A glória de Mafrano (1916-2023)
24/12/2023 — Chama-se Maurício Francisco Caetano e nasceu aos 24 de Dezembro de 1916, completam-se hoje 107 anos.
Em Angola, escreveu, desde os anos 40’s, para os jornais e revistas mais notáveis do seu tempo, com um total de sete (7) pseudónimos até aqui já desvendados, ao lado de figuras que também fizeram História, no seu país e no mundo. Em Dezembro de 1975, foi um dos membros fundadores da União dos Escritores Angolanos (UEA).
No dia 14 de Maio de 2022, Dom Zacarias Kamwenho, o arcebispo emérito do Lubango e prémio Sakharov 2001, deslocou-se a Luanda para a apresentação da sua colectânea, «Os Bantu na visão de Mafrano – Quase Memórias», considerando-o «O antropólogo maior de Angola»!
Partiu deste mundo aos 25 de Julho de 1982 e deixou um legado com mais de mil páginas de escritos, dentre os quais, mais de 700 estão compilados em «Os Bantu na visão de Mafrano», antropologia cultural, em três volumes, que para uns constitui a visão mais moderna sobre a africanidade.
No dia 25 de Julho de 2023, em Luanda, o lançamento do volume II desta sua colectânea foi prestigiado com uma apresentação de luxo por Dom José Manuel Imbamba, arcebispo de Saurimo e Presidente da CEAST (Conferência Episcopal de Angola e São Tomé e Príncipe). Meses mais tarde, no dia 5 de Dezembro, na comuna do Lubango, coube à prestigiada escritora moçambicana Paulina Chiziane, fazer a apresentação da sua obra na Missão Católica da Huíla, um monumento classificado como Património Histórico, e onde estudou o seu tutor, reverendo cónego José Pereira da Costa Frotta, de origem santomense (1879-1954).
No dia 20 de Dezembro de 2023, na cidade da Praia, capital de Cabo-Verde, diz-se que Mafrano fechou o ano com chave de ouro, ao ser apresentado o seu volume II na presença de notáveis figuras da elite intelectual e da hierarquia religiosa deste pais, com merecidos destaques para Dom Arlindo Gomes Furtado Bispo e Cardeal de Santiago; a embaixadora de Angola, Júlia Machado; e um seu ex-aluno nos anos 40’s em Luanda, o médico e nacionalista Manuel Rodrigues Boal (natural da Muxima, onde nasceu em Maio de 1934). E, uma nota de destaque para a apresentadora deste volume dois da colectânea de Mafrano, a Profª Drª Antonieta Lopes, que tanto encantou os participantes, na BNCV.
No dia 10 de Novembro de 2023, o antropólogo Kabengele Munanga, professor emérito da Universidade de São Paulo, Brasil, recomendou durante uma vídeo conferência organizada pela universidade estadual do Rio de Janeiro que a obra de Mafrano seja «utilizada por novos antropólogos angolanos e africanos em salas de aulas, para explicar essas culturas [ancestrais], que hoje já não existem»
Ainda é confidencial, mas o Presidente da República de Cabo-Verde, José Maria Neves, numa das imagens abaixo, chegou a dar como certa aquela que seria a mais prestigiosa presença, na cerimónia que teve lugar na sala de conferências da Biblioteca Nacional de Cabo-Verde (BNCV), às 17:00, não fossem os seus inadiáveis compromissos de Estado para além da hora do evento. Outro ausente, foi o escritor e ex-presidente de Cabo-Verde Jorge Carlos Fonseca (presente na apresentação do primeiro volume desta coletânea no dia 5 de Agosto de 2022, também na cidade na Praia), aqui, abaixo, em duas das imagens, uma das quais quando assistia à uma reunião do Conselho da República de Cabo-Verde, realizado na semana de 21 de Dezembro, mas na altura ausente do país.
Imagens e factos que já correm o mundo, fazem História e nos permitem dizer que 2023 foi, indiscutivelmente, um ano de glória a Mafrano!