Museu da Fortaleza de São Francisco do Penedo: um mergulho na história de Angola

Museu da Fortaleza de São Francisco do Penedo: um mergulho na história de Angola

Luanda, 15 de junho de 2023 – Um novo e empolgante capítulo na história cultural de Angola está prestes a ser escrito com a inauguração do Museu da Luta de Libertação na Fortaleza de São Francisco do Penedo. Situado numa fortaleza datada do século XVIII, este museu é resultado de um projeto ambicioso que abrange a recuperação e conservação do património histórico, bem como a criação de uma experiência museológica única.

A Fortaleza de São Francisco do Penedo, também conhecida como a ex-casa de reclusão militar de Luanda, é uma testemunha silenciosa de um período importante no passado de Angola, desde o início dos anos 40 até o discurso de proclamação da independência em 11 de novembro de 1975. Com a abertura originalmente prevista para 2019, o projeto passou por uma extensa fase de desenvolvimento para garantir um resultado de alta qualidade.

Este empreendimento abrangente integra serviços de arquitetura e design expositivo, desde a reabilitação da fortaleza até a criação de uma marca para este equipamento cultural. O objetivo é oferecer aos visitantes uma experiência imersiva que traga à vida a história de Angola durante esse período crucial.

Em termos museográficos, o Museu da Luta de Libertação apresentará uma combinação harmoniosa de objetos históricos, filmes, design de som e iluminação, textos e imagens estáticas e animadas. Cada elemento foi cuidadosamente selecionado e colocado para criar uma narrativa envolvente que levará os visitantes a uma viagem no tempo.

A equipe responsável pelo projeto enfrentou o desafio de preservar a integridade histórica da fortaleza enquanto a adaptava para as necessidades de um museu moderno. A restauração meticulosa dos elementos arquitectónicos originais, como muralhas, celas e espaços comuns, foi combinada com a instalação de tecnologia avançada para aprimorar a experiência dos visitantes.

Além disso, a criação de uma marca exclusiva para o museu ajudará a estabelecer sua identidade no cenário cultural de Angola. Esse trabalho envolveu a colaboração de especialistas em design gráfico e consultores de marketing, que buscaram transmitir a importância histórica e cultural do local por meio de uma identidade visual única e impactante.

O Museu é um testemunho do compromisso de Angola em preservar e valorizar sua história. Com sua abertura iminente, espera-se que o museu se torne um ponto de referência cultural e educacional, oferecendo aos visitantes uma oportunidade incomparável de conhecer e apreciar o rico legado do país.

As obras finais estão em andamento, e a data oficial de abertura será anunciada em breve. Os entusiastas da história e os curiosos de Angola estão ansiosos para explorar o Museu da Fortaleza de São Francisco do Penedo e embarcar nessa jornada fascinante através do tempo.

Fotografias: Saraiva + Associados

Vídeos das empresas que estão a instalar o Museu da Luta de Libertação na Fortaleza de São Francisco do Penedo

“Ai meu Deus, quanto é duro, Kikola”

“Ai meu Deus, quanto é duro, Kikola”

Por Sandra Poulson, primeiro capítulo do livro “Mukua Milele — Panos da minha avó” (Ed. 2023)

