Em Lagos a escravatura não é motivo para se apagar a memória

Em Lagos a escravatura não é motivo para se apagar a memória

4/12/2023 — A cidade de Lagos, no Algarve, promoveu debate com os escritores e investigadores Laurentino Gomes (Brasil) e Jonuel Gonçalves (Angola) e a moderação da jornalista Fernanda Almeida, RDP África.

Em cima da mesa duas questões:

O que a história ainda não nos ensinou sobre a escravatura? 

Será o racismo uma consequência da escravatura? 

Para Jonuel Gonçalves o “alvoroço” de contestação e oposição da população de Lagos à chegada dos primeiros cativos e à sua comercialização, é um acontecimento extraordinário registado na crónica de Gomes Eanes de Zurara na “Crónica dos feitos da Guiné” (1448).

Sobre o encontro na Biblioteca Municipal de Lagos este investigador angolano registou no seu blog: “excelente ambiente e pessoas muito interessantes e interessadas”

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Lagos: “Diálogos do sul” de 2023 traz o tema “escravatura”

Lagos: “Diálogos do sul” de 2023 traz o tema “escravatura”

DIA INTERNACIONAL PARA A ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA │ 2 DEZ. 15:30 | BIBLIOTECA MUNICIPAL DE LAGOS JÚLIO DANTAS

Encontro na Biblioteca Municipal de Lagos com os escritores e investigadores Laurentino Gomes (Brasil) e Jonuel Gonçalves (Angola) e a moderação da jornalista Fernanda Almeida, RDP África.

O que a história ainda não nos ensinou sobre a escravatura?

Será o racismo uma consequência da escravatura?

Questões deste nosso tempo para o jornalista, escritor e investigador histórico LAURENTINO GOMES, um dos mais importantes nomes na difusão contemporânea da História do Brasil, autor das trilogias sobre História do Brasil “1808”,“1822” e “1889” (2007-2013) e sobre a escravatura “Escravidão”, 3v. (2019-2022), e JONUEL GONÇALVES, economista, professor, investigador e autor de livros de ficção e não ficção centrados nas relações de economia e poder no Atlântico Sul e na presença de África no mundo. O seu último romance “E agora quem avança somos nós”, baseado em ambientes reais e fatos históricos, e onde os personagens se movem entre o Brasil, Angola e Portugal, esgrima a ideia de que raça é máscara.

Venda de livros e sessão de autógrafos no final da sessão.

LAURENTINO GOMES, paranaense de Maringá, Brasil, e detentor de oito Prémios Jabuti de Literatura, é autor dos livros “1808”, sobre a fuga da corte portuguesa de D. João para o Rio de Janeiro, eleito Melhor Ensaio de 2008 pela Academia Brasileira de Letras; “1822”, sobre a Independência do Brasil; “1889”, sobre a Proclamação da República; e “Escravidão” (em três volumes), além de “O caminho do peregrino”, em coautoria com Osmar Ludovico da Silva. Tem livros publicados no Brasil, em Portugal, nos Estados Unidos, na China e na Rússia. Formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná, com pós-graduação em Administração pela Universidade de São Paulo, é titular da cadeira dezoito da Academia Paranaense de Letras.

JONUEL GONÇALVES tem dupla nacionalidade brasileira e angolana. Envolvido na luta pela independência e democratização de Angola, teve grande parte da sua existência dividida entre o combate clandestino e os exílios. Depois do fim das guerras angolanas passou a viver em trânsito entre África, Brasil e Portugal. Doutor em Ciências pela Universidade Federal do Rio de Janeiro é Pesquisador Associado do Núcleo de Estudos Estratégicos Avançado (NEA/INEST) da Universidade Federal Fluminense (Rio de Janeiro) e Investigador no Centro de Estudos Internacionais do ISCTE-IUL (Lisboa). Em Angola é Orientador de Mestrado no Instituto Superior de Ciências da Educação de Luanda. Autor de inúmeros artigos sobre Economia e Assuntos Africanos, tem vários livros publicados, na área da ficção e do ensaio em Angola, Brasil e Portugal. Em Portugal encontram-se disponíveis os seus títulos mais recentes: os romances “E agora quem avança somos nós” (Elivulu e Perfil Criativo Edições, 2022) e “A Ilha de Martim Vaz” (Guerra & Paz, 2017) e os ensaios “Economia e Poder no Atlântico Sul” (Perfil Criativo Edições, 2022), “África no Mundo livre das imposturas identitárias” (Guerra & Paz, 2020) e “Angola: cinco séculos de guerra económica” (Mayamba e Perfil Criativo Edições, 2023)

