A primeira travessia da África Austral

A primeira travessia da África Austral

PRESS RELEASE — Informação para publicação imediata, Julho de 2025

O livro A Primeira Travessia da África Austral [De como se chegou à grande viagem dos luso-angolanos Pedro João Baptista e Anastácio Francisco (Angola-Moçambique, 1802-1811) e de como dela se originou um intrigante mistério nas ruas de Lisboa], de José Bento Duarte, acaba de ser publicado (julho de 2025) e está disponível para chegar às livrarias como relevante contributo para o entendimento da história das explorações africanas.

A obra coloca em destaque um feito extraordinário, durante demasiado tempo ignorado ou menosprezado: a travessia efetuada no início do século XIX por dois pombeiros angolanos – Pedro João Baptista e Anastácio Francisco — entre o planalto de Malange (Angola) e o planalto de Tete (Moçambique). Uma viagem de mais de oito anos que atravessou o coração do continente e que não poderá deixar de ser hoje reconhecida como um marco pioneiro e inolvidável da coragem, da tenacidade e do espírito de missão de dois agentes improváveis e, naquela altura, de todo inesperados.

A publicação surge num momento de grande simbolismo: os cinquenta anos da independência de Angola, os cinquenta e um anos da Revolução de Abril (regime democrático em Portugal) e um tempo de renovado debate sobre a herança colonial, a memória histórica e o reconhecimento dos protagonistas africanos nas narrativas globais. Indo ao encontro do lema da União Africana para 2025 — Justiça, não necessariamente de índole material, para os africanos e os povos de descendência africana —, o livro de José Bento Duarte adquire ainda maior atualidade e relevância. Mais do que um relato cronológico, o livro é um ensaio analítico rigorosamente documentado, construído com base em investigação de fontes históricas muito diversas.

Com o prefácio assinado por Uina yo Nkuau Mbuta (nome Kikongo do Prof. Doutor Carlos Mariano Manuel, médico, investigador e autor galardoado com o Prémio Personalidade Lusófona 2023), a obra desenvolve-se numa estrutura de vinte e um capítulos. Abordando de início as concepções míticas sobre o continente africano nascidas na Antiguidade e solidificadas na Idade Média — que tanto pesariam nalguns eventos históricos posteriores —, o livro debruça-se depois sobre os primeiros contactos entre portugueses e africanos, a progressiva instalação colonial nas costas de África entre os séculos XV e XIX, as tentativas de penetração nos sertões e a evolução geral das condições políticas que acabariam por desembocar na acidentada, dramática, mas triunfante viagem dos dois pombeiros.

Lançamento do livro “A Primeira Travessia da África Austral” no Padrão dos Descobrimentos

José Bento Duarte, nascido na cidade angolana de Moçâmedes, é autor de outros livros de temática histórica, como: Peregrinos da Eternidade — Crónicas Ibéricas Medievais e Senhores do Sol e do Vento – Histórias Verídicas de Portugueses, Angolanos e Outros Africanos, reeditados pela Perfil Criativo | AUTORES.club.

No tocante à obra agora publicada, o autor enunciou três razões para o destaque que nela atribuiu à odisseia de Pedro João Baptista e Anastácio Francisco:

  • Primeira: porque a sua formidável caminhada representou, de facto, o lance culminante de um atribulado projecto português com mais de trezentos anos, traduzido num daqueles episódios que prestigiam qualquer país ou comunidade. Comparados com as mais destacadas figuras desses tempos — europeias, africanas ou asiáticas —, ambos merecem, sem favor, enfileirar com elas na galeria dos melhores.
  • Segunda razão: porque, salvo espaçadas e raríssimas excepções, a sua façanha tem sido injustamente menorizada, ou até ignorada, em benefício de personagens que, dispondo de recursos e de apoios incomparavelmente superiores, ou falharam nas tentativas ou se limitaram a repetir — é certo que com outro aparato público — o que eles já haviam feito.
  • Terceira razão: porque senti ser essa, à minha escala, a melhor forma de os honrar. Não só pelo que levaram a cabo em tantos anos de imprevistos e provações, mas por aquilo que demonstraram ser enquanto criaturas humanas inseridas no complexo — e tantas vezes paradoxal e injusto — tecido colonial euro-africano. 

As páginas seguintes ficam, pois, no seu todo, como a homenagem que há muito queria prestar a estes meus dois notáveis conterrâneos de Angola.”

Destaques da obra:

  • A desconstrução dos mitos europeus sobre África;
  • A análise crítica aos fundamentos ideológicos do colonialismo;
  • A revalorização da figura dos dois pombeiros, comerciantes-intermediários africanos, como protagonistas de um feito pioneiro na travessia continental;
  • A denúncia de um apagamento histórico, simbolizado na omissão, por parte da Câmara Municipal de Lisboa num acto público realizado em 1954, do grande feito destes dois angolanos.

A Primeira Travessia da África Austral não é apenas um livro de História. Assume-se como uma vibrante homenagem àqueles viajantes  e constitui um contributo essencial para uma historiografia partilhada, plural e descolonizada. Uma leitura urgente para todos os que procuram compreender o passado para construir um futuro mais justo entre os povos.

O público-alvo

O público-alvo do livro A Primeira Travessia da África Austral, de José Bento Duarte, é amplo, mas pode ser segmentado em quatro grupos principais:

1. Estudiosos e Académicos

  • Historiadores, investigadores de ciências sociais, estudantes de História de Portugal, História de África, pós-colonialismo e relações internacionais.
  • Universidades, centros de estudos africanos e bibliotecas académicas.
  • Pessoas interessadas na reavaliação crítica da narrativa colonial tradicional.

Motivo: A obra tem forte base documental, leitura analítica e propõe uma interpretação histórica rigorosa, com profundidade científica.

2. Leitores de não-ficção e literatura histórica

  • Leitores comuns com interesse por História, descobertas, figuras esquecidas, África e o colonialismo português.

Motivo: A narrativa é acessível, envolvente e levanta questões morais e históricas com grande atualidade, despertando curiosidade intelectual.

3. Público africano e afrodescendente

  • Leitores em Angola, Moçambique e na diáspora africana de língua portuguesa.
  • Jovens e adultos interessados na valorização das figuras africanas esquecidas pela História oficial.

Motivo: O livro resgata o protagonismo africano na História, em particular de dois pombeiros angolanos, promovendo o debate sobre a diversidade cultural africana e a reflexão histórica.

4. Instituições culturais e políticas

  • Organizações dedicadas à memória histórica, justiça pós-colonial, reconciliação e património cultural.
  • Escolas secundárias, museus, ONG e organismos internacionais (ex.: CPLP, União Africana, UNESCO).

Motivo: A obra contribui para o debate sobre reparações, justiça histórica e descolonização e democratização do conhecimento.

Para mais informações, entrevistas com o autor ou pedidos de exemplares:

Contacto do Editor: João Ricardo Rodrigues — Perfil Criativo | AUTORES.club
jr@autores.club | 912.516.505
Encomendas e Distribuição:
encomendas@autores.club | 214.001.788

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