Os panos da minha avó eram os mais lindos de toda a cidade, em tons fortes como a nossa natureza. Vermelhos como o xinguilar das muxiluandas da Ilha de Luanda, negros como a bravura da nossa raça, amarelos como o sol que nos presenteia todos os dias.
Algumas vezes eram verde-azulados como as nossas águas do mar, outras eram cor-de-laranja como sol a beijar o oceano Atlântico, desprendendo-se serenamente do azul celestial onde a mãe da minha mãe descansa em paz. 
Os panos da minha avó, que as outras avós vestiam, deambulavam por todas as ruas, riscando o asfalto e a terra quente, com as suas linhas verticais, em tons suaves ou fortes, tomando uma cor arenosa que deixava o tom deslavado para trás.
Naquela altura os panos vinham do mato, ou eram comprados no musseque, na loja de um branco qualquer que falava kimbundu para melhor vender, e se possível enganar subtilmente. 
Entravam no atelier mamãs com vários níveis de exigências, mas no final todas queriam um bom corte, uma boa costura, um bordado perfeito, e um croché alinhado.  
À minha avó cabia  bem confecionar com dedicação, carinho e amor. 
Quando na rua caminhavam, os seus portes transpiravam o charme de uma mulher angolana, fascinando homens e mulheres que abriam alas para as deixar passar. 
A minha avó era a mãe suprema de quem não tinha ascendente ou parente. Era o modelo de bondade, caridade, solidariedade, carinho e de miminho.
Quando a minha avó foi descansar, eu não meti kisunde, a tira de pano ao pescoço como sinal de luto, nem fumo na manga da camisa, porque eu não uso camisa, nem meti o pano preto na janela, nem a rendada mantilha negra a cobrir a minha cabeça, descaindo em cascata sobre os ombros, o bófeta.
O meu corpo encorpou a minha avó, e apesar de eterna ausência ser longínqua, eu ainda a sinto.
Fiquei de tanga, na véspera dos meus anos, quando vestiram a minha avó com o rendado vestido azul, que ela tinha costurado há muitos anos, para quando chegasse o dia dela  descer à terra, e eu chorar, sem estar presente. 
Restou-me ficar com a imagem bonita e carinhosa dela viva, da pessoa que me deu os primeiros e sábios ensinamentos.
A minha avó, tal como tantas outras mamãs, já não tinha espírito nem físico para aguentar, outra vez, uma guerra civil. Eram as bombas colocadas nos prédios, as pessoas a serem levadas para lugares incertos por partilharem ideias diferentes, eram os parentes perseguidos, eram os parentes e os amigos que conseguiam subir o oceano Atlântico e virar as costas aos agrores da guerra. E ao fim de alguns meses da guerra de 1992, e da instabilidade, ela partiu para não mais voltar.
A minha avó eternizou mais cedo do desgosto de ver e sentir a nossa sepultura cavada todos os dias, malembe, malembe.
A minha avó era o Sol, a luz, o brilho que todos nós precisávamos para viver. 
A banga tinha acabado, agora restava-me, para além dos seus ensinamentos, as tangas que ela deixou. 
A verde-esmeralda, ácida como a urzela e gelatinosa como o quiabo, foi herdada pela minha mãe, na esperança de ser adocicada. A amarela alaranjada, igual ao azeite de palma, coube aos filhos homens, para que não escorregassem muito entre saias. A azul, esvoaçando como os peitos-celestes, de galho em galho, ficou para o Lindo, porque ele merecia o céu. A rosa avermelhada com veios escuros separando os quatro gomos, que nos estimula a circulação sanguínea, ligando-nos ao além e pequena como o makezo, foi dividida, cabendo cada kiesu, pedaço pequeno, a cada uma das filhas. Este representava o acordar diário da minha avó. Esfregava os dentes com pau de vikussi, raspava a língua com uma tira de lata de flocos de aveia ou de atum. Jejuava de seguida, mascando lentamente pedacinhos de gengibre e noz de cola (Sterculia Acuminata), acompanhados com vinho abafado, quinado ou maluvo, para enfrentar a dureza do dia. 
Ai, meu Deus! quanto é duro, Kikola.


Lançamento de “3em1”

Lançamento de “3em1”

3 em 1 é um conjunto de 3 obras com características diferentes. Assim, De entre o céu e o inferno apresenta-nos os “diálogos”, que pretendem remeter quem lê para Pedro, o mais velho, e Paulo, o mais novo, esses mesmo, os primeiros em que pensamos quando ouvimos estes nomes. Estão primeiro porque foram enviados na frente, são os apóstolos. O restante é a forma de ver o que está à volta e de retratar um percurso. Hortu gERal é um olhar sobre a nossa sociedade neste canto ocidental e De mim para mil é uma forma de partilha com todos os que o queiram da individualidade e de algum sentimento mais intimista. Em ambos surgem o trocadilho, o jogo de palavras levado à decomposição delas próprias e ao papel do gráfico na própria apresentação de que o próprio título “Horto gERal” pretende ser um exemplo.

O autor, Filipe J. D. Pereira, e o editor da Perfil Criativo – Edições têm o gosto de convidar V: Ex.ª para a apresentação do livro 3 em 1.

