Archives em Março 2023

Encontro com José Bento Duarte – Primeira Parte

Encontro com José Bento Duarte – Primeira Parte

Primeira parte do encontro com José Bento Duarte, na Livraria Ferin, a 30 de Março de 2023. Apresentação da 3ª edição do livro “Senhores do Sol e do Vento — Histórias verídicas de Portugueses, Angolanos e outros Africanos” (Ed. 2022).

José Bento Duarte

Nasceu em Angola, na cidade de Moçâmedes, província do Namibe. Licenciado em Economia pela Universidade do Porto. Exerceu funções de docência na Universidade de Luanda antes e depois da independência do país. Foi quadro superior numa empresa pública portuguesa. Tem livros publicados sobre temas históricos: para além de Senhores do Sol e do Vento – Histórias Verídicas de Portugueses, Angolanos e Outros Africanos, escreveu Peregrinos da Eternidade — Crónicas Ibéricas Medievais. Colaborou ainda em publicações de carácter colectivo com textos de temática histórica luso-angolana, como: Mandume, os Portugueses e a Definição do Sul de Angola; Missões no Planalto Central de Angola; Namibe – Das Origens à Independência.

“Ler Nas Ilhas”

“Ler Nas Ilhas”

O jornalista Humberto Santos entrevista o escritor e filósofo Eugénio Inocêncio “Dududa” autor dos livros:

— Múrcia

Um livro que faz a ruptura com o paradigma tradicional da literatura cabo-verdiana. Que traz para os leitores novos temas como a homosexualidade, as relações dos cabo-verdianos com os outros povos do continente africano, a democracia e o desenvolvimento em Cabo Verde e em África e surpreendentemente, o terrorismo cultural. Contado com recurso a uma palete sensual e mística de sabores crioulos.

— Depois das Mangas Vêm os Abacates (Duplo Laço)

Em 1724, a ilha de Santo Antão foi arrendada pelo seu donatário a mercadores ingleses, por um período de 27 anos. A Coroa portuguesa viria a denunciar o contrato assinado entre o donatário e os referidos mercadores, por temer a ocupação da ilha, bem como da vizinha ilha de S. Vicente, pelos ingleses. Estas duas ilhas poderiam vir a desempenhar o mesmo papel que a ilha de Santiago tão eficientemente desempenhava, na globalização do mundo, pondo em perigo os interesses do império português.

Angola Colonial – Encontros e Desencontros de Culturas

Angola Colonial – Encontros e Desencontros de Culturas

30/3/2023 às 17h00 — Encontro na livraria Ferin com José Bento Duarte autor do livro “Senhores do Sol e do Vento — Histórias Verídicas de Portugueses, Angolanos e Outros Africanos”.

Sobre este livro publicado pela primeira vez em 1999, o historiador francês especialista na história de Angola, René Pélissier, escreveu no Le Sud-Angola dans l’Histoire, 2017:

José Bento Duarte efectuou uma investigação séria para oferecer ao grande público os acontecimentos mais importantes da presença dos Portugueses em Angola desde o século XV até 1917 (…) A bibliografia explorada é vasta e, por vezes, rara. Tendo recolhido numerosas informações sobre os Africanos, apresenta um mosaico de quadros históricos em que se empenha em alcançar um equilíbrio delicado entre as posições dos intervenientes. Servido por um estilo agradável, o autor consegue despertar o interesse do leitor leigo, encorajando-o, eventualmente, a ir mais longe na pesquisa dos factos. Desprovido de arrogância colonialista, este livro pode servir de sugestiva introdução à complexidade dos contactos luso-africanos no Sul de Angola, sem ocultar os erros, as fraquezas e os crimes das personagens em causa. A imagem que emerge dessa visão é a de um confronto desigual. Trata-se de uma divulgação recomendável e fiável. Para além disso, servindo-se de fontes pouco conhecidas, o autor escreve um dos relatos mais pormenorizados do massacre do Vau do Pembe (25 de Setembro de 1904), que ele pinta com cores intensas e imparciais, acentuando as falhas do comando português e a argúcia táctica dos Cuamatos (…) Consegue assim ser original na descrição da maior derrota sofrida pelos Portugueses numa batalha contra os Africanos a sul do Sahara.”


Jorge P. Pires, registou no semanário Expresso, 18 de Dezembro de 1999 e na revista Ler n.º 62, 2004:

“Quando se pensava que a tradição do grande livro de aventuras desaparecera sem deixar rasto, eis que José Bento Duarte publica esta notável colecção de “Histórias Verídicas de Portugueses, Angolanos e Outros Africanos”, que nos traz em anexo o rigor de uma minuciosa e densa bibliografia, e os mapas necessários à visualização dos acontecimentos descritos. Mas o que mais impressiona é a simplicidade com que ilumina a própria paixão pelas suas “duas pátrias”, Portugal e Angola (…). O autor [recupera] um lote de histórias, tão fabulosas quanto esquecidas e menosprezadas, para pintar um muito agradável fresco sobre as várias vidas e os diversos encontros de uma galeria de personagens pícaros que ao longo de cinco séculos cruzaram as terras de Angola e lhes determinaram a forma geográfica e espiritual.”


