TAMBWOKENU viagens pela minha terra

TAMBWOKENU viagens pela minha terra

TAMBWOKENU viagens pela minha terra

Lançamento em Moçâmedes (Angola), Fevereiro de 2021

Ler: Prefácio de Pepetela, Tambwokenu e inicio dos textos sobre a província de Luanda

Leitura livre da página 2 à 19



A 28 de Dezembro de 2019, no Museu Etnográfico Português na Austrália, foi apresentado na Austrália o livro “ TAMBWOKENU, VIAGENS PELA MINHA TERRA” (Ed. 2019), de Sandra Poulson.


Turismo Cultural

Nota do Editor: João Ricardo Rodrigues (2019)

“Eram dois dias de carro mais um de comboio”, relatava a minha mãe, sobre as muitas viagens para o Colégio Nossa Senhora da Paz, em Silva Porto, onde fez a escola primária e secundária. Uma viagem de 1.000 quilómetros que começava no Dundo, seguia para Saurimo, Luena e terminava no Kuito.
Angola é um verdadeiro gigante adormecido, um território de 1.246.700 Km2, dezoito províncias com muitos povos diferentes e paisagens deslumbrantes. 
Integrada num espaço histórico de antigos reinos, entretanto desaparecidos, de que sobram as línguas Umbundo, Kimbundu, Kikongo, Kwanyama, Cokwe, Lunda, Nyaneka, Herero, Owambo, Ngangela, Mbunda, Kwangali, Luvale, Nkumbi, Kilenge e muitos outros subgrupos línguísticos. Sofreu ocupação humana pelos povos Kung, (que significa “homens”), há mais de 7.000 anos e muito mais tarde, no primeiro milénio da era cristã, pela migração Bantu, (significa “ser humano”). Deste último grupo é exemplo o reino do Kongo, que foi o grande Estado ou Nação até 1857. 
Hoje, Angola é um país multicultural de origem colonial, tem espalhadas de Norte a Sul não só cidades com arquitectura de origem europeia, mas também a língua, elemento fundamental de unidade nacional. A título de curiosidade, o escritor Tomás Lima Coelho registou até 2018 (num trabalho de pesquisa publicado este ano) mais de 2.500 autores e escritores que desde 1642 publicaram livros. Em cada ano são cerca de 250 novos autores que publicam um primeiro livro. Se estes números são impressionantes e os livros desconhecidos, muitas outras revelações estão por descobrir, como por exemplo, numa das muitas conversas que tive com o mais-velho nacionalista, Jaime de Sousa Araújo, confidenciou-me a descoberta que fez ainda jovem, como enfermeiro, na província de Malanje: ali escondido e protegido por guardiões insuspeitos estava o túmulo da rainha Njinga Mbandi (1582-1663). 
Infelizmente, registo nas minhas viagens o desconhecimento que a maior parte dos angolanos tem do seu país. Quantos o conhecem? 
O Turismo passou a ser uma actividade recuperada que pode vir a ser a alavanca para o crescimento económico e desenvolvimento humano. É aqui que entram as nossas edições, ferramentas únicas para a promoção do País, tanto internamente como no estrangeiro. Exemplo disso são as crónicas de Sandra Pulson agora publicadas.