A realizar na quarta-feira, 21 de Junho de 2023, às 13h00, na biblioteca da Escola Superior de Tecnologia de Setúbal, no Instituto Politécnico de Setúbal ( Campus do IPS Estefanilha, 2914-508 Setúbal)

Apresentados em Lisboa livros do JUBA e memórias de Domingos Inguila João

Apresentados em Lisboa livros do JUBA e memórias de Domingos Inguila João

9/6/2023 — A segunda mais antiga livraria de Lisboa encheu para homenagear os antigos craques do futebol angolano e apresentar os livros “JUBA – O futebol em ritmo de Merengue” (Ed. 2023) e “Domingos Inguila João — As minhas memórias” (Ed. 2023), de Francisco Van-Dúnem, antigo jogador do JUBA – Juventude Unida do Bairro Alfredo, mais conhecido como “Vadiago”. Participaram na apresentação, Tó Amaro, antigo dirigente do JUBA, e o treinador João Machado. Durante a apresentação foi relatado o livro “Futebol Popular no Sambizanga 1974-1976” (Ed. 2020), o primeiro livro sobre a memória do futebol no Sambizanga, publicado pela nossa editora.

Está de parabéns Francisco Van-Dúnem por resgatar a memória do futebol no Sambizanga, em Luanda.



Quem é Francisco Van-Dúnem “Vadiago”?

“Man Vádia”, ou simplesmente “Vadiago”, nome de bairro de FRANCISCO DE CARVALHO VAN-DÚNEM. Nasceu em Luanda, no bairro Sambizanga, no dia 12 de Abril de 1956. Passou a sua adolescência no Sambizanga (Bairro do Caniço – Sector Mota) e depois no Bairro Operário.
Como a maioria dos seus contemporâneos, jogou futebol no bairro e nos mais variados campos pelados da capital. Como jogador federado, na categoria de júnior, representou o GD de Santa Ana, do Centro Recreativo Salão Faria. Fez treinos de futebol nas camadas jovens do Desportivo União de S. Paulo e como sénior no Bangú Futebol Clube. 
Como geocientista, trabalhou na indústria petrolífera durante 30 anos. 
Actualmente é trabalhador reformado da Sonangol Pesquisa e Produção e está a desenvolver, desde 2019, um extraordinário trabalho de recolha das memórias do Sambizanga e do futebol de Luanda, um trabalho que deveria ser acompanhado e apoiado pelas instituições públicas e privadas da República de Angola.


Entrevistas à Rádio 5, reportagem de Mário Júlio Afonso (Rádio 5 e TV Zimbo)




Cerimónia de lançamento oficial

Programa em Luanda

“JUBA – O Futebol ao Ritmo de Merengue”

“Domingos Inguila João – As Minhas Memórias”

Data e local do evento: 29 Julho 2023 / Cidadela Desportiva – Restaurante “O Cantinho do Desportista”. Rua Senado da Câmara – Luanda

Palestras:

10h00 – Abertura – Jornalista Jerónimo Gonçalves

10h15 – “O Sambizanga de Hoje” – Administrador do Distrito Orlando Paka 

11h00“Os grandes TRUMUNOS no Sambizanga” – Década de 60 e início de 70 – Man Garito

10h15“O JUBA – Juventude Unida do Bairro Alfredo” – Frikiki, Quim Franco e Alvarito

11h00 – Sessão de autógrafos.

Sessão de Autógrafos

– Convívio em homenagem às velhas glórias do futebol Luandense

Data e Local do Evento: 5 de Agosto de 2023 / Na Figueira – Rua 12 de Julho / Bairro Alfredo – Sambizanga – Luanda

10h00 – Sessão de autógrafos 

Uina yo Nkuau Mbuta, “Personalidade Lusófona de 2023” em Prémio do Movimento Internacional Lusófono

Uina yo Nkuau Mbuta, “Personalidade Lusófona de 2023” em Prémio do Movimento Internacional Lusófono

É com muito orgulho que recebemos a notícia de que o professor catedrático Carlos Mariano Manuel (Uina yo Nkuau Mbuta) é Prémio MIL Personalidade Lusófona de 2023, por decisão unânime dos vários órgãos sociais do MIL.