José Pedro Barreto, escreveu no Semanário Económico, de 1 de Outubro de 1999:

“(…) Caí sobre “Senhores do Sol e do Vento”, de José Bento Duarte. E com ele mergulhei na história de Angola (…) É a crónica cheia de peripécias da colonização do litoral, em busca de consolidar entrepostos de comércio ou pontos de apoio em rota para a suprema ambição das Índias. Bento Duarte conta-a em prosa absorvente, nomeando os protagonistas — gente de toda a espécie onde se misturam heróis, patifes, aventureiros, funcionários dedicados e rebeldes sem rei nem roque. Para esta gente, o vasto interior angolano sempre foi um lugar de mistérios e perigos sem nome, mas também de eldorados e riquezas à espera de ser tomadas (…) Bento Duarte evoca a terra angolana como tantos ainda a sentem.”


José Bento Duarte

Nasceu em Angola, na cidade de Moçâmedes, província do Namibe. Licenciado em Economia pela Universidade do Porto. Exerceu funções de docência na Universidade de Luanda antes e depois da independência do país. Foi quadro superior numa empresa pública portuguesa. Tem livros publicados sobre temas históricos: para além de Senhores do Sol e do Vento – Histórias Verídicas de Portugueses, Angolanos e Outros Africanos, escreveu Peregrinos da Eternidade — Crónicas Ibéricas Medievais. Colaborou ainda em publicações de carácter colectivo com textos de temática histórica luso-angolana, como: Mandume, os Portugueses e a Definição do Sul de Angola; Missões no Planalto Central de Angola; Namibe – Das Origens à Independência.


Encontro com o autor na quinta-feira, 30 de Março de 2023, às 17h00, na livraria Ferin (no Chiado, em Lisboa)

Rua Nova do Almada 72, 1249-098 Lisboa — Telefone: 21 342 4422

“Identitarismos com cheiro de exclusão e de sangue”

“Identitarismos com cheiro de exclusão e de sangue”

TEXTO DE RAIMUNDO SALVADOR

E Agora Quem Avança Somos Nós “. Título da mais recente proposta literária do Jonuel Gonçalves . Um livro, brasileiramente falando, para ler de sopetão.

Texto denso, uma encruzilhada de personagens e histórias pejadas de notas aparentemente ou inicialmente dissonantes que se entrecruzam em nós que sufocam, em laços, preconceitos e dogmas.

Romance andarilho que em 150 páginas nos transporta por vários países. Angola, a terra do personagem principal, órfão adolescente, filho de portugueses, apanhado na espiral dos lancinantes momentos da Independência

Namíbia o país em que por força de um acaso, João Baptista, a figura central vai lá parar. Época do apartheid. É encontrado numa praia e tem o primeiro contacto com a ignobilidade do regime.

O seu benfeitor, um otchivambo, avisou-lhe que só escondido poderia ficar na sua casa. Relações de proximidade entre brancos e negros eram criminalizadas.

O Brasil também está presente. Angola, pois claro, país que acolhia bases da Swapo, organização em que João e seus amigos militaram.

E o Senegal, tão longínquo e afinal tão próximo. E a Mauritânia, terra dos mauberes que conquistaram a península ibérica e dominaram Portugal centenas de anos.

Mauritânia que tem digitais na génese da escravatura e que até hoje mantém parte significativa dos descendentes de escravazidos em situação análoga à escravatura.

Romance andarilho cujo cenário se confunde com a biografia de caminhante do seu autor. Angolano actualmente a viver no Brasil, morou no Senegal, África do Sul e Portugal.

Um livro para ler e partilhar numa época em que o toque dos extremos dos discursos populistas exala chauvinismo e identitarismos com cheiro de exclusão e de sangue. Acontece à esquerda e à direita nas democracias ditas consolidadas. E, obviamente, nas periferias globais.


Raimundo Salvador

Jornalista, homem da rádio e provavelmente o maior divulgador cultural de Angola. Neste momento integra a equipa da Blue Media.

Autor do programa cultural “Conversa à Sombra da Mulemba“. “No imaginário de diversas nações ancestrais angolanas, a Mulemba, uma árvore frondosa, tem um papel central. É à sombra da Mulemba que autoridades, e não só, reúnem para tratar dos problemas da comunidade. Os encontros à sombra da Mulemba visam dirimir desentendimentos, aproximar posições, estimular o diálogo, cultivar a harmonia, transmitir conhecimentos, preservar a memória. É esta tradição que pretendemos homenagear e resgatar.

