
Lisboa, 30 de setembro de 2025 – A presença de autores angolanos marcou de forma memorável a edição deste ano da Festa do Livro em Belém, evento anual acolhido pelo Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa.
Num ambiente de proximidade e diálogo, os jovens escritores angolanos tiveram a oportunidade de conversar com o Chefe de Estado, que manifestou grande interesse pelas temáticas africanas de não ficção, sublinhando a importância destas obras para a compreensão das histórias partilhadas entre Angola e Portugal.
Livros adquiridos para a biblioteca do Palácio de Belém
Como é habitual, o anfitrião da Festa do Livro adquiriu algumas das novidades editoriais para integrar a biblioteca do Palácio de Belém:
- Editorias do Expansão 2019-2021, de João Armando;
- O “Reconhecimento” do Governo Angolano pelo Estado Português (1976), de Domingos Cúnua Alberto;
- A Primeira Travessia da África Austral, de José Bento Duarte.
Num gesto simbólico, o editor João Ricardo Rodrigues ofereceu ao Presidente, em nome da família do autor, o terceiro volume da surpreendente obra Os Bantu na Visão de Mafrano — Quase Memórias, de Maurício Francisco Caetano.

Diálogos marcantes
Durante o encontro, Marcelo Rebelo de Sousa manteve uma conversa em particular com Sedrick de Carvalho, preso político, autor e editor, num momento de forte carga humana e política.
O poeta Kaluga trouxe a frescura da nova poesia angolana, enquanto Fernando Kawendimba partilhou com o Presidente os seus novos projetos ligados à psicologia em Angola. Ao contrário do que é habitual, o poeta, autor e diretor-adjunto do Folha 8, Orlando Castro, optou pelo silêncio, deixando espaço para os restantes autores.
O investigador Domingos Cúnua Alberto transportou Marcelo Rebelo de Sousa a memórias dos primeiros anos da democracia portuguesa, destacando o processo das independências africanas como um marco incontornável da história contemporânea.

Um momento inesquecível
O encontro em Belém ficará registado como um momento inesquecível para a literatura angolana em Portugal, reforçando a importância do diálogo entre gerações de escritores e a valorização das vozes africanas na construção de uma memória histórica e cultural partilhada.



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