Este prémio, atribuído este ano a uma personalidade angolana, teve como anteriores premiados, Lauro Moreira (2010), Ximenes Belo (2011), Adriano Moreira (2012), Domingos Simões Pereira (2013), Ângelo Cristóvão (2014), Gilvan Müller de Oliveira (2015), Duarte de Bragança (2016), Ruy Mingas (2017), Manuel de Araújo (2018), Manuel Pinto da Costa (2019), Alarcão Troni (2020), Francisco Ribeiro Telles (2021) e Jorge Carlos da Fonseca (2022).

“Nos últimos anos, tenho sido testemunha do elevado carácter do Prof. Doutor Carlos Mariano Manuel, que muito nos orgulha com este prémio, uma recompensa pelo enorme esforço na divulgação da História de Angola e de Portugal. ‘A História é uma grande parábola’ afirmava o autor no início dos nossos encontros para a preparação da publicação do Tratado da História de Angola. É também um extraordinário exemplo de cidadania, por parte de alguém que sem qualquer apoio do Estado, se não conformou com a ausência da nossa História devidamente organizada e publicada. Parabéns Angola!”, afirmou o editor João Ricardo Rodrigues.

Movimento Internacional Lusófono

O Movimento Internacional Lusófono, ou MIL, é um movimento cultural e cívico internacional que visa a promoção da cultura lusófona no mundo, o estreitamento dos laços entre os países da CPLP e ainda os laços destes com os povos falantes de português espalhados por toda a Terra.

Tem actualmente a sua sede no Palácio da Independência, em Lisboa.

A inspiração para o MIL assenta nas palavras do filósofo Agostinho da Silva, cidadão luso-brasileiro, na proposta de reorganização de Portugal e do mundo lusófono que redigiu em 1974, dirigindo-se ao “Povo não realizado que actualmente habita Portugal, a Guiné, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, o Brasil, Angola, Moçambique, Macau, Timor, e vive, como emigrante ou exilado, da Rússia ao Chile, do Canadá à Austrália”

Autor do Tratado da História de Angola visita biblioteca particular com acervo impressionante

Autor do Tratado da História de Angola visita biblioteca particular com acervo impressionante

1/6/2023 — Acompanhámos a visita do autor do monumental Tratado da História de Angola, Prof. Doutor Carlos Mariano Manuel, à biblioteca particular do Eng. Daniel Nunes, um apaixonado pela cultura africana. A biblioteca abriga uma coleção impressionante de aproximadamente 50.000 volumes dedicados ao continente africano, além de centenas de documentos históricos, alguns dos quais classificados como secretos. O arquivo relacionado com Angola é o mais proeminente dentro do acervo visitado.

O Eng. Daniel Nunes, conhecido pela sua dedicação à leitura, reserva cinco horas por dia para se aprofundar no conhecimento sobre o continente africano. A sua biblioteca particular tornou-se um santuário para todos aqueles que estão interessados na história e cultura do continente africano e atrai estudiosos e pesquisadores de todo o mundo.

Durante a visita do Prof. Doutor Carlos Mariano Manuel, ambos os estudiosos tiveram a oportunidade de trocar conhecimentos e discutir aspectos relevantes sobre a história de Angola e a sua relação com a antigo país colonizador mas também com os países vizinhos. O Eng. Daniel Nunes compartilhou a sua cultura e revelou a importância de preservar e divulgar o legado histórico do continente.

O Prof. Doutor Carlos Mariano Manuel expressou sua gratidão pela oportunidade de visitar esta importante biblioteca privada e enriquecer ainda mais sua compreensão sobre a história de Angola. Foi visível a sua surpresa quando observou um raro livro russo, do século XVI, dedicado ao território de Angola.  Aproveitou para ressaltar a importância de coleções particulares.

O Eng. Daniel Nunes, por sua vez, destacou a importância do conhecimento como ferramenta para promover e valorizar a rica herança africana.