Encontro/debate na livraria Miosótis

Encontro/debate na livraria Miosótis

Ela portuguesa, ele americano com origens na antiga Jugoslávia, já tinham lançado em 2017 uma editora, a Adelaide Books, com sede em Nova Iorque e sob a chancela da revista literária Adelaide Literary Magazine. Em 2019, mudaram-se ambos para Lisboa, e a sede da Adelaide Books passou a estar dividida entre as duas cidades. “Lá publicamos em inglês, às vezes noutras línguas também. Em 2022 inauguraram a livraria Miosótis, que hoje (22 de Março de 2023, às 17 horas) recebe o nosso encontro com o jornalista e investigador em História económica e diplomática, Álvaro Henriques do Vale, autor do livro “As Contas da República (1919-29) e os Anos Loucos de Wall Street” (Ed. 2020), e Eduardo Oliveira e Silva (jornalista desde 1975, foi editor de política e de informação na Rádio Renascença, conduziu programa Cartas na Mesa, foi chefe de redação e diretor adjunto na RDP, foi também o primeiro diretor de informação da Lusa, e diretor do jornal i. É comentador em várias rádios francesas).

Adelaide e Stevan Nikolic o nosso muito obrigado

“Maka à quarta-feira” em Lisboa

“Maka à quarta-feira” em Lisboa

“Maka à quarta-feira” da União dos Escritores Angolanos, em Lisboa, 1 de Março de 2023 — intervenção do poeta J.A.S. Lopito Feijóo K. e do escritor Onofre dos Santos.


Cultura no Jornal de Angola (5/3/2023) — “Maka à Quarta-Feira” teve lugar em Portugal

Realizou-se na última quarta-feira, em Lisboa, Portugal, a “Maka à Quarta-Feira” da União dos Escritores Angolanos.

Compareceram na Biblioteca dos Coruchéus, em Alvalade, o presidente da Mesa da Assembleia-Geral da UEA, Lopito Feijóo, os escritores Onofre dos Santos (antigo juiz-conselheiro do Tribunal Constitucional de Angola), Tomás Lima Coelho, autor do mais completo catálogo de escritores e autores angolanos, os jornalistas Carlos Gonçalves e Sedrick de Carvalho, bem como o editor da Perfil Criativo, João Ricardo, além de várias outras figuras, angolanas e portuguesas.

Segundo o escritor Lopito Feijóo, tratou-se de um “debate interessante sobre escritores, livros, livreiros, editores e acções a desenvolver em Portugal para melhor difusão dos escritores angolanos e também de outros países lusófonos”. O evento, acrescentou, “enquadrou-se no âmbito das acções de internacionalização da Literatura Angolana”.

Ainda no dizer de Lopito Feijóo, “passadas três horas de debate entre gente de qualidade e muito interessada, a maka sobre a projecção e difusão da literatura angolana em Portugal ficou em aberto, e está para continuar com o espírito da abertura democrática que sempre norteou a iniciativa”.

O presidente da Assembleia-Geral da UEA assegurou que o projecto vai prosseguir com outros agendamentos. 

Não se tratou da primeira vez que o conceito e evento “Maka à Quarta-Feira” foi transportado para fora de portas da sede da UEA. Segundo Carmo Neto, antigo secretário-geral da agremiação de escritores, no seu consulado a Maka foi realizada em Benguela, mais do que uma vez.  “Também estivemos no Bengo, no Huambo e noutras províncias da Angola imensa”, disse.

E mesmo em Portugal, a Maka da UEA já se tinha realizado antes. No dia 28 de Setembro de 2016, o evento realizou-se na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, cujo tema “Novos caminhos da literatura angolana” foi analisado por académicos angolanos e portugueses.

Angola Colonial – Encontros e Desencontros de Culturas

Angola Colonial – Encontros e Desencontros de Culturas
Senhores do Sol e do Vento — Histórias verídicas de Portugueses, Angolanos e outros Africanos

Encontro na livraria Ferin com José Bento Duarte autor do livro “Senhores do Sol e do Vento — Histórias Verídicas de Portugueses, Angolanos e Outros Africanos”.

