Luanda, 26 de Janeiro de 2023 – O Embaixador de São Tomé e Príncipe em Angola, Carlos Gustavo dos Anjos, recebeu na passada quarta-feira, dia 25 de Janeiro, em Luanda, uma delegação da família do escritor e etnólogo angolano Maurico Caetano, que lhe informou sobre a próxima publicação do Volume II da colectânea póstuma «Os Bantu na visão de Mafrano – Quase Memórias».
Depois da publicação do primeiro volume em Maio de 2022, o volume dois desta colectânea sobre Antropologia cultural angolana poderá ser apresentado ao público em Julho de 2023.
Tanto o editor como a família do autor estão de acordo com esta calendarização e os contactos estão muito avançados. A cidade de São Tomé e Príncipe, por seu turno, foi escolhida para o anúncio público desta nova obra, a ser feito durante uma cerimónia agendada para o dia 1 de Fevereiro na Faculdade de Ciências e das Tecnologias.
Se o Volume I traz textos de MAURÍCIO CAETANO com a data de 1957, o próximo Volume II faz o leitor recuar 11 anos, num resgate do que o autor escreveu em 1946 no Jornal «Semanário Angola Norte», editado em Malanje e também no Jornal católico «O Apostolado» de 1959 a 1973.
Naquela época, Mafrano, o pseudónimo literário de Maurício Caetano, já era um vigoroso investigador empenhado na defesa da Cultura Bantu, como mostram os extractos que se seguem:
«…a inegável ressonância com as fábulas de todas as latitudes e tempos, que apresentam os animais não só falando entre si, como ainda com o homem (o Bantu), só mostra que todas as raças humanas têm um fundo psicológico comum», escreveu ele em 1972, citando exemplos da mitologia greco-romana.
E Mafrano dizia mais, em 1972: «O individuo que hoje coma uma tangerina não tem preocupação de lembrar, sendo português, que os seus compatriotas conheceram, essa citrina, pela primeira vez, como oriunda de Tânger (Marrocos) e daí o nome. Este foi, em tempos idos, uma palavra composta: laranja-tangerina. Os franceses, mais tradicionalistas do que nós, dizem ainda hoje “Orange de Tanger”, embora digam também “mandarine”.»
«O leitor que tenha boa memória pode fazer uma lista bonita de expressões, ditados, máximas, aforismos e anexins que nos evocam um passado que passou mesmo», acrescenta igualmente.
«Quem vê ainda hoje um coqueiro no “Bairro dos Coqueiros”, em Luanda, que conserva este nome? Onde é que há cisternas hoje na Maianga? Ora, nós continuamos com os termos coqueiros (que já os ouve) e com “maianga”, uma palavra Kimbundu que significa poço, cisterna, em português», são estas algumas das citações do próximo Volume II da colectânea «Os Bantu na visão de Mafrano – Quase Memórias» cujo anúncio será feito numa cerimónia de homenagem ao cónego José da Costa Frota, o sacerdote de São Tomé e Príncipe que educou o autor, então órfão.
Esta versão é a mais actualizada !
Terminou a primeira fase, digitalização, do Volume II da colectânea «Os Bantu na visão de Mafrano», de Maurício Francisco Caetano. Caso não haja imprevistos, o livro poderá ser lançado em Julho de 2023. Tanto o editor como a família do autor estão de acordo com esta calendarização e os contactos estão bem encaminhados. A cidade de São Tomé e Príncipe, por seu turno, foi escolhida para o anúncio público desta nova obra, a ser feito durante uma cerimónia já agendada para o dia 01 de Fevereiro na Faculdade de Ciências e das Tecnologias.
Se o Volume I trazia textos de MAURÍCIO CAETANO com a data de 1957, o Volume II faz-nos recuar 11 anos para resgatar o que o autor escreveu em 1946 no Jornal “Semanário Angola Norte”, editado em Malanje. Naquela época, Mafrano já era vigoroso na defesa da Cultura Bantu, como mostram os textos que se seguem:
«…a inegável ressonância com as fábulas de todas as latitudes e tempos, que apresentam os animais não só falando entre si, como ainda com o homem (o Bantu), só mostra que todas as raças humanas têm um fundo psicológico comum», escreve ele.
E Mafrano diz-nos mais: «O individuo que hoje coma uma tangerina não tem preocupação de lembrar, sendo português, que os seus compatriotas conheceram, essa citrina, pela primeira vez, como oriunda de Tânger (Marrocos) e daí o nome. Este foi, em tempos idos, uma palavra composta: laranja-tangerina. Os franceses, mais tradicionalistas do que nós, dizem ainda hoje Orange de Tanger, embora digam também mandarine.»
«O leitor que tenha boa memória pode fazer uma lista bonita de expressões, ditados, máximas, aforismos e anexins que nos evocam um passado que passou mesmo.
Quem vê ainda hoje um coqueiro no “Bairro dos Coqueiros”, desta cidade, (Luanda) que conserva este nome? Onde é que há cisternas hoje na Maianga? Ora, nós continuamos com os termos coqueiros (que já os ouve) e com maianga que significa em Kimbundu poço, cisterna».
Esta e outras questões foi o tema de uma audiência que o Embaixador de São Tomé e Príncipe concedeu no passado dia 25 de Janeiro, a dois membros da família de Maurício Caetano, antes da cerimonia que terá lugar na capital daquele pais.
O primeiro volume da colecção “Os bantu na visão de Mafrano” (Ed. 2022) será apresentado na Faculdade de Ciências e das Tecnologias da Universidade de São Tomé e Príncipe, no auditório da Faculdade de Ciências e das Tecnologias, na cidade de São Tomé, a 1 de Fevereiro, quarta-feira, às 15h00.