Dr. Miguel Bahia, Prof. Doutor Carlos Mariano Manuel e Eng. Daniel Nunes



Grandes trumunos no Sambizanga

Grandes trumunos no Sambizanga

Sobre o Sambizanga o mais-velho craque de futebol, Domingos Inguila João, recorda “como toda a criança no bairro, em 1955, já com 10 anos de idade, comecei a dar os primeiros pontapés numa bola de trapos. Practicava futebol com os meus primos, colegas de escola e amigos de bairro. No bairro formávamos duas equipas através de uma escolha a que chamavamos ‘Medição’. Também practicava o ‘rede à rede’, que consistia em ter dois elementos, um em cada baliza. As balizas eram feitas usando o bordão como postes e cordas de sisal que serviam de traves. Cada um chutava e defendia o chute um do outro. Quem marcasse mais golos vencia o jogo. 
No bairro ou na escola, sempre fiz parte de equipas de futebol. Comecei na adolescência, a participar nos grandes trumunos que se realizavam aos finais de semana, nos campos de terra batida do Sambizanga. Jogava pelo Sporting da Musserra e pelo Lusitano do Pango Aluquém, e mais tarde pelos ASES FC. O Sporting Clube da Musserra foi um clube de bairro fundado pelos meus tios, e o qual o meu pai foi um dos dirigentes. Era portanto um clube de família, daí ter feitos alguns jogos em representação da sua equipa de futebol. Por esse clube passaram também outros elementos, entre os quais cito o guarda-redes Aranha, André Fanfa, Daniel Cata, Victorzinho da Popa Russa, Manuel Charuto, Pedro João Liberal, João Gaio, Natalino, Manuel Gaspar (Man Garito), Azevedo (Massa Tomate), Viera e Barbosa.  
Aqueles trumunos, nos campos de terra batida do Sambizanga, entre equipas do bairro e arredores, lotava os campos, sendo uma montra onde os mais velhos mostravam toda a sua classe.    
Nos campos do Sambizanga ou dos arredores, como os do Benfica do Congo , o «Quintalão» de São Paulo ou o dos CTT (Correios Telegráfos e Telefones), eramos muitos os jovens que practicavam a modalidade. Referindo-me apenas ao Sambizanga, aproveito para prestar uma homenagem aos mais velhos e aos meus contemporâneos, que integrados nos seus clubes, comigo participaram naqueles trumunos de bairro: Marramarra, Setenta, Ernesto (Mestre), Victorzinho da Popa Russa, Barros Francisco, os irmãos Dodô e Capricho, Zeca Cabeção, Antas, Mateus Cuerra, Pascoal Cabuja, Zé Ponje, os irmãos Zeca e Mário Santiago, Pedro de Castro Van-Dúnem (Loy), André Fanfa, o presidente José Eduardo dos Santos, Amendeus, Zé Luís, António Bambi, Chinês, tio Lino (pai dos N’Dissos), Burdes, Magalhães Paiva (N’Vunda), os irmãos Daniel e Dino Matross, Sousa Pinga, Lelé e tantos outros.”

No próximo dia 9 de Junho de 2023, às 17 horas, vamos recordar os grandes trumunos no Sambizanga, de Luanda, na Livraria Ferin, a segunda mais antiga da capital portuguesa, foi fundada em 1840, por lá passaram grandes figuras da literatura como por exemplo Eça de Queiroz. “Há uma Angola que acontece fora de Angola”.

Dia de África no Núcleo de Estudos Africanos e Lusófonos (NEAL), da universidade NOVA FCSH

Dia de África no  Núcleo de Estudos Africanos e Lusófonos (NEAL), da universidade NOVA FCSH

O Dia de África, que se celebra a 25 de maio, quinta-feira, foi assinalado pelo Núcleo de Estudos Africanos e Lusófonos (NEAL), da NOVA FCSH.

A criação deste evento visou comemorar o Dia de África juntamente da comunidade estudantil. Um dos seus objetivos foi sensibilizar a comunidade africana presente nas universidades portuguesas sobre questões interculturais e contribuir para a construção de uma sociedade mais inclusiva e diversa. A estes junta-se o propósito de estabelecer relações entre os estudantes africanos e afrodescendentes das universidades de modo a exaltar o seu património cultural.

O Dia de África dividiu-se em dois momentos – um de discussão e outro cultural. A Conferência realizada com o tema “África como celebração do Eu” e as atividades culturais incluiram performances artísticas, uma exposição de arte e uma feira literária.

A nossa editora esteve presente com alguns livros a convite da editora Elivulu.

Explicando-me

Explicando-me

TEXTO DE JONUEL GONÇALVES

Sobre meu mais recente livro tenho recebido algumas críticas e várias interrogações. Uma crítica disse que tem dificuldade em ler e eu compreendo, pessoas que vivem em certos contextos terem dificuldades com um texto que apresenta episódios em várias partes do Brasil e África, focando racismo e antirracismo radical (portanto, com rejeição da própria racialização individual ou coletiva), tal como os vemos daqui.