Após um prévio enquadramento da 3.ª edição do seu livro “Senhores do Sol e do Vento”, publicada pela Perfil Criativo, o autor abordará como tema central deste encontro as vivências e as interacções de índole cultural resultantes do contacto dos portugueses com os povos africanos, particularmente com os antepassados dos actuais angolanos, no período que se estendeu de finais do século XV ao século XX.
Essa convergência de povos, etnias e culturas, à partida muito distantes entre si quanto a valores existenciais, tecnologias e desígnios estratégicos, originou frequentemente situações tão imprevistas como surpreendentes — conflitos abertos ou aproximações amigáveis, alianças duradouras ou rupturas violentas — num quadro amiúde explicável por mútuos equívocos de comunicação e pela consequente dificuldade em compreender e avaliar as intenções do “outro”.
Desse extenso historial de cinco séculos, o autor seleccionará para este encontro vários episódios ilustrativos da fascinante e por vezes dramática convivência luso-angolana, muitos deles úteis para melhor se entender a evolução e o destino de dois países — Portugal e Angola — que no termo da sua caminhada comum se descobriram enfim livres, independentes e duradouramente ligados por laços de promissora fraternidade.

(mais…)

Amílcar Cabral – uma Exposição

Amílcar Cabral – uma Exposição

A Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril vai inaugurar a iniciativa «Amílcar Cabral – uma Exposição», no próximo dia 16 de março, às 16h00, no Palácio Baldaya, em Benfica.

A sessão inaugural contará com intervenções de José Neves, Comissário Científico da exposição, de Ricardo Marques, Presidente da Junta de Freguesia de Benfica, de Pedro Adão e Silva, Ministro da Cultura e de Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República. Seguir-se-á uma visita guiada à exposição pelos comissários científicos, José Neves e Leonor Pires Martins.

 Pelas 18h00, terá lugar a Mesa-redonda «Cabral Ka mori», com a participação de Dino D’Santiago, músico, de Ângela Coutinho, historiadora, de Julião Soares de Sousa, investigador e autor da biografia «Amílcar Cabral (1924-1973)», com a moderação de Alfredo Caldeira, investigador.

«Amílcar Cabral – uma Exposição» estará patente ao público até 25 de junho de 2023.

Encontro/debate na livraria Miosótis (Lisboa)

Encontro/debate na livraria Miosótis (Lisboa)

As contas públicas do Estado português na década de 1920 foram a principal causa (e não razões meramente ideológicas, como grosso modo se defende na opinião pública portuguesa) para a crise profunda dos Anos Vinte em Portugal, cujas finanças públicas viviam até à Primeira Guerra da almofada financeira do Ultramar desde 1893, almofada essa interrompida pelo conflito até 1931-32, quando foi normalizado por completo o problema das transferências financeiras de Angola para a Metrópole; altura em que se vislumbra o equilíbrio das finanças portuguesas, no qual começaram a trabalhar Oliveira Salazar e Armindo Monteiro, a partir de Abril ou Maio de 1928 (muito antes do crash de Wall Street), medidas que passavam em grande escala pela resolução da problemática angolana e dos cambiais de Moçambique.

Na entrada na segunda década do século XXI é, interessante e muito preocupante, observar algumas coincidências com o que se passou há cem anos. Em particular a afirmação dos nacionalismos e das autocracias com a resolução de conflitos pela força.

No próximo dia 22 de Março de 2023 vamos realizar um encontro/debate na livraria Miosótis, junto ao Instituto Superior Técnico, em Lisboa, com o jornalista e investigador em História económica e diplomática, Álvaro Henriques do Vale, autor do livro “As Contas da República (1919-29) e os Anos Loucos de Wall Street” (Ed. 2020), e Eduardo Oliveira e Silva (jornalista desde 1975, foi editor de política e de informação na Rádio Renascença, conduziu programa Cartas na Mesa, foi chefe de redação e diretor adjunto na RDP, foi também o primeiro diretor de informação da Lusa, e diretor do jornal i. É comentador em várias rádios francesas).

Livraria Miosótis

Av. Rovisco Pais 14A, 1000-268 Lisboa

22 de Março de 2023 às 17 horas

“Canto terceiro da sereia: o encanto” disponível on-line

“Canto terceiro da sereia: o encanto” disponível on-line

Canto Terceiro da Sereia: o encanto está disponível nas plataformas:

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— iTunes
— Amazon
— Pandora
— Deezer

O “Canto Terceiro da Sereia, o Encanto” faz parte de uma trilogia musical inspirada na “Kianda”, figura mitologia dos pescadores da Ilha de Luanda.
Este lítero-musical tem como pano de fundo as memórias de um tripulante em navios da antiga marinha mercante e de um seu irmão, condutor de uma máquina a vapor na antiga linha férrea do Amboim. A razão do reencontro, após um afastamento forçado, se deveu ao facto de o café produzido no interior da província do Kwanza Sul ser, na década de 50, transportado pelo corredor Gabela/Porto Amboim, para, depois de armazenado nos grandes armazéns do litoral, ser exportado para o mundo em navios cargueiros atracados ao largo, por falta de um porto acostável.


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