FERNANDA ALMEIDA, portuguesa, nasceu em Moçambique, em 1968. Licenciada em Ciências da Comunicação, pela Universidade Autónoma de Lisboa, é Jornalista da RDP África há vinte e seis anos, sempre na área cultural, e responsável e orientadora, na RDP África, dos estágios Curriculares do 1.º Ciclo da Licenciatura em Estudos Africanos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Atualmente produz, realiza e apresenta na RDP África os programas “Manual de Instruções” (programa semanal de entrevistas na área do voluntariado);“Escrever na água” (programa semanal sobre literatura Lusófona) e “Avenida Marginal” (conversas sobre questões fraturantes da nossa sociedade). Na Antena 1 moderou, de 2018 a 2021, o programa “A Páginas Tantas”, com as escritoras Inês Pedrosa, Patrícia Reis e Rita Ferro e, em 2022, o programa literário “Biblioteca Pública”, com os escritores Afonso Reis Cabral, Dulce Maria Cardoso e Richard Zimler. Extra Rádio, coordenou, de 2012 a 2015, o jornal cultural angolano “O Chá”, trabalhou na revista “Visão” (1993-96), colaborou em várias publicações e editoras, apresentou diversos eventos musicais e colaborou na peça de teatro “Os vivos, o morto e o peixe frito” do escritor angolano Ondjaki. Em 2022 foi distinguida com uma Menção Honrosa no Prémio de Jornalismo “Os Direitos da Criança em Notícia” pelas suas reportagens na RDP África “Uma escola, um novo futuro” e “Somos o que fazemos”

Livros de Jonuel Gonçalves disponíveis na nossa plataforma online www.AUTORES.club:

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Encerramento de exposição no Museu Nacional de Arte Antiga

Encerramento de exposição no Museu Nacional de Arte Antiga

Termina no dia 30 de Janeiro de 2022 a exposição BOBA KANA MUTHU WZELA: AQUI É PROIBIDO FALAR!

Reunindo algumas obras das diferentes séries do projeto Revelar a memória a partir do esquecimento, iniciado em 2010, o Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA) acolhe a exposição Boba Kana Muthu Wzela: Aqui é Proibido Falar!, de JRicardo Rodrigues. Partindo do lugar ocupado pelo MNAA, nas imediações do outrora bairro africano do Mocambo, território de “línguas proibidas” nascido no século XVI e hoje praticamente apagado, a exposição reimagina uma presença africana esquecida, evocando personagens e contextos reais ou alegóricos, como os sonhos e pesadelos de um Marquês de Pombal com uma outra biografia. Em encenações fotográficas de grande formato que dialogam com a tradição artística presente na coleção do Museu (mesmo que não de forma explícita), JRicardo Rodrigues reconfigura a memória a partir da ausência, cruzando o passado com a contemporaneidade e questionando continuidades, contrastes e heranças.

No Domingo 23 de Janeiro de 2022 foi realizado um último encontro com o artista para descobrir o “quinto neto da rainha Ginga” e o grande bairro do Mocambo, de Lisboa. Foram duas horas e meia de conversa sobre Arte e as raízes angolanas da cidade. Na intervenção foi dada uma atenção ao tema da escravatura. De apoio à informação dada, fica aqui a visita à exposição do investigador de economia política no Atlântico Sul, Jonuel Gonçalves, e o seu estudo sobre a Escravatura, e na transmissão de que houve gente que se indignou com o comércio de escravos no tempo da escravatura.

Angola: desde antes da sua criação pelos portugueses até ao êxodo destes por nossa criação – Edição Especial – Volume II

História de Angola

Ler Volume II: Prefácio de Dr. Onofre dos Santos e início do Capítulo XIII. Leitura livre da página 763 à 759.

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