Outras críticas são racistas ou perplexas porque um dos personagens diz que raça é máscara. Não é  a primeira vez. Vejo que isso incomoda. Então repito:  essa frase é inspiração atualizada de título e conteúdo de livro do Frantz Fanon. 

Da mesma forma o título do livro — E Agora Quem Avança Somos Nós — que muitos julgam vulgar demais por já ter sido bastante usada em proclamações históricas ou conversas sobre diferentes assuntos. Não nego, estava consciente disso ao escrever e até me pareceu adequado colocar na capa e na voz de protagonista uma frase com significado amplo.

Como procuro sempre dialogar com quem lê — seja texto meu ou não — aqui ficam estas anotações. 

Celebração do Dia de África

Celebração do Dia de África

Atenção: a nossa loja on-line www.AUTORES.club está com descontos especiais, a não perder.

Amanhã, 25 de Maio de 2023, vamos estar no Colégio Almada Negreiros com uma exposição de livros publicados pela Elivulu, de Angola, e pela nossa editora a Perfil Criativo – Edições.

Informação do Núcleo de Estudos Africanos e Lusófonos (NEAL), da NOVA FCSH

O Dia de África, que se celebra a 25 de maio, quinta-feira, será assinalado pelo Núcleo de Estudos Africanos e Lusófonos (NEAL), da NOVA FCSH.

A criação deste evento visa comemorar o Dia de África juntamente da comunidade estudantil. Um dos seus objetivos é sensibilizar a comunidade africana presente nas universidades portuguesas sobre questões interculturais e contribuir para a construção de uma sociedade mais inclusiva e diversa. A estes junta-se o propósito de estabelecer relações entre os estudantes africanos e afrodescendentes das universidades de modo a exaltar o seu património cultural.

O Dia de África divide-se em dois momentos – um de discussão e outro cultural. A Conferência realizada terá como tema “África como celebração do Eu” e as atividades culturais incluem performances artísticas, uma exposição de arte e uma feira literária.

Programa para o Dia de África – 25 de Maio

A criação deste evento visa celebrar a data que simboliza o Dia de África juntamente da comunidade estudantil. Um dos seus objetivos é sensibilizar a comunidade africana presente nas universidades portuguesas sobre a questão da interculturalidade, promovendo deste modo uma interação benéfica entre universidades e indivíduos, contribuindo para a construção de uma sociedade mais inclusiva e diversa. O outro é estabelecer relações entre os inúmeros estudantes africanos e afrodescendentes das universidades de modo a celebrar o seu património cultural. Em última instância, este projeto busca celebrar os africanos na diáspora criando espaço para a exposição dos seus negócios, obras literárias, obras artesanais, comida entre outros.

Data e horário

25 de Maio (Quinta-feira) Horário da Abertura: 11h00 Horário de Encerramento: 20h00

Área temática

Conferência – Tema: África como celebração do Eu

A diversidade da identidade africana;

Reconstruindo a narrativa africana;

A influência da cultura africana na diáspora;

O papel dos jovens africanos em Portugal na celebração do Eu africano;

A luta pela justiça em África e pelos africanos. Cultura e entretenimento;

Performances artísticas;

Exposição de Arte;

Gastronomia de países africanos;

Feira Literária;

Declamação de Poesia;

Todos os núcleos de estudantes africanos e associações envolvidas acreditam que este evento é de interesse geral da comunidade estudantil africana e afrodescendente em Portugal. Acreditamos que todos podem contribuir para a continuidade e realização deste projeto tornando assim, esta comemoração memorável e significativa.

Oradores/Convidados

Professor Catedrático Eduardo Vera Cruz
Dr.ª Beatriz Gomes Dias
Dr.ª Ana Paula Tavares
Dr. Luís Sinate – Coordenador do Programa Bem-Vindos da RTP África Dr.a Inocência Mata

Dr.ª Ana Mafalda Leite
Dr.ª Precilda Sitole
Sédrick de Carvalho – Escritor e Editor da ELIVULU

A comemoração decorrerá no dia 25 de maio, quinta-feira, no Colégio Almada Negreiros