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“Juca” Galiano

“Juca” Galiano

TEXTO DE ARMINDO LAUREANO

FOTOGRAFIAS DE RUI LÓIO

Morreu hoje (15/4/2023) em Lisboa ( Portugal), o embaixador e actual Director dos Recursos Humanos do MIREX, Luís Filipe Alonso do Amaral Galiano “Juca” .

“Primo como irmão” do meu pai Guilherme Galiano , ele passou a ser o meu tio Juca Galiano. Sempre me tratou com amor, respeito, carinho e admiração. O tio Juca era um homem respeitado e respeitador, diplomata de nível, de grande dimensão cultural e intelectual, homem de fino trato. Um amigo, um irmão e camarada.

Foi cônsul -geral de Angola em Faro ( Algarve – Portugal) e foi com o seu apoio que lancei o Vivências 2 na Universidade do Algarve. Estávamos em Novembro de 2016 ( algumas das fotos são do evento) e lá tive um memorável encontro com a comunidade académica angolana e portuguesa. Estive muitas vezes em Faro para estar com ele e apenas conversar. Convidava-me para lhe ir visitar para falarmos de Angola e do mundo. Era um bom orador e gostava de partilhar conhecimentos. Eram visitas únicas e memoráveis, tínhamos encontros no seu escritório e muitas vezes pelo centro histórico de Faro. Era um amigo, companheiro e conselheiro. Com ele aprendi muito sobre a vida, sobre Angola e sobre a diplomacia.

Tinha fé e esperança que fosses vencer o cancro. Tinha expectativas que fosses regressar para uma daquelas conversas ao estilo dos tempos de Faro. Estou triste e “sem banda” meu kota. Perdemos um homem bom. Um pai zeloso e marido dedicado. Descanse em paz, meu tio Luis Galiano . Com calma e com alma.


Nota do Editor: Em 2016 com o trabalho de apresentação dos livros/discos “Vivências”, de Armindo Laureano, actual director do semanário Novo Jornal, demos inicio às nossas actividades editoriais e de divulgação “uma Angola que acontece fora de Angola”. Faro foi o nosso destino para um encontro especial com o embaixador Luís Galiano, que fica registado na nossa memória.

Gonçalves Handyman

Gonçalves Handyman

JORNAL DE ANGOLA

Foi a enterrar no cemitério da Camama, o escritor Gonçalves Handyman Kizela, pseudónimo de Gonçalo Domingos Salvador Quizela, falecido aos 27 anos de idade por afogamento numa das praias de Luanda.

À família consternadíssima juntaram-se no cemitério escritores da geração do malogrado e membros da União dos Escritores Angolanos, que, em nota, já havia exprimido “profunda dor e consternação” pela morte do jovem escritor, professor, designer, editor e animador cultural.

Enquanto editor e designer gráfico Gonçalves Handyman deu mostras do seu talento nos livros-homenagem a Lopito Feijó e João Tala, poetas por cuja obra ele nutria grande admiração. Como escritor publicou no jornal Cultura da Edições Novembro e em antologias digitais da editora Palavra & Arte. Como a maioria dos seus contemporâneos, tinha um enorme domínio das plataformas digitais, onde era bastante activo e deixou uma grande variedade de textos literários.

Gonçalves Handyman Kizela era o símbolo de uma geração de novos escritores que luta pelo reconhecimento do seu talento em meio a enormes dificuldades de publicação e existenciais. Estudante finalista da Faculdade de Humanidades da Universidade Agostinho Neto, era um empreendedor, preocupando-se não só com a publicação dos seus originais mas também de outros escritores, tendo criado a Editora Handyman. Leitor apaixonado e escritor promissor, chegou a participar na oficina literária promovida pelo escritor membro da UEA Gociante Patissa. Era membro do movimento literário Litteragris.

Último encontro no Palácio de Ferro com o falecido Gonçalves Handyman na apresentação do livro "Evangelho Bantu", de Kaluga
Último encontro no Palácio de Ferro com o falecido Gonçalves Handyman na apresentação do livro “Evangelho Bantu”, de Kaluga. O editor João Ricardo Rodrigues escreveu “Ontem estivemos juntos e não chegámos a falar, são estranhos estes encontros e desencontros da nossa Vida. À Família e Amigos de Gonçalves Handyman Kizela, muita força nesta hora difícil. Estaremos sempre juntos!”