Portugal e Angola, entre a Revolução e a diplomacia

Portugal e Angola, entre a Revolução e a diplomacia

PRESS RELEASE — Julho 2025

Novo livro de Domingos Cúnua Alberto ilumina o conturbado caminho até ao reconhecimento formal da República Popular de Angola em 1976

Lisboa, julho 2025 — Acaba de entrar em impressão o novo livro O reconhecimento” do Governo angolano pelo Estado português (1976) — As visões político-partidárias do PS, PPD/PSD e PCP, do jovem investigador angolano Domingos Cúnua Alberto. A obra traça, com o apoio de fontes inéditas, os 300 dias de impasse que separaram a proclamação da independência de Angola (11 de novembro de 1975) do reconhecimento formal por Lisboa (22 de fevereiro de 1976) — tornando Portugal o 88.º país a fazê-lo.

Mais do que um estudo académico, é um contributo valioso para a memória partilhada entre Portugal e Angola — leitura indispensável a quem se interessa pelo pós-colonialismo e pela soberania africana”  — Prof. Doutor Daniel Marcos, in prefácio

O que torna este livro imperdível?

Três narrativas paralelas: Revela como PS, PPD/PSD e PCP usaram o dossiê angolano para disputar influência no VI Governo Provisório e no Conselho da Revolução.

Documentos até agora fechados: Analisa actas do Conselho da Revolução, memorandos diplomáticos e imprensa da época para reconstituir as negociações de bastidores.

Panorama internacional: Explica a pressão da Guerra Fria, o reconhecimento imediato do Brasil (12 nov. 1975) e a clivagem Leste/Ocidente na OUA e nas Nações Unidas.

Impacto humano: Mostra como o receio de reacções dos refugiados (retornados) e de sectores militares condicionou a decisão portuguesa.

Actualidade: Oferece lições sobre diplomacia de transição que ainda ecoam em relações bilaterais contemporâneas.

Síntese da narrativa

25 de Abril a Alvor: O livro contextualiza a queda do Estado Novo, os acordos de cessar-fogo com FNLA, MPLA e UNITA e o Acordo do Alvor (jan. 1975) que fixou 11 de novembro como data-chave.

Da independência à incerteza: Após a proclamação simultânea da República Popular de Angola pelo MPLA, e da República Democrática de Angola por FNLA/UNITA, Lisboa hesita entre quatro cenários possíveis.

O impasse partidário: O PCP defendia reconhecimento imediato; PS e PPD/PSD condicionavam-no a um governo de unidade ou a garantias externas — divergência que bloqueou três Conselhos de Ministros sucessivos.

Viragem de fevereiro: Conversações diretas entre o Presidente Costa Gomes e líderes partidários destravaram o nó: Portugal reconhece Luanda, assegurando a permanência dos dois maiores partidos no Governo.

Sobre o autor

Domingos Cúnua Alberto, é doutorando em História Contemporânea e investigador no ICS — Instituto De Ciencias Sociais da Universidade de Lisboa. Publicou artigos no Instituto Português de Relações Internacionais e esteve envolvido em projectos sobre descolonização lusófona.

Público-alvo

O público-alvo do livro O reconhecimento” do Governo angolano pelo Estado português (1976) — As visões político-partidárias do PS, PPD/PSD e PCP, de Domingos Cúnua Alberto, inclui os seguintes perfis principais:

Académicos e estudantes

Historiadores, politólogos e investigadores em áreas como:

  • História contemporânea de Portugal e de Angola
  • Descolonização e processos de independência africanos
  • Relações internacionais e diplomacia no contexto da Guerra Fria
  • Estudantes universitários de licenciatura, mestrado e doutoramento em História, Ciência Política, Relações Internacionais, Estudos Africanos e Pós-Colonialismo

Profissionais e decisores

  • Diplomatas, juristas e decisores políticos, interessados nas raízes históricas das relações luso-angolanas
  • Membros de partidos políticos e assessores parlamentares que estudam a evolução ideológica das forças políticas portuguesas

Leitores informados

  • Se interessam pela história da descolonização portuguesa
  • Acompanham temas de política internacional e memória histórica
  • Têm ligação emocional ou familiar com Angola ou com o período revolucionário em Portugal

Comunidades lusófonas

  • Leitores em Angola, Portugal, Brasil e CPLP, que procuram compreender os laços históricos e políticos comuns
  • Intelectuais e membros da diáspora africana que investigam as narrativas oficiais e não-oficiais da independência e da soberania

Em resumo: o livro equilibra rigor académico com clareza na exposição, o que o torna acessível a um público culto e interessado, mas não necessariamente especialista. É especialmente útil para quem procura compreender o entrelaçamento entre política interna portuguesa e o reconhecimento internacional de Angola enquanto Estado soberano.