas-Metragens, que promove a criatividade audiovisual em Cabo Verde.
Com apenas 15 minutos, a obra conduz o público por uma viagem pelas memórias de Marina, natural da histórica Cidade Velha, num ano emblemático da sua vida: os seus 86 anos. A narrativa explora temas profundamente ligados à identidade cabo-verdiana, como a infância humilde, os desafios da escassez alimentar, a relação com o mar e a paixão pelo batuko, símbolo cultural que marcou sua trajectória.
“M A R I N A” conta com trilha sonora de Princezito e do Grupo Nos Herança, e é uma verdadeira homenagem à força e resiliência de uma mulher que personifica a alma cultural de Cabo Verde.
A produção faz parte do Projecto para o Direito Humano à Alimentação Adequada, financiado pela União Europeia e pelo Ministério da Agricultura e Ambiente de Cabo Verde, com implementação liderada pela Associação dos Amigos da Natureza (AAN) e outras entidades parceiras. O projecto procura promover a segurança alimentar e a afirmação de jovens e mulheres rurais, alinhando iniciativas culturais ao desenvolvimento social.
Ficha Técnica:
Com: Marina Vaz
Realização: Ricardo Leote
Produção: NOS RAIZ
Música: Princezito e Grupo Nos Herança
Género: Documental
Duração: 15 min
A NOS RAIZ, sediada na cidade da Praia, é uma editora cultural comprometida com a preservação e promoção do património artístico de Cabo Verde, actuando em diversas áreas como literatura, cinema, música e artes plásticas. Com “M A R I N A”, reafirma sua missão de valorizar as histórias e as tradições que definem a rica identidade cabo-verdiana.
Fique atento para a exibição desta obra única que conecta passado, presente e futuro através das memórias e canções de Marina Vaz.